Qual foi a proposta da ONU sobre essa questão e como palestinos e judeus aceitaram?

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Qual foi a proposta da ONU sobre essa questão e como palestinos e judeus aceitaram?

Mapa do Plano de Partilha da Palestina em novembro de 1947.

Plano de Partilha da Palestina (ou, mais exatamente, daquilo que restava da Palestina, pois uma parte já havia sido separada para constituir a Transjordânia, em 1922) foi um plano aprovado em 29 de novembro de 1947 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, através da sua Resolução 181.

História[editar | editar código-fonte]

Pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em maio de 1947, a ONU, a pedido do Reino Unido, criou o UNSCOP (United Nations Special Committee on Palestine), para elaborar o plano de partição da área do Mandato Britânico da Palestina. O plano consistia na partição da banda ocidental do território em dois Estados - um judeu e outro árabe -, ficando as áreas de Jerusalém e Belém sob controlo internacional. 53% do território seriam atribuídos aos 700 mil judeus, e 47% aos 1 milhão e 400 mil árabes sendo desses 900 mil que imigraram durante o inicio do século XX e 500 mil viviam no local (antes desse acontecimento, judeus provenientes da Europa Ocidental e do norte da África também já haviam imigrado a Palestina se juntando a outros poucos milhares de judeus que viviam historicamente ali, anteriormente à publicação dos Livros Brancos, e comprado 65% das terras daquela região, do antigo mandato turco-otomano, por isso essa proporção de terras).

Em 1917, o governo britânico, através da Declaração Balfour (uma carta de Arthur Balfour, secretário britânico dos Assuntos Estrangeiros, ao Barão Rothschild, líder da comunidade judaica do Reino Unido), manifestou seu apoio ao plano sionista de colonizar a Palestina e lá estabelecer o "lar nacional judeu". Poucos anos depois, em 1922, a Liga das Nações aprovou o Mandato Britânico da Palestina. O mandato previa que a mandatária se responsabilizaria por colocar em prática a Declaração Balfour, isto é, favorecer o estabelecimento, na Palestina, de um lar nacional para povo judeu.[1]

Após a Segunda Guerra Mundial, a criação do lar nacional judeu passou a ser vista pela opinião pública como uma forma de reparação pelo Holocausto. Em julho de 1947, forças britânicas interceptaram o navio posteriormente denominado "Exodus 1947", que levava ilegalmente 4 500 refugiados judeus para a área do Mandato, violando as restrições à imigração judia, estabelecidas pelo chamado Livro Branco de 1939. A viagem fora custeada por um grupo de judeus americanos. O caso obteve grande repercussão na mídia, provocando comoção internacional e fortalecendo a posição das organizações sionistas, que lutavam pela criação de um Estado judeu.[2]

Assim, poucos meses depois, na sessão de 29 de Novembro de 1947 - presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha -, quando 56 dos 57 países membros se encontravam representados, 33 deles votaram a favor do Plano, 13 votaram contra e 10 se abstiveram. Apenas a Tailândia esteve ausente. Os países da Liga Árabe (Egito, Síria, Líbano e Jordânia) manifestaram-se abertamente contrários à proposta e não reconheceram o novo Estado.[3]

A Agência Judaica aceitou a resolução, embora não tivesse ficado satisfeita com as soluções propostas para as restrições à imigração judia da Europa e os limites territoriais do futuro estado judeu (menores que os 65% adquiridos). Já os árabes palestinos, assim como os Estados Árabes, não aceitaram o Plano, pois consideraram que a proposta contrariava a Carta das Nações Unidas, segundo a qual cada povo tem o direito de decidir seu próprio destino, e declararam sua oposição a qualquer plano que propusesse a separação, segregação ou divisão do seu país ou que atribuísse direitos ou estatuto especiais e preferenciais a uma minoria.[4]

Meses depois, em 14 de maio de 1948, poucas horas antes de se extinguir o Mandato Britânico e já em meio a uma guerra civil entre árabes e judeus, foi declarada a Independência do Estado de Israel, no dia 14 de maio de 1948. Os Estados árabes reagiram imediatamente.

Começava ali a primeira guerra árabe-israelense.

Ver também[editar | editar código-fonte]

  • Corpus separatum

Referências

  1. Responsabilidade sistêmica e o conflito no Oriente Médio[ligação inativa]. Por Thiago Gehre Galvão. Boletim Meridiano v. 10, n° 102 (2009)
  2. Êxodus 1947 Arquivado em 2 de maio de 2011, no Wayback Machine. (sinopse do documentário).
  3. Gomes, Aura R. - A Questão da Palestina e a Fundação de Israel (tese). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo, 2001.
  4. La cuestión de Palestina. Capítulo 2. Plan de Partición y la terminación del Mandato Británico. Departamento de Informação Pública das Nações Unidas - DIP/2276. Março de 2003.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

  • «Batismo de sangue». . Veja na História

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Bregman, Ahron (2002). Israel's Wars: A History Since 1947. London: Routledge. ISBN 0-415-28716-2
  • Arieh L. Avneri (1984). The Claim of Dispossession: Jewish Land Settlement and the Arabs, 1878-1948. Transaction Publishers. ISBN 0-87855-964-7
  • Khalaf, Issa (1991). Politics in Palestine: Arab Factionalism and Social Disintegration, 1939-1948. SUNY University Press. ISBN 0-7914-0707-1
  • Fischbach, Michael R. (2003). Records of Dispossession: Palestinian Refugee Property and the Arab-Israelí Conflict. Columbia University Press. ISBN 0-231-12978-5
  • "Palestine." Encyclopædia Britannica. 2006. Encyclopædia Britannica Online School Edition. 15 May 2006 .

Qual foi a proposta da ONU para a região da Palestina?

Em 1947, por meio da Resolução 181, a ONU cria o Estado de Israel e o Estado da Palestina, dividindo as terras da região. A divisão foi feita desse modo: 55% para os judeus e 45% para os muçulmanos, cuja população era o triplo da de judeus. Além de ter um território maior, os judeus teriam as terras mais férteis.

Como foi a proposta da ONU para a divisão da Palestina entre árabes e judeus?

Após a Segunda Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes judeus tornou-se irresistível. Em 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu dividir a Palestina em dois Estados independentes: um judeu e outro palestino. Mas tanto os palestinos como os Estados árabes vizinhos recusaram-se a acatar a partilha proposta pela ONU.

Por que os palestinos não aceitaram a partilha proposta pela ONU?

Já os árabes palestinos, assim como os Estados Árabes, não aceitaram o Plano, pois consideraram que a proposta contrariava a Carta das Nações Unidas, segundo a qual cada povo tem o direito de decidir seu próprio destino, e declararam sua oposição a qualquer plano que propusesse a separação, segregação ou divisão do seu ...

Como foi a proposta da ONU para a divisão da Palestina entre árabes e judeus quem ficaria com qual parte do território quem ficaria com a maior parte das terras?

Os judeus ficaram com 57% do território, e os árabes, que eram maioria na região, com 43%. A capital, Jerusalém (sagrada para as religiões judaica e islâmica), pertenceria a ambos e ficaria sob a administração da própria ONU. No ano seguinte, foi fundado, então, o Estado de Israel.