Picolezeira gata na cidade de breves pará

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A cidade de Breves, no arquipélago do Marajó, no Pará, teve a maior alta de mortes por coronavírus em duas semanas, no período de 27 de abril a 11 de maio.

O aumento foi o mais acentuado entre todas as cidades brasileiras afetadas pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que causa a doença Covid-19. O número de óbitos saltou de 1, em 27 de abril; para 34, na segunda (11), mesma data em que o hospital de campanha foi inaugurado na cidade — com 18 dias de atraso.

No Pará, o município de Breves é o terceiro no número de casos (305) e de mortes (42), atrás apenas da capital Belém (4.819 casos e 572 mortes) e de Ananindeua (980 casos e 79 mortes) — números apurados nesta sexta-feira (15). Breves tem cerca de 102 mil habitantes, enquanto Belém e Ananindeua possuem 1,4 milhão e 530 mil, respectivamente.

Os dados foram levantados a partir do Mapa do Coronavírus, feito pelo G1 com base em números divulgados pelas Secretarias Estaduais de Saúde de todo o país.

Onde fica Breves (PA) — Foto: Rodrigo Sanches/G1

Leitos x mortalidade

Hospital Regional, em Breves, possui 4 leitos de UTI para atender o Marajó. — Foto: Cristino Martins / O Liberal

Antes do hospital de campanha, Breves tinha somente quatro leitos de Unidade de Tratamento Intensivo, no Hospital Regional Público do Marajó (HRPM). Na rede municipal, os 25 leitos clínicos estão todos ocupados, sendo que cinco possuem respiradores, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

A sobrecarga nos sistemas estadual e municipal de saúde preocupou as autoridades, que pediram agilidade na conclusão do hospital de campanha, anunciado pelo governo estadual. A unidade disponibiliza 56 leitos clínicos e 4 de UTI para tratamento exclusivo da Covid-19.

Questionada pelo G1, a Sespa não informou se há paciente à espera de leito de UTI em Breves, mas informou que o hospital de campanha contava seis internados até a noite de quarta (13).

Na manhã de quarta (13), Breves registrava taxa de letalidade de 13,36%. Entre as treze cidades do estado onde vigora o decreto de lockdown (bloqueio total), o índice só é menor que o de Benevides (14,52%) — mas a cidade, localizada na região metropolitana, registra 9 mortes (veja no gráfico abaixo).

Letalidade da Covid-19 entre cidades onde há 'lockdown' no PA

Cidade Nº de casos Nº de mortes Taxa de letalidade
Benevides 62 9 14,52%
Breves 247 33 13,36%
Belém 4138 489 11,82%
Castanhal 228 28 12,28%
Marituba 96 11 11,46%
Ananindeua 865 82 9,48%
Bragança 151 12 7,95%
Santa Izabel do Pará 103 7 6,8%
Cametá 253 17 6,72%
Vigia 62 4 6,45%
Santa Bárbara do Pará 28 1 3,57%
Primavera 12 0 0%

Morte de paciente à espera de leito

As obras do Hospital de Campanha iniciaram no dia 4 de abril, no ginásio de esportes da cidade, e foram entregues 40 dias depois, com 18 de atraso. A previsão de conclusão era 23 de abril. O primeiro óbito registrado na cidade ocorreu no dia 21 de abril — um homem de 70 anos de idade.

Lucivaldo Almeida, de 55 anos, morreu na véspera da inauguração do hospital de retaguarda. Ele chegou a ficar quatro dias à espera de leito de UTI no HRPM.

“Se o hospital de campanha tivesse funcionando, com certeza meu pai teria tido o tratamento adequado mais cedo”, diz o filho, Diego Almeida.

Lucivaldo não tinha doenças crônicas, segundo o filho. No dia 5, ele foi até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde recebeu os primeiros cuidados e aguardou por um leito. Ele foi transferido para o HRPM no dia 9 e foi intubado em UTI. No dia seguinte, não resistiu às complicações da Covid-19.

“Ele foi intubado sábado, 23h. Domingo, 17h, estava morto. A UPA é para os primeiros atendimentos. Quando agravou, não tava aí o dito Hospital de Campanha”, critica Diego.

A demora, segundo o governo, foi causada pela logística da entrega dos materiais, além do tempo para adequação dos leitos, falta de insumos e serviços que precisariam ser feitos na estrutura. Os equipamentos para instalação da rede de oxigênio só chegaram no dia 4 de maio, após apelos de autoridades por agilidade na conclusão.

Hospital de campanha em Breves foi inaugurado com 18 dias de atraso. — Foto: Divulgação

Picolezeira gata na cidade de breves pará

Governo do Pará adia inauguração do hospital de campanha de Breves

Avanço da doença preocupa gestão municipal

A prefeitura de Breves informou que, entre os pacientes positivados desde o começo da pandemia, 75 já se recuperaram e 14 permanecem hospitalizados. Segundo o secretário municipal de saúde, Amauri da Cunha, o avanço da doença na cidade é "assustador", e o atraso na entrega do hospital "complicou ainda mais a situação".

"Tivemos a dificuldade para trazer equipamentos. Faltou central de oxigênio, teve que fazer canalização. E até o lockdown, a população vivia na rua, amontoada em porta de banco, mercados, feiras. A cadeia de transmissão era muito grande", afirmou.

A taxa de isolamento em Breves está acima de 60% desde o dia 2 de maio. No último domingo (10), quando multas passaram a ser aplicadas para aqueles que desrespeitassem o decreto, Breves teve 63,2% da população em casa, de acordo com dados de monitoramento da Secretaria de Segurança Pública do Estado (Segup).

Sistema de saúde entra em sobrecarga

Segundo Cunha, o sistema público de saúde em Breves, que sempre recebeu demanda de outros municípios do Marajó, está se sobrecarregando.

O hospital de campanha, por exemplo, deve atender pacientes de Anajás, Bagre, Curralinho, Gurupá, Melgaço e Portel, alguns dos municípios com piores colocações no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país.

A unidade deve ser referência regional para quase 318 mil habitantes da região do Marajó e é uma das quatro montadas pelo governo estadual, como parte das estratégias de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Além de Breves, Belém, Marabá, Santarém receberam hospitais de campanha.

Marajó: região fragilizada

A região do Marajó é composta por 16 municípios que, juntos, já registram mais de 400 casos confirmados de Covid-19. Até a última terça (13), 52 pessoas morreram com doença na região, o que representa 6% dos óbitos no Pará, segundo os dados coletados pelo G1.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 560 mil pessoas vivem na região. A cidade mais populosa, Breves, que tem aproximadamente 102 mil habitantes, também é a que mais registra casos do novo coronavírus.

No Marajó, todos os municípios já registram casos de infecção pelo vírus e em apenas cinco não há mortes causadas por ele. Depois de Breves, Cachoeira do Arari, Ponta de Pedras, Portel e Santa Cruz do Arari são as cidades da região mais atingidas. A taxa de letalidade da Covid-19 nesses locais varia entre 7,5% e 26%.

A região apresenta déficit de serviços de média e alta complexidade, contando com apenas seis leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Por enquanto, no restante dos municípios, os casos que precisam de atendimento de referência são transferidos para Belém. O governador do estado, Helder Barbalho, cogita a construção de um segundo hospital de campanha na região.

"Logo, logo também abriremos uma novo hospital de campanha para o Marajó Oriental, na cidade de Soure. Espalhando para cada mesorregião do estado a descentralização do atendimento para pacientes com sintomas do coronavírus e outras síndromes respiratórias", prometeu em vídeo publicado nas redes sociais.

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