Para crespo define que duas taxas sao equivalentes quando aplicadas

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Matemática Financeira Marcos Antonio Barbosa Roberto José Medeiros Junior

Curitiba-PR 2012

Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância

© INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - PARANÁ EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paraná para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil - e-Tec Brasil. Prof. Irineu Mario Colombo Reitor Prof. Joelson Juk Chefe de Gabinete Prof. Ezequiel Westphal Pró-Reitoria de Ensino - PROENS Gilmar José Ferreira dos Santos Pró-Reitoria de Administração - PROAD Prof. Silvestre Labiak Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação PROEPI Neide Alves Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE Bruno Pereira Faraco Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLAN Prof. Marcelo Camilo Pedra Diretor Geral do Câmpus EaD Prof. Célio Albes Tibes Jr. Diretor Executivo do Câmpus EaD

Luana Cristina Medeiros de Lara Diretora de Administração e Planejamento do Câmpus EaD Profª Márcia Denise Gomes Machado Carlini Coordenadora de Ensino Médio e Técnico do Câmpus EaD Profª. Elaine Arantes Coordenadora do Curso Adriana Valore de Sousa Bello Mayara Machado Gomes Faria Francklin de Sá Lima Kátia Regina Vasconcelos Ferreira Assistência Pedagógica Profª Ester dos Santos Oliveira Prof.ª Sheila Cristina Mocellin Prof.ª Vanessa dos Santos Stanqueviski Revisão Editorial Paula Bonardi Diagramação e-Tec/MEC Projeto Gráfico

Catalogação na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia - Paraná

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Matemática Financeira

Apresentação e-Tec Brasil Prezado estudante, Bem-vindo ao e-Tec Brasil! Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia (SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escolas técnicas estaduais e federais. A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais. O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Janeiro de 2010 Nosso contato [email protected]

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Indicação de ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.

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Sumário Palavra dos professores-autores

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Aula 1 – O contexto das finanças na história da matemática 11 1.1 Dinheiro e temporalidade 11 1.2 Juros 13 Aula 2 – Relação algébrica: razão e proporção 2.1 Razão 2.2 Aplicações 2.2 Proporção

17 17 18 20

Aula 3 – Relação entre razão e proporcionalidade: “regra de três” 3.1 Grandeza diretamente proporcional. 3.2 Grandeza inversamente proporcional. 3.3 Proporcionalidade

23 23 24 25

Aula 4 – Porcentagem

29

Aula 5 – Revendo o conceito de potencialização 5.1 Potenciação

35 35

Aula 6 – Taxas e coeficientes 6.1 Tipos de Taxas

41 43

Aula 7 – Calculando as taxas 45 7.1 Proporcionalidade entre taxas: conversão de taxa nominal para efetiva (capitalização simples) 45 7.2 Equivalências de taxas: conversão entre taxas efetivas (capitalização composta) 48 7.3 Comparações entre proporcionalidade e equivalência 50 Aula 8 – Capitalização simples 8.1 Definindo capitalização simples 8.2 Fórmula para cálculo do juro simples

53 53 55

Aula 9 – Tipos de Juros e cálculo de montante 9.1 Algumas definições usuais 9.2 Juros Ordinários 9.3 Juros Exatos 9.4 Juros pela regra do banqueiro 9.5 Fórmula para cálculo do montante

59 59 59 59 60 60 e-Tec Brasil

Aula 10 – D  escontos simples 10.1 Descontos

63 63

10.2 Valor atual no desconto comercial

65

Aula 11 – D  escontos simples – Continuação 11.1 Desconto racional

69 69

11. 2 Valor atual racional (Var)

70

Aula 12 – Descontos proporcionais

73

Aula 13 – Equivalência de títulos ou Capitais (Capitalização Simples)

77

Aula 14 – Capitalização composta 81 14.1 Variação da fórmula do montante da capitalização composta 82 Aula 15 – Juros compostos e a função exponencial

83

Aula 16 – Continuação de juros compostos e exercícios resolvidos

87

Aula 17 – Desconto composto 17.1 Desconto composto

93 93

Aula 18 – Títulos equivalentes de capitalização composta

95

Aula 19 – Operações de fluxo de caixa 19.1 Valor presente

101 103

19.2 Séries de pagamentos

103

19.3 Operações postecipadas

104

Aula 20 – Outras séries de pagamento 20.1 Operações antecipadas

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107 107

20.2 Operações com carência postecipada

108

20.3 Amortizações

109

20.4 O que é amortização?

109

20.5 Depreciação

109

20.6 Sistemas de Amortização (pagamento) do seu financiamento imobiliário

110

Referências

115

Atividades autoinstrutivas

117

Currículo dos professores-autores

133 Matemática Financeira

Palavra dos professores-autores Prezado estudante, Este material tem como objetivo enriquecer o estudo acerca das atividades e práticas relativas à disciplina de Matemática Financeira, na modalidade de Educação a Distância, do Instituto Federal do Paraná (IFPR). O método de Ensino contempla, também, atividades autoinstrutivas e as supervisionadas, abrangendo conteúdos relevantes na área do Secretariado, apresentação diferenciada das propostas de atividades práticas aliadas ao caráter teórico-reflexivo das atividades. Cada capítulo foi estruturado pensando em retomar conceitos elementares de Matemática importantes para o desenvolvimento da teoria e atividades autoinstrutivas. Estudaremos proporcionalidade (regra de três), percentagem, progressões, séries, sequências e uso de calculadoras simples. Os tópicos apresentados estão divididos de modo a contemplar o “bê-á-bá” das Finanças e da Educação Financeira com foco nos conhecimentos matemáticos pertinentes e interdisciplinares. Em finanças pessoais, o profissional técnico em Administração terá clareza da aplicabilidade dos conhecimentos matemáticos à saúde financeira do dinheiro, das aplicações em curto, médio e longo prazo e de ações determinantes da empresa da qual faz parte. O livro encontra-se dividido de modo didático, seguindo um critério de aprendizado rico de conhecimentos, porém de fácil assimilação. Observando uma evolução de conceitos e técnicas apresentadas gradativamente à maneira que se realizam as atividades autoinstrutivas e supervisionadas com a utilização de recursos de acompanhamento pedagógico, entre eles o telefone (0800) e fóruns via web (tutoria). A intenção é valorizar cada ponto como se fosse um módulo condensado e relevante, visando levar você para um mundo de reflexão, reeducação financeira e aprendizado contínuo. Sentimentos que serão estimulados em cada aula com a presença (mesmo que virtual) do professor conferencista e professor web. Desejamos muito sucesso e aprendizado! Sincero abraço! Professores Roberto José Medeiros Junior e Marcos Antonio Barbosa

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Aula 1 – O  contexto das finanças na história da matemática No decorrer desta aula você irá aprender sobre o que são finanças e educação financeira, saberá também a razão de utilizar Matemática nesses procedimentos.

1.1 Dinheiro e temporalidade

Figura 1.1: Moeda Fonte: http://www.fatosdaeconomia.com.br/

Quando tratamos de dinheiro e temporalidade, alguns elementos básicos devem ser levados em consideração, tais como: • Inflação: Os preços não são os mesmos sempre;  Isso ocorre porque podemos ter aumento dos custos de produção dos produtos. Exemplo: aquisição de maquinários, escassez da mão de obra, falta de matéria-prima. Podemos também ter aumento do consumo, e se esse aumento for maior que a capacidade de produção, isso gera inflação. • Risco: Investimentos envolvem riscos que geram perda ou ganho de dinheiro; Em decisões de financiamento e investimento existem muitos tipos de riscos que devemos considerar. Segundo o dicionário Aurélio, a palavra risco - original do latim risicu - é definida como “perigo ou possibilidade de perigo”. Para Castanheira (2008) os riscos podem ser classificados como:

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Antigamente alguns governos, emitiam (produziam) dinheiro, sempre que precisavam. Isso de maneira descontrolada produzia inflação. No Brasil, são os famosos índices econômicos que medem a inflação, entre eles, destacamos o: • IGP – índice geral de preços, calculado pela FGV . • (Fundação Getúlio Vargas) • IPC – Índice Preço ao Consumidor, calculado pela FIPE (Fund. Inst. Pesquisas Econômicas) • INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, medido pelo IBGE. • IPCA – Índice de Preço ao Consumidor amplo, também medido pelo IBGE.

Inflação A Inflação é um conceito econômico que representa o aumento de preços dos produtos num determinado país ou região, durante um período.

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Risco de Crédito, quando quem emprestou não paga sua dívida; Risco de Liquidez, quando há atraso no pagamento da dívida; Risco de mercado, quando há um processo de inflação; Risco Operacional, quando não há retorno de investimento em função de problemas operacionais da empresa; –– Risco-País, em função da situação econômica do país. • Incertez: Não há como saber que tipo de investimento é mais rentável sem estudo prévio; Em qualquer decisão financeira, sempre há alguma incerteza sobre o seu resultado. Podemos definir a incerteza, como sendo o desconhecimento do resultado de um acontecimento, até quando ele acontecer no futuro. Sabemos também que existe incerteza na maioria das coisas que fazemos enquanto administradores financeiros, porque ninguém sabe precisamente que mudanças ocorrerão no tempo determinado, no universo financeiro, ou seja, é difícil prever o que pode ocorrer com os impostos, demanda de consumidor, economia, ou taxa de juros. Dessa forma conceituamos Incerteza como sendo a situação em que não é “sabido” o que irá acontecer. • Utilidade: Se não é útil, deve ser adquirido? Não podemos deixar nos levar pelo modismo ou pelo consumismo exagerado. Na hora de você trocar uma máquina ou um equipamento, leve em consideração duas coisa: a primeira é saber se com a troca você irá satisfazer suas necessidades. A segunda se vale é vantajoso fazer a troca ou aperfeiçoar o que você já tem. • Oportunidade: Sem dinheiro as oportunidades dizem adeus. Com dinheiro é muito mais fácil ter crédito, fazer ótimos negócios e se tranquilizar em crises econômicas.

Figura 1.2: Dinheiro Fonte: http://www.jogoscelular.net

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Matemática Financeira

A Matemática Financeira possui diversas aplicações no atual sistema econômico. A palavra FINANÇAS remete especificamente àquelas relações da matemática com o dinheiro tal e qual o se concebe nas diversas fases da História da humanidade. Muitas situações estão presentes no cotidiano das pessoas e têm ligação imediata com o dinheiro, seja o fato de ter um pouco de dinheiro, nada de dinheiro ou muito dinheiro. Em todas as situações ter educação financeira torna-se fator determinante da ascensão profissional e saúde financeira pessoal e empresarial. Os financiamentos são os mais diversos e criativos. Essa “mania” é muito antiga, remete as relações de troca entre mercadorias que com o passar das eras e diferentes civilizações evoluíram naturalmente quando o homem percebeu existir uma estreita relação entre o dinheiro e o tempo - “tempo é dinheiro”.

Figura 1.3: Tempo Fonte: http://bloglucrativo.blogspot.com/

1.2 Juros O conceito de juros surgiu no momento em que o homem percebeu a existência de uma afinidade entre o dinheiro e o tempo. As situações de acúmulo de capital e desvalorização monetária davam a ideia de juros devido ao valor momentâneo do dinheiro (cada dia as diferentes moedas têm um valor). Algumas tábuas matemáticas se caracterizavam pela organização dos dados e textos relatavam o uso e a repartição de insumos agrícolas através de operações matemáticas.

Você sabia que existem várias passagens na Bíblia que tratam de finanças? Finanças: (1 Cr.29:12-14; 1Tm.6:9-10). Em suma, todo cristão, como filho de Deus, recebe coisas, inclusive o dinheiro, que deve ser utilizado de maneira correta, sensata e temente a Deus para a glória do nome dele. Temos que ser equilibrados, ganhando com práticas honestas e fugindo das práticas ilícitas. É lícito desfrutarmos dos benefícios que o dinheiro traz, mas não apegarmos à cobiça a qualquer custo para conseguir dinheiro. Podemos usar o dinheiro para dízimos, ofertas, no lar, no trabalho e em lazer. As pessoas devem evitar contrair dívidas fora do alcance, comprar sempre que possível à vista, fugir dos fiadores, pagar os impostos, e como patrão pagar justos salários. Além disso, deve haver economia doméstica, com liberdade moral e responsável, evitando conflitos, pois afinal o dinheiro é de uso do casal. Fonte: www.discipuladosemfronteiras. com/contato.php acessado em 03/2009.

Os sumérios, povos que habitaram o Oriente Médio, desenvolveram o mais antigo sistema numérico conhecido, registravam documentos em tábuas de argila. Essas tábuas retratavam documentos de empresas comerciais. Algumas eram utilizadas como ferramentas auxiliares nos assuntos relacionados ao sistema de peso e medida. Havia tábuas para a multiplicação, números quadrados, números cúbicos e exponenciais (ideia de função). As funções

Aula 1 – O contexto das finanças na história da matemática

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exponenciais estão diretamente ligadas aos cálculos de juros compostos e os juros simples à noção de função linear. Mais adiante veremos com mais detalhes essas relações.

Figura 1.4: Escrita dos sumérios Fonte: http://www.cyberartes.com.br/

Consequentemente existe a relação da escrita antiga dos Sumérios com o nosso sistema de numeração, o sistema indo-arábico: (que tem esse nome devido aos hindus que o inventaram, e devido aos árabes, que o transmitiram para a Europa Ocidental).

Figura 1.5:Hindu Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br

E os juros? Sempre existiram? Na época dos Sumérios, os juros eram pagos pelo uso de sementes e de outros bens emprestados. Os agricultores realizavam transações comerciais em que adquiriam sementes para efetivarem suas plantações. Após a colheita, os agricultores realizavam o pagamento através de sementes com a seguida quantidade proveniente dos juros do empréstimo. A forma de pagamento dos juros foi modificada para suprir as exigências atuais, no caso dos agricultores, claro que o pagamento era feito na próxima colheita. A relação tempo/juros foi se ajustando de acordo com a necessidade de cada época. Atualmente, nas transações de empréstimos, o tempo é preestabelecido pelas partes negociantes.

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Vale observar que os juros sempre sofreram com as intempéries. Naquela época, muito mais relacionadas com o clima, época de plantio e colheita. Atualmente, além disso, os juros sofrem alterações de base por conta das políticas monetárias, do banco central, ou seja, dependem da vontade polítiFigura 1.6: Índices Fonte: http://www.cgimoveis.com.br ca/econômica do Ministro da Fazenda e das decisões do COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central) e de políticas econômicas nacionais e internacionais, de diferentes gestões, período de crises financeiras, alta e baixa da taxa de desemprego, da instalação de indústrias e de índices de desenvolvimento humano (IDH). Atualmente se utiliza o financiamento para as mais diversas situações do universo capitalista, porque o “ter” é a engrenagem da máquina financeira mundial. A compra da casa própria, carro, moto, realizações pessoais (empréstimos), compras a crediário ou com cartão de crédito, aplicações financeiras, investimentos em bolsa de valores, entre outras situações financeiras que dependem do quanto se ganha e de quanto está disposto a arriscar em financiamentos a curto, médio e longo prazo. Em resumo, todas as movimentações financeiras são baseadas na estipulação prévia de taxas de juros e envolvem o tempo para quitar a dívida. Ao realizarmos um empréstimo a forma de pagamento é feita através de prestações mensais acrescidas de juros, isto é, o valor de quitação do empréstimo é superior ao valor inicial do empréstimo. A essa diferença damos o nome de juros, ou seja, o bem adquirido tem valor agregado maior do que se fosse comprado à vista (em parcela única). Uma questão pertinente: é melhor comprar parcelado ou guardar o dinheiro para comprar à vista? Esse é o grande objetivo da formação para a Educação Financeira, nossa meta para este curso.

Resumo Vimos nessa aula as relações do dinheiro com a temporalidade, o que é a inflação, como identificar os tipos de Risco, o que significa a taxa de juros e pudemos perceber um pouco da evolução histórica financeira.

Aula 1 – O contexto das finanças na história da matemática

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Atividades de aprendizagem Pesquise: 1. O que quer dizer Risco-País? 2. Existem outros tipos de risco? 3. Qual o significado da palavra índice econômico? Responda: 1. Quais outros índices são usados no cotidiano regional? E a nível nacional?

2. O que é significa a sigla que determina o índice INCC? O que ele mede?

3. Dê um exemplo de índice financeiro e explique o que ele mede.

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Aula 2 – R  elação algébrica: razão e proporção No decorrer desta aula, retomaremos o conceito de razão, propiciando maior entendimento e exploração de conceitos matemáticos fundamentais, por meio de deduções, exploraremos as relações algébricas (fórmulas) que são tão úteis aos cálculos na Matemática Financeira. A noção de relação algébrica em matemática financeira é importante para representar de modo geral as relações que estabeleceremos entre o dinheiro, os juros e o tempo. De modo geral atribuímos letras (variáveis) para representar o dinheiro gasto, o financiamento, investimento, tempo de aplicação, juros mensais, entre outros. Sendo assim é muito provável que cada autor encontrará diferentes letras para representar as variáveis citadas. Uma relação bastante útil em matemática financeira é a proporcionalidade, frequentemente conhecida como “regra de três”. Sua utilidade vai desde o cálculo de porcentagens até a transformação de unidades de tempo e valor monetário. Contudo, primeiramente vamos nos ater a noção de razão e proporção.

2.1 Razão Podemos definir razão – dentro da matemática - como sendo a comparação entre números ou grandezas. Mas o que entendemos por Grandeza? Entendemos por grandeza tudo aquilo que pode ser medido ou contado. As grandezas podem ter suas medidas aumentadas ou diminuídas. Vejamos alguns exemplos de grandeza: o volume, a massa, a superfície, o comprimento, a capacidade, a velocidade, o tempo, o custo e a produção. É comum situações em que relacionamos duas ou mais grandezas no dia a dia. Existem várias maneiras de comparar duas grandezas, uma delas é usando a linguagem matemática, quando se escreve a > b (lê-se “a” maior do que “b”) ou a < b (lê-se “a” menor do que “b”) e a = b (lê-se “a” igual ao “b”), estamos comparando as grandezas a e b. Essa comparação pode ser feita

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Em uma corrida de “quilômetros contra o relógio”, quanto maior for a velocidade, menor será o tempo gasto nessa prova. Aqui as grandezas são a velocidade e o tempo. Fonte: http://www.somatematica. com.br/fundam/grandeza.php

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através de uma razão entre as duas grandezas, isto é o quociente entre essas grandezas. Em resumo, uma razão é a representação da divisão entre dois valores “a” e “b”. Observe: a = a : b = a/b b Exemplo: Em uma turma de 27 alunos, foi feito uma pesquisa para saber quantos alunos gostam de matemática e quantos não gostam. O resultado obtido foi: Gostam: 07 alunos Não gostam: 20 alunos Então, podemos dizer que o quociente 7/20 é a razão do número de alunos que gostam de matemática. Viram que simples o conceito de razão. • Podemos ler a razão acima do seguinte modo: “7 esta para 20” • Distinguimos a razão acima chamando o 7 de antecessor e o 20 de consequente.

