Qual foi a principal consequência negativa da construção de Brasília?

O governo de Juscelino Kubitschek (JK, 1956-1961) ficou gravado na história republicana brasileira como a época do desenvolvimentismo, um período de grandes investimentos em transporte, produção de energia e indústrias de base, com o intuito de proporcionar o crescimento econômico capitalista ao Brasil. Foi neste período também que os esforços de interiorização da população no território nacional mais foram fortalecidos, com a construção da célebre capital do país, Brasília.

Com a experiência de grandes obras como prefeito de Belo Horizonte, em Minas Gerais, JK se alçou no cenário político nacional prometendo criar um ciclo de desenvolvimento econômico no país durante seu governo, celebrizado pelo lema 50 anos em 5. A base desta proposta foi o Plano de Metas, alicerçado no desenvolvimento de cinco setores: energia, transporte, indústria, educação e alimentação. Os dois últimos setores não tiveram suas metas atingidas, com pouco capital destinado à sua realização. Os demais conseguiram alcançar os objetivos, devido ao grande investimento estatal e do capital estrangeiro. JK fez um apelo explícito ao investimento estrangeiro, chegando suas taxas a níveis que não haviam ainda ocorrido no Brasil.

No governo JK, construíram-se as usinas hidrelétricas de Três Marias e Furnas, esforço necessário para sustentar o ritmo de crescimento econômico, principalmente nas indústrias de bens duráveis, como a indústria automobilística em São Paulo e a siderúrgica Usiminas em Minas Gerais.

No intuito de ocupar e desenvolver também o interior do Brasil, mais de 20 mil quilômetros de rodovias foram construídos, interligando vários pontos do país. Foi com este objetivo que JK mobilizou imensas forças econômicas e sociais para a construção da nova capital no interior do Brasil. Projetada pelo urbanista Lúcio Costa e com edificações elaboradas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, Brasília foi inaugurada por JK em 21 de abril de 1960, apenas quatro anos após ter sido anunciada sua construção.

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A migração realizada no território brasileiro foi outra característica encontrada no Governo JK. Com a industrialização concentrada no sudeste brasileiro, surgiu uma corrente migratória para esta região, com pessoas vindas principalmente do semiárido nordestino, fugindo das miseráveis condições de vida. Para o local da construção de Brasília também se deslocaram centenas de milhares de trabalhadores, que por lá se fixaram dando origem às cidades satélites da nova capital.

O incentivo ao desenvolvimento econômico gerou um grande aumento da dívida externa nacional, pois as divisas obtidas com as exportações não conseguiram contrabalancear a captação de recursos para o Plano de Metas. Novos empréstimos foram realizados para sanar a dívida, mas não resultaram numa situação satisfatória. Outro aspecto econômico negativo foi a crescente inflação que se verificou em seu governo.

Apesar da forte propaganda de suas ações, JK não conseguiu eleger seu candidato à presidência, em 1961. Contra o general Lott, apoiado por JK, venceu o candidato Jânio Quadros, sendo eleito como vice-presidente João Goulart.

*Créditos da imagem: ostill  e Shutterstock.com

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O governo Juscelino Kubitschek refere-se aos cinco anos em que o Brasil foi administrado por esse político mineiro, que foi eleito para presidente, em 1955, e que governou nosso país, entre 1956 e 1961.

Juscelino Kubitschek teve de enfrentar uma crise política que quase impossibilitou sua posse, e os grandes marcos de seu governo foram os investimentos pesados na industrialização do país e a construção de Brasília. O projeto político implantado por JK em seu governo ficou conhecido como “desenvolvimentismo”.

