Discite
O que é Discite?
Discite, ou infecção do espaço do disco, é uma doença inflamatória que afeta o espaço do disco intervertebral, localizado entre duas vértebras. Caracterizada pelo início lento de dores nas costas, a discite é mais freqüentemente observada em crianças menores de 10 anos. No entanto, os adultos também podem desenvolver a doença.
A discite pode ser causada por uma infecção bacteriana ou viral, ou outros processos inflamatórios, tais como aqueles associados a uma doença auto-imune. A condição mais comumente afeta os discos na lombar e torácicos em suas porções média e alta.
A discite pode ser muito dolorosa, dor esta que tende a ser agravada pelo movimento da coluna vertebral e que irradia muitas vezes para outras partes do corpo, tais como o abdome, quadris, pernas ou virilha.
Quais são os sintomas de Discite?
Além de dor nas costas, os sintomas das espondilodiscites podem incluir:
- Febre
- Calafrios
- Sudorese
- Rigidez
- Fadiga
- Perda de apetite
As crianças com esta condição podem agir de
forma irritada e desconfortável, se recusando a sentar, ficar de pé ou andar.
Como é Discite diagnosticada?
Para determinar se discite é a causa dos seus sintomas, o médico pode prescrever um ou mais dos seguintes testes:
- Raios-X – para verificar se há estreitamento do espaço do disco entre as vértebras
- RNM (Ressonância Nuclear Magnética) – para verificar se há inflamação no espaço do disco
- Cintilografia óssea – o que pode revelar uma maior captação no local da inflamação
- Hemograma completo – para verificar se há uma contagem de glóbulos brancos elevada
- VHS (velocidade de hemossedimentação), PCR (Proteína C Reativa) – para verificar se há uma taxa de sedimentação elevada, indicadores de inflamação
Como é Discite tratada?
O objetivo de tratar espondilodiscites é eliminar a causa da inflamação e reduzir a dor e outros sintomas. Antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos podem ser prescritos. Repouso no leito e uso de uma cinta lombar para imobilização e suporte da área afetada também podem ser recomendados.
A recuperação total pode ser esperada em casos que envolvem a infecção. Nos casos em que espondilodiscites se desenvolveram como resultado de uma doença auto-imune, a recuperação vai depender do controle dessas doenças, que em sua maioria são tipicamente crônicas.
Discuta sua condição cuidadosamente com o seu médico, e confie em seu julgamento sobre qual a opção de tratamento é a mais adequada.
A espondilodiscite se refere à infecção das vértebras e dos discos intervertebrais por bactérias (espondilodiscite piogênica) ou pela tuberculose (Mal de Pott). Neste sentido, as infecções bacterianas da coluna vertebral são na maioria das vezes causadas pelo Staphylococcus aureus. A principal via de contágio
da espondilodiscite é a hematogênica (sanguínea). Isto quer dizer que após uma infecção em outra região, a bactéria atinge a corrente sanguínea e acaba se instalando na coluna vertebral. Certamente as infecções de pele e de urina são as que mais disseminam bactérias para a coluna.
Quais os principais fatores associados à espondilodiscite?
A espondilodiscite pode ocorrer em qualquer indivíduo, porém os principais fatores de risco são:
- Idade (crianças abaixo de 10 anos e idosos acima de 65 anos)
- Imunodepressão (baixa imunidade por medicamentos ou por outras doenças como câncer)
- Infecções ativas, principalmente de pele e do trato urinário
- Hemodiálise
- Diabetes mellitus
- Uso de drogas endovenosas
- Etilismo
- Acessos venosos de repetição para colher sangue ou infusão de medicações
Quais os principais sintomas?
A manifestação clínica da espondilodiscite é variada já que podemos ter desde casos leves com cura espontânea até condições graves com risco de vida. Felizmente, na maioria das vezes os sintomas são leves, porém o atraso do diagnóstico pode trazer sérias complicações.
O habitual é que o paciente desenvolva alguns dos sintomas a seguir de forma lenta e gradual:
- Febre
- Dor na região da coluna
- Astenia (fraqueza e cansaço)
- Dor irradiada para as pernas ou para os braços
Como é realizado o diagnóstico?
A principal forma de diagnóstico é pela consulta médica e exame físico detalhados pois outras condições podem apresentar sintomas semelhantes. Caso haja suspeita, o principal exame diagnóstico é a ressonância magnética da coluna. Além disso, os exames de sangue comprovam a presença de quadro infeccioso/inflamatório.
Para a identificação do micro-organismo que está causando a infecção (exame de cultura), pode-se realizar uma punção guiada por tomografia da coluna ou colher diretamente o material infectado por meio de cirurgia. Desse modo, em casos leves indicamos a punção guiada por tomografia e em casos graves optamos por cirurgia.
Qual o tratamento da espondilodiscite?
O tratamento varia de acordo com a gravidade do caso, agressividade da bactéria e extensão da doença. Em virtude da maioria dos casos serem leves ou moderados, a principal forma de tratamento é por meio da antibioticoterapia. Portanto, de maneira geral, os antibióticos são administrados de forma endovenosa por 4-6 semanas e após este período se completa o tratamento com antibióticos orais por mais 4-6 semanas.
É importante mencionar que a escolha do antibiótico, quanto tempo e qual a via de administração são definidos por um exame chamado “cultura” que identifica qual bactéria é a causadora da infecção e qual antibiótico é eficaz contra ela.
Os casos graves são melhor tratados de forma cirúrgica, sendo as principais indicações:
- Lesões de estruturas neurológicas (nervos ou medula)
- Comprometimento da estabilidade da coluna
- Disseminação da infecção para o restante do organismo (sepse)
- Falha do tratamento clínico com antibiótico
Quais as complicações da espondilodiscite?
O atraso no diagnóstico e o tratamento inadequado podem trazer complicações graves. As principais são:
- Deformidade da coluna
- Déficits neurológicos (perda de sensibilidade e motricidade)
- Dor crônica
- Perpetuação da infecção (osteomielite)
- Evolução da infecção com falência de órgãos, sepse e até morte
O
tratamento ideal deve ser individualizado e definido após uma avaliação médica criteriosa.
Consulte um especialista em coluna.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Infectologia (//infectologia.org.br)
Sociedade Brasileira de Coluna (//portalsbc.org)
AO SPINE
(aospine.aofoundation.org)