Qual é a relação da Segunda Guerra Mundial com a industrialização brasileira?

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

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Durante a Segunda Guerra Mundial ocorreu um bloqueio por parte dos britânicos aos navios mercantes alemães, o que gerou uma grande queda nas relações comerciais entre Brasil e Alemanha. Ao mesmo tempo, as trocas comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos se avolumaram.

A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial se deu por meio de acordos políticos que interessavam ao país. O governo brasileiro apoiava tanto o Eixo quanto os Aliados, fazia um “jogo duplo” leiloando os seus efetivos de guerra em busca de vantagens econômicas para o Brasil. O jogo político com os Estado Unidos que manifestavam interesses em ter uma base no nordeste brasileiro. Este interesse levou Getúlio Vargas e Frank Delano Roosevelt a construírem acordos para que o Brasil cedesse o território para a base americana e enviasse soldados brasileiros para a guerra. Na política de boa vizinha de Roosevelt, os brasileiros cumprem a sua parte do acordo, e os americanos financiam a Companhia Siderúrgica Nacional e concedem outros acordos econômicos a favor do Brasil. Em razão desta aproximação, o país passou a fornecer seus bens, tais como a borracha e minérios, para suprir a indústria bélica dos países Aliados.

A escolha pelos Aliados fez com que a Alemanha ficasse contrariada, e para mostrar seu ressentimento, atacou com os seus submarinos os navios mercantes brasileiros nas águas do Mediterrâneo e do Atlântico. Nestes ataques morreram cerca de 600 pessoas. Em agosto de 1942 o Brasil declarou guerra aos países do Eixo, agora com motivos concretos e não apenas por interesses políticos. Em 1944 o governo brasileiro envia as tropas para combater os nazistas e fascistas na Itália. Os soldados da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e a Força Aérea Brasileira (FAB) partem para atuarem juntos com os aliados nos campos de batalhas italianos.

A guerra na Europa gerou alguns impactos significativos no brasileiro comum daquela época. Houve uma recessão de consumo, principalmente de produtos essenciais, como pão e leite. A falta de combustíveis também foi sentida pelos brasileiros, houve inclusive a troca dos combustíveis em carros e ônibus pelo gasogênio, o chamado “gás pobre”, que deixava um cheiro ruim que ficou na memória daqueles que viveram o período de racionamento.

Neste período iniciado em 1939, houve a chamada nacionalização onde todos aqueles imigrantes não poderiam falar sua língua natal, além disso a vinda de imigrantes italianos, alemães e japoneses passou a ser controlada. Nos estados no sul do Brasil, havia grandes quantidades de imigrantes de origem italiana e alemã, foram bastante vigiados e punidos. Uma das medidas tomadas pelo governo foi a proibição do ensino de língua estrangeira nas escolas e aqueles que descumprissem as ordens eram levados para prisões onde eram muitas vezes torturados.

A economia brasileira durante o período, no entanto, teve um aumento significativo graças a Segunda Guerra Mundial. Os primeiros anos do conflito favoreceram os preços das matérias-primas, geralmente produtos agrícolas, que sustentavam as exportações, foram elevados no mercado internacional, valorizando a balança comercial brasileira. O país também passou por um aquecimento na industrialização de bens de consumo que eram importados e agora eram produtos nacionais.

O fim da Segunda Guerra Mundial simbolizou também a queda de várias ditaduras, como o regime fascista na Itália e o nazista na Alemanha. Após isso ficava insustentável para Getúlio Vargas manter uma ditadura, mesmo com os avanços econômicos e trabalhistas que haviam sido implementados. No poder desde 1930, ficava cada vez mais difícil para o presidente explicar como a ditadura brasileira, que perseguia seus adversários, censurava órgãos de comunicação, tinha lutado ao lado do bloco dos países Aliados, contra governos totalitários na Europa que eram tão autoritários quanto Vargas.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia/o-brasil-na-segunda-guerra-mundial/

A Segunda Revolução Industrial iniciou-se na segunda metade do século XIX, entre 1850 e 1870, e finalizou-se no fim do Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945. Essa fase da Revolução Industrial representa o início de um novo período da industrialização, vivida inicialmente na Inglaterra, mas que se expandiu para outros países.

As fases da Revolução Industrial simbolizam um novo patamar alcançado no desenvolvimento da civilização humana, no que diz respeito aos avanços tecnológicos, ao surgimento de novas indústrias, bem como à capacidade produtiva de cada uma delas. Sendo assim, não se pode considerar que houve rupturas ao longo da Revolução Industrial, mas sim o alcance de novos níveis de industrialização. Esse movimento foi dividido em fases apenas em termos didáticos.

Tópicos deste artigo

  • 1 - O que foi?
  • 2 - Causas
  • 3 - Relação com o imperialismo
  • 4 - Consequências
    • → Invenções do período
  • 5 - Revolução Industrial

O que foi?

