Quais os materiais e equipamentos que devem conter na unidade de internação do paciente?

As Instituições Hospitalares possuem várias especialidades médicas, com várias unidades de internação especificas, mas há clientes que necessitam de tratamentos intensivos diante de complicações clínicas grave, portanto a Portaria GM/MS nº 3432 de 12 de agosto de 1998. – DOU Nº 154, estabelece critérios de classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTI 1.

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é constituída de um conjunto de elementos funcionalmente agrupados, destinados a pacientes críticos que requer atenção de uma equipe multiprofissional especializada e ininterrupta, atualizada no contexto teórico e pratico com equipamentos específicos e tecnologias destinadas ao diagnóstico e tratamento, devendo contar com uma estrutura física própria, para atender com qualidade e segurança os clientes que necessitam de cuidados para diversas patologias2.

A UTI é setor obrigatório em todo hospital, devendo ter uma área distinta com capacidade de leitos de 6% a 10 % do total de leitos existentes no hospital, sendo sua planta física composta de 9 a 10 m2 por leito, ter uma iluminação adequada com um gerador próprio, um ambiente climatizado, paredes laváveis, a unidades deve possuir uma visualização permanente dos pacientes e duas pias por unidade3.

A metodologia de trabalho de uma UTI deve ser definida a partir de sua organização. O projeto deve ser conduzido por um grupo interdisciplinar composto por médicos, enfermeiros, arquitetos, engenheiros e administradores que deve avaliar todas as características da UTI, os serviços que serão oferecidos, os critérios de admissão e alta, a demanda e as taxas esperadas de ocupação. Há uma necessidade de uma analise detalhado dos recursos humanos, das equipes médicas, de enfermagem, fisioterapia, farmácia, nutrição, entre outros3.

Diante dos serviços de saúde prestados a população, há uma defasagem de profissionais qualificados e leitos para o atendimento em UTI em relação à demanda dos pacientes4.

A humanização do espaço físico da instituição certamente contribui para o bem-estar dos usuários e a melhoria da sua imagem, contribuindo para assegurar sua competitividade no mercado5.

Esse estudo de revisão bibliográfica tem como objetivo, analisar o planejamento físico e organizacional, a qualidade do atendimento e discutir o dimensionamento nas Unidades de Terapia Intensiva, pela equipe multiprofissional.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativo revisão de literatura, sendo definida como um mapeamento teórico do estudo atual de conhecimento sobre o tema. Os dados foram coletados através do Google Acadêmico, Scielo (Scientific Electronic Library Online), Bireme (Centro Latino-Americano e do Caribe de informações em Ciências da Saúde), Lilacs (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), além de livros sobre Unidade de Terapia Intensiva, qualidade do atendimento e estrutura física. A pesquisa considerou artigos e livros publicados de 1987 a 2011. Foram achados cinco mil setecentos e trinta publicações e utilizados vinte e sete publicações, que se identificaram com os objetivos do estudo.

REFERENCIAL TEÓRICO

1 – ESTRUTURA FÍSICA E ORGANIZACIONAL DAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA

A necessidade de aperfeiçoar estes recursos e restaurar a saúde, fez surgir as Unidades de Terapia Intensivas (UTI’s), cujo projeto deve considerar o ambiente físico e equipamentos clínicos indispensáveis ao cuidar6.

As Unidades de Terapia Intensiva são destinadas ao atendimento de clientes com quadros clínicos graves ou de risco, onde a metodologia de trabalho deve ser definida a partir de sua organização2.

