Pesquisa inédita divulgada nesta quinta-feira (25) durante o 4º Fórum da Longevidade traça um perfil detalhado da situação do idoso no Brasil e revela que os maiores de 55 anos se sentem desrespeitados, esquecidos pelos parentes e, na maioria das vezes, percebem que precisam de cuidados especiais. Show
O estudo, organizado pelo cientista político José Carlos Libânio, ouviu cerca de 2.000 pessoas em sete cidades e aponta que 39% dos entrevistados já foram desrespeitados por causa da idade, mesmo em situações em que a terceira idade tem preferência, como transporte público gratuito, filas, estacionamentos e assentos preferenciais e INSS. Para 67% dos idosos, a terceira idade não é respeitada no país. O desrespeito é maior entre as mulheres (44%) com mais de 70 anos (49%), da classe C (42%) e que moram em regiões de alta longevidade (51%). Para 85% dos entrevistados, os idosos precisam de atenção especial e, segundo 80% deles, a sociedade ainda não está preparada para lidar com a velhice. Muitas vezes, dizem eles, os benefícios concedidos socialmente se tornam motivo de desrespeito e eles se veem diante do dilema: aceitar ou não as preferências oferecidas? Por conta disso, alguns idosos evitam a fila preferencial e interpretam como desprestígio quando uma cadeira é oferecida, ressalta o estudo. De acordo com os entrevistados, nos ônibus é onde acontece grande parte das situações de desrespeito. Os mais velhos relatam que os motoristas não gostam de parar, que os assentos preferenciais são poucos e ocupados por jovens e que no Rio de Janeiro, por exemplo, eles são chamados de "0800". Nos hospitais, são tratados com descaso e em bancos as pessoas "olham torto" para quem está na fila preferencial. LEIA TAMBÉMSobre a família, quase 60% dos ouvidos na pesquisa dizem que os parentes esquecem-se dos idosos. Ainda assim, 80% deles é responsável pelo sustento da casa onde vivem. A situação é especialmente comum no Nordeste e na classe C. Apenas 19% afirmam ser sustentados por parentes. Saúde e
longevidade As principais preocupações do idoso são, em primeiro lugar, invalidez (45%), depois doenças (41%) e dependência financeira (31%). Trabalho e aposentadoria Quase metade dos idosos (48%) não planejou a aposentadoria e quem o fez, contribuiu para o INSS (81%). Só 19% dos entrevistados que planejaram a aposentadoria investiram em previdência aberta, 6% poupou dinheiro e 4% preferiu aplicar em imóveis. Pontos positivos e negativos Questionados sobre os pontos positivos, eles citaram: prioridade e benefícios, tranqüilidade, experiência de vida, liberdade e ser respeitado. Dos ouvidos, 30% acha que envelhecer é motivo de preocupação, mas apenas para 13% a velhice é um transtorno, sendo que a maior preocupação é entre as mulheres. A maioria discorda das frases "A velhice é um tipo de doença" (78%) e "Os idosos dependem dos outros para tudo" (61%), embora os entrevistados citem limitações físicas, doença, rejeição, vulnerabilidade, desprezo, desrespeito, discriminação e dependência e solidão como pontos negativos de se envelhecer. Em São Paulo e Brasília, a falta de oportunidade de trabalho é enfatizada como ponto negativo. E em Porto Alegre, um motivo de preocupação são os remédios caros. Autodefinição Os homens preferem se definir por meio de hobbies, como futebol, religião e música. Usam palavras mais racionais, como honesto, trabalhador e profissional. Família A maioria dos entrevistados ainda mora com o cônjuge (63%) e em famílias com mais de 3 pessoas (59%). Em São Paulo, muitos idosos ainda se preocupam com formação dos filhos. E, em geral, os netos são considerados seus segundos filhos. Amizades Elas são grandes articuladoras das redes de sociabilidade e se esforçam para manter as amizades antigas. Com a aposentadoria, há a necessidade de reconstituir a sua rede de amigos, especialmente na igreja e em trabalhos voluntários ou em um novo emprego ou atividade. Cotidiano A falta de dinheiro (37%), de tempo (29%) e de saúde (20%) são os principais motivos que impedem os idosos de fazerem mais o que gostam, especialmente viajar. No entanto, 80% dos entrevistados se declaram realizados. Quais os pontos positivos e negativos do envelhecimento?As doenças ou dificuldades físicas são, para a maioria, o principal sinal de que a velhice chegou. Outra característica atrelada à idade avançada, segundo a pesquisa, é o desânimo, a perda da vontade de viver. Além de conviver com as próprias debilidades, o idoso brasileiro tem outro inimigo a enfrentar: a violência.
Quais os pontos positivos do envelhecimento?É importante abordar o envelhecimento considerando a população idosa dinamicamente — com mais esperança de vida, melhores funções e capacidades cognitivas e mais educação e, portanto, com maior capacidade para contribuir produtivamente a sociedade.
Quais os pontos negativos do envelhecimento da população?O envelhecimento da população traz problemas como a possibilidade de faltar jovens no mercado de trabalho - o que eleva inclusive o custo da mão de obra gerando problemas econômicos - e a elevação nos custos da previdência social e gastos com saúde.
Quais as características positivas da fase idosa?As pessoas acima de 60 anos estão mais ativas e sociáveis e querem ser mais participativas na sociedade. A idade é vista como um renascimento, apesar da dificuldade de se planejar e pensar no longo prazo – resultado de experiências e dificuldades vividas em tempos de recessão.
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