2.2 Aplicações Entre as aplicações práticas de razões especiais, as mais comuns, são: a) Velocidade média A velocidade média em geral é uma grandeza obtida pela razão entre uma distância percorrida e um tempo gasto neste percurso. velocidade =

distância percorrida tempo gasto no percurso

Exemplo: I. Suponhamos que um carro percorreu 120 km em 2 horas. A velocidade média do carro nesse percurso será calculada a partir da razão: Vmédia = 120km = 60km/h 2h O que significa que, em 1 hora o carro percorreu 60 km. Portanto, podemos dizer que nossa razão é de 60 Km/h

Figura 2.1: Estrada Fonte: http://www.freefoto.com/

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Matemática Financeira

b) Escala Escala é a comparação entre o comprimento observado no desenho (mapa, por exemplo) e o comprimento real correspondente, ambos na mesma unidade de medida. Escala = comprimento do desenho comprimento real Exemplo: II. Em um mapa, um comprimento de 8 m está representado por 16 cm. Qual a escala usada para fazer esse mapa? Para resolver esse exercício precisamos deixar ambos os valores com a mesma unidade de medida. Neste caso, transformamos 8 m em cms. 8m = 800 cm, pois, 1 m = 100 cm, logo 8.100 m = 8. 100 cm = 800cm. Certo! Mas agora vamos para a escala: Escala = 16 cm = 1 800 cm 50 ou ainda escala 1:50, como é mais comum nos desenhos e mapas. Isto significa que cada 1 cm medido no desenho é igual 50 cm no tamanho no real. E assim nossa razão é lida por “1 esta para 50” c) Densidade Demográfica

Figura 2.2 Densidade demográfica Fonte: http://www.grupoescolar.com

Densidade demográfica = número de habitantes área total do território

Aula 2 – Relação algébrica: razão e proporção

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Exemplo: III. Um município ocupa a área de 5.000 km2jj, de acordo com o censo realizado, tem população aproximada de 100.000 habitantes. A densidade demográfica desse município é obtida assim: Densidade demográfica = 100.000 hab 5.000 km2 Isto significa que para cada 1 quilômetro quadrado, esse município tem 20 habitantes. Assim a razão é de 20 hab/Km2 Para o nosso caso mais específico de finanças um exemplo de razão é relacionar a noção de razão com a transformação de frações em números decimais (com vírgula), vejamos alguns exemplos: 20 é igual à 10. A razão de 20 para 2 é 10, ou seja vinte é A razão 20:2, ou 2 dez vezes maior que dois. A razão 12 : 3 ou 12/3 é igual a quatro, ou seja doze é quatro vezes maior que três. A razão

4 4 : é igual a1. A razão de 4/6 para 4/6 é 1 (um inteiro ou 100%). 6 6

2.2 Proporção Podemos definir proporção como a igualdade entre duas razões. Vejamos como é simples esse conceito! Dada a razão 2/3, se multiplicarmos por 2 teremos uma nova razão de valor 4/6. Lembremos que uma razão não se altera quando ela é multiplicada ou dividida por um número diferente de zero. Logo, deduzimos que as duas razões são iguais, ou seja, 2/3 = 4/6. Concluimos que “a igualdade de duas razões é uma proporção”. E essa igualdade é lida da seguinte forma: dois está para três assim como quatro esta para seis, que pode ser representada por 2:3:: 4:6. A C De modo genérico a proporção é representada por B : D , onde os números A e D são denominados extremos enquanto os números B e C são os meios.

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Matemática Financeira

Usa no cotidiano a proporção para achar o termo desconhecido de uma razão, normalmente essa aplicação se da na famosa REGRA de TRÊS. Veremos isto mais adiante. Pesquisando sobre a “Propriedade fundamental da proporção” e “Propriedades da proporção”

As frações abaixo são outros exemplos de proporção: a) ½ = 5/10 b) 3/4 = 9/12 c) 21/43 = 42/86

Resumo Nesta aula, revisamos o conceito de razão e proporção, compreendendo suas principais aplicações

Atividades de aprendizagem Resolva as atividades abaixo, seguindo o modelo resolvido: 1. Faça a leitura das razões abaixo: a) ¾ = três esta para 4 b) 3/5 =

.

c) 9/28 =

.

d) A/B =

.

e) ½ / 1/3 =

.

2. Estabeleça a razão entre as grandezas: a) A idade de um rapaz é 20 anos e a idade de sua irmã é 16. Qual é a razão da idade do rapaz para a da sua irmã? Resposta: a razão é 20/16 b) Qual é a razão do número de dias do mês de fevereiro para os dias de um ano bissexto? R: . c) O time de futebol Amigos da bola marcou 36 gols, e sofreu 10 gols. Qual é a razão do número de gols marcados para o número de gols sofridos? R: . d) Uma caixa de chocolate possui 250g de peso líquido e 300g de peso bruto. Qual é a razão do peso líquido para o peso bruto? R: .

Aula 2 – Relação algébrica: razão e proporção

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3. Verifique se as igualdades abaixo são ou não proporção, respondendo sim ou não. a) 5/2 = 15/6, sim é uma proporção, pois se multiplicarmos a fração 5/2 por 3, temos a fração 15/6. b) 81/63 = 9/7 c) 4/5 = 24/20 d) ¾ = 27/32 e) 6/5 = 36/30 4. Calcule o termo desconhecido das seguintes proporções: a) 2/3 = 16/x Utilizando a propriedade fundamental, sabemos que “o produto dos meios é igual ao produto dos extremos”, então temos: 2.x = 16.3 2.x = 48 X = 48/2 X = 24 b) 7/6 = 42/x

c) 2/5 = x/30

d) 360/50 = x/10

e) x/4 = 72/32

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Matemática Financeira

Aula 3 – R  elação entre razão e proporcionalidade: “regra de três” Veremos nesta aula, alguns dos elementos que estabelecem a relação entre razão e proporção.

3.1 Grandeza diretamente proporcional. Duas grandezas são diretamente proporcionais quando, aumentando uma delas, a outra também aumenta na mesma proporção, ou, diminuindo uma delas, a outra também diminui na mesma proporção. Se duas grandezas X e Y são diretamente proporcionais, os números que expressam essas grandezas variam na mesma razão, isto é, existe uma constante K tal que: X =K Y Exemplo: Uma torneira foi aberta para encher uma caixa com água. A cada 15 minutos é medida a altura do nível de água. (cm. =centímetros e min. = minutos) 15 minutos 50 cm

30 minutos 100 cm

45 minutos 150 cm

                  Figura 6.6: Exemplo Fonte: Elaborado pelo autor

Construímos uma tabela para mostrar a evolução da ocorrência: Tempo (min)

Altura (cm)

15

50

30

100

45

150

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Observamos que, quando duplica o intervalo de tempo, a altura do nível da água também duplica e quando o intervalo de tempo é triplicado, a altura do nível da água também é triplicada. Desta maneira, tiramos as seguintes conclusões: • Quando o intervalo de tempo passa de 15 min. para 30 min., dizemos que o tempo varia na razão 15/30, enquanto que a altura da água varia de 50 cm para 100 cm, ou seja, a altura varia na razão 50/100. Observamos que estas duas razões são iguais: 15 = 50 = 1 . 30 100 2 • Quando o intervalo de tempo varia de 15 min. para 45 min., a altura varia de 50 cm para 150 cm. Nesse caso, o tempo varia na razão 15/45 e a altura na razão 50/150. Então, notamos que essas razões são iguais: 15 = 50 = 1 . 45 150 3 • Concluímos que a razão entre o valor numérico do tempo que a torneira fica aberta e o valor numérico da altura atingida pela água é sempre igual, assim, dizemos que a altura do nível da água é diretamente proporcional ao tempo que a torneira ficou aberta.

3.2 Grandeza inversamente proporcional. Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, aumentando uma delas, a outra diminui na mesma proporção, ou, diminuindo uma delas, a outra aumenta na mesma proporção. Vamos ver um exemplo para entender melhor: Observe a tabela, que representa a relação entre a velocidade e tempo em uma situação de distância qualquer. Velocidade (Km/h)

tempo (h)

400

3

480

2h30min

Podemos observar que à medida que a velocidade aumenta o tempo percorrido diminui. Assim, temos a caracterização de uma grandeza inversamente proporcional.

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Matemática Financeira

3.3 Proporcionalidade • Regra de Três Simples “Regra de três simples” é um processo prático para resolver problemas que envolvem grandezas diretas ou inversamente proporcionais. É normal no senso comum entendermos como cálculo do valor desconhecido, quando há presença de três deles valores conhecidos e precisamos descobrir o valor do quarto. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já conhecidos.

Passos didáticos utilizados para resolver problemas com a regra de três simples 1º Passo: Construir uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie em colunas e mantendo na mesma linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência. 2º Passo: Identificar se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais. 3º Passo: Montar a proporção e resolver a equação. Exemplo 1: Com uma área de absorção de raios solares de 1,2 m2, uma lancha com motor movido à energia solar consegue produzir 400 watts por hora de energia. Aumentando-se essa área para 1,5 m2, qual será a energia produzida? Solução: montando a tabela: Área (m2)

Energia (Wh)

1,2

400

1,5

x

Identificação do tipo de relação: Área 1,2 1,5

Energia 400 x

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x. Observe que: Aumentando a área de absorção, a energia solar aumenta.

Aula 3 – Relação entre razão e proporcionalidade: “regra de três”

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Como as palavras correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que as grandezas são diretamente proporcionais. Assim sendo, colocamos outra seta no mesmo sentido (para baixo) na 1ª coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Área 1,2 1,5

Energia 400 x

1,2 = 400 1,5 x 1,2x = 1,5 . 400 x = 1,5 . 400 = 500 1,2

Logo, a energia produzida será de 500 watts por hora. Exemplo 2: Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de 400 km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada fosse de 480km/h? Solução: montando a tabela: Velocidade (Km/h)

Tempo (h)

400

3

480

x

Identificação do tipo de relação: Velocidade 400 480

Tempo 3 x

Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que contém o x (2ª coluna). Observe que: Aumentando a velocidade, o tempo do percurso diminui. Como as palavras são contrárias (aumentando - diminui), podemos afirmar que as grandezas são inversamente proporcionais. Assim sendo, colocamos outra seta no sentido contrário (para cima) na 1ª coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Velocidade 400 480

Tempo 3 x

3 = 480 x 400 invertemos os termos

480x = 3.400 x = 3.400 = 2,5 480 Logo, o tempo desse percurso seria de 2,5 horas ou 2 horas e 30 minutos.

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Fonte: http://www.somatematica.com.br/fundam/regra3c.php

Resumo Nesta aula descobrimos como funciona a Proporção direta e inversa. Identificamos, também, a regra de três simples e como calculá-la.

Atividades de aprendizagem 1. Compare as grandezas abaixo e assinale I para grandeza inversamente proporcional e D para grandeza diretamente proporcional. a) Número de livros e seu preço

(D)

b) Metros de tecido e preço

( )

c) Número de maquinas e tempo para executar um trabalho

( )

d) Quantidade de ração e número de animais

( )

e) Salário de um operário e horas de trabalho

( )

Aula 3 – Relação entre razão e proporcionalidade: “regra de três”

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2. Resolva as regras de três a seguir e diga se elas são diretas ou inversamente proporcionais: a) 4 chocolates custam R$ 20,00. Qual o preço de 5 chocolates?

b) Uma máquina produz 1000 peças. Quantas peças seriam produzidas por 5 máquinas?

c) 20 costureiras fazem 60 camisas por quinzena. Quantas camisas fariam 30 costureiras?

d) 20 operários constroem uma obra em 10 dias. Qual seria o tempo gasto por uma equipe de 5 operários?

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Aula 4 – P  orcentagem O objetivo desta aula é rever conceitos de porcentagem, ou seja, a importância da expressão “por cento” e as aplicações cotidianas nas questões financeiras. Observem nas lojas os encartes, e na internet a quantidade de vezes que a representação % (por cento) está presente na comunicação das mais diversas empresas e órgãos públicos. Trata-se de uma linguagem amplamente difundida, e é senso comum entre a população de que se trata de um modo de comunicação com vistas em representar a parte de um todo de 100 unidades. Dada essa importância, vejamos alguns exemplos da representação em porcentagem versus a representação na forma de razão e o equivalente em decimal:

Figura 4.1: Porcentagem Fonte: http://www.sxc.hu

Tabela 4.1: Representação

Representação

Exemplo de situação usual

50%

“UNE quer que 50% dos recursos do Fundo Social sejam investidos em educação”.

½

“Emagreça 1/2 kg por dia comendo sanduíche”.

0,5

“Oferta: Lapiseira Pentel Técnica 0,5mm Preta - P205”

Metade

“Governo Federal reduziu pela metade o dinheiro destinado ao sistema penitenciário”.

Fonte: Elaborado pelo autor

Note que a tabela traz diferentes situações que são representadas pelo mesmo conceito de “metade”. Porém, cada situação exposta pede uma diferente representação, por exemplo, não seria adequado dizer: “emagreça 50% de um quilograma por dia”. Para o nosso caso específico utilizaremos amplamente a notação de porcentagem, por estar intimamente relacionada com o sistema monetário que está definido como número decimal posicional. Toda razão da forma a/b na qual o denominador b =100, é chamada taxa de porcentagem ou simplesmente porcentagem ou ainda percentagem.

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Historicamente, a expressão por cento aparece nas principais obras de aritmética de autores italianos do século XV. O símbolo % surgiu como uma abreviatura da palavra cento utilizada nas operações mercantis. Para indicar um índice de 10 por cento, escrevemos 10% e isto significa que em cada 100 unidades de algo, tomaremos 10 unidades. O cálculo de 10% de 80, por exemplo, pode ser obtido como o produto de 10 . 80 = 800 / 100 = 8. 10% por 80, isto é: 10%.80 = 100 Situações mais elementares, como a citada anteriormente, podem ser resolvidas “de cabeça” (cálculo mental). Imagine que os 80 citados são na verdade o valor da conta de um jantar em família; sobre esse valor vamos acrescentar a taxa de serviço de garçom que é de 10% sobre o consumo total. Sendo assim, basta dividir por 10 o valor da conta, resultando em 8, ou melhor, em 8,00 reais e somar este resultado ao total consumido: R$8,00 + R$80,00 = R$88,00. Em geral, para indicar um índice de M por cento, escrevemos M% e para calcular M% de um número N, realizamos o produto: 1. Percentagem x Porcentagem “É opcional dizer percentagem (do latim per centum) ou porcentagem (em razão da locução ‘por cento’). Mas só se diz percentual. Com as expressões que indicam porcentagens o verbo pode ficar no plural ou no singular. Conforme o caso, já que a concordância pode ser feita com o número percentual ou com o substantivo a que ele se refere”. Por Maria Tereza de Queiroz Piacentini. Fonte: http://kplus. cosmo.com.br/materia. asp?co=49&rv=Gramatica, acessado em setembro de 2009.

Produto = M%.N =

M .N 100

Exemplo 1. Um fichário tem 25 fichas numeradas, sendo que 52% dessas fichas estão etiquetadas com um número par. Quantas fichas têm a etiqueta com número par? Quantas fichas têm a etiqueta com número ímpar? Solução: Etiquetas Pares = 52% de 25 fichas = 52%.25 = 52.25 / 100 = 13. O restante, (100% - 52% = 48% são de fichas número ímpar, que seria nesse caso 12 fichas) Poderíamos ainda calcular o valor de 50% e acrescentar 2% (1% + 1%). Vejamos: (metade de 25) 50% de 25 = 12,5 + 1% de 25 (a centésima parte de 25) + 1% de 25 (a centésima parte de 25). Somando os valores temos: 12,5 + 0,25 + 0,25 = 13. Nesse fichário, há 13 fichas etiquetadas com número par e 12 fichas com número ímpar.

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Exemplo 2. Num torneio de basquete, uma determinada seleção disputou quatro partidas na primeira fase e venceu três. Qual a porcentagem de vitórias obtida por essa seleção nessa fase? Solução: Vamos indicar por X% o número que representa essa porcentagem. Esse problema pode ser expresso da seguinte forma: X% de 4 = 3 Assim temos: x .4=3 100 4x =3 100 4x = 300 x = 75 Ou ainda poderíamos utilizar o conceito de razão: ¾ = 0,75, ou seja, na primeira fase a porcentagem de vitórias foi de 75%. Exemplo 3. Ao comprar uma mercadoria, obtive um desconto de 8% sobre o preço marcado na etiqueta. Pagou-se R$690,00 pela mercadoria. Qual o preço original da mercadoria? Solução: Seja X o preço original da mercadoria. Se obtive 8% de desconto sobre o preço da etiqueta, o preço que paguei representa 100%-8%=92% do preço original e isto significa que 92% de X = 690 Assim temos: 92%.x = 690 92 x = 690 100 92x = 690 100 92. x = 69.000 x = 69.000 / 92 = 750 O preço original da mercadoria era de R$750,00.

Aula 4 – Porcentagem

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Exemplo 4 Calcule quanto é 8 % de 120. Solução: 8/100.120 = 9,6 Exemplo 5 Quanto por cento representa 8 de 130. Solução: 8/130 = 0,0615 para transformar em percentagem basta multiplicar por 100, assim temos: 0,0615 . 100 = 6,15 % (considerando duas casas decimais) Exemplo 6 Calcule o total (ou seja, 100%) sabendo que 22% valem 56.

Há duas formas de se resolver uma porcentagem: por regra de três ou por fórmula. Dependendo apenas de como se calcula, ou por fração, ou taxa percentual.

Solução: Utilizamos a regra de três, veja: 22 --------------------- 56 100 --------------------- x , multiplicando cruzado, temos: 22x = 56.100 22X = 5600 X = 5600/22 X = 254,54 (considerando duas casas truncadas)

Resumo Nesta aula, revisamos o conceito de porcentagem, ou seja, a importância do “por cento” e das aplicações cotidianas nas questões financeiras utilizando apenas o denominador 100 nas razões do tipo a/b (com b sempre igual a 100).

Atividades de aprendizagem 1. Calcule, quanto é: a) 8% de 1200 =

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b) 40% de 80 =

c) 13% de 50 =

d) 1,99 % de 12.000 =

e) 0,5 % de 2.458,50 =

2. Calcule quantos por cento representa: a) 12 de 120 =

b) 20 de 50 =

c) 2,5 de 12 =

d) 35 de 1000 =

e) 56 de 80 =

Aula 4 – Porcentagem

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3. Calcule o total (ou seja, 100%): a) Se 10% vale 16, o total é? R =

b) Se 7% vale 7, o total é? R =

c) Se 30% vale 120, o total é? R =

d) Se 12,5 % vale 625, o total vale? R =

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Aula 5 – Revendo o conceito de potencialização Nesta aula, você retomará o significado de algumas propriedades da potenciação e porcentagem, ou seja, conhecerá a importância da palavra “por cento” e também suas aplicações nas questões financeiras.

5.1 Potenciação A ideia de potenciação pode ser explicada, quando usamos a seguinte situação no lançamento de dados:

Figura 3.1: Dados Fonte: http://cute-and-bright.deviantart.com http://usefool-deviantart.com

Quando lançamos dois dados consecutivos, podemos obter os seguintes resultados: (1,1)

(1,2)

(1,3)

(1,4)

(1,5)

(1,6)

(2,1)

(2,2)

(2,3)

(2,4)

(2,5)

(2,6)

(3,1)

(3,2)

(3,3)

(3,4)

(3,5)

(3,6)

(4,1)

(4,2)

(4,3)

(4,4)

(4,5)

(4,6)

(5,1)

(5,2)

(5,3)

(5,4)

(5,5)

(5,6)

(6,1)

(6,2)

(6,3)

(6,4)

(6,5)

(6,6)

Assim, temos 36 resultados possíveis nesses lançamentos.

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Entretanto, podemos chegar a essa conclusão utilizando outro raciocínio, que seria a multiplicação das possibilidades de resultado para cada um dos dados: 1º dado

2º dado 6 x 6 = 62 = 36

6 possibilidades

6 possibilidades

Faça da mesma maneira lançando três dados consecutivos: 1º dado

2º dado

3º dado 6 x 6 x 6 = 63 = 216

6 possibilidades

6 possibilidades

6 possibilidades

Generalizando, com n lançamentos consecutivos: 1º dado

2º dado

3º dado

n° dado (...)

