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Introdu��o Existem muitas discuss�es sobre a import�ncia da inclus�o e integra��o do aluno com necessidades educativas especiais, no �mbito da escola regular e nas aulas de Educa��o F�sica. Hoje no contexto social em que vivemos as pessoas com necessidades educativas especiais, s�o considerados incapazes e ineficientes. Olhando em um novo paradigma, a pessoa com necessidades educativas especiais tem que ser vista e aceita pelas suas possibilidades e n�o pela suas incapacidades. Depois da fam�lia a escola � o espa�o fundamental para o processo de socializa��o da crian�a. No caso espec�fico da Educa��o F�sica � necess�rio que os profissionais envolvidos com a Educa��o F�sica adaptada produzam conhecimentos que tragam contribui��es para modificar o contexto social que vive as pessoas com defici�ncia. Para Carmo (2002), cada vez menos pessoas est�o sendo envolvidas nas aulas de Educa��o F�sica, isto �, tendo oportunidades somente aqueles que s�o mais aptos, os melhores e os mais pr�ximos do mundo dos iguais. A Educa��o F�sica vem resgatar uma educa��o para todos, principalmente no que se refere aos alunos que apresentam necessidades especiais permanetes ou n�o. Dando oportunidades ao aluno, com necessidades educativas especiais de conhecer suas possibilidades e vencer seus limites, facilitanto a sua participa��o sempre que poss�vel nas aulas de Educa��o F�sica, promovendo a intera��o entre todos os alunos. No primeiro cap�tulo tratamos da quest�o da defici�ncia ressaltando sobre a import�ncia do corpo, os tipos de defici�ncia, f�sicas, visuais, auditivas, mental e a defici�ncia m�ltipla. J� no segundo, abordamos a quest�o da inclus�o ressaltando a import�ncia de incluir e integrar o aluno com necessidades educativas especiais no �mbito da escola regular. No terceiro apresentamos propostas de atividades inclusivas e muitas que podem ser adaptadas para melhor incluir o aluno com necessidades educativas especiais nas aulas de Educa��o F�sica.
Pensar sobre as possibilidades do corpo � refletir sobre o ser humano e sua condi��o de se comunicar por meio do movimento, express�o, gestos, da fala, do olhar, do toque, � tratar de todas as posses que ele nos oferece. (GAIO e PORTO apud MARCO, 2006). Para Gaio e Porto (apud MARCO, 2006) o que diferencia os seres humanos dos outros seres que habitam este planeta � o fato de termos um corpo com tantas possibilidades. Pensar, sentir, agir, criar, dialogar, relacionar-se e entre tantas outras particularidades, sendo capaz de se adaptar as mais diversas situa��es da vida. Meneghetti (2004, p. 105 apud GAIO e PORTO in MARCO, 2006 p. 11), refletindo sobre a constitui��o do ser humano diz: "o corpo � o todo. � no corpo que somos o que somos. � nele que nossa individualidade se apresenta e, ao mesmo tempo, � na sua integralidade que nos apresentamos inteiro". Sobre esse corpo complexo que cada ser humano �, Sant' Anna (2001, p. 3 apud GAIO e PORTO in MARCO 2006 p. 11) diz:
De acordo com Gaio e Porto (apud MARCO 2006) o corpo �, assim, presen�a constante na vida de cada ser humano, desde o nascimento at� a morte; pelo fato de estar sempre em constru��o e transforma��o advindas das experi�ncias vividas de cada um, dificilmente o corpo chega a ser conhecido de modo tal. Considerando os seres humanos como corpos, aqueles que apresentam incompletos em sua estrutura biol�gica s�o denominados de deficientes. S�o considerados incapazes e ineficientes diante do mundo de trabalho, do espa�o da educa��o e do direito do conv�vio com seus pares em momento de lazer. (GAIO e PORTO apud MARCO, 2006). Esses corpos deficientes apresentam aus�ncia de membros, olhos e ouvidos com funcionalidade baixa, medulas lesionadas, capacidade intelectual bem pequena. S�o corpos que nasceram ou adquiriram incapacidades para andar, falar, ouvir, enxergar e raciocinar. Deve ser foco da nossa aten��o n�o somente discutir sobre esses corpos, mas como melhor entend�-los e atend�-los. (GAIO e PORTO apud MARCO, 2006). Acredita-se que ser um corpo deficiente em um novo paradigma � ser visto, aceito admirado e aplaudido pelas suas possibilidades e n�o pelas suas aus�ncias e incapacidades. (GAIO e PORTO apud MARCO, 2006). Gaio e Porto (apud MARCO, 2006) nos tr�s a id�ia de que as diferen�as devem ser encaradas hoje como positivas e de fundamental import�ncia na constru��o da identidade social dos seres humanos, pois contribui para uma vida de respeito, aceita��o, acolhimento, companheirismo e reconhecimento. Zacharias (2007) diz que, existem v�rios tipos de defici�ncia, abaixo temos o modelo cl�nico combinado ao educacional:
De acordo com o Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ Mec (2007), essas s�o as classifica��es dos tipos de defici�ncia:
"Variedade de condi��es n�o sensoriais que afetam o indiv�duo em termos de mobilidade, de coordena��o motora geral ou da fala, como decorr�ncia de les�es neurol�gicas, neuromusculares e ortop�dicas, ou ainda, de m�s-forma��es cong�nitas ou adquiridas". Costa (1992 apud UFRGS, INDESP, 1996) afirma que defici�ncia f�sica � "toda e qualquer altera��o no corpo humano, resultado de um problema ortop�dico, neurol�gico ou de m� forma��o, levando o indiv�duo a uma limita��o ou dificuldade no desenvolvimento de uma tarefa motora". Na defici�ncia f�sica destacam-se:
"� a redu��o ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e ap�s a melhor corre��o �tica. Manifesta-se como cegueira ou vis�o reduzida". (Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ MEC, 2007). De acordo com a classifica��o cl�nica, a defici�ncia visual pode se subdividir em cegueira e vis�o subnormal. Segundo Diehl (p. 62, 2006):
A defici�ncia visual pode ser cong�nita, que seria a perda da vis�o na fase perinatal, ou mesmo, adquirida se a perda se der ap�s a esta fase. (DIEHL, 2006) No esporte adaptado existe uma classifica��o para os cegos, seriam elas: B1, B2 e B3. B porque por origem do ingl�s blind, o n�mero seria o grau do comprometimento visual. (DIEHL, 2006). Abaixo temos a classifica��o de acordo com Diehl (2006, p. 63):
"� a perda total ou parcial, cong�nita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala atrav�s do ouvido. Manifesta-se como surdez leve/moderada, surdez severo-profunda". (Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ MEC, 2007). Diehl (p. 42,2006) afirma que:
Podemos ter uma no��o da defici�ncia auditiva de acordo com os exemplos da Diehl (p. 43, 2006) como nas classifica��es: leve - escuta sussurros e cochichos, mas n�o o som de folhas se ro�ando contra o vento, moderada - n�o escuta os sussurros, mas uma voz de uma conversa��o normal, acentuada - n�o consegue distinguir os sons de uma conversa, severa - neste caso � importante a aprendizagem de libras, profunda � considerado surdo profundo, mas pode "ouvir" alguns sons de forma distorcida. Existe uma forma de verificar o grau de defici�ncia auditiva como a Diehl (p. 42, 2006) explica: "A audiometria analisa a freq��ncia do som, que � medido em decib�is (dB), variando de 0 dB a 140dB. Quanto � intensidade, o som � forte ou fraco; em rela��o � freq��ncia, alto (agudo) ou baixo (grave)". (DIEHL, 2006)
De acordo com o Manual Diagn�stico e Estat�stico de Transtornos Mentais apud Diehl (p. 76, 2006) "defici�ncia mental � o estado intelectual significativamente inferior � m�dia". Segundo (Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ MEC, 2007) defici�ncia mental:
A Organiza��o Mundial de Sa�de considera como defici�ncia mental o desenvolvimento intelectual abaixo da m�dia da popula��o QI 70 (coeficiente intelectual), havendo limita��es no aspecto de desenvolvimento motor e social. (DIEHL, 2006) � uma defici�ncia que de acordo com testes psicom�tricos existem quatro n�veis, como: deficiente mental profunda (QI menor que 20), severo (QI entre 20 e 34), moderado (QI entre 35 e 49) e leve (QI entre 50 e 69). (DIEHL, 2006)
"� a associa��o, no mesmo indiv�duo, de duas ou mais defici�ncias prim�rias (mental/visual/auditivo-f�sica), com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa". (Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ MEC, 2007).
