Sum�rioApresentaçãoIntrodução Matéria-prima para elaboração da graspa Ensilagem do bagaço Fermentação alcoólica do bagaço doce Alambique para obter graspa Destilação do bagaço para elaboração da graspa A graspa e a legislação brasileira Envelhecimento da graspa Preparação da graspa para engarrafamento Alterações da graspa Custos de produção Referências Glossário Autores Show Viabilidade financeiraA an�lise financeira de uma agroind�stria de processamento de uva inicia pela defini��o do volume de produ��o que a empresa pretende fabricar. Depois, calcula-se o investimento f�sico, definem-se e calculam-se os custos fixos, estimam-se os custos vari�veis, projetam-se os custos totais, identificam-se os custos de comercializa��o e a margem de lucro, calcula-se o pre�o de venda, apuram-se as receitas e os resultados operacionais, projeta-se o investimento inicial, para finalmente, analisar a viabilidade financeira do empreendimento. Como voc� deve ter percebido, para fazer a an�lise financeira o empreendedor vai precisar de um bom volume de informa��es e fazer uma s�rie de c�lculos matem�ticos. Por isso, se voc� deseja realmente abrir sua pr�pria agroind�stria de processamento de uva, fique atendo ao roteiro, para an�lise financeira que iremos apresentar, a seguir. Objetivos da an�lise financeiraA an�lise financeira tem como objetivos:
Al�m disso, os dados apurados na an�lise financeira, combinados com as demais informa��es j� vistas anteriormente, d�o condi��es ao futuro empres�rio para:
Para realizar a an�lise financeira da agroind�stria, � importante ter em m�os as seguintes informa��es:
Riscos da atividade empresarial� importante dizer que os procedimentos e os c�lculos, que propagamos nesta parte de nosso estudo, n�o eliminar�o os riscos inerentes a qualquer atividade empresarial, uma vez que a capacidade de assumir riscos � uma caracter�stica importante do perfil do empreendedor de sucesso. Antes de passarmos para nossa an�lise financeira, vale um lembrete: os dados, informa��es, valores e situa��es criados n�o equivalem � realidade. Isso porque as mudan�as verificadas, periodicamente, na economia brasileira, e o tempo decorrido entre o momento em que foram realizados os estudos e o momento em que voc� os utilizar�, inviabilizam seu desenvolvimento em bases realistas. Assim, os conceitos, c�lculos matem�ticos e o processo de desenvolvimento da an�lise financeira, apesar de identificarem o tipo de empresa, devem ser adaptados �s necessidades de cada situa��o espec�fica. Para isso, ser� necess�rio que o empres�rio realize uma pesquisa cuidadosa e identifique os valores reais, para os diferentes itens da an�lise financeira. Os valores foram calculados em R$ 1,00 (exclu�mos os centavos) e foram arredondados para mais aqueles iguais ou acima de R$ 0,50 e para menos os abaixo de R$ 0,50. A partir de agora, voc� acompanhar� o desenvolvimento da an�lise financeira de nossa pequena agroind�stria. Volume de produ��o e investimento f�sicoO ponto de partida para o planejamento financeiro de nossa agroind�stria de processamento de uva foi a defini��o de quanto pretendemos produzir. E essa n�o � uma defini��o aleat�ria, mas que depende do mercado que queremos atingir, da disponibilidade de mat�ria-prima e da concorr�ncia que vamos enfrentar. Al�m disso, � preciso avaliar, com cuidado, a disponibilidade de capital pr�prio e de terceiros. Depois, calculamos quanto precisaremos gastar na montagem de nossa agroind�stria, ou seja, o custo das m�quinas, equipamentos, ferramentas, ve�culos, mobili�rio, im�veis e outros materiais permanentes que comp�em o investimento fixo. O que e quanto produzirA an�lise financeira come�a com a estimativa do plano de produ��o, que � a identifica��o do volume de produtos que pretendemos comercializar num determinado per�odo de tempo. Depois, calculamos o valor do investimento f�sico - equipamentos e instala��es necess�rios para o cumprimento das metas de produ��o - onde relacionamos as quantidades e os custos das m�quinas, equipamentos, ve�culos, ferramentas e demais materiais permanentes. Para definir o volume de produ��o de nossa agroind�stria, consideramos os seguintes fatores:
O volume anual de produ��o de graspa para a nossa agroind�stria � de 4.500 garrafas de 300 mL (7% de participa��o). Custo de investimentoNesta etapa da an�lise financeira, vamos saber quanto precisaremos gastar na montagem da agroind�stria. Isso inclui as m�quinas e os equipamentos utilizados na produ��o, as ferramentas, os ve�culos, os mobili�rios e outros materiais permanentes. Chama-se esse conjunto de investimento f�sico, porque s�o gastos feitos de uma s� vez e que ficam agregados ao patrim�nio da empresa. Quem pretende entrar no ramo agroindustrial de processamento de uva para fabricar graspa precisa escolher cuidadosamente os equipamentos, instala��es e materiais permanentes que vai adquirir. Em primeiro lugar, o maquin�rio deve ser de qualidade e ter a garantia de assist�ncia t�cnica eficiente, para evitar que a produ��o fique suspensa, caso aconte�a algum problema. Uma m�quina quebrada ou mal regulada pode acarretar enormes preju�zos no momento em que as mat�rias-primas est�o sendo processadas. As m�quinas tamb�m devem ter uma capacidade de produ��o adequada �s necessidades iniciais da empresa, com uma folga que possibilite uma expans�o futura. De modo geral, os fabricantes dos equipamentos fornecem as especifica��es t�cnicas das obras civis necess�rias para a instala��o das m�quinas. A partir delas, o procedimento ideal � encomendar a um profissional especializado - arquiteto ou engenheiro - a planta baixa e hidr�ulica (dos encanamentos de �gua e esgoto) e el�trica (das fia��es) do im�vel) que atendam �s especifica��es tanto para a �rea de produ��o como para as �reas de armazenamento e administra��o. Para o processamento da graspa, s�o necess�rios somente um destilador e os recipientes para armazenagem. Al�m desses equipamentos foi prevista a constru��o de um galp�o industrial para o funcionamento da cantina, com 140 m� de �rea �til. Para fechar a tabela dos investimentos f�sicos, acrescentamos uma reserva t�cnica de 10% dos custos totais. Veja na Tabela 1, qual a necessidade de investimento f�sico do nosso projeto. Tabela 1. Investimento f�sico.
Custos diretosOs custos diretos est�o relacionados com a produ��o e a venda. Esses custos apresentam particularidades em raz�o do tipo de atividade que a empresa exerce. Numa pequena agroind�stria de processamento de uva, est�o inclu�dos, nesses custos, os materiais diretos - mat�rias-primas, materiais secund�rios e embalagens - e a m�o-de-obra direta - sal�rios e encargos sociais dos recursos humanos ligados diretamente � produ��o. Materiais diretosO que se convencionou chamar tecnicamente de materiais diretos s�o as mat�rias-primas, materiais secund�rios, embalagens e demais materiais utilizados na fabrica��o de um produto, at� o est�gio em que ele chega ao consumidor final. No caso de nossa agroind�stria de processamento de uva eles s�o fundamentais para o bom resultado final dos produtos. N�o h� processo de fabrica��o e t�cnicas de comercializa��o que fa�am o milagre de suprir os requisitos de qualidade, se as mat�rias-primas empregadas na fabrica��o forem de m� qualidade. Isso quer dizer que boa parte do sucesso do empreendimento vai depender dos seus fornecedores de mat�ria-prima. � importante que eles sejam id�neos, confi�veis e que garantam a qualidade constante nos fornecimentos. Os custos dos materiais diretos variam muito de produto para produto. Veja, na Tabela 2, a seguir, o custo anual dos materiais diretos necess�rios para a produ��o de 4,5 mil garrafas de graspa. Tabela 2. Custo anual dos materiais diretos.