A Segunda Revolução Industrial corresponde à continuidade do processo de revolução na indústria. O aprimoramento de técnicas, o surgimento de máquinas e a introdução de novos meios de produção deram início a um novo momento. A industrialização que, antes, limitava-se à Inglaterra, expandiu-se para outros países, como Estados Unidos, França, Rússia, Japão e Alemanha.

O ferro, o carvão e a energia a vapor, característicos da primeira fase da Revolução Industrial, agora dão lugar aos representantes da segunda fase: o aço, a eletricidade e o petróleo.

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As tecnologias introduzidas nesse período possibilitaram a produção em massa, a automatização do trabalho e o surgimento de diversas indústrias, em especial as indústrias elétrica e química. Houve também um aumento considerável de empresas e o aprimoramento das indústrias siderúrgicas.

As ferrovias expandiram-se, possibilitando o escoamento dos bens produzidos e o aumento do mercado consumidor. Surgiram, durante a Segunda Revolução Industrial, diversos inventos que modificaram toda a organização social e criaram novas relações, sejam essas sociais, de trabalho e até mesmo entre o ser humano e o meio.

Os novos meios de produção desencadearam, nesse período, a introdução de modos de organização da produção industrial que se preocupavam com a produção a menor custo e menor tempo, ou seja, a racionalização do trabalho. Esses modos de organização ficaram conhecidos como taylorismo e fordismo. Para saber mais sobre esse assunto, leia nosso texto: Fordismo e taylorismo.

Causas

A Segunda Revolução Industrial teve como principais causas fatores relacionados às Revoluções Burguesas, como a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, ocorridas entre os anos de 1640 e 1850.

Essas revoluções estavam pautadas no pensamento liberal e foram influenciadas também pelo iluminismo, sendo responsáveis pelo desenvolvimento das relações capitalistas de produção e também pela dominação social nesse período. A burguesia era a classe dominante em diversos países, apesar de subordinada à Igreja e à monarquia.

As Revoluções Burguesas foram responsáveis pelo fim do Antigo Regime e também pelo fortalecimento do capitalismo, o que acabou possibilitando o desenvolvimento industrial. Houve, nesse momento, um grande avanço tecnológico, a instalação de novas indústrias e a ampliação da produção.

O capitalismo financeiro surge durante a Segunda Revolução Industrial, devido à instalação de grandes empresas que passaram a monopolizar os setores industriais e de mercado. O capitalismo passa então a uma nova fase, assim como passa a representar esse período da Revolução Industrial.

Saiba também: Como se deu o surgimento da burguesia?

Relação com o imperialismo

Qual é a relação da Segunda Guerra Mundial com a industrialização brasileira?

A introdução de processos automatizados e as correias transportadoras nas indústrias aumentaram significativamente a produção industrial.

A inserção de novas técnicas, o aprimoramento de novos meios de produção e o aumento das fábricas, apesar de terem impulsionado o desenvolvimento industrial e aumentado a produtividade e os lucros, acabaram gerando bastante desemprego naquele período, empobrecendo a classe trabalhadora. A mão de obra foi substituída por máquinas, processos automatizados e correias transportadoras. Ou seja, a manufatura deu lugar à maquinofatura.

Essa nova realidade fez com que a classe trabalhadora não fosse capaz de consumir tudo que era produzido, o que acabou gerando um grande excedente na produção, diminuindo os lucros e causando diversos prejuízos.

Os países capitalistas, como Alemanha e Estados Unidos, necessitavam então ampliar seu mercado consumidor, expandindo-o geograficamente para além dos territórios europeus. Além disso, precisavam também buscar matéria-prima suficiente para suprir a produção. Surge, nesse momento, o que ficou conhecido como: imperialismo.

O imperialismo corresponde às ações e medidas tomadas por países que pretendiam expandir seus territórios por meio da dominação de outros territórios. Essa dominação pode ser de ordem cultural, política ou econômica.

Consequências

Qual é a relação da Segunda Guerra Mundial com a industrialização brasileira?

Uma das principais consequências da Segunda Revolução Industrial foi o aumento significativo da produtividade nas indústrias.

As consequências da Segunda Revolução Industrial podem ser vistas tanto na economia quanto na sociedade. O desenvolvimento tecnológico propiciou a produção em massa e uma nova forma de organização do trabalho, dando origem a novas relações entre os empregadores e empregados. Com o monopólio das grandes empresas, que, sozinhas, dominavam o mercado, houve concentração do capital e desvalorização da mão de obra.

Houve a substituição do ferro pelo aço, que passou então a ter um papel fundamental nas indústrias. O aço passou a ser utilizado nas ferrovias, na indústria naval e na fabricação de armamentos, por exemplo.

Leia mais: Relação entre a industrialização e a urbanização

Até a primeira fase da Revolução Industrial, a indústria química ainda não tinha ganhado destaque, o que mudou com o início da segunda fase. Nessa foram desenvolvidos remédios, fertilizantes, adubos, papel e uma diversidade de produtos que modificaram a vida das pessoas.