A sociedade est� passando por um per�odo de transi��o entre o entendimento sobre o que os dizer acima significa e a aceita��o das diferen�as em rela��o a esses seres corpos. (GAIO e PORTO apud MARCO, 2006). Foi a partir do s�culo XIX, que pessoas do campo da medicina, da biologia e da sa�de, come�aram a estudar os deficientes de modo a procurar o porqu� dos seus problemas. O deficiente era tratado como doente, exclu�dos da fam�lia e da sociedade, sendo muitas vezes acolhidos em asilos de car�ter religioso ou filantr�pico, passando ali sua vida toda. (JOVER, 1999) Jover (1999) aponta que o atendimento para portadores de defici�ncia, come�ou no Brasil no dia 12 de outubro de 1854. D. Pedro II fundou o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, no Rio de Janeiro. Em 1942, j� havia no pa�s 40 escolas p�blicas regulares que prestavam algum tipo de atendimento a deficientes mentais e 14 que atendiam alunos com outras defici�ncias. Foi a partir do Ano Internacional das Pessoas Portadoras de Defici�ncia (1981), que houve uma maior mobilidade de diferentes grupos da sociedade, neles inclu�dos grupos de pessoas deficientes que tinham um intuito comum de discutir a problem�tica dessa popula��o que reivindica seus direitos � sa�de, � educa��o, � aceita��o na sociedade, ao lazer e at� mesmo a igualdade na competi��o pela parcela no mercado de trabalho existente. Os fatos apontados acham-se entrela�ados, e que a igualdade na disputa pelo mercado de trabalho depende geralmente do grau de instru��o, desenvolvimento e sa�de, n�o s� para pessoa portadora de defici�ncia, mas para todos que vivem em uma sociedade. (ARA�JO, 1998) Assunto t�o tem�tico que Sassaki (1999, p. 43) diz: "Inclus�o significa modifica��o da sociedade como pr�-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania". J� Gaio e Porto (apud MARCO, 2006) dizem que refletir sobre inclus�o � criar espa�os educacionais abertos para todos os educando, onde h� a valoriza��o do conv�vio dos corpos diferentes, acreditando n�o somente no aprendizado dos conte�dos, mas na import�ncia dos valores sociais e humanos. Stainback (1999) afirma que acima de tudo o objetivo da inclus�o n�o � o de apagar as diferen�as, mas o de que todos os alunos perten�am a uma comunidade educacional que valide e valorize sua individualidade. "Conceitua-se a inclus�o social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus pap�is na sociedade". (SASSAKI 1997, p. 3) Um dos maiores desafios da sociedade � torn�-la �nica e inclusiva. (SASSAKI, 2001). Segundo Sassaki (1999) a inclus�o social � um processo que contribui para uma constru��o de uma nova sociedade atrav�s de pequenas e grandes transforma��es, tanto nos ambientes f�sicos como na mentalidade de todas as pessoas. Para Soares (2006) o processo da inclus�o � poss�vel, basta somente acreditarmos na capacidade, no potencial a ser desenvolvido e respeitar a individualidade e a diversidade das crian�as com necessidades educativas especiais, estabelecendo um v�nculo afetivo entre os integrantes do processo. Alves e Duarte (2005) refletindo sobre a inclus�o, fala que o profissional inclusivista tem como objetivo principal possibilitar a participa��o de todos os seus alunos seja eles deficientes ou n�o. Soares (2006) tratando da tem�tica inclus�o, nos revela que existem dificuldades, mas devemos ter esperan�a, sermos sens�veis e n�o colocarmos barreiras, para assim estarmos como educadores capacitados para trabalhar com a diferen�a e a diversidade em sala de aula. Freire (2006) diz a respeito da inclus�o que � muito importante na educa��o a inclus�o do outro sujeito seja de forma independente, criativa, solid�ria e construtora da sua pr�pria hist�ria. Uma proposta libertadora e inclusiva exclui tudo que dificulta a inclus�o e propicia o olhar para a constru��o coletiva do conhecimento e do relacionamento humano. "N�o podemos admitir, no paradigma da inclus�o, que possam existir seres humanos de segunda categoria, que n�o possuem meios para assumir responsabilidades pela suas vidas e a��es". (FREIRE, 2006) Hoje a inclus�o assume um novo paradigma educacional e social, pois ele vem para resgatar o verdadeiro sentido do termo integra��o, defendendo assim uma sociedade mais justa e menos democr�tica e discriminat�ria. (FREIRE, 2006) De acordo com Carvalho (1998, p. 82) "Denominar necessidades especiais, certamente, inclui algumas categorias que, at� ent�o, n�o faziam parte do rol das anormalidades, como no caso de alguns dist�rbios neurol�gicos espec�ficos". Estudos relataram que, a Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) foi � primeira entidade a fazer uso da express�o "uma sociedade para todos", que em 1991 significava sociedade inclusiva. Esta organiza��o estipulou 20 anos de 1991 a 2010 para se tornar inclusiva. (CARVALHO, 1998) Carvalho (1998) fala que o termo educa��o inclusiva � anterior ao conceito de sociedade inclusiva, o qual teve in�cio nos anos 90. Para ser inclusiva a educa��o de pessoas portadoras de necessidades especiais, deve ser visualizado o direito humano. Esse termo direito humano s� foi definido atrav�s da Conven��o