M�o-de-obra diretaComo em qualquer empresa, os recursos humanos s�o fundamentais para o sucesso de uma agroind�stria de processamento de uva. Voc� ver� que, nesta parte de nosso estudo, n�o trataremos de todos os funcion�rios da nossa empresa, mas apenas daqueles que trabalham diretamente no setor de produ��o. Essa divis�o pode ser uma novidade para voc�, mas � feita para permitir melhor planejamento e administra��o da empresa. Isso porque o trabalho dos oper�rios est� diretamente relacionado ao volume de produ��o de uma agroind�stria, o que n�o aconteceu com o pessoal que trabalha na �rea administrativa. Uma secret�ria, por exemplo, trabalha oito horas por dia, quer a agroind�stria esteja processando 100 kg ou 10.000 kg de uva. � dos oper�rios ou dos funcion�rios que trabalham diretamente na �rea de produ��o, que estamos tratando nesta parte de nosso estudo. Eles comp�em o que chamamos de m�o-de-obra direta de uma agroind�stria de processamento de uva. Para quantificar o n�mero de pessoas para atender �s necessidades da f�brica, � preciso um pouco de pr�tica. De acordo com empres�rios do ramo, para o volume de produ��o definido no nosso plano de produ��o, s�o necess�rios um t�cnico um ecologista e um auxiliar de produ��o, trabalhando em tempo integral, mas tr�s empregados tempor�rios, trabalhando tr�s meses por ano. O piso salarial dos funcion�rios � definido regionalmente pelos sindicatos da classe. Neste estudo, utilizamos o sal�rio m�dio mensal para o enologista, de R$ 1.200,00, para o auxiliar de produ��o R$ 700,00 e para a m�o-de-obra tempor�ria R$ 500,00. � claro que esses valores s�o ilustrativos. Veja, na Tabela 3, como ficou o custo anual da m�o-de-obra direta. Tabela 3. Custo anual da m�o-de-obra direta.
Depois de definido o n�mero de empregados e os sal�rios de cada um, vamos calcular a despesa anual com a folha de pagamento, acrescentando um percentual de 74,8%, correspondente aos encargos sociais, que s�o distribu�dos como apresentado na Tabela 4. Tabela 4. Composi��o dos encargos sociais.
� importante informar que alguns desses �ndices s�o vari�veis como o n�mero de faltas justificadas, o �ndice de rotatividade dos empregados, das f�rias, do n�mero de feriados por ano, do �ndice de acidente de trabalho, de aux�lio-doen�a, do Sistema �S� (Senac, Sesc, Senai, Sei e Sebrae), entre outros. Custos fixosDepois de calcular o custo anual dos materiais diretos e o valor da folha de pagamento, devemos nos preparar para arcar com os custos fixos do neg�cio, ou seja, aqueles que ocorrem independentemente da produ��o ou das vendas. Geralmente eles s�o compostos dos sal�rios e dos respectivos encargos sociais do pessoal administrativos, e dos gastos gerais de administra��o. O pre�o para manter o neg�cioNesta etapa da an�lise financeira, j� conhecemos uma s�rie de dados e informa��es importantes:
Agora, vamos calcular os custos fixos anuais da agroind�stria, isto �, as despesas de manuten��o, necess�rias para manter o empreendimento funcionando. Os custos fixos s�o aqueles que n�o est�o associados �s quantidades de produtos processados, mantendo-se dentro de um mesmo patamar, independentemente, do aumento ou queda da produ��o ou das vendas. Esses custos ocorrem mesmo que a agroind�stria n�o venda ou produza nenhum bem, sendo necess�rios para a manuten��o do neg�cio em funcionamento, da� serem tamb�m denominados de custos de funcionamento ou custos de estrutura. Geralmente, os custos fixos s�o compostos pelos sal�rios e pelos