Leia mais: Segundo Governo Vargas: a crise política que atingiu esse governo na década de 1950

Eleição de 1955

Juscelino Kubitschek tornou-se presidente do Brasil após sair vencedor da eleição de 1955. Juscelino Kubitschek era um candidato gabaritado, uma vez que tinha sido governador de Minas Gerais e era apoiado pelo maior partido do Brasil na época, o Partido Social Democrático (PSD), e pelo segundo maior partido, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

Nessa eleição, ele enfrentou Juarez Távora, candidato da União Democrática Nacional (UDN), Ademar de Barros, do Partido Social Progressista (PSP), e Plínio Salgado, do Partido da Representação Popular (PRP). JK, enquanto um político desenvolvimentista, defendeu na campanha uma política em defesa do desenvolvimento e da industrialização do Brasil e seu lema foi “50 anos em 5”.

O resultado da eleição de 1955 foi o seguinte:

  • JK (PSD/PTB) – 36%

  • Juarez Távora (UDN) – 30%

  • Ademar de Barros (PSP) – 26%

  • Plínio Salgado (PRP) – 8%

Crise política

A vitória de Juscelino Kubitschek engatilhou uma crise política no Brasil, por conta da ação da União Democrática Nacional, partido conservador que, durante toda a Quarta República, flertou com o golpismo. Os membros desse partido manifestaram-se contrários à vitória de JK sob a alegação de que ele não tinha conseguido a maioria absoluta dos votos – a Constituição de 1946 previa apenas a maioria simples.

Durante todo o ano de 1955, houve uma intensa articulação de membros da UDN para fortalecer a proposta de impedir a posse de Juscelino Kubitschek. Muitos dos membros desse partido defendiam uma intervenção dos militares no poder. A crise política levou um militar legalista a intervir na situação, mas não do jeito que os udenistas planejavam.

O ministro da Guerra, Henrique Teixeira Lott, era um defensor ardoroso da Constituição e, por isso, mobilizou forças para garantir a posse de Juscelino Kubitschek. Ele articulou um contragolpe, que foi realizado no dia 11 de novembro de 1955. Os principais prédios no Rio de Janeiro foram ocupados, e Nereu Ramos substituiu Carlos Luz na presidência. Esse evento recebeu o nome de Golpe Preventivo de 1955 e, com isso, a posse de Juscelino Kubitschek foi assegurada e aconteceu em 31 de janeiro de 1956.

Governo JK

Qual foi a principal consequência negativa da construção de Brasília?
Juscelino Kubitschek (o 3º da esquerda para a direita) realizou grandes investimentos, promovendo grande desenvolvimento industrial do Brasil.[1]

O governo de Juscelino Kubitschek realizou grandes feitos na área da economia e para alcançar as promessas de desenvolvimento econômico realizado, durante a campanha, o presidente lançou o Plano de Metas. Esse era um programa econômico que estipulava 31 metas, que buscavam promover o desenvolvimento do Brasil em áreas consideradas estratégicas: energia, transporte, indústria pesada e alimentação.

Era somente a partir de investimentos maciços nessas áreas que a industrialização do Brasil seria possível. Sendo assim, o investimento na área energética visava a aumentar a capacidade de produção de energia elétrica do país para dar suporte ao aumento da produção industrial. Isso se daria por meio da construção de usinas hidrelétricas, sendo a Usina de Furnas, uma das construídas nesse governo.

Houve investimento na construção de rodovias por todo o país e isso aconteceu como forma de integrar o país e permitir que as regiões produtoras pudessem esvaziar suas mercadorias via transporte rodoviário. Houve incentivo à instalação de indústrias no país, por meio da isenção de impostos, e o destaque foi para a instalação da indústria automobilística.

O Plano de Metas acabou encaminhando 29% dos investimentos públicos para a área de transporte, 20% para a construção de infraestrutura, sobretudo para o desenvolvimento de aeroportos e portos, e 43% dos investimentos foi encaminhando para a área de energia elétrica. Áreas como a alimentação e a educação acabaram sendo colocadas em segundo plano e receberam poucos investimentos.

O resultado da política desenvolvimentista de JK, ao longo de seus cinco anos de governo, não poderia ter sido outro, e a produção industrial do país aumentou cerca de 80%.