internacional de 1948, ganhando for�a apenas em 1990 na Tail�ndia por ocasi�o da Confer�ncia Mundial de Educa��o para Todos. (CARVALHO, 1998) Segundo Cavalcante (2005), a inclus�o tem crescido a cada ano e o desafio de garantir uma educa��o para todos tamb�m. Na escola inclusiva os alunos aprendem a conviver com as diferen�as e se tornam pessoas solid�rias. Para que isso possa se tornar realidade a participa��o do professor � essencial. A inclus�o ganhou refor�os com a Lei de Diretrizes e Bases da Educa��o Nacional, de 1996, e com a conven��o da Guatemala, em 2001. Esta lei proibiu qualquer tipo de diferencia��o, exclus�o ou restri��o de pessoas deficientes e mant�-las fora do ensino regular � considerado exclus�o e crime. (CAVALCANTE, 2005) "Os especialistas em inclus�o afirmam que a escola, organizada como est�, produz a exclus�o". (CAVALCANTE, 2005, p. 42) Os conte�dos curriculares s�o tantos que tornam os alunos, professores e pais ref�ns de um programa que n�o d� espa�o para o talento das crian�as. Assim quem n�o acompanhar os conte�dos curriculares acaba sendo exclu�do, seja um deficiente ou n�o. A escola tem trabalhado com apenas um padr�o de aluno e quem n�o se encaixar nele ser� exclu�do. Afirma a educadora Maria Teresa Egl�r Mantoan, coordenadora do Laborat�rio de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade da Universidade Estadual de Campinas. (CAVALCANTE, 2005) Cavalcante (2005, p. 43) falando sobre educa��o especial diz:
"S� quem tem contato com essas crian�as percebe que lidar com elas n�o � dif�cil. � um privil�gio", afirma a professora Simone, da Escola Viva. (CAVALCANTE 2005, p. 44) A pr�tica da inclus�o em muitos casos deixa de acontecer, porque os profissionais de educa��o ainda se sentem presos pelo modelo tradicional de interven��o. Se adotarmos algumas premissas aos corpos deficientes, a possibilidade de se concretizar a inclus�o aumenta alcan�ando assim sucessos maiores. (GAIO e PORTO apud Marco, 2006). Mantoan (2005) trata este assunto de forma bem clara, dizendo que a Inclus�o � a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro, tendo o privil�gio de conviver e partilhar com a diversidade. Esta educa��o inclusiva acolhe todos, sem exce��o. Estar junto � se aglomerar no cinema, no �nibus e at� na sala de aula com pessoas que n�o conhecemos. J� inclus�o � estar com, � interagir com o outro. A inclus�o questiona n�o somente as pol�ticas e a organiza��o da educa��o especial e regular, mas tamb�m o conceito de integra��o. Este conceito se refere � vida social e educativa onde todos os alunos sem nenhuma exce��o devem freq�entar as salas de aulas do ensino regular. A inclus�o causa mudan�a, n�o se limita a ajudar os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas ap�ia todos que comp�em a escola, os professores, aluno, pessoal administrativo, para que assim obtenham sucesso. (MANTOAN, 1993). Soares (2006, p.13) diz que:
Soares (2006) afirmando a cita��o acima diz que os educadores n�o conseguir�o uma pedagogia inclusiva a base apenas de teoria que seria: cursos, palestras, artigos etc., mas eles precisaram vivenciar na pr�tica como lidar com essas crian�as, conhecendo assim suas necessidades. Teoria conhecemos bem, o ideal � de como aplic�-la, pois existe a probabilidade dessa crian�a com necessidades educativas especiais n�o atingir o objetivo proposto pela escola, mas deve-se avaliar o crescimento e rendimento pessoal da mesma e o seu desenvolvimento social. Stainback (1999, p. 404) relata sobre o benef�cio da inclus�o dizendo:
Afirmando a cita��o acima Jover (1999) diz que segundo relat�rio da ONU, todo mundo se beneficia com a educa��o inclusiva. Para os estudantes com defici�ncia, eles aprendem a gostar da diversidade, adquirem experi�ncia direta com a variedade das capacidades humanas, se tornam pessoas mais preparadas para a vida adulta em uma sociedade diversificada. J� o estudante sem defici�ncia tem acesso a uma s�rie de id�ias bem mais amplas de pap�is sociais, perdem o medo e o preconceito em rela��o ao diferente, s�o melhores preparados para a vida adulta porque desde cedo assimilam que as pessoas s�o diferentes, e que essas diferen�as s�o enriquecedoras para o ser humano. A inclus�o escolar (entendida como atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino) enquanto op��o pol�tica, testemunha o compromisso do pa�s com um segmento populacional que historicamente tem ficado � margem da sociedade, sob pretextos fr�geis referentes � necessidade de especializa��o. (Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ MEC, 2007). A atual Lei de Diretrizes e Bases (n�. 9.394) trata a Educa��o Especial como uma modalidade de educa��o escolar voltada para a forma��o do indiv�duo, com vistas ao exerc�cio da cidadania, que deve se realizar transversalmente, permeando todos os n�veis e demais modalidades de ensino nas institui��es escolares. (Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ MEC, 2007). "A Escola, depois da fam�lia, � o espa�o primeiro e fundamental para o processo de socializa��o da crian�a". (Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ MEC, 2007).