A eletricidade que, antes, limitava-se apenas ao desenvolvimento de pesquisas laboratoriais, agora faz parte não só das indústrias mas também do dia a dia de toda a população. A substituição da energia a vapor pela energia elétrica possibilitou o melhor desenvolvimento das indústrias, bem como permitiu criar diversos instrumentos que facilitariam a produção. A eletricidade passou a ser utilizada também para iluminação e transporte, com o trem elétrico, e possibilitou diversos avanços no campo da comunicação.

O uso do petróleo como fonte de energia também foi responsável por diversas alterações na sociedade e na indústria. Surgiram, nesse período, os motores de combustão, a gasolina e a gás. A substituição gradativa do carvão pelo petróleo gerou um novo significado à indústria, pois o uso do segundo possibilitou produção maior quando comparada à que utiliza o primeiro como fonte de energia.

A introdução desses elementos na indústria durante a Segunda Revolução Industrial permitiu o aumento da produção de alimentos com as técnicas inseridas na produção agrícola. Essa, que antes era de subsistência, em sua maior parte passa a atender o mercado consumidor.

Apesar desses inúmeros avanços alcançados, a Segunda Revolução Industrial provocou algumas alterações negativas. Um exemplo foi o intenso êxodo ruralmotivado pela substituição da mão de obra por máquinas, fazendo com que muitos trabalhadores deixassem o meio rural e dirigissem às cidades. Iniciou-se, nesse momento, o processo de urbanização, e, com ele, começaram alguns problemas, como o inchaço urbano e a favelização. O desemprego, que significou muita mão de obra disponível, desencadeou o aumento da pobreza, da violência e da desvalorização do trabalho.

Leia também: Os efeitos da industrialização

→ Invenções do período

  • Bateria química

  • Indução eletromagnética

  • Lâmpada de filamento

  • Tração elétrica

  • Motores elétricos

  • Cabo submarino de comunicações

  • Telefone

  • Telégrafo sem fio

  • Ondas de rádio

Revolução Industrial

A Revolução Industrial tratou-se de um momento iniciado em meados do século XVIII e vivido, primeiramente, na Inglaterra, mas que, posteriormente, ultrapassou os países do continente europeu. Esse período representou um intenso avanço tecnológico que modificou a produção industrial, provocando mudanças no setor econômico, financeiro e social.

A fim de facilitar o entendimento sobre o que significou a Revolução Industrial e seus desdobramentos, diz-se que houve fases, as quais corresponderam aos avanços e aprimoramentos tecnológicos que resultaram em inovações e maior desenvolvimento industrial nos países. Para conferir um panorama completo da Revolução Industrial, sugerimos a leitura deste texto: Revolução Industrial.

→ Primeira Revolução Industrial

A Primeira Revolução Industrial teve início no século XVIII e durou até meados do século XIX. Essa fase limitou-se à Inglaterra e foi marcada especialmente pela acelerada transformação vivida no setor produtivo. Os marcos da primeira Revolução Industrial foram: o uso do carvão como fonte de energia e surgimento da máquina a vapor e da locomotiva. Para saber mais sobre o assunto, clique aqui: Primeira Revolução Industrial

→ Terceira Revolução Industrial

A Terceira Revolução Industrial iniciou-se a partir de 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Essa fase também é chamada de Revolução Técnico-científica. Nesse período, houve um avanço tecnológico até então nunca vivenciado. O aprimoramento de técnicas abrangeu não só o processo produtivo mas também alcançou o campo científico. Destacaram-se a robótica, a genética, as telecomunicações, dentre outros elementos representativos do período. Para saber mais sobre o assunto, clique aqui: Terceira Revolução Industrial

Por Rafaela Sousa
Graduada em Geografia

Qual é a relação da Segunda Guerra Mundial com o processo de industrialização brasileira?

O Brasil passou por um processo de industrialização tardia e crescimento econômico a partir dos anos 30, sendo, segundo Serra (1982), mais acentuado a partir da Segunda Guerra Mundial, quando a indústria manufatureira consolidou seu papel de eixo dinâmico da economia.

Como a segunda guerra mundial impactou no processo de industrialização?

A economia brasileira foi aberta ao capital internacional e empresas multinacionais se sentiram atraídas pela nova oportunidade de expansão. Vale destacar que, entre tais empresas, montadoras de veículos como Ford, General Motors e Volkswagen optaram por investir no território brasileiro.

Quais as consequências da industrialização no Brasil pós 2 guerra Mundial?

Principais aspectos positivos: - Os salários nas indústrias, com o tempo, ficaram mais atrativos do que no campo; - A industrialização gerou renda, aumentou o consumo e impulsionou o crescimento da economia brasileira; - O preço de produtos industrializados passou a ficar mais barato para o consumidor brasileiro.

Qual foi o impacto da Segunda Guerra Mundial no Brasil?

O país também passou por um aquecimento na industrialização de bens de consumo que eram importados e agora eram produtos nacionais. O fim da Segunda Guerra Mundial simbolizou também a queda de várias ditaduras, como o regime fascista na Itália e o nazista na Alemanha.