As dimensões de uma UTI devem levar em consideração, além do número de pessoas envolvidas em seu funcionamento e sua locomoção dentro da unidade, os equipamentos e a mobília que serão utilizados. O posicionamento dos mesmos ajudará a definir o local onde serão instaladas as tomadas, a iluminação, saída de gases e demais equipamentos. Faz-se necessário então, a presença de profissionais especializados em arquitetura hospitalar, para um projeto que tenha como objetivo a funcionalidade, otimização do espaço, menor custo de construção e manutenção e de uma equipe multiprofissional, que possui o conhecimento prático dos serviços oferecidos dentro da unidade de tratamento intensivo. Um ambiente corretamente adaptado às suas funções minimiza a incidência de riscos terapêuticos e aperfeiçoa sua produtividade9,10,11.

A equipe multidisciplinar deve avaliar todas as características da UTI, os serviços oferecidos, os critérios de admissão e alta, a demanda e a taxa de ocupação esperada, analisar os recursos humanos (equipe médica, enfermagem, fisioterapia, farmácia, nutrição, psicologia, entre outras) e os serviços de apoio (laboratórios, radiologia e outros)3.

A Resolução – RDC 50, DE 21 de Fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde7.

A localização deve ter uma área geográfica distinta dentro do hospital, permitir o fácil acesso aos elevadores de serviço e de emergência, centro cirúrgico, sala de recuperação pós-anestésica, unidade de emergência, unidades de intermediarias (semi-intensivas) e serviços de laboratório e radiologia2.

Os projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde devem obedecer a Portaria nº 1.884/6M, de novembro de 1994 do Ministério da Saúde, acatando ainda as determinações estabelecidas em códigos, leis e normas relacionadas ao assunto e vigentes no local da construção no âmbito municipal, estadual e federal, atendendo aos princípios de regionalização, hierarquização, acessibilidade, qualidade e complexidade tecnológica dos serviços de saúde8.
Segundo o arquiteto Roberto Nadalutti em seu depoimento afirma que12:

“Considerar os equipamentos e o mobiliário é fundamental para a configuração definitiva dos ambientes, o que normalmente fazemos depois da aprovação do estudo preliminar. O dimensionamento final dos ambientes depende dos equipamentos e do mobiliário de cada um (…). O posicionamento dos equipamentos e do mobiliário orienta os projetos de instalações, pois sem colocá-los no lugar você não sabe definir o layout que vai orientar a colocação de tomadas, dos pontos de luz, de água e de esgoto. Serve também para a orientação de projetos complementares mais específicos, como ar-condicionado e a localização das centrais de serviços (…). O arquiteto deverá ter uma perfeita noção dos objetivos e do funcionamento da unidade ou do ambiente e ainda das relações destes espaços funcionais com os demais.”

Nas primeiras UTI dos anos 1950, os profissionais confrontavam-se diariamente com a dor, morte e o sofrimento, enquanto cuidavam de pacientes em espaços de confinamento aberto. Nos últimos 50 anos, as UTI possuíam poucos leitos e eram instalados nas enfermarias de hospitais antigos13.

O modelo de UTI mudou com o decorrer do tempo e isso foi justificado pela necessidade de cuidados do paciente ao mesmo tempo em que a família foi envolvida nesses cuidados14.

Abaixo segue uma tabela que resume os aspectos chaves dos modelos de UTI desde 1950 até futuro previsível, com base na Tabela De Fontaine15:

Tabela.

Primeira Geração (Anos 1950) Segunda Geração (Anos 1970) Terceira Geração (1980 – Hoje) Quarta Geração
(Futuro)
Características Unidade aberta, sem divisória, exceto cortinas e tela, posto de enfermagem no cetro dos leitos e controle da iluminação por interruptores. Quartos individuais separados por paredes, posto de enfermagem aberto com monitoração central, iluminação nos quartos com interruptores separados do posto de enfermagem. Quartos individuais com portas de vidro dobráveis ou deslizantes disposto em semicírculo ou circulo com o posto de enfermagem no centro, janelas nos quartos com iluminação externa e aumento do controle dos níveis luminosidade. Quartos individuais com portas de vidro dobráveis ou deslizantes com cortinas ou quebra luz privativo. Area planejada para reduzir ruídos e janelas com vista de painel, iluminação controlada pelo paciente.
Vantagens Equipe fica mais próxima dos pacientes. Aumento da privacidade e controle da iluminação. Acesso melhor da equipe durante os procedimentos. Acesso da equipe e a disponibilidade de alta tecnologia para os cuidados com ambiente parecido com a casa.
Desvantagens Falta de privacidade, incapacidade do controle de ruídos e iluminação. Menor acesso e observação direta do paciente e controle precário do ruído e iluminação. Redução da privacidade do paciente pelas portas de vidro.