Mussatch� (1997) traz a id�ia de como eram considerados antigamente pessoas com necessidades educativas especiais. Ele diz:
Com os estragos produzidos pela segunda Guerra Mundial, aparecem as duas tend�ncias de assegurarem direitos e oportunidades com igualdade para todos os seres humanos. (MUSSATCH�, 1997) Surge na Dinamarca, na d�cada de 50 estudos sobre a Educa��o Especial. Como conseq��ncia ao conceito de Normaliza��o, outro princ�pio passa a fazer parte da Educa��o Especial: Integra��o. (MUSSATCH�, 1997). Para Pereira (et al pud MOSSATCH� p.11) refletindo sobre este assunto de normaliza��o e integra��o, diz:
"Integrar, do latim integrare, significa formar, coordenar ou combinar num todo unificado (unido), e integra��o significa o ato ou processo de integrar". (MASINI, 1997). De acordo com Mussatch� (1997), integrar significa completar, estar junto, transformar as possibilidades de acesso, n�o s� no espa�o f�sico, mas no mundo de satisfa��o e realiza��o pessoal e social. A Integra��o, entendida tradicionalmente como afirma Mittler (2001, p. 61), envolve a prepara��o da crian�a para que ela possa se adaptar acad�mica e socialmente a um ambiente com crian�as normais, mas sem pressupor que deva haver qualquer mudan�a na organiza��o ou no curr�culo da escola. Na d�cada de 80 a palavra "inclus�o" ainda n�o era utilizada, mas usava-se a palavra integra��o com o mesmo significado que hoje � associado ao conceito de inclus�o. (SASSAKI, 1999) Como afirma Sassaki (1999) h� uma diferen�a fundamental entre 'integra��o' e 'inclus�o' de pessoas portadoras de necessidades especiais. Algumas pessoas utilizam as palavras integra��o e inclus�o com sentidos diferentes, � integra��o significando "inser��o da pessoa deficiente preparada para conviver na sociedade", e a inclus�o significando "modifica��o da sociedade como pr�-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania". (SASSAKI, 1999) A integra��o e a inclus�o s�o muito importantes, enquanto processos sociais. Nem todas as pessoas deficientes necessitam que a sociedade seja modificada, pois muitos j� est�o aptos a se integrarem nela assim mesmo. Mas muitos n�o poder�o participar dela plenamente e igualmente se caso esta n�o se tornar inclusiva. (SASSAKI, 1999) Sassaki (1999, p.27) diz:
Qual � mais importante? Incluir ou integrar? Integr�-los � bem mais do que coloc�-los dentro de uma sala de aula e faz�-los acreditarem que eles s�o o que n�o s�o. Faz�-los entender os seus problemas, suas individualidades e suas potencialidades, dizendo a eles que eles podem, e motiv�-los a continuar num trajeto educativo cansativo, por�m gratificante. � imprescind�vel para que consigamos atingir um meio objetivo da Educa��o: Educar para vida, independente de nossas individualidades. (SOARES, 2006) Para Ara�jo (1998, p.22) "O simples fato de estar junto, colocar junto, n�o significa educa��o, desenvolvimento e nem tampouco integra��o. N�o � colocando alunos com diferentes necessidades e dificuldades num grupo, que poder� se concretizar uma integra��o". A integra��o aparece envolta numa s�rie de significados, os quais variam desde a inser��o plena dos deficientes na sociedade at� a prepara��o dos mesmos nesta sociedade. (MARQUES, 1997) A id�ia de integra��o se refere � necessidade de mudar a pessoa com necessidades especiais para que antes de ir � escola regular, seja preparada para que possa se identificar com os demais. (MARQUES, 1997) O que de fato � a integra��o? O que leva as pessoas a defend�-la, mesmo com significados diferentes? A integra��o est� contribuindo para a constru��o de uma pr�tica social menos segregacionista e menos preconceituosa. (MARQUES, 1997). Segundo Sassaki (1997, p. 34), a pr�tica da integra��o social das pessoas com defici�ncia se desdobrava e ainda se desdobra de tr�s maneiras distintas:
Saint- Laurent (apud MANTOAN et al, 1997. p. 67) afirma que:
O ser humano busca no outro a identifica��o do que lhe � diferente e do que lhe � semelhante em si pr�prio. � o outro que possibilita o indiv�duo a reconhecer-se como tal. Mas esse reconhecimento deve ser feito dentro de um equil�brio aceit�vel, ou seja, sem o afastamento dos padr�es socialmente estabelecidos como normais. Neste sentido n�o se deve ocorrer uma identifica��o total do indiv�duo com o outro, pois isto representaria a perda do reconhecimento do que lhe � pr�prio, a anula��o do auto-reconhecimento de si como exist�ncia humana. (MARQUES, 1997) Muitas pessoas perdem o referencial de si pr�prias porque quer ser parecida com o outro. Marques (1997, p.19) afirma que:
O caminho para a minimiza��o deste problema est� no reconhecimento de que h� diferen�a, sem que isto signifique a perda do essencial da exist�ncia humana, a sua humanidade. (MARQUES, 1997)
Para que a integra��o se d� de fato � preciso que a mesma se processe em tr�s n�veis: no social, no pol�tico e no cultural. (MARQUES, 1997) No n�vel social � necess�rio que os deficientes tenham acesso aos bens sociais, como a educa��o, sa�de, trabalho e o lazer. (MARQUES, 1997) Marques (1997) fala que no n�vel pol�tico, n�o basta que os deficientes tenham acesso aos bens sociais. � importante que eles possam participar efetivamente dos centros decis�rios. � preciso que os deficientes participem das decis�es que cercam todos os cidad�os. N�o basta s� ouvir o que o deficiente tem para falar, � necess�rio decidir com ele. Do ponto de vista cultural Marques (1997) diz que � preciso que os deficientes se fa�am membros reais da cultura. O valor culturalmente constru�do sobre a defici�ncia � o produto do modo como �s pessoas que s�o classificadas normais v�em a defici�ncia. Marques (1997) relata que o grande problema da integra��o n�o est� nem nas diferentes concep��es existentes sobre o processo, nem nas iniciativas tomadas, e sim no fato dos portadores de defici�ncia n�o serem entendidos e assumidos como sujeitos hist�ricos e culturalmente contextualizados. Para a supera��o desta quest�o, o caminho est� na busca de um sentido para a exist�ncia humana, cujo valor de homem n�o esta determinado pela sua condi��o f�sica, mental ou sensorial, mas sim por seu modo de ser, aut�ntico e �nico. (MARQUES, 1997)
Numa escola que tem uma cultura que possibilita a exclus�o de todos os que n�o se enquadra nos padr�es esperados, a Educa��o F�sica � muitas vezes influenciada por esta cultura escolar, seguindo e participando nesta exclus�o. Esta possibilidade de criar exclus�o � mesmo por vezes usada por professores de Educa��o F�sica para afirmar sua import�ncia curricular. Muitas das propostas de atividades feitas em educa��o f�sica s�o feitas na base de culturas competitivas. A pr�pria pr�tica desportiva, em particular quando usada sem uma perspectiva pedag�gica, � uma atividade que n�o favorece a coopera��o alargada, que n�o valoriza a diferen�a e que gera igualmente sentimentos de satisfa��o e de frustra��o. Esta cultura competitiva constitui uma segunda fonte de exclus�o. (RODRIGUES, 2003 apud FALKENBACH, 2007). O problema da inclus�o de crian�as com necessidades especiais na educa��o f�sica � severo e se configura desde sua origem quando esteve ligado �s quest�es pol�ticas vigentes em cada per�odo da hist�ria. Bracht (2003 apud FALKENBACH, 2007) explicam que a Educa��o F�sica no Brasil esteve voltada para formar indiv�duos "fortes" e "saud�veis", fatores indispens�veis no processo de desenvolvimento do pa�s no final do s�culo XIX e in�cio do s�culo XX. De acordo com Diehl (2006) as habilidades motoras ser�o facilitadas quando o aluno tiver um bom auto-conceito. � importante que os professores estejam atentos ao comportamento s�cio-afetivo de cada crian�a e jovem, pois eles reagem emocionalmente de maneira diferenciada �s tarefas solicitadas. Esta rela��o se refere ao grau de auto-estima do aluno. A auto-estima influencia a participa��o em esportes e atividades f�sicas, bem como o dom�nio de habilidades. Para