Atenas foi a principal cidade-estado da Grécia Antiga e, em conjunto com Esparta, é um dos modelos utilizados para
entender a organização política dos gregos. Foi um grande centro cultural, influenciado principalmente pelo intenso comércio com as regiões vizinhas. É considerada o berço da democracia, bem como a cidade em que floresceram a filosofia, o teatro, a arte e a vida urbana na Grécia. A
pólis (ou cidade-estado) de Atenas estava localizada na península Ática, uma região do litoral grego muito acidentada e com poucas terras férteis. Apesar disso, a produção agrícola ajudou a impulsionar a economia ateniense, em especial pela produção de azeite, uva e cereais. Entretanto, foi o desenvolvimento da atividade comercial que impulsionou o crescimento de Atenas e lhe conferiu algumas de suas características mais importantes, como o intenso intercâmbio
cultural, além de influenciar na própria estrutura da sociedade ateniense. 📚 Você vai prestar o Enem? Estude de graça com o Plano de Estudo Enem De Boa 📚 Desde a formação das cidades-estados no período Arcaico (VIII – VI
a.C.), a sociedade ateniense era dividida em alguns grupos sociais, que se formaram, a partir o declínio dos “genos”, antigas unidades de produção baseadas na propriedade comunal. Esses grupos eram divididos, tanto em razão de seu poder econômico, quanto político, da seguinte maneira: Essa estrutura social, a partir do século VII a.C., começa a passar por crises em razão dos conflitos provocados pelas diferenciações
sociais.
🎓 Você ainda não sabe qual curso fazer? Tire suas dúvidas com o Teste Vocacional Grátis do Quero Bolsa 🎓 Como a escravidão por dívida era permitida, muitos georgóis que fizeram empréstimos junto aos eupátridas e
não conseguiram pagá-los, não apenas perderam suas propriedades como também se tornaram escravos. As pressões resultantes dessa crise provocaram importantes reformas na sociedade e na política atenienses, que podemos resumir da seguinte forma, de acordo com os governantes que as implantaram: Foi o primeiro a propor leis
escritas e a torná-las públicas, já que antes ficavam restritas ao conhecimento dos eupátridas. Contudo, Drácon não promoveu maiores mudanças sociais e políticas para as camadas menos favorecidas. Aboliu a escravidão por dívida e promoveu uma série de reformas que visavam reduzir alguns dos privilégios dos
bem-nascidos. Para isso, elaborou uma divisão censitária da sociedade ateniense, que levava em conta a renda - e não o nascimento -, o que favoreceu os demiurgos. Entre suas ações, Sólon criou a “Bulé”, conselho que abrigava representantes de cidadãos não restrito a membros da aristocracia; a “Eclesia”, assembleia que votava as leis; e o “Hilieu”, tribunal de justiça
ateniense. Instituiu um sistema de divisão e organização da população em demos (de onde vem o nome democracia), que eram agrupados em tribos. Por sua vez, as tribos escolhiam representantes para participar da “Bulé”, com o objetivo de aprofundar a participação dos cidadãos na vida política da cidade. Clístenes
também estabeleceu dois princípios políticos importantes, o da “isonomia”, que previa que todos os cidadãos eram iguais perante a lei, e o “ostracismo”, exílio de dez anos imposto aos que fossem considerados perigosos a Atenas. Embora Clístenes seja considerado o pai da democracia
ateniense e tenha criado muitos dos mecanismos que a possibilitaram, seu auge ocorreu durante o governo do Péricles, no período Clássico. A democracia em Atenas, contudo, apresentava diferenças em relação às democracias modernas. A principal delas é que apenas os considerados cidadãos possuíam direitos políticos. Para ser cidadão, era necessário ser homem, filho de pais atenienses, livre e maior de idade. Dessa forma, mulheres,
crianças, escravos e estrangeiros estavam excluídos das decisões políticas. Índice
Introdução
Estrutura social e política
Crises e reformas políticas
Drácon (621 a.C.)
Sólon (594 a.C.)
Clístenes (510-507 a.C.)
Democracia ateniense
A taxa de cidadãos variou ao longo do tempo, mas, segundo algumas estimativas, não passava de cerca de 15% da população de Atenas.
A Guerra do Peloponeso e a decadência
Com o fim das Guerras Médicas (499 e 449 a.C.) entre gregos e persas, quando liderou a “Liga de Delos”, Atenas saiu fortalecida. Essa situação acirrou a rivalidade com outras cidades-estados, em especial Esparta.
Alguns aliados também já não queriam mais fazer parte da Liga de Delos, por julgá-la desnecessária após a derrota dos persas. O acirramento dos conflitos entre as póleis gregas resultou na Guerra do Peloponeso, que durou de 431 a 404 a.C., e opôs principalmente Atenas e Esparta.
Após longos anos de conflito, os espartanos conseguiram a vitória e impuseram sua hegemonia sobre a Grécia, dissolvendo a Liga de Delos. Essa hegemonia chegou a ser contestada novamente por Atenas, que voltou a se impor como dominante por um breve período. Posteriormente, foi a vez da cidade-estado Tebas.
A imensa fragilidade das cidades-estados gregas, provocada por anos de conflitos, facilitou a invasão da Grécia por Filipe II, rei da Macedônia, no século IV a.C., que acabou eliminando a autonomia das cidades-estados.
Contudo, apesar de ter entrado em decadência e ter perdido seu poder político, a herança cultural deixada por Atenas fez parte das expedições do filho de Filipe II, Alexandre, o Grande, pelo Oriente, e continuou a influenciar o mundo.
Exercício de fixação
ENEM/2013
“Durante a realeza, e nos primeiros anos republicanos, as leis eram transmitidas oralmente de uma geração para outra. A ausência de uma legislação escrita permitia aos patrícios manipular a justiça conforme seus interesses. Em 451 a.C., porém, os plebeus conseguiram eleger uma comissão de dez pessoas — os decênviros — para escrever as leis. Dois deles viajaram a Atenas, na Grécia, para estudar a legislação de Sólon”.
COULANGES, F. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
A superação da tradição jurídica oral no mundo antigo, descrita no texto, esteve relacionada à
A adoção do sufrágio universal masculino.
B extensão da cidadania aos homens livres.
C afirmação de instituições democráticas.
D implantação de direitos sociais.
E tripartição dos poderes políticos.