A Insuficiência renal é a perda súbita da capacidade de seus rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue. Quando isso acontece, os resíduos podem chegar a níveis perigosos e afetar a composição química do seu sangue, que pode ficar fora de equilíbrio.
As causas desta doença são várias, os rins tornam-se incapazes de proceder à eliminação de certos resíduos produzidos pelo organismo.
Existem dois tipos de Insuficiência Renal:
A IRA (Insuficiência Renal Aguda)
É Perda rápida de função renal que pode ser recuperada no espaço de poucas semanas. As causas devem-se desidratação, intoxicações, traumatismos, medicamentos e algumas doenças. Dependendo da gravidade e porque a vida não é possível sem os rins a funcionar, pode ser necessário fazer diálise.
A IRC (Insuficiência Renal Crônica)
Já é a perda lenta progressiva, irreversível das funções renais (é nesta fase que se aconselha os doentes a iniciarem um caminho pessoal de preparação para a diálise).
Lembrando que a IRC é uma patologia progressiva, com elevada taxa de mortalidade, que ameaça tornar-se num grave problema de saúde pública com implicações sérias no Serviço Nacional de Saúde.
Causas que podem levar a uma Insuficiência Renal
- Condição que diminui o fluxo sanguíneo para os rins;
- Dano direto aos rins;
- Uso de alguns medicamentos;
- Bloqueio nos tubos de drenagem de urina dos rins (uréteres), fazendo com que os resíduos não consigam deixar o corpo através da urina;
- Glomerulonefrite;
- Pielonefrite;
- Rins policísticos;
- Diabetes;
- Hipertensão arterial.
Há fatores de Risco!
Várias doenças podem concorrer para a anulação funcional permanente dos rins. Atualmente, a mais frequente é a Nefropatia diabética.
A hipertensão arterial, a nefropatia isquêmica, a pielonefrite aguda, as glomerulonefrites e a doença renal policística autossômica dominante são outras doenças que estão na origem da Insuficiência renal crônica (IRC).
Sinais e Sintomas
Os sinais de doença renal aparecem gradualmente, pode nem notar o início destes sinais e sintomas. (Quando a função renal e inferior a 50% podem surgir os seguintes…)
- Menor produção de urina; necessidade frequente de urinar, mesmo de noite;
- Inchaço das mãos, pernas, em torno dos olhos;
- Falta de ar;
- Dificuldades em dormir;
- Perda de apetite, náuseas e vômitos;
- Hipertensão;
- Sensação de frio e fadiga.
Como é avaliado a função renal?
Clearance de Creatinina
Uma forma mais direta de avaliação da função renal é através da determinação da clearance: a clearance (K) é o volume de sangue a partir do qual uma substância é completamente eliminada pelos rins em cada unidade de tempo (normalmente ml/min.). Matematicamente, essa capacidade pode ser expressa por:
K = Taxa de depuração concentração no sangue
A clearance da creatinina numa pessoa normal saudável é 100-140 ml/min. Isto significa que cerca de 10% do sangue que passa pelos rins (aproximadamente 1200 ml/min) são completamente livres de creatinina. Isto diminui com a idade, sofrendo uma redução de 50% aos 70 anos.
Taxa de Filtração Glomerular (TFG)
O método mais comum para estudar a função renal é calcular a taxa de filtração glomerular (TFG). Na prática clínica, a urina produzida durante um período de 24 horas é recolhida e o volume total e a concentração da creatinina são analisados. Durante este período de colheita da amostra, também é colhida uma amostra de sangue e analisada a concentração no plasma.
Como é o tratamento para os pacientes renais?
O tratamento consiste em todas as medidas clínicas (remédios, modificações na dieta e estilo de vida) que podem ser utilizadas para retardar a piora da função renal, reduzir os sintomas e prevenir complicações ligadas à doença renal crônica.
Apesar dessas medidas, a doença renal crônica é progressiva e irreversível até o momento. Porém, com o tratamento conservador é possível reduzir a velocidade desta progressão ou estabilizar a doença.
Esse tratamento é iniciado no momento do diagnóstico da doença renal crônica e mantido a longo prazo, tendo um impacto positivo na sobrevida e na qualidade de vida desses pacientes. Quanto mais precoce começar o tratamento conservador maiores chances para preservar a função dos rins por mais tempo.
Quando a doença renal crônica progride até estágios avançados apesar do tratamento conservador, o paciente é preparado da melhor forma possível para o tratamento de diálise ou transplante.
O Preparo do paciente para terapia de diálise ou transplante
Essa fase do tratamento inicia-se quando o paciente apresenta em torno de 20% da sua função renal e depende da velocidade com que a sua doença progride; à medida que a função renal se aproxima de 15% é fundamental preparar o paciente para o tratamento de substituição da função renal (diálise ou transplante). A realização desses procedimentos permitirá que o paciente tenha menos complicações quando for iniciar a diálise ou submeter-se ao transplante de rim.
Os Cuidados de Enfermagem na Diálise
- Monitoração dos SSVV a cada trinta minutos;
- Monitorar o peso do paciente antes e depois da diálise;
- Avaliar a via de acesso e monitorar sinais flogísticos;
- Adotar medidas para controle de infecções;
- Proporcionar suporte emocional;
- Avaliar dor e administrar analgésicos prescritos;
- Aplicar bolsas de calor ou frio;
- Realizar massagens visando o relaxamento do paciente;
- Avaliação clínica do paciente;
- Administrar medicação prescrita;
- Monitorar o peso do paciente antes e depois da diálise;
- Manutenção do acesso da diálise;
- Monitorar níveis anormais de eletrólitos séricos;
- Ofertar se necessário oxigenoterapia;
- Verificar SSVV;
- Realizar curativos do cateter: monitorar os locais das punções, alternando-as;
- Inspecionar a pele.