que o aluno com defici�ncia tenha um auto-conceito positivo, dever� sentir-se pertencente ao grupo, n�o apenas fazendo parte dele. Ele ter� que ser valorizado e reconhecido pelos colegas, professores e por si pr�prio como sendo um sujeito integrante do grupo, aceitando as regras, assim como o grupo precisa aceitar as limita��es de cada colega e do conjunto. Quanto mais os alunos aprendem varia��es de jogos ou novos jogos, ter�o a possibilidade de ampliar o entendimento de regras. (DIEHL, 2006) O direito de brincar deve ser assegurado a crian�as e jovens, independente de ra�a, g�nero, n�vel s�cio-econ�mico, de habilidade motora, comunica��o, intelig�ncia e capacidade perceptiva. (DIEHL, 2006) Brincar � criar, tomar iniciativas. � aprender regras e limites para que o jogo funcione. Atrav�s do jogo, a crian�a descobre valores, aprende a conviver sem gritar e brigar. Ganha auto-estima e confian�a, pois se sente capaz de participar. Desenvolve a concentra��o, a coordena��o e a habilidade motora. D� asas � imagina��o e � fantasia. (DIEHL, 2006) Os jogos n�o devem ser organizados de maneira rigorosa, mas como uma proposta que poder� ser alterada conforme a necessidade do grupo, levando sempre em considera��o a criatividade, habilidade e a sociabilidade das crian�as e jovens envolvidos. (DIEHL, 2006) As crian�as e jovens com defici�ncia f�sica possuem necessidades variadas. Algumas possuem cadeira de rodas, outras podem precisar apenas de apoio e outros possuem habilidade reduzida para os padr�es motores convencionais b�sicos, como manter o equil�brio do tronco, na posi��o sentada ou segurar uma bola. �s vezes, as crian�as j� nascem com o comprometimento motor, tendo de desenvolver habilidades b�sicas de acordo com seu aparato motor. Essa crian�a desenvolver� locomo��o, manipula��o de objetos e estabiliza��o do corpo de maneira peculiar. Por outro lado, alguns jovens podem ter adquirido sua defici�ncia motora ap�s desenvolver os padr�es motores b�sicos. Dessa forma, ter� que aprender as habilidades de locomo��o, estabiliza��o e manipula��o de objetos, utilizando talvez alguns instrumentos como aux�lio. (DIEHL, 2006) O importante � que o esp�rito seja mantido, ou seja, os conceitos devem ser transmitidos de forma clara e divertida e a participa��o dos alunos deve ser sempre volunt�ria.
� interessante atividades de simula��o para crian�as consideradas normais vivenciar uma defici�ncia. Essas experi�ncias permitem que eles percebam melhor as dificuldades das pessoas portadoras de defici�ncia e como elas podem se sentir eventualmente. (Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ MEC, 2007). � fundamental que os participantes sejam incentivados a dizer como se sentiram durante as atividades, principalmente naquelas em que s�o simuladas viv�ncias de defici�ncias, pois sabemos que estas podem se constituir em experi�ncias muito enriquecedoras e marcantes para a pessoa. Compartilhar esses sentimentos com os demais � sempre muito frut�fero para todos. (Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ MEC, 2007). Estas atividades dar�o oportunidade para ao aluno conhecer suas possibilidades e seus limites, favorecendo a confraterniza��o entre eles. (Minist�rio da Educa��o e do Desporto/ MEC, 2007). Segue abaixo propostas de atividades inclusivas e simula��es de algumas defici�ncias. Muitas destas atividades s�o aplicadas para crian�as consideradas normais, que foram adaptadas para incluir o aluno com necessidades educativas especiais nas aulas de Educa��o F�sica.
Sentindo na pele N�mero de participantes: livre
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Cinema mudo N�mero de participantes: livre
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Posso ajudar? Material: Vendas pretas para todo o grupo
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Passa Jo�o N�mero de
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N�mero de participantes: m�nimo 5.