6 possibilidades

6 possibilidades

6 possibilidades

6 x 6 x (...)x 6 = 6n 6 possibilidades

Logo percebemos que esta situação representa uma potência, ou seja, um caso particular da multiplicação. Desta maneira, podemos definir potência como um produto de fatores iguais. Veja a representação matemática que define potência: an= a .a . a . a . (...) a Onde: “a” é a base “n” é o expoente, o resultado é a potência. Por exemplo: (-2)2 = (-2).(-2) = 4 (-3)3 = (-3). (-3). (-3) = -27 44 = 4.4.4.4 = 256 55 = 5.5.5.5.5 = 3125 Observação: • Pela observação dos exemplos acima temos as seguintes conclusões: (+)par = + (-)par = + (+)ímpar = + (-)ímpar = – –– Expoente par o resultado dá sempre positivo –– Expoente ímpar sempre se conserva o sinal da base

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5.1.1 Casos particulares Considere a seguinte sequência de potência de base 2: 24 = 16 ¯:2 23 = 8 ¯:2 22 = 4 ¯:2 21 = 2 ¯:2 20 = 1 ¯:2 1 2-1 = 2 ¯:2 1 2-2 = 4 ¯:2 1 2-3 = 8 ¯:2 2-4 =

1 ... 16

Com estes resultados concluímos que: 1. Toda potência de expoente 1 é igual à base a1 = a 2. Toda potência de expoente zero é igual a 1, sendo a ≠ 0. a0 = 1 3. Toda potência de expoente negativo é igual ao inverso da potência de expoente positivo a-n= 1n , sendo a ≠ 0 a Aula 5 – Revendo o conceito de potencialização

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5.1.2 Propriedades das potências: As propriedades das potências são utilizadas para simplificar os cálculos aritméticos, observe as mais utilizadas no dia-dia: am . an = am + n am : an = am – n (am)n = am . n A seguir temos alguns exemplos dos casos particulares e das propriedades das potências. a) 10 = 1 b) 51 = 5 1 1 c) 2-5 = 5 = 2 32 d) 22 . 23 = 22+3 = 25 = 32 e) 23 ÷ 22 = 23-2 = 21 = 2 f) (22)3 = 26 = 64

Resumo Nesta aula, retomamos o significado da potenciação por meio de exemplos práticos relacionados à probabilidade e estatística. Tais exemplos serão úteis ao entendimento que se tem sobre as fórmulas as quais serão vistas mais adiante.

Atividades de aprendizagem 1. Em 7² = 49, responda: a) Qual é a base?

b) Qual é o expoente?

c) Qual é a potência?

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2. Escreva na forma de potência: a) 4x4x4 = b) 5x5 = c) 9x9x9x9x9 = d) 7x7x7x7 = e) 2x2x2x2x2x2x2 = f) cxcxcxcxc = 3. Calcule a potência: a) 3² =

b) 8² =

c) 2³ =

d) 3³ =

e) 6³ =

f) 24 =

Aula 5 – Revendo o conceito de potencialização

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Aula 6 – Taxas e coeficientes Nesta aula, você compreenderá a diferença entre as taxas e coeficientes. Veremos também os tipos de taxas. Acompanhe a citação: “No mercado financeiro brasileiro, mesmo entre os técnicos e executivos, reina muita confusão quanto aos conceitos de taxas de juros principalmente no que se refere às taxas nominal, efetiva e real. O desconhecimento generalizado desses conceitos tem dificultado o fechamento de negócios pela consequente falta de entendimento entre as partes. Dentro dos programas dos diversos cursos de Matemática Financeira existe uma verdadeira ‘poluição’ de taxas de juros.” (SOBRINHO, 2000)

As taxas se referem aos valores expressos preferencialmente em porcentagem enquanto que os coeficientes são estritamente numéricos (números decimais). Já os coeficientes dizem respeito a valores independentes da representação em porcentagem, os valores passam a ser absolutos. Se as taxas são expressas em grupos de 100 partes (por cento), os coeficientes servem para qualquer quantidade de dados numéricos e ajudam a representar intervalos, variações de máximo e mínimo, de correlação com tabelas preestabelecidas. Veja um exemplo, que relata parte de uma notícia no jornal valor econômico online:

“Se, de um lado, a expectativa de um corte maior nos juros indica inflação mais alta para 2012 e 2013, seu impacto na atividade deve acelerar o crescimento econômico no próximo ano, avaliam economistas ouvidos pelo Valor. Após a redução de 0,75 ponto percentual na Selic, que foi para 9,75% ao ano na semana passada, analistas revisaram ligeiramente para cima suas projeções para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013, de 4,15% para 4,20%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central. As estimativas para este ano foram mantidas em 3,3%.” Fonte:http://www.valor.com.br/brasil/2566168/queda-da-selic-eleva-projecoes-para-o-pib-de-2013-no-focus, acessado em 03/12.

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Na notícia acima os valores 9, 75 %, 4,20%, 4,15%, 3,3 % são determinadas como taxas. Já o valor 0,75 é o que entendemos por coeficiente.

Para entender a taxa básica de juros, é preciso primeiro saber o que é o juro. O dicionário Houaiss o define como “quantia que remunera um credor pelo uso de seu dinheiro por parte de um devedor durante um período determinado, ger. uma percentagem sobre o que foi emprestado; soma cobrada de outrem, pelo seu uso, por quem empresta o dinheiro”. Em linguagem mais simples, Carlos Antonio Luque, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), dá um exemplo de como isso funciona: “Se eu tiver à disposição uma maçã e se alguém quiser tomá-la emprestada, eu vou exigir que, no futuro, essa pessoa me devolva a maçã e mais um pedaço. Esse pedaço extra é o que representa os juros”. http://revistaescola.abril.com. br/geografia/fundamentos/taxabasica-juros-479759.shtml

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No Brasil, o governo federal emite títulos públicos e, por meio da venda deles, toma empréstimos para financiar a dívida pública no país e outras atividades como educação, saúde e infraestrutura. Quem compra esses títulos aplica seu dinheiro para, em troca, receber uma contrapartida: os juros. Mas quem define isso? “O Banco Central, que administra os leilões de títulos do governo, define uma remuneração sobre eles, que é a taxa básica de juros”, explica o professor. Dentro desse órgão, existe outro chamado Comitê de Política Monetária, o Copom. Ele foi criado em 1996 e sua função é, como diz o próprio nome, definir as diretrizes da política monetária do país e a taxa básica de juros. Periodicamente, o Copom divulga a taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), que é a média de juros que o governo brasileiro pago aos empréstimos tomados de bancos. É a Selic que define a taxa básica de juros no Brasil, pois é com base nela que os bancos realizam suas operações, influenciando as taxas de juros de toda a economia. Aumentar ou reduzir esse imposto pode trazer diferentes implicações à economia de um país. “Quando o Banco Central aumenta a taxa de juros, ele está nos dando a seguinte orientação: ‘Não consumam hoje os bens, peguem seu dinheiro e apliquem no mercado financeiro, pois assim vocês poderão consumir mais no futuro’. Quanto ele a reduz, diz o contrário, que é mais conveniente comprar os bens hoje e não aguardar o futuro para obtê-los”, diz Carlos Antônio Luque. Ou seja, o aumento na taxa básica de juros atrai mais investimentos em títulos públicos e a quantidade de dinheiro em circulação diminui. Com isso, as pessoas compram menos. A lei de mercado faz com que a queda na demanda baixe os preços dos produtos e serviços em oferta. Assim, consegue-se conter o avanço da inflação, mas o ritmo da economia desacelera. Porém, se a taxa for reduzida, acontece o inverso: os bancos diminuem os investimentos nos títulos do governo e passam a aumentar o crédito à população, o que eleva a quantidade de dinheiro circulando e estimula o consumo. O crescimento na demanda de produtos e serviços aquece o setor produtivo e, consequentemente, a economia como um todo. Em compensação, faz os preços se elevarem e possibilita o avanço da inflação.

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6.1 Tipos de Taxas Há vários tipos de taxas nas operações financeiras, veremos algumas:

6.1.1 Taxa Proporcional Quando entre duas taxas existe a mesma relação que a dos períodos de tempo a que se referem, elas são proporcionais. Utilizada na capitalização simples, como podemos observar no exemplo: 12 % ao ano são proporcionais a 6 % ao semestre. 5 % ao trimestre são proporcionais a 20 % ao ano.

6.1.2 Taxa Equivalentes São aquelas que, referindo-se a períodos de tempos diferentes, fazem com que o capital produza um mesmo montante num mesmo tempo. Muito utilizado na capitalização composta. Exemplo: 1,39 % ao mês são equivalentes a 18 % ao ano. 26,824 % ao ano são equivalentes a 2 % ao mês.

6.1.3 Taxa nominal É a taxa que vem descrita nos contratos ou documentos financeiros. Quando procuramos um financiamento junto a um agente financeiro, ele sempre nos informa a taxa anual do contrato. Pra entendermos melhor, observe a situação: “A Caixa Econômica Federal oferece dinheiro a 5 % ao ano, com capitalização mensal.” A taxa de 5 % acima é dita Nominal. Também, podemos defini-la como sendo a taxa em que os períodos de capitalização dos juros ao Capital não coincide com aquele a que a taxa está referida. Exemplos: 1200% a.a. com capitalização mensal. 30 % a.s. com capitalização mensal.

6.1.4 Taxa Efetiva É quando o período de capitalização dos juros ao Capital coincide com aquele a que a taxa está referida. Exemplos: 120% a.m. com capitalização mensal. 45% a.s. com capitalização semestral.

Aula 6 – Taxas e coeficientes

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6.1.5 Taxa Real É a taxa efetiva corrigida pela taxa inflacionária do período da operação. Pagamento do Imposto de Renda Pessoa Física: um exemplo de taxa a pagar. Fonte: http://g1.globo.com/ economia/imposto-derenda/2012/noticia/2012/02/ tabela-do-imposto-de-renda2012-foi-corrigida-em-45conheca-os-limites.html, Acesse!!!!!

Resumo Nesta aula vimos a definição de taxas e coeficientes, bem como os tipos de taxas: a taxa nominal, equivalente, proporcional, efetiva e a taxa real. Na sequência veremos que a transformação de taxas será bastante útil nos cálculos financeiros.

Atividades de aprendizagem 1. Pesquise e Responda: a) Qual a diferença entre taxa e coeficiente?

b) Qual a diferença entre taxa proporcional e equivalente?

c) Qual a diferença entre taxa nominal e efetiva?

d) Qual a diferença entre taxa real da efetiva?

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Aula 7 – Calculando as taxas Nesta aula de hoje veremos como calcular as diversas taxas de juros. Faremos alguns exercícios para se apropriar desse conhecimento. Segundo Camargo (2010): “... todo cálculo de matemática financeira se baseia no desconto ou capitalização de um valor monetário através da utilização de uma taxa de juros.” Numa operação financeira a escala de tempo (n) utilizada na operação deve coincidir com a mesma unidade de tempo referenciada na taxa de juros (i). ou seja, se tivermos prestações mensais, por exemplo, a taxa de juros deve ser especificada também em meses. Quando a escala de tempo (n) e a taxa de juros (i) não estiverem especificadas na mesma unidade de tempo, é necessário compatibilizá-las alterando a escala de tempo ou o período a que a taxa se refere (SOUZA, CLEMENTE, 2004). Para alterar o período de taxas diferentes, utilizamos diariamente duas operações: a conversão de taxas nominais em taxas efetivas, o que se dá pelo processo de proporcionalidade, ou a conversão de uma taxa efetiva em outra taxa efetiva, o que se dá pelo processo de equivalência.

7.1 P  roporcionalidade entre taxas: conversão de taxa nominal para efetiva (capitalização simples) Vamos relembrar a diferença entre taxa nominal e efetiva. Uma taxa de juros é dita nominal quando o período de referência da taxa não coincide com o período de capitalização, ou seja, a taxa pode estar especificada em ano, mas o pagamento de juros é feito mensalmente, o que acontece em diversos tipos de contratos de financiamentos. Por exemplo: Pode ter em um contrato uma taxa nominal de 16% ao ano com capitalização mensal.

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Para a taxa efetiva, o tratamento é diferente. Ela é aquela efetivamente utilizada na operação, pois o período de referência da taxa é igual ao período de capitalização do valor monetário. Ou seja: Ex: taxa efetiva de 1,5 % ao mês com capitalização mensal

7.1.1 A proporcionalidade Relembrando o que vimos na aula 2 no item 2.2 sobre proporção, sabemos que a proporcionalidade é a igualdade entre razões. Entre duas taxas de juros, significa que a razão entre as taxas é igual a razão entre seus períodos, portanto: Razão entre as taxas: I1 I2 Razão entre os períodos (tempo) n1 n2 Proporção entre razão das taxas e razão dos períodos: I1 = n1 I2 n2 Assim, 15%a.a. é proporcional a 1,25%a.m, pois se calcularmos pela proporção temos: 15 = 12 x 1 15 . 1 = 12 . x 15 = 12x 15 = x 12 x = 1,25 Somente taxas efetivas, que se referem ao mesmo período de capitalização, podem ser utilizadas nos cálculos financeiros, pois esta representa a real remuneração do capital. Portanto, toda vez que tivermos uma taxa nominal precisamos transformá-la em taxa efetiva para fins de cálculos. Vejamos mais alguns exemplos. Exemplo 1 – Encontrar a taxa efetiva mensal de 24% a.a. com capitalização mensal. Resolução: Primeiramente devemos pegar a taxa nominal e transformá-la em uma taxa mensal, assim consideramos seu tempo igual 12, pois cada ano tem doze meses.

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Aí jogamos na proporção: 24 = 12 x 1

Processo rápido

24 . 1 = 12 . x 24 = 12x

24% a.a. / 12 meses = 2% a.m.

taxa nominal

taxa efetiva

24 = x 12 x=2 Exemplo 2 – Qual a taxa efetiva bimestral da taxa nominal de 21% a.s.? Resolução: : 21 = 3 x 1 Processo rápido 21 . 1 = 3 . x 21 = 3x 21 = x 3

21% a.s. / 3 bimestres = 7% a.b.

taxa nominal

taxa efetiva

x=7 Observação: A taxa semestral teve que ser dividida por três para chegarmos à taxa efetiva bimestral, pois em cada semestre temos três bimestres. Exemplo 3 – Um banco anuncia taxa nominal de 1,5% a.m. em suas operações de crédito. Nesse caso, qual a taxa efetiva semestral da operação? Resolução: : 1,5 = 1 x 6

Processo rápido

1,5 . 6 = 1 . x 9=x x=9

1,5% a.m. * 6 meses = 9% a.s.

taxa nominal

taxa efetiva

Observação: Como temos uma taxa ao mês, porém o pagamento de juros só é feito semestralmente, devemos multiplicar a taxa nominal por seis, visto que um semestre tem seis meses.

Aula 7 – Calculando as taxas

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7.2 E  quivalências de taxas: conversão entre taxas efetivas (capitalização composta) Como já vimos anteriormente, uma taxa é efetiva quando o período ao qual esta se refere é o mesmo período de capitalização dos juros. Um exemplo seria uma aplicação financeira que remunera o investidor de dois em dois meses e anuncia uma taxa bimestral. É comum encontrar taxas efetivas que não especificam o período de capitalização, ou seja, apenas são demonstradas como 5%a.b., por exemplo. Desse modo duas taxas de juros efetivas são ditas equivalentes se, ao serem aplicadas sobre um mesmo principal (capital ou VP), durante um mesmo período de tempo (n), produzirem o mesmo valor futuro (montante ou VF), como mostrado pela equação seguinte. VP (1 + i1)1 = VP (1 + i2)2 Para encontrar uma taxa equivalente utilizamos a seguinte equação: i2 = (1 + i1)n2/n1 - 1 Onde: • i2 é a taxa de juros que quero encontrar, • i1 é a taxa de juros para o período que já tenho, • n2 é o período de tempo em dias da taxa que quero encontrar • n1 é o período em dias referente a taxa de juros que já tenho. Para simplificar, utilizamos a fórmula abaixo que facilita mais: iquero = (1 + itenho)prazo em dias que quero/ prazo em dias que tenho - 1 Onde iquero é a taxa que quero, e assim por diante. Acompanhe os exercícios resolvidos para facilitar. Exercício resolvido 1 – Achar a taxa equivalente semestral de 1,25% a.m. Resolução: Nesse exemplo a taxa que você tem é a mensal, e a taxa que você quer encontrar é a semestral. Cada mês tem 30 dias (prazo que tenho) e cada semestre é composto por 180 dias (prazo da taxa que quero encontrar). Sabendo disso é fácil realizar o cálculo, utilizando a fórmula: iquero = (1 + itenho)prazo em dias que quero/ prazo em dias que tenho - 1 e-Tec Brasil

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isemestral = (1 + 0,0125) i

semestral

180 3

–1

= (1,0125) – 1 60

isemestral = 1,07738 – 1 isemestral = 0,07738 – 1 is = 0,07738 . 100 is = 7,73831

7,74

Só lembrando que a taxa é 7, 7381 é a taxa unitária semestral. Para transformá-la em taxa de juros percentual é preciso multiplicar por 100. Comprovando: se ambas as taxas aplicadas pelo mesmo período produzem o mesmo montante, façamos o teste fictício. Se aplicarmos um capital de R$ 5.000,00 por 60 meses, com capitalização mensal e depois com capitalização semestral, será que termos o mesmo montante? Iremos usar a formula de capitalização composta, que veremos mais adiante. M = C . (1 + i)n Capitalização mensal Com capitalização semestral Dados: Dados: i = 0,0125 i = 0,07738381 n = 60 meses n = 10 semestres VP = 5.000,00 VP = 5.000,00 VF= 2.500.000(1+0,0773831)10 VF = 500.000 (1 + 0,0125)60 VF = R$10.535,90 VF = R$10.535,90 Obviamente este resultado só foi possível, pois utilizamos a taxa semestral com todas as casas decimais existentes (16 casas depois da vírgula). Como a maioria das calculadoras só chega a apresentar 10 casas decimais, o resultado nem sempre é exatamente igual. Nos próximos exemplos, no entanto, só apresentaremos taxas com quatro casas decimais. Exercício resolvido 2 – Converter 24% a.a. em taxa bimestral Resolução: A taxa que queremos encontrar aqui é bimestral, cujo prazo é de 60 dias, enquanto que a taxa que temos é anual com 360 dias. Assim é só substituir os valores na fórmula. Sendo assim temos: iquero = (1 + 0,24)60/360 – 1 ia.b = (1,24)1/6 – 1 = 0,0365 ou 3,6502% a.b. Aula 7 – Calculando as taxas

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7.3 Comparações entre proporcionalidade e equivalência Sabe-se que 1% a.m. é proporcional a 12% a.a., pois 0,01/0,12 = 1/12. Porém, no regime de capitalização composta, estas não são taxas equivalentes, pois como pode ser visto abaixo, se forem aplicadas sobre o mesmo capital (R$1.000,00) pelo mesmo período de tempo (1 ano = 12 meses) não produzirão o mesmo montante. Cálculo com taxa mensal: i = 0,01 n = 12 meses C = R$1.000,00 M = 1.000 (1 + 0,01)12 M = R$1.126,82

Cálculo com taxa anual: i = 0,12 n = 1 ano C = R$1.000,00 M = 1.000 (1 + 0,12)1 M = R$1.120,00

Segundo Camargo: “O capital aplicado a uma taxa mensal produz um montante maior, pois será capitalizado mais frequentemente, o quer gerará mais juros sobre juros. Assim, o rendimento de juros auferido no primeiro mês será novamente capitalizado e produzirá um juro maior no mês seguinte, e assim por diante. (2010, p.56)

Isso mostra a importância de determinar exatamente a taxa de juros da operação, visto que esta é uma variável de fundamental importância nos cálculos financeiros e análise de investimentos.

Resumo Vimos nessa aula como calcular taxas proporcionais (capitalização simples) e taxas equivalentes (capitalização composta).

Atividades de aprendizagem 1. Qual a taxa anual equivalente a 2% ao trimestre? Solução:

R = 8,24 e-Tec Brasil

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2. Qual a taxa semestral equivalente a 5,6 % ao mês? Solução:

R= 38,67 3. Qual o montante de um principal de R$72.000,00, no fim de 1 ano, com juros de 8% a.a./a.t? Solução:

R= R$77.935,12

Aula 7 – Calculando as taxas

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4. Determinar: a) A taxa efetiva para 30 dias (mensal) proporcional a 24% a.a. na capitalização simples? Solução:

R= 2 b) Taxa nominal anual proporcional 3% a.m. Solução:

R= 36 %

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Aula 8 – Capitalização simples Nesta aula veremos como se calcula o juro simples, o montante como sendo a soma do capital com o juro, o desconto simples.