Os números de leitos de uma UTI devem existir com no mínimo cinco leitos, com capacidade para cem ou mais leitos. Estabelecimentos especializados em cardiologia, cirurgia e emergência devem fazer calculo específicos6,8. Do ponto de vista funcional são oito a doze leitos por unidade. As disposições dos leitos podem ser em área comum ou em quarto fechados. No entanto ambas devem permitir uma observação continua do paciente3,16.

Na área comum é indicada a separação dos leitos por divisórias laváveis de modo a proporcionar uma relativa privacidade aos pacientes17.

Na unidade de quarto fechado devem ser dotadas de painéis de vidro para facilitar a observação. Nessa área é proporcionada uma maior privacidade, redução de ruídos e possibilidade de isolamento de pacientes infectados ou imunossuprimidos17.

A despeito do projeto arquitetônico das UTI os problemas com o ruído e a iluminação brilhante tem se mantido um desafio. O ruído é risco ambiental que gera desconforto para o paciente. As fontes de ruídos incluem equipamentos, alarmes, telefones, televisões e conversas da equipe, podendo haver uma diferença individual na percepção do ruído; portanto uma avaliação objetiva do ambiente deve ser realizada pela equipe17.

De acordo com o Conselho Internacional de Ruído recomenda que os níveis de ruídos nas áreas de terapia intensiva dos hospitais não ultrapassem 45DB (A) durante o dia, 40DB (A) durante a noite e 20DB (A) durante a madrugada. No entanto na maioria dos hospitais esta entre 50 e 70 DB (A)3,11.

No ambiente hospitalar além da iluminação natural, usam-se luzes artificiais fluorescentes que criam um tipo de iluminação desconfortável e provoca fadiga visual e cefaleia, se desprotegido17. A luz brilhante pode permanecer por muitas horas na UTI, mesmo quando não há nenhum cuidado direto ao paciente. A iluminação ideal não deve exceder 30 pévala (fc) durante o dia, durante a noite não deve exceder 6,5 fc e 19 fc para períodos escuros. A iluminação específica para procedimentos e atendimentos de urgência deve ser posicionada diretamente acima do paciente com pelo menos 150 fc3, 17.

O estresse criado pelo ruído e iluminação desnecessários será reduzido para o bem estar dos pacientes, já que no futuro o ambiente ideal de UTI terá janelas com vista natural18.

As Unidades de Terapia Intensiva dispõe de equipamentos eletrônicos essenciais na manutenção da vida dos pacientes, utilizados na monitoração dos parâmetros fisiológicos ou como opção terapêuticas integrados ao sistema de gases. Essas instalações devem ser integradas com a fonte de emergência que rapidamente assumem alimentação garantindo o suprimento ininterrupto. O numero de tomadas sugerido é no mínimo 11 e no máximo 16 por leito, com voltagem de 110 e 220 volts e adequadamente aterradas. As tomadas de cabeceira devem ser localizadas aproximadamente 90 com acima do piso, a unidade de dispor de tomadas para aparelhos de transportáveis distantes no máximo de 15 metros de cada leito3,9.

