No final do século XV iniciou-se o que ficou conhecido na história como “as grandes navegações”. Por que foram chamadas de grandes navegações? Porque estas consistiam em realizar a navegação em alto-mar, Oceano Atlântico adentro, no caso de Cristóvão Colombo, realizar uma volta no globo e assim chegar as Índias, provando com isso que a Terra era redonda. Porém este acabou por encontrar um novo continente, que ficou conhecido como “Novo Mundo”. Colombo morreu sem saber tê-lo descoberto, sendo deixado para Américo Vespúcio todas as honrarias, inclusive em sua homenagem foi dado o nome ao novo continente de “América”. Show Mas o que impulsionou a realização destas grandes navegações? A Europa estava vivendo uma fase que ficou conhecida como mercantilismo comercial, segundo muitos, uma fase necessária para acumulação de capital para instauração posterior do sistema capitalista. O Mercantilismo tinha algumas regras, a principal delas era sempre manter a balança comercial favorável, objetivando o acúmulo de metais preciosos. Estes podiam ser obtidos não somente com o comércio, mas também com a extração destes de minas em seu próprio território ou nos territórios de suas colônias. Daí a importância de lançar mão das grandes navegações, em busca de encontrar territórios que pudessem ser explorados economicamente, onde existissem minas, ou se não, onde se pudesse extrair produtos naturais para serem vendidos para outros países europeus e assim acumular os metais preciosos. Neste contexto, Pedro Álvares Cabral aporta no Brasil em abril de 1500 em Salvador. Junto com ele, desembarcam “capitães, religiosos, Franciscanos, homens de armas, escrivãos, intérpretes, cosmógrafos, médicos, e condenados à morte” (GIUCCI, p.46). Os condenados a morte, também chamados de desterrados, eram pessoas que havendo cometido crimes, aceitavam serem enviadas para o Novo Mundo ao invés de terem que cumprir suas penas. À estas cabiam todo tipo de trabalho na colônia,
dentre os quais, apreender o modo de vida do cativo, e obter informações sobre existência de minas de metais preciosos e de outros elementos naturais que pudessem ser comercializados. Para alguns estes eram foram os grandes responsáveis por todo o contato inicial com os indígenas e o estabelecimento inicial de feitorias para comercialização de artigos da fauna e da flora, como por exemplo, o pau-brasil. O Trabalho nesses engenhos deveria ser realizado de maneira compulsória. Por quê? Primeiro, porque, como bem explica Caio Prado, se tratava de uma colonização que visava a exploração, a obtenção de lucros, com isso quanto mais se trabalhasse maior eles seriam; e segundo porque a qualidade técnica dos equipamentos era baixa, sobrecarregando o trabalho humano. Com isso, se tornava necessária a mão-de-obra escrava. A primeira utilizada foi a dos índios, porém existiam alguns problemas com relação a sua utilização: primeiro, eles eram em pouca quantidade e ainda muitos morreram devido a epidemias, e segundo, alguns clérigos se colocavam contra ela; e terceiro, estes se recusavam a trabalhar no regime compulsório, já que seu modo de vida era completamente diferente: a lógica do excedente de produção, objetivando o lucro, não pertenciam a sua cultura. Assim foi necessária a partir de 1600 a vinda de negros escravos para realizar o trabalho nos engenhos. Aqui, temos divergências sobre o motivo da vinda destes negros. Novais (1986) afirma que sua vinda ocorreu porque existia a oferta de escravos no mercado, pois este já era utilizado pelos portugueses em suas outras colônias que também produziam açúcar. Porém a teoria em voga atualmente, defendida por Ciro Flamarion (1990) e outros historiadores, é que o fato da escassez de mão-de-obra indígena (pois como foi exposto, muitos morriam devido epidemias ou fugiam para o interior se recusando ao trabalho) fez com que se tivesse que recorrer ao trabalho escravo negro. Além disso, pesquisas recentes mostram que os mercadores de escravos não viviam em Lisboa e sim no Rio de Janeiro ou em Salvador, mostrando nenhum vínculo com a Coroa Portuguesa. Ciro Flamarion fala um pouco como era a vida deste escravo que aqui chegava, apresentando novas atividades que este desenvolvia. Diz que a vida dos que trabalhavam no campo era sem dúvida a mais difícil, principalmente em locais distantes de algum centro político, onde o seu senhor se colocava como o dono do poder local. Porém afirma que em outras regiões, não raro, o senhor, cedia uma brecha de terra a seu
escravo, para que este plantasse seu próprio alimento (que em caso de excedente poderia ser comercializado), cedendo finais de semana para que este cuidasse dela, assim, ligando o escravo a terra evitava a fuga destes para quilombos, o que era bastante comum. Ciro Flamarion combate a idéia de que todos desse período, onde a principal atividade era a produção de Cana – de - Açúcar, viviam em torno do binômio “Senhor e Escravo ”. Não questiona seu local de destaque, porém afirma que em muitos outros locais se vivia uma economia diferente e independente desta. Por exemplo, no Norte
se teve um outro tipo de economia, de 1650 a 1750, que ficou conhecida como extração das “drogas do sertão”, onde a mão-de-obra utilizada era a escrava, porém a indígena. No Sul se vivia da caça de gado, remanescentes de antigas missões jesuíticas, esta era realizada por mestiços e índios, que viviam da venda do couro e da extração do mate. Após 1733 estes gados foram levados para estâncias e estes mestiços e índios se tornaram seus empregados. No interior do Nordeste, se tinha como principal
atividade a pecuária, a mão-de-obra era quase totalmente de mestiços de livres, pesquisas recentes comprovam uma pequena presença de escravos. Nesta atividade, devido o menor poder econômico dos fazendeiros, existiam relações de hierarquia social mais frouxa. Bibliografia GIUCCI, Guillermo. A visão inaugural do Brasil: a Terra de SantaCruz. In: Revista Brasileira de História. São Paulo: ANPUH/Marco Zero, vol. 11, nº 21, p. 22-35, set.90/fev.91. NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: HUCITEC, 1986. CARDOSO, Ciro Flamarion. O Trabalho na Colônia. In: LINHARES, Maria Yedda. História Geral do Brasil. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1990, p. 79-99. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Qual era a mão de obra usada pelos portugueses?A princípio, a relação de trabalho utilizada pelos portugueses foi a do escambo com os indígenas, mas logo optaram por implantar a escravidão.
Qual era a mão de obra utilizada no Brasil colonial?Durante a fase inicial da colonização brasileira, a escravidão concentrava-se na mão de obra do indígena. A escravização do indígena aconteceu, principalmente, na extração do pau-brasil.
Qual foi a primeira a mão de obra utilizada para trabalhar no Brasil?A primeira utilizada foi a dos índios, porém existiam alguns problemas com relação a sua utilização: primeiro, eles eram em pouca quantidade e ainda muitos morreram devido a epidemias, e segundo, alguns clérigos se colocavam contra ela; e terceiro, estes se recusavam a trabalhar no regime compulsório, já que seu modo ...
Qual foi a mão de obra utilizada no início da colonização?Para desenvolver a produção do açúcar, os portugueses utilizaram nos engenhos a mão de obra escrava, os primeiros a serem escravizados foram os indígenas, posteriormente foi utilizada a mão de obra escrava africana, o tráfico negreiro neste período se tornou um atrativo empreendimento juntamente com os engenhos de ...
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