8.1 Definindo capitalização simples É o regime de capitalização (construção de capital) em que a taxa de juros utilizada é simples. Vamos ver um exemplo para facilitar nossa compreensão: Exemplo: Imaginemos a situação de um empréstimo de R$ 1.000,00 que você fez perante seu primo. A taxa estipulada foi no valor de 10% ao mês, para um prazo de 10 meses. Acompanhe a evolução dos juros nessa situação financeira, no quadro abaixo: Mês

Saldo Inicial

Juros

Saldo Final do mês

0

-

-

1.000,00

1

1.000,00

1.000,00 x 0,10 = 100

1.100,00

2

1.100,00

1.000,00 x 0,10 = 100

1.200,00

3

1.200,00

1.000,00 x 0,10 = 100

1.300,00

4

1.300,00

1.000,00 x 0,10 = 100

1.400,00

5

1.400,00

1.000,00 x 0,10 = 100

1.500,00

6

1.500,00

1.000,00 x 0,10 = 100

1.600,00

7

1.600,00

1.000,00 x 0,10 = 100

1.700,00

8

1.700,00

1.000,00 x 0,10 = 100

1.800,00

9

1.800,00

1.000,00 x 0,10 = 100

1.900,00

10

1.900,00

1.000,00 x 0,10 = 100

2.000,00

Podemos observar que a coluna dos juros na tabela acima, sempre se manteve constante, ou seja, os juros foram o mesmo. Por isso, dissemos que na capitalização simples os “juros são calculados, sobre o valor do capital inicial”, que nesse caso foi de R$ 1.000,00. Também podemos considerar o regime de capitalização simples, equivalente aos conceitos matemáticos, correspondentes a Função Afim e Progressão Aritmética (P.A), onde os juros crescem de forma constante ao longo do tempo. Como vimos no exemplo acima, onde o capital de R$1.000,00 (dinheiro emprestado) aplicado por dez meses a uma taxa de 10% a.m., acumula um montante de R$2.000,00 no final. Graficamente a tabela acima fica:

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2200 2000

Valores

1800 1600 1400 1200 1000 800 0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Período Figura 8.1: Gráfico Fonte: Elaborado pelo autor

O gráfico representa uma função polinomial do 1º grau, usualmente chamada de função afim, cuja simbologia é y = ax + b. Note que o primeiro valor assumido pela função é igual a R$1.000,00; e com o passar dos 10 meses, a função vai assumindo os valores de uma PA (1.000; 1.100 ; 1.200 ; . . . ; 2.000) cuja razão vale R$100,00 (os juros). Segundo Souza e Clemente (2000), o juro representa o custo da imobilização de uma unidade capital por certo período de tempo. Normalmente, o juro é expresso através de uma taxa que incide sobre o valor imobilizado (base). Juros? E os juros? Os juros são representados em taxas (por cento), muitas vezes prefixadas por alguma política financeira ou índice predefinido pelo governo. O importante é que ambas (taxas e coeficientes) são modos de expressar os índices que determinada gestão ou diretoria utiliza para controlar e reajustar preços e demais aplicações financeiras. E quando aparecem anúncios sedutores de prestações sem juros?

Figura 8.2: Divulgando o Credconstrução Fonte: http://1.bp.blogspot.com

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Antes de irmos para a fórmula precisamos conhecer alguns elementos, tais como: • O dinheiro que se empresta ou que se pede emprestado é chamado de valor presente ou capital “C”. • A taxa de porcentagem que se paga ou se recebe pelo aluguel do dinheiro é denominada taxa de juros “J”. • O tempo n deve sempre ser indicado na mesma unidade a que está submetida à taxa “i”, e em caso contrário, deve-se realizar a conversão para que tanto a taxa como a unidade de tempo estejam compatíveis, isto é, estejam na mesma unidade. • O total pago no final do empréstimo, que corresponde ao capital mais os juros, é denominado valor futuro ou montante “M”.

8.2 Fórmula para cálculo do juro simples J = C.i.t

Saiba mais Para calcular os juros simples de um valor presente ou capital “C”, durante “t” períodos com a taxa percentual “i”, utilizamos uma variação temporal da função linear: f(t) = a.t

J = C.i.t

Note a semelhança da fórmula f(t) com a fórmula J Alguns exemplos resolvidos: 1. Um valor de R$ 4.000,00 foi aplicado a uma taxa de juros simples de 4% ao mês. Qual seria o valor dos juros simples durante cinco meses? Resolução J=C.i.n J = 4.000,00 . 0,04 . 5 J = 4.000,00 . 0,20 J = 800,00 Aula 8 – Capitalização simples

Transformando a taxa percentual em decimal: 4 % = 4/100 = 0,04

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2. Qual o valor de um capital que, aplicado à taxa de juros simples de 2% ao mês, rendeu depois de um ano R$240,00 de juros? Resolução Como a taxa mensal é 2% = 0,02, devemos considerar, para o tempo de 1 ano, 12 meses, pois tempo e taxa devem estar na referência temporal (neste caso em meses). Assim: J = C. i .t 240 = C . 0,02. 12 240 = C . 0,24 C = 240 0,24 C = 1000 Veja que o capital aplicado inicialmente foi de R$1.000,00. Um empréstimo de R$10.000,00 rendeu juros simples de R$2.700,00 ao final de 6 meses. Qual a taxa mensal de juros do empréstimo? Resolução: Dados: C = 10.000 mos encontrar a taxa, “i” ?

J = 2.700

t = 6 meses, quere-

Temos: J = C. i .t, isolando o “i” para facilitar, a formula fica: i = i=

J C.t

2.700 10.000 . 6

i = 2.700 60.000 i = 0,045 i = 4,5% A taxa de juros do empréstimo foi de 4,5% ao mês. Ao trabalhar com as fórmulas de juros simples devemos nos atentar para algumas particularidades: a) A taxa percentual “i” deve ser OBRIGATORIAMENTE transformada em coeficiente (forma decimal). Por exemplo, se a taxa for de (10%), devemos dividi-la por 100, transformando-a no coeficiente (0,10);

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Em Resumo Forma Percentual

Transformação

Forma Decimal

12% a.a.

12 100

0,12

0,5% a.m.

0,5 100

0,005

b) Se o período e a taxa de juros não possuírem o mesmo referencial temporal, deve ser feita a conversão de um deles (preferencialmente o mais fácil). Por exemplo: uma taxa de 5% a.m. e o período de 2 anos. Essa situação precisa, ou melhor, necessita ser convertida: a taxa para ano ou o período para mês: 1ª Opção: convertendo o período para mês (2 anos equivalem a 24 meses). Portando, teríamos a mesma referência temporal (taxa mensal de 5% e o período de 24 meses). 1 2ª Opção: convertendo a taxa para anos (1 mês equivale a 12 anos). Portando, teríamos a mesma referência temporal (taxa anual de 0,41% e período de 2 anos).

Resumo Nesta aula estudamos o conceito de juros e sua evolução; como calculá-lo na capitalização simples, e determinando o valor dos juros com o capital, que entendemos por Montante. Vimos também alguns exercícios resolvidos.

Atividades de aprendizagem 1. Apresente uma definição sobre juros?

2. Pesquise: a) O que quer dizer capitalização simples?

Aula 8 – Capitalização simples

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b) O que quer dizer a lei 8.078/90 do Código de Defesa do Consumidor?

3. Nos exercícios abaixo, calcule o que se pede: a) Calcular os juros produzidos por um capital de R$ 100.000,00 durante 3 meses a taxa de 1,5 % ao mês

b) Qual o juro produzido pelo capital de R$ 200.000,00 durante 1 ano a taxa de 2 % ao mês.

c) Depositei R$ 12.000,00 durante 2 anos, a taxa de 42 % ao ano. Quanto recebi de juros?

d) Transforme as seguintes unidades numa só: • 3 anos e 4 meses em meses

• 5 anos e 20 dias em dias

• 3 meses e 5 dias

• 5 anos, 3 meses e 12 dias em dias

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Aula 9 – T  ipos de Juros e cálculo de montante Na aula de hoje estudaremos as diferenças entre juros ordinários e exatos. Veremos também a regra do banqueiro.

9.1 Algumas definições usuais “Juro é o valor que se paga pelo uso de dinheiro que se toma emprestado”, refere-se ao quanto será acrescentado à parcela de compra para cobrir as despesas financeiras, que por vezes é uma das partes do lucro. “Juro é o dinheiro produzido quando o capital é investido”, refere-se à rentabilidade de fundos de investimento. Por exemplo, a poupança, títulos de capitalização, investimentos de alto e baixo risco. Segundo Castanheira e Serenato (2008, p. 22) o juro é calculado por intermédio de uma taxa percentual aplicada sobre o capital que “sempre se refere a uma unidade de tempo: ano, semestre, bimestre, trimestre, mês e dia”.

Figura 9.1: Juros simples Fonte: http://perlbal.hi-pi.com

Nas operações que envolvem juros, é importante diferenciar os juros exatos dos ordinários, Então preste atenção!!!

9.2 Juros Ordinários Definimos como juros ordinários aquele que trabalha com o tempo comercial. O tempo comercial define o mês com 30 dias, o mesmo acontece com o ano comercial, cujo número de dias é igual a 360.

9.3 Juros Exatos Como o próprio nome diz, considera-se o mês igual ao do calendário civil, ou seja, meses com 30 ou 31 dias. Não podemos esquecer o mês de fevereiro que tem 28 dias ou 29, se for bissexto. Já o ano pode ter 365 ou 366 dias (ano bissexto).

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Vejamos alguns exemplos: 1. Um capital de R% 5.000,00 foi aplicado a juros simples durante os meses de maio e junho, a uma taxa de 24 % ao ano. Calcule os juros ordinários e os juros exatos. Juros ordinários Dados: C = 5.000,00 i = 24 % ao ano = 0,24 a. a N = 2 meses, transformando em ano, temos 2/12 em anos. Substituindo na formula J = C. i. n, J = 5.000,00 0,24 . 2/12 = 200 Juros exatos Dados: C = 5.000,00 i = 24 % ao ano = 0,24 a. a N = 2 meses, transformando em ano, temos 61/365 em anos. Substituindo na formula J = C. i. n, J = 5.000,00 0,24 . 61/365 = 200,55

9.4 Juros pela regra do banqueiro Nessa regra, considera-se o tempo tanto no modo civil juntamente com o tempo comercial. Para facilitar vamos rever o exemplo acima, mas calculado pela regra do banqueiro, observe: Dados: C = 5.000,00 J = C. i. n J = 5.000,00 . 0,24 . 61/360 J = 203,33

i = 24 % ao ano = 0,24 a. a

Como podemos observar os juros calculados pela regra do banqueiro é maior que os juros exatos e ordinários. Os juros do cheque especial utilizado pelos bancos, seguem uma composição do “Método Hamburguês”, que considera apenas os dias em que o saldo é negativo. Assim, podemos generalizar a formula por J = i. ∑Cj . nj , onde j varia de 1 até Z.

9.5 Fórmula para cálculo do montante Para calcular o valor futuro ou montante “M”, durante “t” períodos com uma taxa percentual “i”, sobre um valor presente ou capital “C”, utilizamos uma variação temporal da função afim: f(t) = a.t + b

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M=J+C

M = C.i.t+ C

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Note a semelhança da fórmula f(t) com a fórmula M, que pode evoluir para: M = C.(1 + i.t) Vejamos alguns exemplos resolvidos 1. Qual o montante de um capital de R$1.000,00 aplicado à taxa de juros simples de 10 % ao ano pelo prazo de 2 anos ? Resolução Dados: C = 1.000 i = 10% = 0,1 t = 2 anos Queremos encontrar o montante, ou seja, o valor de M. Sabemos que a formula é M= C.(1 +i. t) M = 1.000.(1 + 0,1. 2) M = 1.000. (1 + 0,2) M = 1.000. (1,2) M = 1.200 O montante, após 2 anos, à taxa de juros simples de 10 % ao ano, será de R$1.200,00. 2. Determinar o montante correspondente a uma aplicação de R$450.000,00 por 225 dias com taxa de juros simples de 5,6% ao mês. Resolução: Dados: C = 450.000 i = 5,6% ao mês t = 225 dias M=? Antes de alimentarmos a fórmula do montante com os dados, precisamos converter, pois a taxa está em meses e o período está em dias: 1ª Opção: convertendo o período para mês (1 mês equivale a 30 dias). Portando, teríamos a mesma referência temporal (taxa mensal de 5,6% e o período de 225 meses). 30 1 2ª Opção: convertendo a taxa para dias (1 dia equivale a meses). 30 Portando, teríamos a mesma referência temporal (taxa diária de 5,6 % e 30 período de 225 dias). Resolvendo pela 1ª opção: M = C.(1 +i .t) 225 M = 450.000.(1 + 0,056 . 30 ) 12,6 M = 450.000.(1 + 30 ) M = 450.000.(1 + 0,42) M = 450.000.(1,42) M = 639.000 Aula 9 – Tipos de Juros e cálculo de montante

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Resolvendo pela 2ª opção: M = C.(1 +i .t) 0,056 M = 450.000.(1 + 30 . 225) M = 450.000.(1 + 0,42) M = 450.000.(1,42) M = 639.000 O montante será de R$639.000,00

Resumo Vimos nessa aula: juros ordinários, juros exato, tempo comercial, civil, cálculo do montante de capitalização simples.

Anotações

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Aula 10 – D  escontos simples O objetivo da aula é proporcionar a compreensão de como funciona a questão do desconto simples nas operações financeiras: o desconto comercial.

10.1 Descontos Quando uma pessoa contrai uma dívida é muito comum o credor emitir um documento que serve como comprovante desta operação financeira, este documento é chamado de título. O valor que descreve a dívida ou crédito nesse documento é chamado de valor nominal. Muitas empresas possuem o direito de receber os valores contidos nestes títulos e utilizam um produto bancário chamado de “desconto”. Este produto visa antecipar o valor a ser recebido em uma data futura, buscando assim, atender eventuais necessidades de caixa. Exemplos de títulos: nota promissória; duplicata; letras de câmbio e cheques. Assim podemos definir desconto como sendo: “antecipação do pagamento de uma dívida ou o abatimento proporcional ao tempo de antecipação da dívida.” Existem dois tipos básicos de descontos simples nas operações financeiras: o desconto comercial e o desconto racional. Discutiremos nessa aula somente desconto comercial.

10.1.1 Desconto comercial ou desconto por “fora” Esta modalidade de desconto é amplamente utilizada no mercado, principalmente em operações bancárias e comerciais de curto prazo. A taxa de desconto neste sistema incide sobre o montante ou valor nominal do título (ou dívida); em consequência disto, gera-se um valor maior e mais justo de desconto do que no sistema racional. Este desconto equivale aos juros simples, em que o capital corresponde ao valor nominal do título. Vamos identificar alguns elementos do desconto comercial, para facilitar nosso entendimento:

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N = valor nominal V = valor atual Dc = desconto comercial d = taxa de descontos simples n = número de períodos (tempo de antecipação) No desconto comercial, a taxa de desconto (d) incide sobre o valor nominal (N) do título. Logo a fórmula que utilizamos é: Dc = N . d . n Em outras palavras, segundo Abreu: “... desconto comercial (Dc) corresponde ao juro produzido pelo valor nominal (N) da dívida, considerando-se como prazo o número de períodos antecipados e a aplicação de uma determinada taxa de desconto (d)”(2009,p.28). Observe o exemplo: Um título no valor de R$ 6.500,00, emitido em 10/03/2007 com vencimento para o dia 29/07/2007, foi descontado à taxa de desconto de 30% ao trimestre no dia 10/05/2007. Determine o valor do desconto recebido na operação. Solução: O primeiro aspecto a observar é o cenário que temos. Dessa forma apresentamos uma linha do tempo, para facilitar nosso raciocínio. Data Emissão Data resgate. Data do Vencimento. 10/03/2007 10/05/2007 29/07/2007 80 dias

Os dados que temos são: N = 6.500,00 - valor nominal D = 30% a.t. n = 80 dias, ou 80/90 trimestres Substituindo na formula Dc = N . d . n temos: Dc = N . d . n Dc = 6.500,00 . 0,30 . 80/90 Dc = 1.733,33

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Viram como é fácil!!! Vejamos outro exemplo: Exemplo 2 Considere um título cujo valor nominal seja R$10.000,00. Calcule o desconto comercial a ser concedido para um resgate do título 3 meses antes da data de vencimento, a uma taxa de desconto de 5% a.m. Solução: V = 10.000,00 . 0,05 . 3 Dc = 500,00 . 3 Dc = 1.500,00

10.2 Valor atual no desconto comercial O valor atual no desconto comercial é a diferença entre o valor da dívida e o valor pago por ela, depois de se ter efetuado uma antecipação em seu vencimento. Assim para calcular o valor atual no desconto comercial (Vac) utilizamos a expressão: Vac = N - Dc Sabendo-se que Dc = N.i.n, podemos substituí-la e usar a expressão: Vac = N . (1 - d . n) Vamos ver como se dá, na prática, esse cálculo. Suponha que uma dívida de R$ 50.000,00 com vencimento previsto para 25/08/2011 foi quitada em 11/07/2011. Como podemos descobrir o valor pago dessa dívida, sabendo-se que a taxa de desconto aplicada foi de 30% ao semestre? A primeira coisa a verificar é saber o que se pede no problema, e nesse caso queremos saber o valor pago ( valor atual = Vac ) levando em conta as informações que temos. Vejamos! N = 50.000,00 – valor nominal da dívida; d = 30% ao semestre, ou seja, taxa de desconto; n = 45 dias, pois se contarmos do dia 11/07 a 25/08, temos 45 dias corridos.

Aula 10 – Descontos simples

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Logo, temos: Vac = N . ( 1 - d . n) Vac = 50.000,00 . ( 1 – 0,30 . 45/180) = lembre-se tempo com mesma unidade!!! Vac = 50.000,00. ( 1 – 0,075) Vac = 50.000,00 . 0,925 Vac = 46.250,00 Ou seja, o valor atual pago foi de R$ 46.250,00. Observe mais uma situação-exemplo: Uma dívida no valor de R$ 3.500,00 foi paga e o seu vencimento foi antecipado em 72 dias. Encontre o valor inicial da dívida sabendo que a taxa de desconto aplicada foi de 18% a. t. Resolução: Dados do problema: Vac = 3.500,00; N = queremos descobrir; d = 18% at; n= 72 dias. Lembre-se que temos o tempo em dias e a taxa em trimestres. Ao fazermos a conversão do tempo para trimestres encontramos: N = 72/90 (o valor 90 é o total de dias do trimestre) = 0,8 trimestres. Assim, substituindo na fórmula fica: Vac = N . ( 1 - d . n) 3.500,00 = N . ( 1 – 0,18 . 0,8) = lembre-se tempo com mesma unidade!!! 3.500,00 = N. ( 1 – 0,144) 3.500,00 = N . 0,856 3.500,00/0,856 = N N = 4.088,78 O valor inicial da dívida (valor nominal) era de R$ 4.088,78 E então, pessoal, o exemplo facilitou o entendimento de desconto comercial e valor atual comercial?

Resumo Entendemos o “Desconto” como um abatimento em função do adiantamento do pagamento. Vimos o desconto comercial, que considera o valor nominal da dívida bem como o valor atual comercial.

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Matemática Financeira

Atividades de aprendizagem 1. Um título de R$ 10.000,00, com vencimento em 23/09/10, foi resgatado em 15/06/10. Qual foi o desconto recebido se a taxa de juro contratada foi de 27% aa?

2. O desconto de um título foi de R$ 750,00, adotando-se uma taxa de desconto de 5% ab. Quanto tempo faltaria para o vencimento do título se o valor nominal fosse de R$ 20.000,00?

3. Uma nota promissória no valor de R$ 52.400,00 foi descontada à taxa de juros de 5 % at, faltando 4 meses e 20 dias para seu vencimento. Qual o valor do desconto e qual o valor recebido (valor atual) pela nota promissória?

Aula 10 – Descontos simples

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4. Uma nota promissória foi emitida no dia 20/02/11 com o seu vencimento marcado para o prazo de 5 meses (20/07/11). No dia 12/05/11 foi descontada por R$ 28.300,00. Qual o valor do desconto, sabendo-se que a taxa de desconto utilizada era de 10% aq?