O suprimento de gases e vácuo deve ser mantido por 24 horas, sendo recomendadas duas saídas de oxigênio por leito e uma de ar comprimido. As saídas devem ser apropriadas para cada gás evitando troca acidental. É preconizado dois pontos de vácuo por leito, porem recomenda-se três. O sistema de vácuo deve manter o mínimo de 290 mmHg e não deve fica abaixo de 194 mmHg.Também deve ser instalado um sistema de alarme para pressões altas e baixas de gases9,10,11.

A fonte de água deve ser certificada, especialmente se forem realizadas hemodiálise. As instalações de pias e lavatórios devem estar próximas a entrada dos módulos dos pacientes ou entre cada dois leitos da UTI. Os lavatórios devem ser largos e profundos para evitar respingos, com torneiras que dispensem o contato com as mãos. Em cada lavatório deve haver dispensador para sabão liquido também acionado sem o contato com as mãos e toalheiros para papeis descartáveis10,11.

A renovação de ar em áreas critica é exigida no mínimo seis trocas de ar por hora, sendo duas com ar externo. As entradas de ar devem ser localizadas mais alto possíveis em relação ao piso e possuir filtros de grande eficiência3,9,10.

O sistema de ar condicionado e aquecimento devem passar por filtragens apropriadas. A tomada de ara deve respeitar uma distancia mínima de oito metros de locais onde haja emanação de agentes infecciosos ou gases nocivos3.

Nos quartos privativos das Unidades de Terapia Intensivas, a temperatura deve ser ajustada individualmente com variação entre 24 e 26 graus e umidade relativa do ar de 40% a 60%3 .

O atendimento as necessidades do paciente pela monitoração continua e estrutura adequada, é o selo de qualidade de todo cuidado critico.

2 – VERIFICAR A ADEQUAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DA EQUIPE MULTIPROFISSONAL NA ELABORAÇÃO DE UMA UTI

No século XVII, William Petty questionou pela primeira vez o valor dos serviços prestados de saúde e bem estar social. Já no século XIX, Florence Nightingale mostrou a utilidade e a necessidade de analisar as atividades hospitalares para avaliação dos resultados19.

A partir do século XX, surgem os programas organizados para melhoria da qualidade, com destaque inicial para os controles de qualidade ao final da linha de produção. O método evolui para os controles estatísticos de processos de produção, para valorização das pessoas e para o desenvolvimento da tecnologia19.

A crise no sistema de saúde brasileiro, sobretudo nas organizações hospitalares públicas, vem de longa data, sempre associada à conjuntura econômica do país e ao descaso dos gestores públicos em relação à administração da saúde e tornou-se ainda mais grave após a reforma do Estado, tendo em vista que esta teve como diretrizes básicas a redução de despesas, principalmente com o quantitativo de funcionários públicos, o que trouxe um efeito imediato na política de recursos humanos na saúde, gerando dificuldades assistenciais e gerenciais, pois afetou diretamente o quantitativo e o qualitativo de pessoal nas instituições20.

A insuficiência numérica e qualitativa de recursos humanos para o serviço de saúde tem sido a nível nacional, questão preocupante para os profissionais que ocupam cargos de gerência, uma vez que a inadequação desses recursos, para atendimento das necessidades de assistência aos pacientes, compromete seriamente com a qualidade do cuidado e implica em questões legais e de saúde do trabalhador21.

O ambiente imprevisível da UTI exige uma intensa qualificação profissional, pois fatores de risco como contato com os pacientes infectados, bips de monitores, sofrimento de pacientes e conflitos interpessoais dos profissionais do setor geram uma rotina de forte estresse22.

Além do estresse, existe a necessidade da preocupação com os aspectos organizacionais da unidade, cuidados com o quadro de pessoal e seu dimensionamento, tão importante quanto às aparelhagens e técnicas utilizadas no setor23.

Para prever a quantidade de profissionais por categoria e garantir a qualidade do atendimento, se faz necessário conhecer a realidade e caracterizar o perfil do Centro de Terapia Intensiva. Quando quantidade de funcionários excede a demanda de pacientes, há um aumento no custo para a instituição, assim como sua escassez compromete a qualidade do atendimento24.