Uma nova capital para o Brasil

Qual foi a principal consequência negativa da construção de Brasília?
A construção de Brasília foi o projeto mais audacioso do governo de Juscelino Kubitschek.[1]

Outro acontecimento marcante do governo de JK foi o projeto para a construção de uma nova capital, localizada na região central do Brasil. A construção de uma nova capital, longe do litoral, era um projeto de longa data no Brasil e remontava ao século XIX. O tamanho desse desafio acabava sendo um entrave para sua realização.

Juscelino Kubitschek encarou o desafio e o promoveu como uma forma de realizar a integração do interior do Brasil. A construção de Brasília fazia parte de um projeto de JK para reforçar o nacionalismo brasileiro e consumiu uma quantidade gigantesca dos recursos do país, sendo construído em tempo recorde e entregue antes do fim do mandato do presidente.

Os historiadores entendem que a construção de Brasília fazia parte de um projeto político de JK que se incluía dentro das suas ideias nacionalistas e de integração do país com o litoral, mas também tinha um papel fundamental em colocar em segundo plano outros problemas que existiam no país e que eram consequências diretas dos altos investimentos realizados na industrialização.

O projeto de construção de Brasília foi aprovado tranquilamente no legislativo. O projeto de construção da cidade foi realizado por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer. A nova capital brasileira foi oficialmente inaugurada em 21 de abril de 1960. Especula-se que a construção de Brasília tenha custado, na época, aproximadamente, 1,5 bilhão de dólares e se convertidos para valores atuais os custos teriam ultrapassado o total de 80 bilhões de dólares.

Acesse também: Governo João Goulart: o último governo democrático antes da Ditadura Militar

Consequências do governo de Juscelino Kubitschek

O governo de Juscelino Kubitschek foi extremamente importante uma vez que garantiu um enorme desenvolvimento econômico e industrial para o Brasil. No entanto, os investimentos pesados apenas no desenvolvimento econômico, fez com que áreas vitais, como educação e a agricultura, fossem relegadas ao segundo plano e tivessem seus problemas aumentados pela falta de investimento

Entre as consequências positivas e negativas do governo de JK, podemos destacar:

  • A produção industrial cresceu 80%;

  • O PIB brasileiro teve crescimento médio anual de 8%;

  • Os problemas em áreas, como a educação e a agricultura, aumentaram consideravelmente;

  • A inflação manteve-se alta nos últimos anos do governo por conta dos altos gastos públicos;

  • A dívida externa aumentou, assim como a desigualdade social.

Crédito das imagens

[1] FGV/CPDOC

Quais as consequências da construção de Brasília?

Houve falta de planejamento financeiro, recursos mal administrados, gastos desenfreados e verba desviada. Como consequência, nos anos seguintes, a inflação disparou, a população empobreceu e a desigualdade social cresceu. Outra consequência foi a desigualdade regional.

Quais foram as consequências da construção de Brasília no interior do território brasileiro?

Esse planejamento fomentou a construção de estradas e usinas hidrelétricas e contribuiu significativamente para o crescimento industrial do Brasil. Do ponto de vista econômico, o Plano foi um sucesso, mas isso aconteceu, principalmente, graças à construção da nova capital, a cidade de Brasília.

Quais foram as consequências da construção de Brasília para região Centro

A população do Distrito Federal saltou de pouco mais de 64 mil habitantes no ano de sua inauguração para cerca de 2,5 milhões de habitantes em 2007, representando um aumento de aproximadamente 3.700%. ;Isso claramente influenciou o aumento da população no Centro-Oeste que aumentou de 2,4 milhões para 13,1 milhões no ...

Quais as motivações e consequências da construção de Brasília?

O sonho de Brasília O fato é que JK buscava um lugar afastado do Rio de Janeiro e no meio do deserto por motivos geopolíticos: a capital não estaria tão vulnerável em caso de guerra, a pressão popular sobre o governo seria menor, a nova capital iria contribuir para a ocupação do interior brasileiro.