5. Um título no valor de R$ 120.000,00 foi descontado por R$ 108.380,00, faltando 95 dias para o seu vencimento. Qual a taxa de juro semestral utilizada?

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Matemática Financeira

Aula 11 – Descontos simples – Continuação O objetivo da aula é aprofundar a questão dos descontos Simples Racional, aplicados nas operações financeiras.

11.1 Desconto racional Também chamado de desconto por “dentro”, é calculado aplicando-se a taxa de juros sobre o valor atual da dívida. Assim, o desconto racional equivale ao juro simples, calculado sobre o valor atual do título. Ou seja, é aquele em que a taxa de desconto incide sobre o valor líquido do título, considerando o prazo de antecipação. Assim temos: Dr =

N.i.n 1+i.n

Dr = desconto racional Veja alguns Exemplos: Exemplo 1 – Um título de R$6.000,00 foi descontado à taxa de 2,1% a.m. faltando 45 dias para o vencimento do título. Determine o desconto racional e o valor atual racional. Solução: Dados do problema: N = 6.000,00; n = 45 dias; i = 2,1% a.m. = 0,021 a.m. = 0,0007 a.d. OBS: Antes de efetuar as substituições na fórmula lembre-se que deixamos a taxa na unidade de dias, já que o tempo está em dias. Substituindo na fórmula fica: Dr =

N.i.n 6000 . 0,0007 . 45 189 = = = 183,22 1+i.n 1 + 0,0007 . 45 1,0315 V = N – DR V = 6000 – 183,22 V = R$5186,78

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Exemplo 2 – Um título no valor de R$ 48.000,00 foi descontado à taxa de juros de 15% a.s., faltando 120 dias para o seu vencimento. Determine o valor do desconto racional. Solução: Dados do problema: N = 48.000,00; n = 120 dias; i = 15% a.s. Sabemos que 180 é um semestre, logo, transformando o tempo, temos: 120/180 = 0,6666666 ao semestre. Resolvendo, fica: Dr = Dr =

N.i.n 1+i.n

48.000,00 . 0,15 . 0,66666 1+ 0,15 . 0,66666 Dr =

4.799,52 1,0999

Dr = 4.363,59 Atenção para o arredondamento!!!!

11. 2 Valor atual racional (Var)

Sendo o valor atual no desconto racional a diferença entre o valor nominal (valor da dívida) e o valor pago por ela (pago com desconto), após ter antecipado seu vencimento. Assim o valor atual no desconto racional é dado por: Var = N - Dr Sabendo-se que Dr = (N. i . n) / (1 + i . n), então: V=

N 1+i.n

Vamos praticar!!! Exemplo 1 Uma dívida de R$ 86.000,00 com vencimento previsto para 18/08/11 foi paga em 04/07/11. Encontre o valor pago por essa dívida se a taxa de juro aplicada foi de 30% as.

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Solução: Já temos as seguintes informações: N = 86.000,00; i = 30% as e n = 45 dias (18/08 à 04/07).Importante: Transformando 45 dias ao semestre, temos: 45/180 = 0,25 as Substituindo temos: Var =

N 1+i.n

Var =

86.000.00 1 + 0,30 . 0,25

Var =

86.000.00 1,075

Var = 80.000,00

Exemplo 2 – Desafio você a fazermos juntos!!! Aceita??? Uma dívida de R$ 45.000,00 foi paga tendo seu vencimento antecipado em 72 dias. Encontre o valor inicial da dívida se a taxa de juros aplicada foi de 18% a.t. Observação: complete o exemplo. Resolução: Dados: Var = __________ , n= 72 dias = ______ao trimestre; i = 18% a.t.

http://www.algosobre.com. br/matematica-financeira/ descontos-simples.html

Substituindo, temos: Var =

N 1+i.n

45.000,00 =

1 + 0,18 .

45.000,00 =

1 + 0,144

Duplicatas Título de crédito formal, nominativo, emitido por negociante com a mesma data, valor global e vencimento da fatura, e representativo e comprobatório de crédito preexistente (venda de mercadoria a prazo), destinado a aceite e pagamento por parte do comprador, circulável por meio de endosso, e sujeito à disciplina do direito cambiário.

N = 45.000,00 . N =

Aula 11 – Descontos simples – Continuação

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Resumo Nesta aula foram resgatadas as definições do desconto simples nas operações financeiras como: o desconto comercial e o seu valor atual.

Atividades de aprendizagem 1. Caso você desconte um título de R$ 35.000,00 15 dias antes do vencimento, a uma taxa de 5,5% a.m., qual será a importância recebida?

2. Um título foi descontado à taxa de 2% a.m. Sabendo-se que o valor nominal era de R$ 7.414,00 e o valor descontado racional R$ 6.740,00, qual o prazo da antecipação?

3. Uma promissória com valor nominal de R$ 275.820,00 e vencimento para 75 dias foi descontada à taxa de 90% a.a. Qual o valor do desconto racional dessa operação?

4. Marlon descontou um título no valor de R$ 15.000,00, um mês e 15 dias antes do vencimento, considerando-se que a taxa cobrada foi de 4,5% a.m. qual o valor do desconto racional simples? R: Dr = R$ 948,48

5. Desconta-se racionalmente uma Nota Promissória nove (09) meses antes do vencimento, a uma taxa de 5,8% a.m. Sabendo-se que o valor descontado foi de R$ 5.250,00, qual era o valor nominal dessa Nota Promissória? R: N = R$ 7.990,50

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Aula 12 – D  escontos proporcionais Estudaremos aqui a proporcionalidade entre o desconto comercial simples e o desconto racional simples. A proporção entre os descontos comercial ou racional acontece quando o seu valor atual obtém a mesma taxa de desconto, ou seja, i = d. Tendo-se a mesma dívida sobre o mesmo tempo, as taxas do desconto racional serão iguais as do comercial. Observe os descontos racionais e comerciais: N.i.n e 1+i.n

Dr =

Dr = Dc/1+i.n

Dc = N.d.n, se i = d, logo: Dc = Dr . (1 + i . n)

Assim, podemos ter descontos proporcionais através da fórmula acima. Vejamos um exemplo: Uma duplicata no valor de 6.700 foi descontada a uma taxa de 6% ao mês, faltando 24 dias para seu vencimento. Determine o valor do desconto comercial e o valor do desconto racional que se receberia. Solução Sabemos que: Dc = N . d . n Substituindo temos Dc = 6.700,00 . 0,06 .

24 30

Dc = 321,60 Pelo desconto racional temos: Dr =

N.i.n 1+i.n

substituindo temos Dr =

6.700,00 . 0,06 . 24/30 6.700,00 . 0,06 . 0,8 = = 1 + 0,06 . 24/30 1 + 0,06 . 0,8 321,60 321,60 = = 1 + 0,048 1,048 Dr = 306,87

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Porém se aplicarmos n a fórmula Dc = Dr . (1 + i . n) teremos: Dc = Dr . (1 + i . n) Dc = 306,87 . (1+0,06 . 0,8) = 321,60. Viram como é fácil? Poderemos concluir ainda que Dc > Dr, pois como já vimos em aulas anteriores no desconto comercial o título é descontado do valor nominal, enquanto que no desconto racional é sobre o valor atual. Aqui a questão em destaque é sobre a proporcionalidade, e os descontos devem ser proporcionais. Pois bem, para provar isso, vamos desenvolver o seguinte raciocínio: O desconto comercial é 1,048 maior que o desconto racional, pois: Se pegarmos o valor de 306,87 (do desconto racional) e multiplicarmos por 1,048 teremos os 321,60 (do desconto comercial). Da mesma forma que se dividirmos o desconto comercial (321,60) pelo fator 1,048 teremos o valor de 306,87 (desconto racional). Acesse o link para obter mais informações e curiosidades a respeito da matemática financeira – desconto simples. http://www.algosobre.com. br/matematica-financeira/ descontos-simples.html

Desconto bancário Nos bancos, as operações de desconto comercial são realizadas de forma a contemplar as despesas administrativas (um percentual cobrado sobre o valor nominal do título) e o IOF - Imposto sobre Operações Financeiras. É óbvio que o desconto concedido pelo banco para o resgate de um título antes do vencimento, através desta técnica, faz com que o valor descontado seja maior, resultando num resgate de menor valor para o proprietário do título. Exemplo: Um título de $100.000,00 é descontado em um banco, seis meses antes do vencimento, à taxa de desconto comercial de 5% a.m. O banco cobra uma taxa de 2% sobre o valor nominal do título como despesas administrativas e 1,5% a.a. de IOF. Calcule o valor líquido a ser recebido pelo proprietário do título e a taxa de juros efetiva da operação. Solução: Desconto comercial: Dc = 100000 . 0,,05 . 6 = 30000 Despesas administrativas: da = 100000 . 0,02 = 2000 IOF = 100000 . (0,015/360) . 180 = 750 Desconto total = 30000 + 2000 + 750 = 32750

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Daí, o valor líquido do título será: 100000 - 32750 = 67250 Logo, V = $67250,00 A taxa efetiva de juros da operação será: i = [(100000/67250) - 1].100 = 8,12% a. m. Observe que a taxa de juros efetiva da operação é muito superior à taxa de desconto, o que é amplamente favorável ao banco.

Resumo Na aula de hoje vimos como poderemos ter proporcionalidade entre taxas de descontos (Dc e Dr).

Atividades de aprendizagem 1. Determine o valor nominal de um título em que os descontos comercial e racional são respectivamente R$ 180.000,00 e R$ 120.000,00.

2. Determine o desconto comercial e racional sobre um título de R$ 38.400,00; considerando uma taxa de desconto simples de 3 % a. m; sabendo que o título vencerá daqui a cinco meses (CASTANHEIRA , 2010).

3. O desconto comercial de um título descontado 3 meses antes de seu vencimento e à taxa de 40% ao ano é de $ 550,00. Qual é o desconto racional ? (IFBA) Resp.: Dr = 500 .

Aula 12 – Descontos proporcionais

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Aula 13 – E  quivalência de títulos ou Capitais (Capitalização Simples) Veremos nessa aula como substituir um título por outro, mantendo-se equivalentes. Conceitualmente, dois ou mais títulos ou capitais se dizem equivalentes quando, a certa taxa de juros, produzem resultados iguais numa data comum. Normalmente usamos a equivalência de capitais quando precisamos alterar uma forma de pagamento de uma dívida ou quando desejamos verificar se uma proposta de pagamento com datas diferentes é viável e se é equivalente à dívida. Vejamos um exemplo para facilitar! Como relata o professor Eron (IFBA), a pergunta que queremos fazer é: Um título no valor de R$ 120,00 vencíveis daqui a 1 ano e um título no valor de R$ 100,00, hoje, são equivalentes? Sabendo-se que ambos estão a uma taxa de juros simples de 20% ao ano ou seja, ambos os capitais produzem, numa data de comparação (data focal) e à mesma taxa de 20% ao ano, resultados idênticos? Para responder isso, analisamos a representação gráfica do professor Eron: M = 100 (1 + 0,20.1) $ 100,00

$ 120,00

C = 120 1 + 0,20 . 1 Podemos observar que ter hoje um título no valor de R$ 100 é a mesma coisa que trocar por outro com valor R$ 120,00 para daqui a um ano. Portanto são títulos equivalentes.

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N1 =

N . (1 – i . n) 1 – i . n1

Onde: • N1 é o valor nominal do novo título • N é o valor nominal do novo título que se quer substituir • n1 é a nova data do título • n é a data do título que se quer substituir • i é a taxa A data focal mencionada acima é a data do novo título que queremos emitir em substituição, por isso, na data focal, os valores atuais dos dois títulos são iguais. Podemos calcular a emissão de um novo título equivalente a outro, utilizando a expressão: Exemplo 1: 1. Um título de R$ 2.500,00 que vencerá em três meses deve ser substituído por outro com vencimento para daqui a nove meses. Sabendo-se que esses títulos poderão ser descontados a uma taxa de 2,5 % ao mês, calcule o valor nominal do novo título? Solução: temos N = 2.500,00; i = 0,025 a.m; n = 3 meses; n1 = 9 e N1 = ? N1 =

2.500,00 . (1 – 0,025 . 3) = 1 – 0,025 . 9

N1 =

2.500,00 . (1 – 0,075) = 1 – 0,225

N1 =

2.500,00 . 0,925 2.312,50 = = 2.983,87 0,775 0,775

Assim o novo título passará a valer R$ 2.983,87, sendo equivalente ao primeiro. Exemplo 2 Uma pessoa possui uma dívida de R$ 3.500,00 com vencimento previsto para três meses. Desejando facilitar o pagamento e evitar a inadimplência, ela propôs ao credor a substituição dessa dívida por outras duas, de pagamentos iguais com vencimentos previsto para 4 e 5 meses. O credor aceita e firma o acordo, se a taxa de desconto ficar em torno de 6 % ao semestre.

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Encontre os valores a serem pagos por esse credor. Solução: Cautela, pois temos duas situações: • A primeira se refere aos dados que temos e queremos, veja: N1 = 2.500,00; n = 3 meses; i = 6% a.s. = 1% a.m = 0,01; n2 = 4 meses; n3 = 5 meses; N2 = N3 = ? • Segunda situação necessita que reflitamos com base no seguinte raciocínio: Título antigo = títulos novos + título novo, logo nossa expressão fica: N1 =

N . (1 – i . n2) N . (1 – i . n3) + 1 – i . n1 1 – i . n1

N1 =

N . (1 – i . n2) + N . (1 – i . n3) 1 – i . n1

N1 . (1 – i . n1) = N . (1 – i . n2) + N . (1 – i . n3)

Substituindo, temos e não tememos!!!!!!!!!! 3.500,00 . (1 – 0,01 . 3) = N . (1 – 0,01 . 4) + N . (1 – 0,01 . 5) 3.500,00 . (1 – 0,03) = N . (1 – 0,04) + N . (1 – 0,05) 3.500,00 . (0,97) = N . (0,96) + N . (0,95) 3.395,00 = N . (0,96 + 0,95) 3.395,00 = N . (1,91)

3.395,00 =N 1.91 N = 1.777,48 Ou seja, os novos títulos terão um novo valor de R$ 1.777,48.

Aula 13 – Equivalência de títulos ou Capitais (Capitalização Simples)

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Resumo Vimos que dois ou mais títulos são equivalentes quando, sobre uma mesma taxa, sobre tempos diferentes, produzem o mesmo valor atual. Podemos determinar o valor atual de títulos equivalentes utilizando a expressão: N1 = N . (1 – i . n) 1 – i . n1

Atividades de aprendizagem 1. Uma nota promissória no valor de R$ 12.000,00, vencível em 45 dias, será substituída por outra nota, com vencimento para 60 dias. Determine o valor da nova nota promissória, sabendo que a taxa de desconto é de 24 % a. a.

2. (IFBA/MAT) Um título com valor nominal de $ 7.200,00 vence em 120 dias. Para uma taxa de juros simples de 31,2% ao ano, pede-se para calcular o valor deste título: I) hoje; II) dois meses antes de seu vencimento; III) um mês após o seu vencimento.

3. (IFBA/MAT) Uma pessoa deve dois títulos no valor de R$ 25.000,00 e R$ 56.000,00 cada. O primeiro título vence de hoje a dois meses, e o segundo um mês após. O devedor deseja propor a substituição destas duas obrigações por único pagamento ao final do quinto mês. Considerando de 3% ao mês a taxa corrente de juros simples, determine o valor deste pagamento único.

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Aula 14 – C  apitalização composta Nessa aula veremos o que significado da capitalização composta no nosso cotidiano. Entendemos capitalização composta como sendo o regime em que a taxa utilizada é a taxa de juros compostos. Assim, a cada intervalo que o juro é incorporado ao valor principal que o produziu denominamos de períodos de capitalização. Normalmente o regime de capitalização composta está presente em todo o mercado financeiro e de capitais. Dentro das aplicações do regime de capitalização composta estão às operações de: • fluxo de caixa, aplicações, empréstimos; • cálculos inflacionários, financiamentos de veículos ou de residências, estratégias comerciais de compra e venda, compras com cartões de créditos; • análise de investimentos, troca e negociações de títulos; • sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos, etc.; Outro conceito de Capitalização Composta é aquela em que a taxa de juros incide sobre o valor do capital inicial, acrescido dos juros acumulados até o período anterior. Sua taxa de juros sempre incide sobre o montante do período anterior. Outro fator importante é que o valor dos juros cresce em função do tempo. A expressão final ou fórmula da capitalização composta é dada por: M = C . (1+ i)n, onde: • C - é capital inicial; • i é a taxa de juros composto no período n. • O termo (1+ i)n é chamado fator de capitalização ou fator de acumulação de capital.

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Como já sabemos que os juros são a diferença entre o montante e o capital inicial, temos os juros dos juros compostos definido da seguinte forma: Independentemente das correntes históricas, eclesiásticas e conceituais do tema, atualmente no Brasil a taxa de juros é um dos mais importantes instrumentos de política monetária que o governo possui. Com ela o Banco Central interfere no nível de atividade econômica e na formação de preços. Existem vários tipos de juros, representados pelas taxas de caderneta de poupança, aplicações financeiras (CDB, fundos etc.), empréstimos/ financiamentos para aquisição de bens e serviços, e algumas outras operações que possuem juros de forma não direta, ou seja, não declaram a existência formal de juros, mas cobram indiretamente do cliente, tais como leasing financeiro, consórcio, locação etc.

J=M–C

ou

J = C[(1 + i)n – 1]

ou ainda

J=M 1–

1 (1 + i)n

14.1 Variação da fórmula do montante da capitalização composta Da expressão geral, M = C . (1+ i)n, podemos derivar e trabalhar com: C=

M (1 – i)n

M–1=i C

n=

M log C log (1 + i)

Essas fórmulas são utilizadas quando queremos encontrar o Capital ( C ) aplicado, ou a taxa i ou o tempo n, na capitalização composta.

Resumo Nessa aula falamos sobre o regime de capitalização composta.

Anotações

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Aula 15 – J uros compostos e a função exponencial O objetivo da aula é estudar a relação entre os Juros Compostos e a Função Exponencial, fundamental para o entendimento do rápido crescimento do montante nas aplicações financeiras. Exemplo: Capital de R$500,00; juros de 1%a.m. período de quatro meses. Tabela 15.1: Demonstração

Período

Capital

Taxa

Juros

Montante

1

500

0,01

5

505

2

505

0,01

5,05

510,05

3

510,05

0,01

5,10

515,15

4

515,15

0,01

5,15

520,30

Fonte: Elaborada pelo autor

Para entendermos a evolução da tabela acima de forma generalista, ou melhor dizendo, “matemática”, observe a descrição por períodos. 1º período – A determinação do primeiro montante: M0 = C não há capitalização; 2º período – M1 = M0 + J , só lembrando que J = C.i.n, onde n= 1 período, então fica: M1 = C + C. i M1 = C . (1 + i) 3º período – M2 = M1 + M1 . i, sabemos que M1 = C . (1 + i), logo substituindo em M2 fica: M2 = C . (1 + i) + C . (1 + i) . i, colocando em evidência o valor (1 + i), temos: M2 = (1 + i) . (C + C . i), isso é equivalente a escrever; M2 = (1 + i) . C. (1 + i), que agrupando, fica: M2 = C. (1 + i). (1 + i) = C. (1 + i)2 4º período – M3 = M2 + M2.i = C.(1 + i)3 ... Por indução finita, chegamos à fórmula geral de juros compostos, que é: M = C.(1 + i)n Veja que a fórmula é análoga ao do termo geral de uma PG: an = a1 . qn-1

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Importante! Perceba que agora o número de períodos (n) é um expoente (nos juros simples só havia multiplicações), mostrando que os juros sobre juros terão uma forma exponencial no longo prazo. Na fórmula de juros (simples ou compostos), as unidades de tempo referentes à taxa de juros (i) e do período (n), têm de ser necessariamente iguais. Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido! Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, deveremos considerar 2% ao mês durante 36 meses (3 x 12 = 36 meses). Relação entre juros e progressões • Em um regime de capitalização a juros simples, o saldo cresce em progressão aritmética; • Em um regime de capitalização a juros compostos o saldo cresce em progressão geométrica; Na aula de juros simples aplicamos um capital de R$1.000 por dez meses a uma taxa de 10% a.m., acumulando um montante de R$ 2.000 no final. Mas e se fossem a juros compostos? Separando os dados fornecidos no enunciado do problema: C = 1.000,00 i = 10% a.m. (ao mês)  n= 10 meses   M = ? M = C x (1 + i)n  M = 1.000 x (1 + 0,1)10  M = 1.000 x (1,1)10  M = 1.000 x 2,59374 M = 2.593,74 O montante é R$2.593,74 e o gráfico fica representado pela função exponencial: Curva Juros Compostos 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Figura 15.1: Curva juros compostos Fonte: Elaborado pelo autor

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Matemática Financeira

Resumo Nesta aula estudamos a importante relação entre a progressão aritmética e a função do tipo exponencial que possibilita uma melhor compreensão dos juros no regime de capitalização composta.