encargos sociais do pessoal administrativo (secret�rias, cont�nuos, vigilantes, gerente-administrativo, etc.; gastos com alugu�is; retirada pr�-labore dos s�cios; materiais de limpeza e conserva��o; materiais de expediente ou de escrit�rio; honor�rios profissionais(contador, advogado, engenheiro, etc.); al�m dos gastos com deprecia��o, seguro e manuten��o do investimento f�sico. Para fins do nosso estudo, utilizamos uma m�dia de valores para os custos fixos, j� que eles variam muito de regi�o para regi�o. Eles dependem tamb�m, do estilo gerencial que o empres�rio imprime no seu neg�cio e do n�vel de simplicidade ou sofistica��o da empresa. Os custos mensais de deprecia��o, manuten��o e seguros s�o calculados utilizando-se percentuais definidos em lei, que incidem sobre o valor do investimento f�sico. Para o gasto de deprecia��o dos equipamentos, por exemplo, o percentual � igual a 15% por ano. Assim, para se saber qual ser� o custo anual de deprecia��o dos equipamentos, por exemplo, aplicamos esse percentual sobre o seu valor, ou seja, 15% de R$ 131.100,00 = R$ 19.665,00. Confira, na Tabela 5, a seguir, os custos mensais de deprecia��o, manuten��o e seguros e, na Tabela 6, como ficam os custos fixos anuais do empreendimento. Tabela 5. Custo anual de deprecia��o, manuten��o e seguro.
Tabela 6. Custos fixos anuais.
Custos de produ��oAgora, que j� conhecemos o custo anual dos materiais diretos, o quanto vamos gastar com a m�o-de-obra direta e com os custos fixos, j� temos todas as condi��es para calcular o custo de produ��o. Veja, a seguir, os principais fatores que comp�em o custo anual de produ��o da nossa agroind�stria de processamento de uva. Quanto custam os produtos finais� muito freq�ente considerar que os custos de produ��o de um determinado bem s�o compostos exclusivamente pela mat�ria-prima, embalagem e outros materiais diretos utilizados em sua fabrica��o, esquecendo-se de agregar �queles pre�os outros custos, como o de m�o-de-obra direta e os custos fixos. Para n�o incorrer no mesmo erro, lembre-se de que o custo de produ��o �, por defini��o, igual � soma dos custos dos materiais diretos, com o rateio dos custos fixos e dos custos da m�o-de-obra direta. Assim, se quisermos saber o Custo de Produ��o (CP), isto �, quanto vai custar produzir cada garrafa de vinagre, basta somar esses tr�s itens: Materiais Diretos (MD), M�o-de-obra Direta (MO) e Custo Fixo (CF), e dividir o resultado pelo Volume de Produ��o (VP), ou seja: CP = (MD + MO + CF) : VP Os rateios s�o calculados proporcionalmente �s quantidades fabricadas de cada produto, utilizando-se, para isso, o percentual de participa��o apresentado anteriormente: Assim, se quisermos saber o valor do rateio dos custos da m�o-de-obra e dos custos fixos da graspa, por exemplo, basta aplicar o percentual de participa��o do produto (7%) sobre os valores do custo anual da m�o-de-obra e do custo fixo para o mesmo caso. Depois, somando-se o custo dos materiais diretos para o mesmo produto, com o rateio do custo de m�o-de-obra direta e o rateio do custo fixo, temos como resultado o custo anual de produ��o. Finalmente, para calcular o custo unit�rio de produ��o, basta dividir o custo anual de produ��o pela quantidade fabricada de cada produto. Assim, o custo unit�rio de produ��o � obtido pelo custo mensal de produ��o dividido pela quantidade anual de produ��o. Veja, na Tabela 7, como ficaram nossas contas. Tabela 7. Custos de produ��o.
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