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N�mero de participantes: livre De acordo com Cidade e Freitas (2002) a Educa��o F�sica quando adequado corretamente ao aluno com defici�ncia, possibilita-lhe a compreens�o de suas limita��es e capacidades, auxiliando-o na busca de um melhor desempenho. � importante que o professor tenha os conhecimentos b�sicos relativos ao seu aluno tais como: o tipo da defici�ncia do aluno, a idade em que apareceu a defici�ncia, se foi repentina ou gradativa, se � transit�ria ou permanente, as fun��es e estruturas que est�o prejudicadas. (CIDADE e FREITAS, 2002). Para Pedrinelli (1994 apud CIDADE e FREITAS, 2002), a Educa��o F�sica deve conter desafios direcionados a todos os alunos, permitir a participa��o de todos, respeitarem as limita��es e promover a autonomia. O educador dever� selecionar a atividade visando o comprometimento motor, a idade cronol�gica e o desenvolvimento intelectual do aluno. "A aplica��o dos exerc�cios desportivos, sob o incentivo da "ludicidade", mostra que a competi��o � desej�vel � medida que os competidores encarem seus opositores como companheiros de jogo". (BRACHT, V. 1988 apud Lemos, 2004). Segundo Bueno e Resa (1995 apud Freitas, 2004), a Educa��o F�sica Adaptada para alunos com defici�ncia n�o se diferencia da Educa��o F�sica em seus conte�dos, mas compreende t�cnicas, m�todos e formas de organiza��o que podem ser aplicados ao aluno com defici�ncia. � um processo de atua��o docente com planejamento, visando atender �s necessidades de seus educandos.
Atrav�s desta pesquisa bibliogr�fica podemos compreender que nem todas as escolas est�o em condi��es de receber os alunos com defici�ncia e, um dos motivos, � justamente porque os professores n�o se sentem preparados para atender adequadamente as necessidades desses alunos, e os escolares que n�o t�m defici�ncia n�o recebem informa��es acerca de seus colegas com defici�ncia. Mas como incluir e integrar esses alunos nas escolas regulares e nas aulas de Educa��o F�sica? Ser� que os professores de Educa��o F�sica ter�o condi��es de desenvolver suas atividades escolares em grupos envolvendo deficientes e n�o-deficientes? Os conhecimentos que o professor de Educa��o F�sica domina o possibilita a trabalhar a diversidade humana? � necess�rio que haja uma prepara��o de todos os profissionais da escola regular, para receber o aluno com necessidades educativas especiais. J� o professor de Educa��o F�sica dever� estar sempre atento �s mudan�as, que dever�o ser feitas, para melhor atender aos alunos com necessidades educativas especiais, evitando que eles sejam isolados de seus colegas e das atividades propostas pelo professor. � importante que haja uma ampla variedade de atividades sendo oferecida aos alunos para que se efetive a inclus�o, principalmente no que se refere � educa��o F�sica Escolar, pois s� ser� poss�vel a inclus�o de todos os alunos, a partir da cria��o diversificada de conte�dos e atividades. N�o � necess�rio um conte�do diferente para trabalhar a inclus�o em sala de aula, o professor pode trabalhar atividades que s�o usadas no dia-a-dia da Educa��o F�sica Escolar. Mas � necess�ria que essas atividades sejam adaptadas � realidade de todos os alunos, sejam eles com necessidades educativas especiais ou n�o.
Quais e o objetivo principal de se adaptar atividades para os alunos em sala de aula?Ou seja, o objetivo central ao se “adaptar” uma avaliação ou qualquer outra estratégia pedagógica deve ser a equiparação de oportunidades. E para isso, é fundamental avaliar cada situação especificamente.
Qual e o objetivo das atividades adaptadas?O objetivo da educação física adaptada é alcançar pessoas portadoras de transtornos, sejam eles físicos ou psicológicos, que impedem que elas participem ativamente de uma aula comum da disciplina, a exemplo dos portadores de deficiências mentais, visuais, auditivas, físicas, múltiplas deficiências, etc.
Qual a importância das adaptações para o processo de ensinoA adaptação curricular é necessária para permitir aos alunos com deficiência um caminho para alcançar os conteúdos curriculares e para que se torne possível é necessário o trabalho em conjunto dos profissionais envolvidos na educação (MARQUES; DUARTE, 2013).
Qual e o objetivo de se trabalhar com adaptações curriculares em uma sala de aula com alunos de inclusão de exemplos?A adaptação curricular é de extrema importância para uma real inclusão da criança especial no ambiente escolar. Com fatores sensoriais, sociais e de linguagem, esta adaptação visa transformar a experiência da criança na escola o mais confortável tanto para ela quanto para os pais.
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