Atividades de aprendizagem 1. Um capital de R$ 20.000,00 é aplicado a juros compostos de 10% ao ano. Calcule o montante após 4 anos.

2. Qual o montante de R$152.000,00, a taxa de juros compostos de 7%a.m, durante 3 meses e 12 dias?

3. A quantia de R$60.000,00 foi aplicada a juros compostos. Determine o montante depois um quarto de ano a 10%a.m.

Aula 15 – Juros compostos e a função exponencial

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Aula 16 – C  ontinuação de juros compostos e exercícios resolvidos Nesta aula faremos a revisão de juros compostos por meio de exercícios práticos e cotidianos das relações financeiras com o mercado das finanças pessoais e empresariais. 1. Aplicou-se a juros compostos um capital de R$1.400.000.00, a 4% ao mês, durante três meses. Determine o montante produzido neste período. Separando os dados fornecidos no enunciado do problema: C = 1.400.000,00 i = 4% a.m. (ao mês) n= 3 meses M = ? M = C x (1 + i)n  M = 1.400.000 x (1 + 0,04)3  M = 1.400.000 x (1,04)3  M = 1.400.000 x 1,124864 M = 1.574.809,600 O montante é R$1.574.809,600 Obs.: devemos lembrar que 4% = 4/100 = 0,04 2. Qual o capital que, aplicado a juros compostos a 8% ao mês, produz em 2 meses um montante de R$18.915,00 de juros? Separando os dados fornecidos no enunciado do problema, teremos: C = ? i = 8% a.m. (ao mês) n = 2 meses M = 18.915,00 Obs.: devemos lembrar que 8% = 8/100 = 0,08 M = C x (1 + i)n 18.915 = C x (1 + 0,08)2 18.915= C x (1,08)2  18.915 = C x 1,1664 C = 18915: 1,1664  C = 16.216,56379 que é aproximadamente igual a C = R$16.216,56. 3. A que taxa ao mês esteve aplicado, em uma caderneta de poupança, um capital de R$1.440,00 para, em dois meses, produzir um montante de R$1.512,90? C = 1.440,00 i ==? % a.m. (ao mês) t = 2 meses M = 1.512,90. M = C x (1 + i)n 1512,90 = 1440 x (1 + i)2  (1 + i)2 = 1512,90: 1440 (1 + i)2 = 1,050625 1 + i = √ 1,050625

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e-Tec Brasil

1 + i = 1,025 i = 0,025 (x 100) i = 2,5% A taxa é 2,5% ao mês

Comparando Vamos comparar as duas aplicações de capitalização (simples e composto) para um mesmo valor de capital aplicado. Lembre que a fórmula do Juro Simples é: J = C. i. t ou J = C.i.n Onde: J = juros, C = capital, i = taxa, n ou t = tempo. Considerando que uma pessoa empresta para outra a quantia de R$2.000,00, a juros simples, pelo prazo de 3 meses, à taxa de 3% ao mês, quanto deverá ser pago de juros? Antes de iniciarmos a resolução deste problema, devemos retirar do enunciado os dados necessários à resolução do problema: Capital aplicado (C): R$2.000,00 Tempo de Aplicação (t): 3 meses Taxa (i): 3% ou 0,03 ao mês (a.m.) Ao fazermos o cálculo, teremos: J = c . i. t J = 2.000 x 3 x 0,03

R$180,00

Quer dizer que, ao final do empréstimo, ao final dos três meses, a pessoa pagará R$180,00 de juros. Observe que se fizermos a conta mês a mês, o valor dos juros será de R$60,00 por mês e esse valor será somado mês a mês, nunca mudará. Agora e se fossem juros compostos? A fórmula dos Juros Compostos é: M = C. (1 + i)n Onde: M = Montante, C = Capital, i = taxa de juros, n ou t = tempo. Considerando o mesmo problema anterior, da pessoa que emprestou R$2.000,00 a uma taxa de 3% (0,03) durante 3 meses, em juros simples, teremos: e-Tec Brasil

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Matemática Financeira

Capital Aplicado (C) = R$2.000,00 Tempo de Aplicação (t) = 3 meses Ao fazermos a conversão para decimal: taxa de Aplicação (i) = 0,03 (3% ao mês) Ao fazermos os cálculos, teremos: M = 2.000.(1 + 0,03)³ M = 2.000 . (1,03)³

M = R$2.185,45

Ao final do empréstimo, a pessoa pagará R$185,45 de juros. Observe que se fizermos a conta mês a mês, no primeiro mês ela pagará R$60, 00, no segundo mês ela pagará R$61,80 e no terceiro mês ela pagará R$63,65. Ou seja, no primeiro mês o juro corresponde a R$60,00; No segundo mês o juro corresponde a R$61,80; No terceiro mês o juro corresponde a R$63,65. No final das contas no regime de juros simples o montante seria de R$2.180,00 (pagaria os R$2.000,00 + R$180,00 de juros). Já no caso dos juros compostos o montante seria de R$2.185,45 (pagaria os R$2.000,00 + R$185,45 de juros).

Curiosidade A maioria das operações envolvendo dinheiro utiliza juros compostos. Estão incluídas: compras a médio e longo prazo, compras com cartão de crédito, empréstimos bancários, as aplicações financeiras usuais como Caderneta de Poupança e aplicações em fundos de renda fixa, etc. Os bancos utilizam os juros compostos, é o modo dessas Instituições lucrarem com a concessão de crédito, financiamentos, todas as operações bancárias envolvem juros e riscos. As operações de baixo risco rendem pouco juro e as de alto risco rendem mais juros. Raramente encontramos uso para o regime de juros simples: é o caso das operações de curtíssimo prazo, e do processo de desconto simples de duplicatas. Tal fato ocorre dado o risco de se emprestar dinheiro e não receber o pagamento pela dívida, como o risco de uma pessoa (ou empresa) contrair uma dívida alta e não poder pagar, as instituições financeiras optam por regimes mais rentáveis de cobrança de juros.

Aula 16 – Continuação de juros compostos e exercícios resolvidos

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e-Tec Brasil

Resumo Para calcular juros compostos sempre fazemos uso da expressão: M = C.(1+i)n

Atividades de aprendizagem 1. O capital R$ 500,00 foi aplicado durante oito meses à taxa de 5% ao mês. Qual o valor dos juros compostos produzidos?

2. Qual a aplicação inicial que, empregada por um ano e seis meses, à taxa de juros compostos de 3% ao trimestre, se torna igual a R$ 477,62?

3. Calcule o montante, ao final de um ano de aplicação, do capital de R$ 600,00 à taxa composta de 4% ao mês.

4. Calcule o montante de R$ 50.000,00 aplicado a juros compostos 2,25% a.m. ao fim de quatro meses.

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Matemática Financeira

5. Calcule o montante de uma aplicação de R$ 8.200,00 por um prazo de 8 meses no regime de capitalização composta à taxa de 15% ao mês.

6. Calcule o montante de uma aplicação de R$ 100.000,00, à taxa de 5% a.m. pelo prazo de um mês.

7. Calcule o montante de uma aplicação a juros compostos de R$ 15.000,00, pelo prazo de seis meses a 3% ao mês.

8. Em que prazo um empréstimo de R$ 30.000,00 pode ser quitado em um único pagamento de R$ 51.310,18, sabendo-se que a taxa contratada é de 5% ao mês?

Aula 16 – Continuação de juros compostos e exercícios resolvidos

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e-Tec Brasil

Aula 17 – Desconto composto Nesta aula vamos conhecer um pouco mais dos descontos utilizados nas aplicações financeiras, em especial o Desconto Racional e o Composto.

17.1 Desconto composto A definição de desconto composto é a mesma do sistema de capitalização simples. O que diferencia um do outro é justamente o sistema de capitalização, que neste caso é composto. A fórmula geral de desconto é: D = N – Va A fórmula de desconto composto é: Va =

N (1 + i)n

Exemplos: 1. Calcular o desconto composto de um título de R$3.600,00, à taxa de 4,5% a.m. antecipado em 2 meses. Solução: Va = 3.600/(1 + 0,045)2 Va = 3.600/1,092 = 3.296,70 Utilizando a fórmula geral de desconto; D = N – Va, temos: D = 3.600 – 3296,70 = 303,30 2. Um título de R$10.000,00 será negociado em 3 meses antes do seu vencimento, a taxa de 8%a.m. Determine o valor presente. Solução: Va = 10.000/ (1 + 0,08)3 Va = 10.000/1,26= 7.936,50

Resumo Nesta aula conhecemos um pouco mais dos descontos utilizados nas aplicações financeiras, em especial o Desconto Racional e o Composto.

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e-Tec Brasil

Atividades de aprendizagem 1. De quanto será o desconto composto que um título de R$8.000,00, à taxa de 8%a.m., sofre ao ser resgatado em dois meses antes do seu vencimento?

2. Uma duplicata, no valor de R$120.000,00 e com vencimento em 4 anos, por quanto será paga hoje se sofrer um desconto composto de 14% a.a?

3. Qual foi o desconto composto obtido para saldar uma dívida de R$80.000,00 dois meses antes do vencimento e à taxa de 12% a.m?

4. Uma letra de câmbio foi paga 4 meses antes do seu vencimento, com um desconto composto de 9% a.m, tendo se reduzido para R$75.600,00. Qual era o seu valor de face?

5. Qual o desconto composto obtido no resgate de um título de R$85.000,00, 5 meses antes do vencimento, à taxa de 8%a.m?

6. Calcular o desconto de um título no valor de R$60.800,00, descontado a uma taxa de 42,58% a.a, quando faltavam 128 dias para o seu vencimento.

7. Um título no valor de R$6.800,00 foi resgatado 58 dias antes do vencimento, pelo valor de R$6.422,30. Calcular a taxa de desconto mensal.

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Matemática Financeira

Aula 18 – T  ítulos equivalentes de capitalização composta Nessa aula você verá como fazemos a troca de papéis, ou seja, títulos, que serão trocados em virtude de antecipações ou postergações. Como já vimos na aula 13, em equivalência de títulos na capitalização simples, usaremos o mesmo raciocínio para trocar títulos equivalentes na capitalização composta. Vale lembrar que ao efetuarmos a troca de um título, temos que garantir a sua equivalência para não termos prejuízo, tanto para nós como para o credor. Outra informação importante é que títulos são equivalentes com relação à determinada taxa. Ou seja, não se pode alterar o valor da taxa na troca de papéis. Outra questão não menos importante é entender que no regime de juro simples essa data de comparação (data focal) deve ser a data zero, ou seja, é a data em que a dívida foi contraída. Isso se dá porque no regime simples, não podemos fracionar o prazo de aplicação, já que o juro é admitido como sendo formado ao fim do período de aplicação. No regime de capitalização composta, a data de comparação pode ser qualquer uma, porque os juros compostos são equivalentes aos descontos compostos. Já sabemos que quando fazemos a troca de um título, precisamos ter uma nova data (data focal) para o cálculo do valor, para definir o novo prazo. Sendo assim, temos: Vr =

M1 (1 + i)n1

Onde: • Vr = Valor atual racional; • M1 = Valor nominal do novo título; • n1 = novo prazo de vencimento do novo título; • i = taxa

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e-Tec Brasil

Se tivermos vários títulos (M1, M2, M3, M4,...), com diversas datas (n1, n2, n3, n4,...), eles serão equivalentes a um título com nova data (data focal ou data zero) pelo critério de valor atual. Vejamos: Vr =

M1 M2 M3 M4 Mn = = = ... = (1 + i)n1 (1 + i)n2 (1 + i)n3 (1 + i)n4 (1 + i)nn

Observe os exemplos: Exemplo 1 Um título no valor nominal de R$ 7.000,00, com vencimento para cinco meses, é trocado por outro com vencimento para três meses. Sabendo que a taxa de juro corrente no mercado é de 3% ao mês, qual o valor nominal do novo título, sendo adotado o regime de capitalização composta? Solução: substituindo na expressão temos: Vr =

M1 = (1 + i)n1

Vr =

7.000,00 = (1 + 0,03)3

Vr =

7.000,00 = (1,03)3

Vr =

7.000,00 = 1,092727

Vr = 6.405,99 O valor do novo título é de R$ 6.405,99, com vencimento para daqui a três meses. Exemplo 2 (adaptado de Castanheira, 2008) Imagine que uma empresa tenha vários títulos nominais, com datas diferentes. Para quitar suas obrigações a empresa está pensando em quitar somente os títulos equivalentes à taxa de 1 % ao mês. Vejamos a tabela do setor financeiro da empresa:

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Valor do Título

Vencimento

R$ 1.000,00

Para daqui um mês

R$ 1.010,00

Para daqui dois meses

R$ 1.020,10

Para daqui a três meses

R$ 1.033,00

Para daqui a quatro meses

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Matemática Financeira

Solução: Verificando o primeiro título na data zero, ou seja, hoje: Vr =

M1 = (1 + i)n1

Vr =

1.000,00 = (1 + 0,01)1

Vr =

1.000,00 = (1,01)1

Vr = 990,10 Segundo título para a data de focal zero; Vr =

M2 = (1 + i)n2

Vr =

1.010,00 = (1 + 0,01)2

Vr =

1.010,00 = (1,01)2

Vr =

1.010,00 = 1,0201

Vr = 990,10 Terceiro título: Vr =

M3 = (1 + i)3

Vr =

1.020,00 = (1 + 0,01)3

Vr =

1.020,00 = (1,01)3

Vr =

1.020,10 = 1,030301

Vr = 990,10

Aula 18 – Títulos equivalentes de capitalização composta

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e-Tec Brasil

Quarto e último titulo: Vr =

M4 = (1 + i)4

Vr =

1.033,00 = (1 + 0,01)4

Vr =

1.033,00 = (1,01)4

Vr =

1.033,00 = 1,0406

Vr = 992,69 Como podem observar o quarto título não é equivalente, pois deu um valor atual diferente dos demais valores que são equivalentes.

Resumo Vimos nessa aula como determinar a equivalência de títulos ou capitais na capitalização composta.

Atividades de aprendizagem 1. Um título no valor nominal de R$ 8.500,00, com vencimento para 5 meses, é trocado por outro de R$ 7.934,84, com vencimento para 3 meses. Sabendo-se que a taxa de juros corrente de mercado é de 3,5% a.m., pergunta-se se a substituição foi vantajosa.

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Matemática Financeira

2. João irá receber R$ 6.000,00 dentro de 1 ano, como parte de seus direitos na venda de um barco. Contudo, necessitando de dinheiro, transfere seus direitos a um amigo que os compra, entregando-lhe uma Nota Promissória no valor de R$ 6.000,00, com vencimento para 6 meses. João fez bom negócio, se a taxa de mercado for de 20% a.a.

3. Considerando-se que a taxa de juros é de 4% a.m., será que R$ 8.000,00 hoje equivale a R$ 10.000,00 em 6 meses ?

Aula 18 – Títulos equivalentes de capitalização composta

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4. A que taxa de juros anuais a quantia de R$ 2.000,00 em 1 ano equivalente a R$ 2.300,00 em 2 anos?

5. Uma financeira oferece a um cliente dois títulos, vencendo o primeiro em 1 ano, no valor de R$ 15.000,00, e o segundo em 1 ano e meio, no valor de R$ 25.000,00. O cliente aceita, assinando uma Nota Promissória com vencimento para 6 meses. Sabendo-se que a taxa de juros considerada na operação foi de 30% a.a., qual é o valor de Nota Promissória em seu vencimento?

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Matemática Financeira

Aula 19 – O  perações de fluxo de caixa Veremos nesta aula um tema de grande importância nas finanças: o valor presente e o valor futuro nas operações de fluxo de caixa. Até agora, você viu pagamento ou recebimento de um montante, num determinado prazo, em uma única vez. A partir de agora vamos ver como efetuar pagamentos ou recebimentos em parcelas. Para isso vamos fazer uso da ferramenta denominada fluxo de caixa. Vejamos: Entende-se na matemática financeira, o fluxo de um caixa como sendo as saídas ou entradas de dinheiro no caixa, em determinado tempo. Esse fluxo é representado graficamente com uma linha do tempo, como essa:

0

n (tempo)

Na linha horizontal, com sentido da esquerda para a direita, temos o tempo (n), que pode ser dividido em dias, meses, anos, semestres, etc. As linhas no sentido vertical com sentido da seta para cima indicam as entradas de caixa, que podem ser recebimentos, depósitos, etc. Já as linhas com sentido de seta para baixo, indicam as saídas de caixa, e representam os pagamentos, os saques, Veja que esse diagrama (desenho gráfico) facilita o entendimento do fluxo de um caixa. Vamos para um exemplo: Um banco concede um empréstimo de R$ 3.000,00 para um cliente. As condições de pagamento são três prestações mensais iguais no valor de R$ 1.432,00. Do ponto de vista do fluxo de caixa, nossa representação gráfica fica dessa forma para o banco:

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1.432,00

1.432,00

1.432,00

n (tempo) 0 De você quisesse visualizar o fluxo de caixa do cliente, que fez o financiamento, esse ficaria assim: 3.0000,00

0

n (tempo) 1.432,00

1.432,00

1.432,00

A frase acima na linha de tempo esta incompleta talvez pelas caixas de texto

Saiba mais Informe-se sobre diagrama de fluxo de caixa na calculadora HP 12C Na calculadora HP 12 C, calculadora lançada pela empresa de informática e tecnologia estadunidense Hewlett-Packard em 1981, podemos ver o fluxo de caixa definido por esses comandos:

FV

i 0 PV

n PMT

Figura 19.1: Elementos principais do diagrama Fonte: Elaborado pelo autor Legenda: Escala Horizontal – expressa unidade temporal, podendo ser: dias, semanas, meses, anos etc.; Setas para cima – consistem em entrada ou recebimento de dinheiro; Setas para baixo – consistem em saídas ou pagamentos. PV – Present Value (Valor Presente).Simboliza o valor do capital no momento presente, chamado de valor atual, capital ou principal. PMT – Payment (Pagamento) ou ainda Periodic Payment Amount (valor do pagamento periódico).É o valor de uma parcela que pode ser adicionada ou subtraída do montante a cada período. FV – Future Value (Valor Futuro).Simboliza o montante, o valor do capital após certo período de tempo, também chamado de valor futuro. É a soma do Capital com os juros.

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Matemática Financeira

19.1 Valor presente Na fórmula M = C. (1 + i)n, o capital inicial C é também conhecido como Valor Presente (PV = present value) e o montante M é também conhecido como Valor Futuro (FV = future value).i é o índice de interesse (do inglês interest rate) –representa a taxa de juros. Então essa fórmula pode ser escrita como FV = PV (1 + i)n  Se isolarmos PV na fórmula temos: PV =

FV (1 + i)n

Vejamos algumas aplicações da determinação do valor presente ou do valor futuro de algumas aplicações Exemplos: 1. Quanto terá daqui a 12 meses se aplicarmos R$1.500,00 a 2% ao mês? Solução: FV = 1.500. (1 + 0,02)12 = R$1.902,36  2. Quanto teremos daqui a 12 meses se aplicarmos $ 1.000,00 a 2,5% ao mês? Solução: FV = 1000. (1 + 0,025)12 = R$1.344,89

19.2 Séries de pagamentos

1. Neste link, você encontra o emulador da calculadora HP-12C disponível gratuitamente para teste na internet: http://www.epx. com.br/ctb/hp12c.php 2. Caso possua a versão mais atual do Windows no seu computador, poderá também fazer o download da HP-12C para a sua área de trabalho, desse modo não precisará de conexão com a internet para acessá-la. Em http://h20032.www1. hp.com/ctg/Manual/ bpia5314.pdf está disponível o manual do usuário e de solução de problemas frequentes na HP-12C.