Dentre os fatores que influenciam no dimensionamento do quadro de pessoal, podem ser citados: planta física, número de leitos, quantidade e qualidade dos equipamentos e capacidade de pessoal3.

Uma equipe multiprofissional altamente capacitada é hoje um diferencial para os Centros de Terapia Intensiva. Para a formação dessa equipe é indispensável à elaboração de um projeto em parceria com setor de recrutamento de pessoal, proporcionando um treinamento admissional e de educação continuada, como forma de estimular os conhecimentos teóricos, científicos e comportamentais23.

Para ampliar o conhecimento acerca da clientela atendida em uma instituição, se faz necessário à adoção de um Sistema de Classificação de Pacientes (SCP) em suas respectivas unidades, inclusive nas UTIs, bem como o desenvolvimento de habilidade e competências dos profissionais para garantir a assistência e o gerenciamento de maneira mais segura e participativa25.

Assim, em sua prática administrativa, os profissionais necessitam lançar mão de instrumentos que os auxiliem a gerenciar cada unidade de internação, bem como, as necessidades dos pacientes, direcionados para a melhoria da qualidade de assistência, que, com a busca de estratégias possibilitem uma maior satisfação da equipe multiprofissional em seu trabalho cotidiano.

3 – DISCUTIR COMO A ESTRUTURA FISICA INFLUENCIA NA ASSISTENCIA DE QUALIDADE

A estrutura da UTI modificou no decorrer dos anos, pela necessidade de atender os cuidados e superar as expectativas dos clientes e da família. O conceito de ambiente hospitalar restaurador exige um planejamento detalhado na produção de bens e serviços para favorecer um ambiente que faça a diferença na recuperação total do paciente3,26.

A visão de futuro de uma UTI é desdobrada em planejamentos específicos para a melhoria da estrutura física e de recursos humanos, dos processos de diagnósticos e tratamento, de fluxo e armazenamento de informações, visando obtenção de resultados. Na gestão de processos define as funções, as tarefas e os limites de responsabilidade e autoridade das pessoas, as prioridades e os custos3.

Cuidados onerosos nem sempre garantem cuidados eficientes e eficazes em UTI, sendo eficácia a obtenção do resultado esperado em questão e eficiência significa a realização de acordo com o padrão de conformidade, tendo relação com a forma e com o tempo de execução de processo. A análise dos erros passa a ser considerada uma oportunidade para a melhoria da qualidade, pelo estabelecimento de ações corretivas e preventivas, visando à melhoria do serviço com redução de custo3,27.

Quanto mais acolhedora a UTI para pacientes e familiares, mais aberto será o ambiente para uma cultura de cuidados e suporte favorável a recuperação. Um bom exemplo de como uma estrutura física e a função da UTI mudou em relação à ênfase de atender as necessidades dos pacientes e a família como unidade é a criação de um ambiente com o design mais acolhedor que encoraja a presença de membros das famílias, que deixam de ser apenas visitantes para ser peças importantes no bem estar do paciente3,17.

Alem disso ambientes que apresenta luz natural, elementos da natureza, cores suaves, sons tranqüilizadores e vistas agradáveis, contribuem para melhoria no quadro fisiológico do paciente, levando a menor necessidade de uso de medicação para dor e colaborando para resultados positivos3.

A criação de uma ambiente restaurador no cenário da unidade de terapia intensiva é centrada em estratégias que regulem o estimulo ambiental, assegurem o conforto do paciente e dos membros da família e melhorem a colaboração e comunicação. Ações como reduzir os sons de aparelhos barulhentos ou colocar uma cadeira para que um familiar sente-se a beira de leito, é abordagens que demonstram atenção a saúde do cliente e qualidade de atendimento17.

