Qual era a importância do Império Bizantino na relação com o Ocidente?

Também conhecido como Império Romano do Oriente, foi um dos principais impérios do Oriente durante a Idade Média.


Qual era a importância do Império Bizantino na relação com o Ocidente?

Exemplo de um mosaico bizantino

O que foi

No século IV o Império Romano dava sinais claros da queda de seu poder no ocidente, principalmente em função da invasão dos bárbaros (povos germânicos) através de suas fronteiras. Diante disso, o Imperador Constantino transferiu a capital do Império Romano para a cidade oriental de Bizâncio, que passou a ser chamada de Constantinopla. Esta mudança, ao mesmo tempo em que significava a queda do poder no ocidente, tinha o seu lado positivo, pois a localização de Constantinopla, entre o mar Negro e o mar Mármara, facilitava muito o comércio na região, fato que favoreceu enormemente a restauração da cidade, transformando-a em uma Nova Roma.

Reinado do imperador Justiniano 

O auge deste império foi atingido durante o reinado do imperador Justiniano I (527-565), que visava reconquistar o poder que o Império Romano havia perdido no ocidente. Com este objetivo, ele buscou uma relação pacífica com os persas, retomou o norte da África, a Itália e a Espanha. Durante seu governo, Justiniano recuperou grande parte daquele que foi o Império Romano do Ocidente. Reconquistou o norte da África, após vencer os vândalos. Chegou até a Itália e venceu os ostrogodos. E, numa das últimas campanhas no ocidente europeu, dominou a região meridional da Espanha, após vencer os visigodos.

Qual era a importância do Império Bizantino na relação com o Ocidente?

Justiniano (482-565): um dos principais imperadores do Império Bizantino.

Religião no Império Bizantino

A religião foi fundamental para a manutenção do Império Bizantino, pois as doutrinas dirigidas a esta sociedade eram as mesmas da sociedade romana. O cristianismo ocupava um lugar de destaque na vida dos bizantinos e podia ser observado, inclusive, nas mais diferentes manifestações artísticas. As catedrais e os mosaicos bizantino estão entre as obras de arte e arquitetura mais belos do mundo. 

Os monges, além de ganhar muito dinheiro com a venda de ícones, também tinham forte poder de manipulação sobre a sociedade. Entretanto, incomodado com este poder, o governo proibiu a veneração de imagens, a não ser a de Jesus Cristo, e decretou pena de morte a todos aqueles que as adorassem. Esta guerra contra as imagens ficou conhecida como A Questão Iconoclasta. 

Principais características da sociedade bizantina 

A sociedade bizantina era totalmente hierarquizada. No topo da sociedade encontrava-se o imperador e sua família. Logo abaixo vinha a nobreza formada pelos assessores do rei. Abaixo destes estava o alto clero. A elite era composta por ricos fazendeiros, comerciantes e donos de oficinas artesanais. Uma camada média da sociedade era formada por pequenos agricultores, trabalhadores das oficinas de artesanato e pelo baixo clero. Grande parte da população era formada por pobres camponeses que trabalhavam muito, ganhavam pouco e pagavam altas taxas de impostos.

Qual era a importância do Império Bizantino na relação com o Ocidente?

Mapa mostrando, na cor rosa, as regiões dominadas e conquistadas pelo Império Bizantino (Império Romano do Oriente) no começo do século VII.

Crise e Tomada de Constantinopla 

Após a morte de Justiniano, o Império Bizantino ficou a mercê de diversas invasões, e, a partir daí, deu-se início a Queda de Constantinopla. Com seu enfraquecimento, o império foi divido entre diferentes realezas feudais. Constantinopla teve sua queda definitiva no ano de 1453, após ser tomada pelos turcos. 

Atualidade 

Atualmente, Constantinopla é conhecida como Istambul e pertence à Turquia. Apesar de um passado turbulento, seu centro histórico encanta e impressiona muitos turistas devido à riquíssima variedade cultural que dá mostras dos diferentes povos e culturas que por lá passaram.


atualizado em 30/07/2020

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada

O Império Bizantino (Coleção Tudo é História)

Autor: Almeida Filho, Ruy de Oliveira / Franco Jr., Hilário

Editora: Brasiliense

Temas do livro: História Medieval

História do Império Bizantino

Autor: Giordani, Mario Curtis

Editora: Vozes

Bizâncio - a ponte da Antiguidade para a Idade Média

Autor: Santos, Aldo Porto / Angold, Michael

Editora: Imago

História de Bizâncio (Coleção Universidade Hoje)

Autor: Lemerle, Paul

Editora: Martins Fontes

Fontes de pesquisa consultadas para a elaboração do texto:

- AZEVEDO, Gislane e SERIACOPI, Reinaldo,. História – passado e presente. São Paulo: Editora Ática, 2017. 

- PILETTI, Nelson. História e Vida Integrada. São Paulo: Editora Ática, 1998.

Qual a importância da cultura bizantina para o mundo ocidental?

O legado deixado pelo Império Bizantino é amplo, influenciando desde as rotas comerciais entre Ocidente e Oriente até os códigos civis contemporâneos. A cidade de Constantinopla, uma antiga aldeia de pescadores gregos, foi urbanizada por volta de 330 d.C. por orientação do imperador romano Constantino.

Por que o Império Bizantino foi um importante elo entre os mundos ocidental e oriental?

O Império Bizantino, por sua posição geográfica, "ligava" o Ocidente ao Oriente Próximo por meio do controle do Estreito de Bósforo (que passava pelo meio da Constantinopla, a capital do Império), de modo que por ali circulavam mercadorias, pessoas e ideias.

Quais foram as contribuições do império e da civilização bizantina para a cultura ocidental?

Cultura bizantina A cidade de Constantinopla era um importante centro comercial e cultural, e foi dali que o cristianismo se expandiu. Adotaram o grego como idioma oficial no século VII e mantiveram constantes relações com os povos asiáticos.

Qual a importância do Império Bizantino após a queda do Império Romano do Ocidente?

Foi em seu governo que ocorreu a restauração da grandeza romana: ele conseguiu recuperar grandes extensões de territórios perdidos por Roma como a península da Itália, o sul da península Ibérica e o norte da África. Foi também sob Justiniano I que o Império Bizantino deixou legados vivos até hoje.