Este estudo busca um entendimento das operações financeiras que envolvem pagamentos ou recebimentos parcelados. As séries podem assim ser classificadas: Quanto ao prazo: Temporárias – duração limitada Perpétuas – duração ilimitada Quanto ao valor: Constantes – parcelas iguais Variáveis – parcelas diferentes

Aula 19 – Operações de fluxo de caixa

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Quanto à forma: Imediatas – quando ocorre no primeiro período, podendo ser antecipada (início do período) ou postecipada (final do período) Diferidas – operações com carência, podendo ser antecipadas ou postecipadas. Quanto ao período: Periódicas – os intervalos entre as prestações são iguais. Não periódicas – os intervalos são diferentes.

19.3 Operações postecipadas Caracterizam-se as operações postecipadas como sendo aquelas em que o vencimento da 1ª prestação é no final do período. Um termo de mercado, por exemplo, para esta operação é: “a primeira só em 30 dias”. Início dos pagamentos

0

1

2

3

...

n–1

n

A ilustração acima mostra a compra de um bem no instante zero e suas prestações vencendo ao final do 1º período. Aqui estão as fórmulas para realizarmos operações postecipadas: PV =

PMT [1 – (1 + i)–n] i

PMT =

PV . i 1 – (1 + i)–n

Exemplos: 1. Qual o valor das prestações que serão pagas mensalmente, se uma TV que custa R$690,00 à vista, fosse vendida em 10 vezes, a taxa de juros de 5%a/m? 690 . 0,05 PMT = 1 – (1 + 0,05)–10 PMT =

34,50 0,3861

PMT = 89,36

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104

Matemática Financeira

2. Quanto custou à vista uma mercadoria que foi comprada em oito vezes, a taxa de 3,7%a.m e prestações mensais, consecutivas e postecipadas de R$733,47? PV =

733,47 [1 – (1 + 0,037)–8] 0,037

PV =

733,47 . 0,25223 0,037 PV =

185 0,037

PV = 5.000

Anotações

Aula 19 – Operações de fluxo de caixa

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e-Tec Brasil

Aula 20 – Outras séries de pagamento O foco desta aula é trabalhar outros tipos de séries de pagamento: antecipadas e postecipadas com carência. Vocês já devem ter percebido que quando vamos a uma loja e pedimos para o vendedor fazer o cálculo de quanto custa um determinado produto, parcelado, em um período de tempo, ele recebe do gerente de vendas uma tabela que contém todos os coeficientes para efetuar os cálculos de prestações, conforme o pedido dos clientes. Para calcularmos estes coeficientes, utilizaremos a seguinte fórmula: Fator postecipado =

i [1 – (1 + i)–n]

Exemplo: Com relação à questão da TV que custa R$690,00, o cliente quer o parcelamento em 10 vezes a taxa de juros utilizada é 5%a/m. fator =

0,05 [1 – (1 + 0,05)–10]

fator = 0,129504 prestação = 690 . 0,129504 prestação = 89,36

20.1 Operações antecipadas São operações em que os pagamentos começam no início do 1º período, ou seja, no ato. No mercado é comum ver a seguinte situação: “entrada mais ‘n’ parcelas” ou”30 % de entrada e o saldo em 30/60 e 90 dias”. Para efetuarmos estas operações, vamos precisar das seguintes fórmulas: PV =

PMT [1 – (1 + i)–n](1 + i) i

PMT =

PVi [1 – (1 + i)–n] (1 + i)

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Exemplo: Calcule o valor das prestações pagas na compra de um bem que custa R$690,00 à vista, e que foi vendido em 1 + 9 vezes com juros de 5%a.m. 690 . 0,05 [1 – (1 + 0,05)–10] (1 + 0,05)

PMT =

PMT =

34,50 0,4054

PMT = 85,10

20.2 Operações com carência postecipada As operações com carência possuem a característica de o vencimento da primeira parcela ocorrer em um período superior ao primeiro período subsequente ao da compra. Caso o pagamento seja feito no início deste período superior, a carência então passa a ser chamada de postecipada. O valor presente pode ser calculado através da seguinte fórmula: PMT PV =

[1 – (1 + i)–n] i (1 + i)n

N significa o período de carência. Exemplo: Quanto custa à vista um televisor que foi comprado em cinco prestações mensais de R$499,90, sem entrada, com a primeira paga três meses após a data da compra, e se a loja cobrar 3,98% ao mês de taxa de juro? [1 – (1 + 0,0398)–5] 0,0398 (1 + 0,0398)3

499,90 PV =

499,90 . 0,1773 0,0398 PV = 1,1242

PV =

PV =

499,90 . 0,1773 1 . 0,0398 1,1242

PV =

499,90 . 0,1773 1 . 0,0398 1,1242

92,1598 1 92,1598 . PV = 0,0398 1,1242 0,0447 PV = 2.059,72

O preço à vista da mercadoria é de R$2.059,72. e-Tec Brasil

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Matemática Financeira

20.3 Amortizações Vamos definir e nos aprofundar nas técnicas de amortização, utilizando três tipos de tabelas: a SAC (Sistema de Amortização Constante), a SACRE (Sistema de Amortização Crescente) e a PRICE ou sistema Francês (tabelas de juro composto pelo autor Richard Price)

20.4 O que é amortização? É o pagamento de uma dívida ou de uma prestação de capital com vencimento futuro, antes do prazo estabelecido inicialmente. Muitas vezes os acordos de crédito com as entidades financeiras preveem a possibilidade de amortizações antecipadas, embora, geralmente sejam cobradas taxas penalizadas como forma de compensar parte dos juros que deixarão de ser recebidos. Amortizar que dizer abater, quitar parceladamente uma dívida, normalmente em partes, mas também pode ser de uma única vez, ou seja, amortizar é pagamento de uma dívida de modo antecipado. Uma parcela de financiamento é composta por duas partes, amortização mais juros. A parte que corresponde à amortização é deduzida do saldo devedor, fazendo com que a dívida seja diminuída a cada período. Existem dois sistemas de amortização mais usados no sistema bancário e comercial: o PRICE ou FRANCÊS e o SAC. No caso específico do Banco Caixa Econômico Federal é utilizado o Sistema SACRE (Sistema de Amortização Crescente). Segundo a NBC T 19.5, é obrigatório o reconhecimento da depreciação, amortização e exaustão. Veja na integra a lei que versa sobre as Normas Brasileiras de Contabilidade: Depreciação, Amortização e Exaustão. Fonte: http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/nbct19_5.htm

20.5 Depreciação É a redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. A depreciação de um ativo começa quando o item está em condições de operar na forma pretendida pela administração, e cessa quando o ativo é baixado ou transferido do imobilizado.

Aula 20 – Outras séries de pagamento

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e-Tec Brasil

A amortização consiste na recuperação contábil: 1. do capital aplicado na aquisição de bens e direitos classificados no ativo imobilizado, cuja existência ou exercício tenha duração limitada ou cuja utilização pelo contribuinte tenha o prazo limitado por lei ou contrato; e 2. dos custos, encargos ou despesas, registrados no ativo diferido, que contribuirão para a formação do resultado de mais de um período de apuração. A principal distinção entre esses dois encargos é que, enquanto a depreciação incide sobre os bens físicos de propriedade do próprio contribuinte, a amortização relaciona-se com a diminuição de valor dos direitos (ou despesas diferidas) com prazo limitado (legal ou contratualmente).

20.6 S  istemas de Amortização (pagamento) do seu financiamento imobiliário

Figura 20.1: Imóvel Fonte: http//:www.tropicimoveis.com.br

Existem diversos mecanismos de amortização de dívidas reconhecidas internacionalmente e disponíveis nos manuais de Matemática Financeira. No Brasil para atuar no sistema financeiro imobiliário (SFI) os bancos operam com o Sistema de Amortização Constante (SAC), a Tabela Price (TP) e o Sistema de Amortização Crescente (SACRE), trata-se de formas distintas de cálculo das prestações do seu financiamento imobiliário. Você precisa saber que em todos os sistemas de amortização uma parcela da prestação que você paga é destinada ao pagamento de juros e outra

e-Tec Brasil

110

Matemática Financeira

parcela é destinada à amortização (pagamento) da dívida. Além disto, ainda podem constar na prestação uma parcela do seguro de Morte e Invalidez Permanente (MIP) e outra parcela do seguro para Danos Físicos do Imóvel (DFI). Os juros no sistema financeiro imobiliário estão atualmente na faixa de TR (Taxa de Referência) + 6% ao ano, TR + 8,16% ao ano e TR + 10,5% ao ano para família com renda de 1 salário mínimo até R$4.900,00 através da Carta de Crédito FGTS e TR+12% ao ano TJLP + 5,5% ao ano ou INCC + 1% ao mês para famílias com renda superior a R$4.900,00 em outras modalidades com Recursos da Poupança, do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, ou outras fontes de Recursos (Funding) de Construtoras e Incorporadoras. A principal diferença entre o valor das prestações está na parcela da dívida que está sendo amortizada, e é esta a diferença entre estas três metodologias que veremos a seguir.

20.6.1 Sistemas de Amortização Constante - SAC No SAC a parcela de amortização da dívida é calculada tomando por base o total da dívida (saldo devedor) dividido pelo prazo do financiamento, como um percentual fixo da dívida, desta forma é considerado um sistema linear. No SAC a prestação inicial é um pouco maior que na Tabela Price, pois o valor que é pago da dívida (amortização) é maior, assim, você estará liquidando mais da dívida desde o inicio do financiamento e pagando menos juros ao longo de contrato. À medida que a dívida começa a ser amortizada, a parcela dos juros e consequentemente a prestação como um todo tendem a decrescer, uma vez que o próprio saldo devedor se reduz. Com isso, no SAC, o saldo devedor e a sua prestação tendem a decrescer de forma constante desde o início do financiamento e não deixa resíduo desta forma, você estará menos exposto em caso de aumento do indexador do contrato (a TR, TJLP ou INCC) durante o financiamento.

20.6.2 Sistema de Amortização Crescente - SACRE A diferença do SAC para o SACRE (Sistema de Amortização Crescente) é apenas o recálculo, ou seja, um novo cálculo após um determinado período de andamento do contrato. O SACRE é baseado na mesma metodologia do SAC, mas, sempre considerando o prazo remanescente (que falta) para pagar. Assim o recálculo força o crescimento da amortização e a rapidez do pagamento.

Aula 20 – Outras séries de pagamento

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Ao contrário do que acontece no SAC a parcela de amortização não é constante e sim crescente, o que permite que a dívida seja paga mais rapidamente. O primeiro recálculo acontece com 12 (doze) meses e poderá tornar-se trimestral na hipótese da prestação não estar amortizando (pagando/ quitando) a dívida; No SACRE, a partir de um determinado período, durante o prazo de financiamento, a prestação tende a cair continuamente até o final do financiamento. Exatamente por isto, o percentual de comprometimento da renda neste tipo de mecanismo de amortização tende a ser mais alto, em cerca de 30%, pois no decorrer do prazo do financiamento as prestações devem cair, e com isto diminuirá o grau de comprometimento da renda. Atualmente o SACRE é adotado pela Caixa Econômica Federal nas suas linhas que usam recursos do FGTS, como a Carta de Crédito FGTS Individual.

20.6.3 A  Tabela Price (TP) ou Sistema Francês de Amortização (SFA)

O Sistema de Amortização Crescente – SACRE era utilizado SOMENTE pela Caixa Econômica Federal, atualmente outros bancos de capital estrangeiro também aderiram ao sistema. A diferença básica entre este sistema e os outros (PRICE e SAC) é o de apresentar o valor da parcela de amortização superior, proporcionando uma redução mais rápida do saldo devedor. Também neste plano a prestação inicial pode comprometer até 30% da renda, enquanto nos outros o comprometimento máximo é 25% e o valor das prestações é decrescente. Na página da Caixa Econômica Federal você encontra um simulador de financiamento habitacional: http://www.caixa. gov.br/habitacao/index.asp

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Ao contrário do sistema SAC em que a amortização é igual, na Tabela Price todas as prestações são iguais. Este sistema seria ideal se não existisse no financiamento imobiliário a figura do indexador da prestação (índices: TR, TJLP, INCC, CUB, IGPM, etc.). Para um financiamento de igual valor, a prestação da Tabela Price é sempre menor que a prestação no sistema SAC ou SACRE. Assim, no mecanismo de Cálculo da Tabela Price, a parcela que serve para amortizar a dívida é mais baixa (menor) no início do financiamento e cresce ao longo do contrato. Este financiamento é ideal para pagamento de veículos e crediário em geral que tem prazo curto e a prestação é fixa, mas, pode ser inadequado para financiamentos em longo prazo que contenham um indexador que, na hipótese de acelerar poderá deixar resíduo a ser renegociado no final do contrato. Na Tabela Price, as prestações podem aumentar durante todo o prazo de financiamento. Nesse sistema, você estará mais exposto a um aumento nos indexadores provocados por um aumento da inflação e não temos bola de cristal para adivinhar o que ocorrerá daqui a vinte anos mesmo com a pretensa estabilidade.

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O risco de aumento nos indexadores pode também existir nos demais mecanismos de amortização. Ele é mais atenuado no sistema SAC ou SACRE já que o saldo devedor decresce mais rapidamente. Exatamente por isso, as instituições que adotam a Tabela Price nos seus financiamentos imobiliários tendem a aceitar um percentual menor de comprometimento da renda do que o aceito no SAC ou SACRE.

Resumo Foi exposto nesta aula um tema de grande importância nas finanças: o valor presente e o valor futuro nas operações de fluxo de caixa. Sendo que o valor presente é o valor do principal da aplicação ou resgate financeiro, e o valor futuro é o valor do principal que depois de determinado tempo acrescido de juros geram o montante da aplicação. Bem como os tipos de rendas. Vimos conceitos das séries de pagamento antecipadas e com carência postecipada. Ainda estudamos as técnicas de amortização, utilizando três tipos de tabelas: a SAC (Sistema de Amortização Constante), a SACRE (Sistema de Amortização Crescente) e a PRICE ou sistema Francês (tabelas de juro composto pelo seu autor Richard Price).

Anotações

Aula 20 – Outras séries de pagamento

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Referências BAUER, Udibert Reinoldo. Matemática financeira fundamental. Ed. Atlas. SP 2003. BRUNI, Adriano Leal & FAMÁ, Rubens. Matemática Financeira: com HP 12c e Excel. São Paulo: Atlas, 2002 CAMARGO, Camila. Planejamento Financeiro. Curitiba: IBPEX, 2010. CASTANHEIRA, Nelson Pereira; MACEDO, Luiz R. Dias de. Matemática Financeira Aplicada. Curitiba: IBPEX, 2008. CRESPO, Antônio Arnot. (2001) Matemática Comercial e Financeira Fácil. 13a. ed. São Paulo: Saraiva. FRANCISCO, Walter de. Matemática Financeira. São Paulo: Atlas, 1991 GUERRA, Fernando. (2006) Matemática Financeira com a HP12C. 3. ed. Florianópolis: Editora da UFSC. KUNHEM, Osmar Leonardo – Matemática Financeira Empresarial. Ed. Atlas. São Paulo, 2006. LAPPONI, Juan Carlos. Matemática Financeira - Uma Abordagem Moderna - Lapponi Editora Ltda, 2ª Edição, 1994. LAPPONI, Juan Carlos. Matemática financeira: usando Excel 5 e 7. São Paulo: Lapponi Treinamento e Editora Ltda, 1996. MATHIAS, Washington Franco Gomes, José Maria - Matemática Financeira Editora Atlas, 1996. MATIAS, Washington Franco & GOMES, José Maria. Matemática Financeira. São Paulo: Atlas, 1992. MERCHEDE, Alberto – Matemática Financeira, para usuários de HP12C e Excel. Ed. Atlas. SP 2001. MORGADO , Augusto Cesar; WAGNER, Eduardo; ZANI, Sheila C. Progressões e Matemática Financeira. SBM, Rio de Janeiro, 4 a. edição, 2001. NETO, Alexandre Assaf Martins, Eliseu Administração Financeira - Editora Atlas, 2000. SAMANEZ, Carlos Patrício. Matemática Financeira: Aplicações à Análise de Investimentos. 4 ed. São Paulo: Pearson, 2006. SECURATO, José Roberto.Cálculo Financeiro das Tesourarias. 3. ed. São Paulo: Saint Paul, 2005. UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL. Matemática Financeira. Curitiba: IBPEX, 2009.

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VERAS, Lilia Ladeira. Matemática financeira: uso de calculadoras financeiras, aplicações ao mercado financeiro, introdução à engenharia econômica, 300 exercícios resolvidos e propostos com respostas. São Paulo: Atlas, 2001. VIEIRA SOBRINHO, J. D. Matemática financeira. 7 ed., São Paulo: Atlas,2000. http://www.ifba.edu.br/dca/Corpo_Docente/MAT/EJS/MATFIN_PARTE_I_CEFET.pdf. Acesso em: 13/08/2012. http://usuarios.upf.br/~moacirgomes/juroscompostos.html. Acesso em: 09/08/2012

Referências das figuras Figura 1.1: Moeda http://www.fatosdaeconomia.com.br/

Figura 1.2: Dinheiro Fonte: http://www.jogoscelular.net/ganhe-dinheiro-com-seu-blog/ Figura 1.3: Tempo Fonte: http://bloglucrativo.blogspot.com/ Figura 1.4: Escrita dos sumérios Fonte: http://www.cyberartes.com.br/ Figura 1.5:Hindu Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br Figura 1.6: Índices Fonte: http://www.cgimoveis.com.br Figura 2.1: Estrada Fonte: http://www.freefoto.com/ Figura 2.2 Densidade demográfica Fonte: http://www.grupoescolar.com/materia/escalas.html Figura 3.1: Exemplo Fonte: Elaborado pelo autor Figura 4.1: Porcentagem Fonte: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=949760 Figura 3.2: Regra de três composta Fonte: http://www.somatematica.com.br/fundam/regra3c.php Figura 4.1: Porcentagem Fonte: http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=949760 Figura 4.2: Representação Fonte: Elaborado pelo autor Figura 5.1: Dados Fonte: http://cute-and-bright.deviantart.com http://usefool-deviantart.com Figura 8.1: Gráfico Fonte: Elaborado pelo autor Figura 8.2: Divulgando o Credconstrução Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_Nh3_FzCluTA/S-qjvvDSzGI/AAAAAAAAAK4/8rpFcn55P_E/s1600/Cred+Joval.jpg Figura 9.1: Juros simples Fonte: http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/455892/gd/1259673188/Matematica-Juros.jpg Tabela 15.1 - Demonstração Fonte: Elaborada pelo autor Figura 15.2: Curva juros compostos Fonte: Elaborado pelo autor Figura 19.1: Elementos principais do diagrama Fonte: Elaborado pelo autor Figura 20.1: Imóvel Fonte: http//:www.tropicimoveis.com.br

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Atividades autoinstrutivas Nas atividades abaixo marque apenas uma alternativa como sendo a correta. 1. Determine quanto é 13% de R$ 850,00. a) R$ 130,00 b) R$ 120,50 c) R$ 110,50 d) R$ 108,00 e) R$ 100,00 2. Se calcularmos 30% de R$640,00 obteremos como resultado: a) R$ 182,00 b) R$ 192,00 c) R$ 198,00 d) R$ 207,00 e) R$ 190,50 3. Um aluguel de R$ 550,00 sofreu um aumento de 18%. Ele passou a valer: a) R$ 649,00 b) R$ 612,00 c) R$ 504,00 d) R$ 99,00 e) R$ 200,10

