Existem muitas dúvidas quando o assunto é o preparo para exames de sangue.
É muito comum que as pessoas questionem sobre tempo de jejum ou ainda se o consumo de bebida alcoólica, remédios, antes da realização do procedimento podem interferir no resultado do exame.
Confira os principais mitos e verdades do assunto, para te ajudar a se preparar da forma correta para os exames.
- Todos os exames de sangue que precisam de jejum só podem ser feitos pela manhã.
Mito! A exigência para a realização dos exames é respeitar o tempo de jejum.
Exames que exigem quatro horas, por exemplo, não impedem que a coleta de sangue seja feita a tarde, por exemplo.
Isso vai depender, na verdade, do horário de funcionamento do laboratório que for escolhido para os exames.
- Um chá ou cafezinho sem açúcar não interrompem o jejum.
Mito! Qualquer alimento, com exceção da água, ao ser ingerido, interferem no resultado dos exames porque
modificam algumas dosagens bioquímicas.
Por isso, nem mesmo um chá sem açúcar pode ser ingerido durante o período do jejum.
- Durante o jejum para exame de sangue é preciso evitar o consumo excessivo de água.
Verdade! Até mesmo o consumo de água deve ser feito sem excessos, o ideal é consumir a média recomendada por dia: 3 litros para um adulto. Água não quebra o jejum, mas, em excesso, pode alterar os resultados nos exames de urina, por exemplo.
- Bebidas alcoólicas devem ser suspensas até 72 horas antes dos exames.
Verdade! O consumo de álcool pode interferir nos resultados do colesterol e glicose, porque interfere no metabolismo dos açúcares.
- Pode haver contraindicação a respeito do uso medicação de rotina antes de fazer os exames.
Verdade! Alguns medicamentos podem interferir nos resultados da coleta de sangue e cabe ao médico e ao laboratório informar quando se deve suspender determinado medicamento.
Os
antibióticos e anti-inflamatórios, por exemplo, causam alterações nos testes de coagulação do sangue.
Nos casos em que o uso de um medicamento não pode ser suspenso, o laboratório irá analisar os dados do exame levando em consideração a presença da medicação.
- A prática de atividades físicas altera o resultado do exame.
Verdade! É recomendado avisar ao laboratório sobre o hábito de se exercitar.
A prática de atividades físicas gera a queima de calorias, que reduz os
níveis de glicose no sangue, além de produzir metabólicos como o ácido lático e a creatinofosfoquinase (CPK).
O laboratório precisa ser informado sobre a rotina de exercícios para considerar possíveis alterações dessas substâncias.
Fonte: hermespardini
2019-04-10 17:30:08
Paracetamol, por exemplo, pode alterar os níveis de enzimas hepáticas.
Informar ao laboratório de análises clínicas sobre todos os medicamentos que o paciente faz uso, seja de uso continuado ou esporadicamente, pode ser decisivo para o resultado correto de um exame. Se o paciente não informa os medicamentos que utilizou, o resultado do exame pode vir alterado, o
que pode dificultar o diagnóstico correto do problema de saúde e prejudicar o tratamento do próprio paciente. Mesmo medicamentos isentos de prescrição, como um simples analgésico, podem ter interferência direta no resultado.
Por exemplo, o paciente que tomar altas doses de ácido acetilsalicílico (AAS, aspirina etc.) pode apresentar baixa no hormônio T4 e ter hipoglicemia por potencializar o efeito de insulina.
Cabe ao laboratório orientar o paciente sobre a importância de relatar o uso
do medicamento e ao paciente informar todo o tipo de medicamento utilizado.
O presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo, Dr. Marcos Machado, especialista em Análises Clínicas, ressalta que essas informações e o material coletado para o exame devem ser enviados conjuntamente para análise. “Algumas vezes o paciente não informa sobre o uso de medicamentos e culpa o laboratório ao se deparar com uma alteração improvável, já que o exame pode ser repetido, em outro lugar, e
apresentar resultados diferentes. Nesse momento ninguém pensa que pode ter sido um medicamento que o paciente usou antes do primeiro exame e não do segundo”, destaca.
Veja a relação de medicamentos que podem interferir nos resultados de exames laboratoriais
Exemplos de medicamentos vendidos sob prescrição que alteram exames laboratoriais | ||
Medicamento | Indicação | Alteração provocada |
Estatinas | Reduzem taxas de colesterol | Podem elevar enzimas CK (Creatina Quinase) |
Fluconazol | Antifúngico | Eleva enzimas hepáticas quando o paciente apresentar alguma toxicidade hepática causada pelo uso do fluconazol |
Prednisolona | Corticoide | Pode elevar a glicemia sanguínea |
Propanolol | Antagonista de Beto-adrenérgicos (usados para hipertensão) | Pode causar alterações no exames de dosagens de enzimas hepáticas (ALT,AST,LDH) e também na dosagem de ureia que é utilizada para verificar funcionamento renal. |
Tetraciclinas | Antibiótico | As tetraciclinas podem produzir falsas elevações das catecolaminas urinárias; podem alterar a concentração de ureia sérica por seu efeito antianabólico. Concentrações séricas de transaminase glutâmico-pirúvica (TGP), fosfatase alcalina, amilase, transaminase glutâmico-oxalacético e bilirrubinas podem estar aumentadas com a administração de tetraciclinas. |
Cetoconazol | Agentes antifúngicos | Pode causar alterações nas enzimas hepáticas |
Medicamentos isentos de prescrição também podem causar alterações | ||
Medicamento | Indicação | Alteração provocada |
Ácido acetilsalicílico | Anti-inflamatório / analgésico | Altas doses de ácido acetilsalicílico podem baixar hormônio T4 / Pode reduzir a agregação das plaquetas / Pode causar hipoglicemia por potencializar o efeito de insulina |
Paracetamol | Analgésico e antipirético | Aumenta o nível de enzimas hepáticas / Pode causar resultado falsamente diminuído de glicemia |
L-Carnitina | Mobilização de gorduras do tecido adiposo | Pode causar aumento de triglicérides |