Os profissionais que integram um hospital são seu principal recurso. Prestar atenção aos seus comportamentos é a chave para controle e melhoria do atendimento. A UTI é um dos setores de maior complexidade dentro da estrutura hospitalar e resvala em pontos críticos de organização e gerenciamento. Programas de mudanças de comportamento da equipe multiprofissional atingem efeitos positivos na rotina de cuidados17.

O caminho da busca continua da qualidade e o principal fator de vantagens competitivas. Reconhecer que o serviço prestado pode ser aperfeiçoado é essencial, mesmo quando a instituição é líder no mercado. O principal diferencial de qualidade de um serviço está na capacitação técnica, cientifica e humanística de sua equipe interdisciplinar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A satisfação dos usuários em relação ao espaço físico é de grande relevância nos estabelecimentos de saúde, razão pela qual a sua humanização tem sido um tema amplamente discutido na literatura em eventos acadêmicos e profissionais recentes. O efeito desse ambiente sobre o paciente tem sido examinado com fatores positivos e negativos.

Os hospitais que combinam elementos criativos no ambiente com ênfase nos cuidados focalizados na família são os lideres na criação de espaços restauradores para recuperação da saúde.

O desgaste fisiológico e emocional pelo qual passa a maioria dos clientes, familiares e visitantes, bem como a exaustiva rotina da equipe multidisciplinar, deve ser considerado desenvolvimento do projeto.

Os aspectos emocionais do ambiente da UTI são tão críticos quanto os elementos físicos, e podem ser ate mais importantes na recuperação do cliente. O espaço físico não poderá eliminar o sofrimento do cliente, mas pode contribuir para a melhoria do seu bem estar e dos funcionários através da criação de um ambiente mais humanizado e adequado as suas expectativas e necessidades.

Criar uma cultura que ocorre a comunicação respeitosa entre todos os membros da equipe de saúde, é um padrão de excelência e serve como um ingrediente essencial em todo o ambiente restaurador da UTI.

Obter qualidade implica apoio da alta administração da instituição, e esforço conjunto, cooperação mutua e envolvimento de toda equipe interdisciplinar.

REFERÊNCIAS

1- BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 3432 de 12 de agosto de 1998. – DOU Nº 154. Estabelece critérios de classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTI.

2 – Saraiva CAS. Fatores físicos-ambientais e organizacionais em uma unidade de terapia intensiva neonatal: implicações para a saúde do recém-nascido. – Trabalho de conclusão do curso de mestrado profissionalizante em Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2004.

3 – Knobel E.Terapia Intensiva: Enfermagem. São Paulo: Editora Atheneu, 2010.

4 – Paladini EP. Avaliação estratégica da qualidade. São Paulo: Atlas, 2002

5 – www.proarq.fau.ufrj.br/site/cadernos_proarq/cadernosproarq11.pdf, acesso em 15 de Outubro de 2011.

6- Madureira CR, Veiga K, Sant’ana AFM. Gerenciamento de tecnologia em terapia intensiva. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 6, p. 68-75, dezembro 2000.

7 – BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC N 50, de 21 de Fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

8 – BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Assistência à Saúde. Departamento de Normas Técnicas. Normas para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília, 1994. p.11-26.

9 – Knobel E, Kuhl SD. Organização e funcionamento das UTIs. In: Condutas no paciente grave. Knobel E. São Paulo, Atheneu, PP. 1315-32, 1998.

10 – Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Normas e Técnicas: Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, p 140, 1995.

11 – Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Organização e Desenvolvimento de Serviços de Saúde. Normas e Padrões de Construções e Instalações de Serviços de Saúde, p 25-87, 1987.

12- Toledo LC. Feitos para Curar – Arquitetura Hospitalar e Processo Projetual no Brasil. Editora ABDEH. 1edição.Rio de Janeiro, 2006.

13 – Fairman J, Lynaugh J. Critical Care Nursing: A History. Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1998.

14- Stchler JF: Creating healing environments in critical care units. Crit Care Nurs Q 24(3): 1-20, 2001.