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4. (CESCEM-SP) 3% de 0,009 vale: a) 0,00027 b) 0,0027 c) 0,00009 d) 0,09 e) 0,0081 5. Assinale a alternativa correta: a) 6% = 0,6 b) 13% = 1,3 c) 140% = 1,4 d) 20,5% = 0,0205 e) 100% = 1,001 6. Quanto é 0,5% de R$550,00? a) R$ 2,75 b) R$ 25,00 c) R$ 55,75 d) R$ 5,50 e) R$ 5,55 7. Assinale a alternativa correta: a) 60% = 0,06 b) 13% = 1,03 c) 140%= 1,04 d) 20,5% = 0,250 e) 100% = 1

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8. Em 20/03/2005 o saldo bancário de Roberto era de R$ 1.500,00 positivo. Entre os dias 20 a 28 de março de 2005, o extrato bancário de Roberto mostrou a seguinte movimentação: • • • • • •

21/03/2005, retirada de R$ 400,00 22/03/2005, retirada de R$ 350,00 23/03/2005, depósito de R$ 100,00 24/03/2005, retirada de R$ 990,00 26/03/2005, depósito de R$ 560,00 28/03/2005, retirada de R$ 230,00 Qual será o saldo bancário de Roberto, ao final do dia 28/03/2005?

a) R$ 180,00 b) R$ 190,00 c) R$ 198,00 d) R$ 270,00 e) R$ 280,00 9. Ao verificar seu controle de despesas, Gustavo percebeu que alguns débitos e créditos ainda não haviam sido anotados para o respectivo saldo. Para facilitar, Gustavo descreveu os históricos de sua movimentação financeira logo abaixo. Ajude-o, então, a preencher a tabela com os respectivos créditos e débitos destacados: Data Mês abril

Descrição

Crédito (R$)

02

Saldo anterior

R$480,30

03

Pagamento do cartão de crédito

05

Tarifa Banco (c/c especial)

06

Pagamento da parcela da internet

09

Conta de telefone

- R$182,25

14

Depósito

R$567,60

19

Prestação do carro

- R$277,40

23

Conta de água

29

Conta de luz

30

Depósito salário

Atividades autoinstrutivas

Débito (R$)

Saldo (R$) R$480,30 R$50,15

- R$50,30

- R$20,30

-R$ 89,20 R$1.596,60

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Histórico da movimentação: No dia 3, temos o saldo de R$ 480,30 e um débito de R$ 430,15 referente ao pagamento de cartão de crédito. Saldo final do dia 3: 480,30 – 430,15 = 50,15 No dia 5, houve pagamento da tarifa bancária, no valor de R$ 20,15. Saldo final do dia 5: 50,15 – 20,15 = 30,00. No dia 6, houve pagamento da parcela da internet, no valor de R$ 50,30. No dia 9, pagamento da conta de telefone, R$ 161,95. No dia 14, houve um depósito, cujo valor não foi informado, mas sabe-se que o saldo final ficou em R$567,60. Logo o valor do depósito será o valor que somado ao saldo anterior de -182,25 resultará no saldo de R$567,60 x + (-182,25) = 567,60 x - 182,25 = 567,60 x = 567,60 + 182,25 x = 749,85 No dia 19, temos um débito, (prestação do carro). Para saber o valor da prestação, que podemos chamar de y, devemos somar y com o saldo anterior e igualar ao saldo do final do dia: Nos dias 23 e 29, temos outros débitos, conta de água e luz respectivamente. Podemos calcular estes valores de maneira similar ao que foi feito para o dia 19 e dessa forma obteremos: Conta de água = R$36,80 Conta de Luz = R$89,20. No dia 30, houve um depósito bancário no valor de 1.596,60. Agora, marque a alternativa correta que representa o saldo verdadeiro de Gustavo: a) R$ 1.266,40 b) R$ 1.193,20 c) R$ 1.488,55 d) R$ 1.570,59 e) R$ 1.616,56

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10. Calcular os juros simples de R$ 1.200,00 a 13 % a.t. por quatro meses e 15 dias. Temos o seguinte resultado: a) R$ 234,00 b) R$ 199,20 c) R$ 148,50 d) R$ 150,00 e) R$ 166,00 11. Calcular os juros simples produzidos por R$ 40.000,00, aplicados à taxa de 36% a.a., durante 125 dias, com isso, obteremos o resultado de: a) R$ 5.000,00 b) R$ 9.999,20 c) R$ 4.488,55 d) R$ 5.857,59 e) R$ 1.616,56 12. Qual o capital que aplicado a juros simples de 1,2% a.m. rende R$ 3.500,00 de juros em 75 dias? a) R$ 116.666,67 b) R$ 125.445,20 c) R$ 441.488,55 d) R$ 581.657,59 e) R$ 161.216,56 13. Se a taxa de uma aplicação é de 150% ao ano, quantos meses serão necessários para dobrar um capital aplicado através de capitalização simples? a) 8 meses b) 10 meses c) 15 meses d) 20 meses e) 25 meses

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14. Aplicou-se a juros compostos uma capital de R$ 1.400.000.00, a 4% ao mês, durante três meses. O montante produzido neste período é igual a: Obs.: devemos lembrar que 4% = 4/100 = 0,04 a) R$ 1.880.809,60 b) R$ 1.990.555,00 c) R$ 1.988.520,00 d) R$ 2.700.790,00 e) R$ 1.574.809,60 15. Qual o capital aproximado que aplicado a juros compostos a 8% ao mês, produz em dois meses um montante de R$ 18.915,00 de juros. a) R$ 12.880,60 b) R$ 13.990,20 c) R$ 14.988,55 d) R$ 15.700,59 e) R$ 16.216,56 16.  A que taxa ao mês esteve aplicado, em uma caderneta de poupança, um capital de R$ 1.440,00 para, em dois meses, produzir um montante de R$ 1.512,90? a) 2,5% ao mês b) 2,4% ao mês c) 2,3% ao mês d) 2,2% ao mês e) 2,1% ao mês 17. Em quanto tempo um capital triplica de valor aplicado a uma taxa de juros simples de 20% a.a.? a) 5 anos b) 10 anos c) 15 anos d) 20 anos e) 25 anos e-Tec Brasil

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18. Quanto renderá de juros simples uma quantia de R$ 80.000,00 aplicada durante seis meses a uma taxa de 3% ao mês? a) R$ 14.880,20 b) R$ 14.990,20 c) R$ 14.988,05 d) R$ 14.700,50 e) R$ 14.400,00 19. (FGV-SP) Um capital C foi aplicado a juros simples durante 10 meses, gerando um montante de R$ 10.000,00; esse montante, por sua vez, foi também aplicado a juros simples, durante 15 meses, à mesma taxa da aplicação anterior, gerando um montante de R$ 13.750,00. Qual o valor de C? a) R$ 8.880,20 b) R$ 8.990,20 c) R$ 8.988,05 d) R$ 8.700,50 e) R$ 8.000,00 20. Uma aplicação de R$ 40.000,00 rendeu, em três meses, a quantia de R$ 4. 800,00 de juros simples. Qual foi a taxa mensal de juro? a) 2% b) 4% c) 3% d) 2,2% e) 1% 21. Certa quantia, aplicada durante cinco meses a uma taxa de juros simples mensal de 3%, rendeu R$ 8.250,00. Qual foi a quantia aplicada? a) R$ 64.900,00 b) R$ 61.200,00 c) R$ 50.000,00 d) R$ 99.000,00 e) R$ 55.000,00 Atividades autoinstrutivas

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22. (FGV-SP) Antônio investiu a quantia recebida de herança em três aplicações distintas: 35% do total recebido em um fundo de renda fixa; 40% do valor herdado em um fundo cambial e o restante da herança em ações. No final de um ano as aplicações renderam de juro, um total de R$ 28 500,00. Determine a quantia herdada por Antônio, sabendo que os rendimentos anuais foram de 30%, 20% e 40%, respectivamente, no fundo de renda fixa, no fundo cambial e nas ações. a) R$ 105.900,00 b) R$ 110.200,00 c) R$ 150.000,00 d) R$ 199.000,00 e) R$ 100.000,00 23. (FGV-SP) Um investidor aplicou a juros simples na mesma data, por 20 dias, em fundos diferentes que operam no sistema de juro simples, os capitais de R$ 110.000,00 e R$ 80. 000,00. Ao final do período o maior valor, aplicado à taxa de 9% ao mês, rendeu de juro R$ 3. 400,00 a mais que a aplicação do menor valor. Determine a taxa mensal de juros de aplicação do menor valor. a) 2% a.m. b) 4% a.m. c) 3% a.m. d) 22% a.m. e) 6% a.m. 24. Mário tomou emprestado R$ 240.000,00 durante três meses, à taxa de 60% ao ano. Que quantia devolveu após os três meses, no regime simples de formação? a) R$ 115.000,00 b) R$ 111.000,00 c) R$ 155.000,00 d) R$ 196.000,00 e) R$ 276.000,00 e-Tec Brasil

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25. (FGV-SP) Pedro aplicou R$ 20.000,00 por um ano em dois fundos A e B. O fundo A rendeu 10% e B rendeu 25%. Sabendo-se que o ganho proporcionado pelo fundo B foi superior ao de A em R$ 100,00, podemos afirmar que a diferença (em valor absoluto) dos valores aplicados em cada fundo foi de: a) R$ 8.000,00 b) R$ 7.000,00 c) R$ 5.000,00 d) R$ 6.000,00 e) R$ 9.000,00 26. Calcule o juro produzido por R$ 90.000,00, durante 90 dias, a uma taxa de juros simples de 3,5% ao mês. a) R$ 8.100,00 b) R$ 7.200,00 c) R$ 5.300,00 d) R$ 6.500,00 e) R$ 9.450,00 27. Calcule o juro que um capital de R$ 12.000,00 rende, durante 23 dias, à taxa de juros simples de 30% ao mês. a) R$ 1.100,00 b) R$ 2.200,00 c) R$ 3.300,00 d) R$ 2.760,00 e) R$ 2.790,00 28. Qual é o juro produzido pelo capital de R$ 18.500,00 durante 1 ano e meio, a uma taxa de juros simples de 7,5% ao mês? a) R$ 159.750,00 b) R$ 112.000,00 c) R$ 159.000,00 d) R$ 299.750,00 e) R$ 249.750,00 Atividades autoinstrutivas

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29. Um comerciante tomou emprestado de um banco R$ 400.000,00. O banco emprestou a uma taxa de juros simples de 38% ao ano. O comerciante teve que pagar R$ 304.000,00 de juros. Por quantos anos o dinheiro esteve emprestado? a) 6 anos b) 7 anos c) 8 anos d) 9 anos e) 2 anos 30. (TTN) Carlos aplicou 1/4 de seu capital a juros simples comerciais de 18% a.a., pelo prazo de 1 ano, e o restante do dinheiro a uma taxa de 24% a.a., pelo mesmo prazo e regime de capitalização. Sabendo-se que uma das aplicações rendeu R$ 594,00 de juros, mais do que a outra, o capital inicial era de R$: a) 4.200,00 b) 4.800,00 c) 4.900,00 d) 4.600,00 e) 4.400,00 31. (TTN) Três capitais são colocados a juros simples: o primeiro a 25% a.a., durante 4 anos; o segundo a 24% a.a., durante 3 anos e 6 meses e o terceiro a 20% a.a., durante 2 anos e quatro meses. Juntos renderam um juro de R$ 27.591,80. Sabendo-se que o segundo capital é o dobro do primeiro e que o terceiro é o triplo do segundo, o valor do terceiro capital é de: a) R$ 30.210,00 b) R$ 10.070,00 c) R$ 15.105,00 d) R$ 20.140,00 e) R$ 5.035,00

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32. (TTN) Calcular a taxa que foi aplicada a um capital de R$ 4.000,00, durante 3 anos, sabendo-se que se um capital de R$ 10.000,00 fosse aplicado durante o mesmo tempo, a juros simples de 5% a.a., renderia mais R$ 600,00 que o primeiro. A taxa é de: a) 8,0% b) 7,5% c) 7,1% d) 6,9% e) 6,2% 33. (MACK-SP) Três meses atrás, depositei na poupança R$ 10.000,00. No primeiro mês ela rendeu 1,6%, no segundo mês 1,0% e no terceiro mês 1,2%. Quanto tenho agora? a) R$ 10.200,70 b) R$ 14.800,50 c) R$ 12.900,05 d) R$ 11.600,98 e) R$ 10 384,73 34. Para render juros simples de R$ 4.375,00 à taxa de 2,5% ao mês, devo aplicar meu capital de R$ 50.000,00 durante quanto tempo? a) três meses b) sete meses c) oito meses d) dois meses e) três meses e meio 35. (FGV) Um aparelho de TV é vendido por R$ 1.000,00 em dois pagamentos iguais, sem acréscimo, sendo o 1º como entrada e o 2º um mês após a compra. Se o pagamento for feito à vista, há um desconto de 4% sobre o preço de R$ 1.000,00. A taxa mensal de juros simples do financiamento é aproximadamente igual a: a) 8,7% b) 7,7% c) 6,7% d) 5,7% e) 4,7%

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36. A quantia de R$ 27.000,00, emprestada a taxa de juros simples de 1,2% ao mês, quanto rende em seis meses? a) R$ 1.200,70 b) R$ 1.800,50 c) R$ 1 950,05 d) R$ 1.650,98 e) R$ 1.944,00 37. Um capital de R$ 5.000,00, aplicado a juros simples, à taxa mensal de 3%, por um prazo de 1 ano e 3 meses, produzirá um montante no valor de: a) R$ 7.225,00 b) R$ 7.250,00 c) R$ 7.320,00 d) R$ 7.500,00 e) R$ 7.550,00 38. Uma pessoa tem R$ 20.000,00 para aplicar a juros simples. Se aplicar R$ 5.000,00 à taxa mensal de 2,5% e R$ 7.000,00 à taxa mensal de 1,8%, então, para obter um juro anual de R$ 4.932,00, deve aplicar o restante à taxa mensal de: a) 2% b) 2,1% c) 2,4% d) 2,5% e) 2,8% 39. (FGV-SP) No regime de juros compostos a taxa de juro anual que produz um montante 44% superior ao capital inicial, no prazo de aplicação de dois anos é: a) 20% b) 21,5% c) 21% d) 20,5% e) 22% e-Tec Brasil

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40. Um capital de R$ 1.000.000,00 foi aplicado a juros compostos, durante 1 ano, à taxa de 60% a.a. com capitalização mensal. Qual o montante dessa aplicação? a) R$ 1.795.900,00 b) R$ 1.600.567,00 c) R$ 1.700.000,00 d) R$ 1.450.340,00 e) R$ 1.500.000,00 41.  (FGV) O Sr. Vítor costuma aplicar suas economias num fundo que rende juros compostos. Se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 daqui a 1 ano, qual seu saldo daqui a 2 anos, se a taxa for de 15% a.a.? a) R$ 12.200,70 b) R$ 15.800,50 c) R$ 12.950,05 d) R$ 17.650,98 e) R$ 36.225,00 42. Qual o montante de uma aplicação de R$ 1.000.000,00, a juros compostos, durante 6 meses à taxa de 36% a.a., capitalizados mensalmente? a) R$ 1.167.066,00 b) R$ 1.450.597,00 c) R$ 1 .194.100,00 d) R$ 1.190.340,00 e) R$ 1.311.678,00 43. Determine o prazo de uma aplicação de R$ 550.000,00, a juros compostos, capitalizados mensalmente, se desejo obter um montante de R$ 1.272.183,00, a taxa de juro de 15% a.m. a) 2 meses b) 3 meses c) 4 meses d) 5 meses e) 6 meses Atividades autoinstrutivas

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44. Qual a taxa efetiva para que o capital de R$ 1.200.000,00, aplicado durante 1 ano, com capitalização mensal, atinja um montante de R$ 3.021.720,00? a) 4% a.m. b) 8% a.m. c) 5% a.m. d) 9% a.m. e) 10% a.m. 45. Qual a taxa efetiva para que o capital de R$ 1.200.000,00, aplicado durante 1 ano, com capitalização mensal, atinja um montante de R$ 2.155.027,20 ? a) 4% a.m. b) 8% a.m. c) 5% a.m. d) 9% a.m. e) 10% a.m. 46. O montante gerado por um capital de R$ 160.400,00, ao fim de cinco anos, com juros de 40% a.a. capitalizados trimestralmente é de? Observação (1+10%)20=6,7275 a) R$ 1.079.090,84 b) R$ 2.079.090,84 c) R$ 3.079.090,84 d) R$ 4.079.090,84 e) R$ 5.079.090,84 47. (A.F. CAIXQuanto se deve investir hoje, à taxa nominal de juros de 20% ao ano, capitalizados trimestralmente, para se obter R$ 100.000,00 daqui a 3 anos? a) R$ 14.200,70 b) R$ 60.800,50

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c) R$ 22.950,05 d) R$ 55.683,74 e) R$ 64.461,00 48. Qual o capital que produz o montante de R$ 750.000,00 vencível em oito meses, a uma taxa de juros compostos de 5% ao mês? a) R$ 532.222,22 b) R$ 407.449,23 c) R$ 507.614,20 d) R$ 568.689,59 e) R$ 533.639,33 49. Qual o capital que aplicado a 10% a.m. durante cinco meses, produz um montante composto de R$ 1.610.510,00? a) R$ 1.000.000,00 b) R$ 1.500.000,00 c) R$ 1.800.000,00 d) R$ 1.300.000,00 e) R$ 1.100.000,00 50. Um capital foi aplicado a 5% ao mês de juros compostos e, após 4 meses de aplicação, a taxa foi elevada para 7% ao mês. Ao final de 10 meses de aplicação o valor do capital acumulado era de R$ 364.830,00. Qual o valor MAIS PRÓXIMO do capital aplicado? a) R$ 200.000,00 b) R$ 350.000,00 c) R$ 300.000,00 d) R$ 400.000,00 e) R$ 450.000,00

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Currículo dos professores-autores Roberto José Medeiros Junior Licenciado e Bacharel em Matemática pela Universidade Tuiuti do Paraná (1999), Especialista em Educação Matemática com ênfase em Tecnologias pela Universidade Tuiuti do Paraná (2001), Especialista em Educação à Distância (Tutoria a Distância) – EaD/FACINTER (2007) tem Mestrado em Educação Matemática pela Universidade Federal do Paraná (2007). Entre os anos de 1996 e 2008, atuou como professor de Matemática do Ensino Fundamental ao Médio da rede pública e privada e, desde 2003 vem atuando como professor no Ensino Superior, nos cursos de Licenciatura em Matemática, Física e Pedagogia, na modalidade presencial e a distância em instituições públicas e privadas com as disciplinas de Cálculo, Estruturas Algébricas, Estatística e Matemática Financeira. Entre os anos de 2003 e 2005 atuou como professor de Metodologia, Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Matemática na Universidade Federal do Paraná, nos cursos de Licenciatura em Matemática, Física e Pedagogia. Atualmente é professor de Matemática do Instituto Federal do Paraná na modalidade presencial e a distância. É um dos autores do Livro Didático Público de Matemática para o Ensino Médio do Estado do Paraná e, é também, autor de livros para a formação continuada do Centro Interdisciplinar de Formação Continuada de Professores (CINFOP), da Universidade Federal do Paraná. Prestador de serviços como assessor pedagógico em Educação Matemática para as escolas públicas (municipal e estadual) e as privadas também.

Marcos Antonio Barbosa É natural de Rio Bom /PR. Possui graduação em Matemática pela Universidade Tuiuti do Paraná (1998). É especialista em Educação Matemática (2000) e mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2004). Foi professor na rede estadual, atuando no ensino fundamental e médio. Na iniciativa privada foi professor de cursinho e ensino superior, sempre trabalhando as disciplinas das ciências exatas e de formação de professores. Atuou como professor de Pós graduação nas áreas exatas. É autor de várias obras. Atualmente é professor de ensino básico, técnico e tecnológico do Instituto Federal do Paraná. Sua experiência se baseia na área de Educação e Gestão em Ensino à Distância e Presencial.

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Anotações

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