Que impactos ambientais e sociais foram provocados com a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia?

- publicado 17/06/2016 10:55 - última modificação 20/06/2016 15:51

O seminário "A Amazônia como Território para a Expansão da Hidroeletricidade?" será realizado no dia 23 de junho, das 9 às 12h30, na Sala Ruy Leme da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.

Usina de Belo Monte, no rio Xingu,
sudoeste do Pará, inaugurada em maio de 2016

O debate sobre a utilização da Bacia Amazônica para expansão da hidreletricidade não deve considerar apenas o potencial energético e os benefícios econômicos das novas usinas, mas principalmente os impactos socioambientais na região, segundo os organizadores do seminário A Amazônia como Território para Expansão da Hidroeletricidade?, que será realizado no dia 23 de junho, das 9 às 12h30, na Sala Ruy Leme da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP.

Possuindo caráter estratégico para o desenvolvimento brasileiro, a opção pela implantação de hidrelétricas ao longo dos rios da Bacia Amazônica busca atender à necessidade do país por energia elétrica. Para tanto, diversas usinas foram construídas ou são planejadas para a região, como as de Santo Antônio e Jirau, em Rondônia, e de Belo Monte e São Luís do Tapajós, no Pará.

De acordo com os organizadores do evento, casos como os das usinas paraenses levantam questões graves e que devem ser consideradas, como os impactos socioambientais provocados por tais obras, com a inundação de grandes áreas para construção de barragens, afetando todo o ecossistema local, e o remanejamento de comunidades tradicionais e ribeirinhas.

O seminário é o segundo do ciclo Desafios para uma Amazônia Sustentavel e terá como expositores: Roberto Kishinami, especialista em fontes renováveis de energia, planejamento energético e gestão de meio ambiente; Evandro Moretto, professor de gestão ambiental da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam) do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP; Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace Brasil; e Philip Fearnside, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

O seminário é uma realização do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas, Territorialidades e Sociedade do IEA, do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS) e do Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH-SP).

23 de junho, das 9 às 12h30

Sala Ruy Leme da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, 1º andar, Cidade Universitária, São Paulo

Evento público, gratuito e com inscrição prévia (para assistir ao vivopela internet não é preciso se inscrever)

Informações: Cláudia Regina Tavares (), telefone (11) 3818-4011, ramal 4242

Quais os impactos ambientais das hidrelétricas na Amazônia?

Além de todos esses problemas, as usinas instaladas em áreas de floresta tropical emitem quantidades consideráveis ​​de gases de efeito estufa – dióxido de carbono e metano – como resultado da degradação da vegetação alagada e do solo.

Quais são os impactos ambientais e sociais causados por usinas hidrelétricas?

Na área ambiental o principal impacto costuma ser o alagamento de importantes áreas florestais e o desaparecimento do habitat dos animais. Muitas vezes a hidrelétrica é construída em áreas onde se concentram os últimos remanescentes florestais da região, desmatando e inundando espécies ameaçadas de extinção.

Quais os impactos sociais culturais e ambientais na construção de uma usina hidrelétrica na Amazônia?

Impactos ambientais – como o desmatamento e a perda da biodiversidade – e sociais – como o deslocamento de milhares de pessoas e os prejuízos econômicos causados a elas – não têm sido levados em conta e incluídos no custo total desses projetos.

Quais são os principais impactos sociais ambientais relacionados à construção de usinas hidrelétricas na região Norte?

Principalmente a inundação de vastas áreas de florestas, devido ao fato de os rios amazônicos se situarem em planícies, com pequenas quedas d'água, assim como o deslocamento de grandes contingentes populacionais e a alteração da fauna e da flora locais.