15 – Fontaine DK, Prinkey Briggs L, et al: Designing humanistic critical care environments. Crit Care Nurs Q 24(3): 21-34, 2001.

16- GOMES, W. SOUZA, M. L. Evidência e interpretação em pesquisa: as relações entre qualidades e quantidades. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8, n. 2, p. 313,2003.

17 – Morton P.G., Fontaine DK. Cuidados críticos de enfermagem: uma abordagem holística; [revisão técnica Ivone Evangelista Cabral; tradução Aline Vecchi… et al.] – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

18 – Jastremski CA: ICU bedside environment: A nursing perspective. Crit Care Clin 16 (4): 723-734, 2000.

19 – Azevedo AC. Avaliação de desempenho de serviços de Saúde Publica. 25 (1): 64-71, 1991.

20 – Cecílio LCDO. A modernização gerencial dos hospitais públicos: o difícil exercício da mudança. Rev Admin Publ 1997 maio-jun; 31(3) : 36-47.

21 – Gaidzinski RR. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em instituições hospitalares [tese] São Paulo: Escola de Enfermagem USP, 1998.

22- Gallo H. Efeitos da unidade de terapia intensiva sobre o enfermeiro. Cuidados Intensivos de Enfermagem – Uma Abordagem Holística. Guanabara Koogan 6 edição. Cap 10 p.99-109, 1997.

23- Castelli M, Lacerda DPD, Carvalho MHR. Enfermagem no CTPI. Pessoal e treinamento de Isabel Cristina Kowal/Olm Cunha & Rita de Cassia Pires Coli; cap 7 p. 67-73. São Paulo. Roca, 1998.

24 – Laselva CR, Moura Jr DF, Reis EAA. No alvo, o melhor profissional – seleção e treinamento. In: Bork: Enfermagem de excelência: da visão a ação. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, PP 151-66, 2003.

25 – NICOLA, Anair Lazzari and ANSELMI, Maria Luiza. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em um hospital universitário. Rev. bras. enferm. [online]. 2005, vol.58, n.2, pp. 186-190. ISSN 0034-7167.

26 – Knobel E, Novaes MAFP, Bork AM. Humanização dos CTIs. In: Manual de condutas de pacientes graves. Atheneu, São Paulo, 1998.

27 – Knobel E, Novaes MAFP, Karam CH. Humanização do CTI: uma questão de qualidade. Experiência do CTI do Hospital Israelita Albert Einstein. In: Âmbito Hospitalar 118(2) : 19-27, 1999.

Quais são os materiais que existem na unidade de internação?

Componentes Diferem de hospital para hospital, mas de uma maneira geral e composto por: Posto de Enfermagem, sala de serviços, sala de enfermagem, sala de utilidade, copa, enfermarias ou quartos, rouparia, banheiro de paciente ( com chuveiro, 1 sanitário) e banheiro de funcionários (POTTER, 1998).

O que deve ter na unidade do paciente?

os pertences do paciente; uma cadeira; campainha; mesa de refeição; escadinha, saída de oxigênio (verde), saída de ar comprimido (cinza) e Vácuo (amarelo). A disposição dos móveis deverá ser de maneira que permita boa circulação ao redor.

Quais os itens que compõem o leito do paciente?

Material.
01 travesseiro;.
02 lençóis;.
01 cobertor (se necessário);.
01 fronha;.
01 lençol para móvel (se necessário);.
01 rolo para costas (se necessário);.
01 forro/impermeável (se necessário);.
Camisola ou pijama;.

Como deve ser uma unidade de internação hospitalar?

Uma unidade de internação hospitalar deve ter todo o suporte técnico, equipamentos, tecnologia e profissionais necessários para preservar e/ou promover a saúde dos pacientes internados. Além disso, limpeza, ambientação, segurança e comida adequada são obrigações legais das unidades de internação.