O mosquito que transmite a malária é encontrado principalmente na região amazônica

O que é malária?

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do gênero Plasmodium transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego.

A malária também é conhecida como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre.

Toda pessoa pode contrair a malária. Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos ou mesmo nenhum sintoma. Porém, uma imunidade esterilizante, que confere total proteção clínica, até hoje não foi observada. Caso não seja tratado adequadamente, o indivíduo pode ser fonte de infecção por meses ou anos, de acordo com a espécie parasitária.

No Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região amazônica, composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Na região extra-Amazônica, composta pelas demais unidades federativas e o Distrito Federal, apesar das poucas notificações, a doença não pode ser negligenciada, pois se observa uma alta letalidade que chega a ser 100 vezes maior que na região amazônica.

A malária não é uma doença contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa, é necessária a participação de um vetor, que no caso é a fêmea do mosquito Anopheles (mosquito-prego), infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. Estes mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, porém em menor quantidade. 

IMPORTANTE: A malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto, a doença pode evoluir para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada.

Quais são os sintomas da malária?

Os sintomas mais comuns da malária são:

  • febre alta;
  • calafrios;
  • tremores;
  • sudorese;
  • dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica.

Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais características, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.

Quais são as complicações da malária?

A malária grave caracteriza-se por um ou mais desses sinais e sintomas:

  • prostração;
  • alteração da consciência;
  • dispnéia ou hiperventilação;
  • convulsões;
  • hipotensão arterial ou choque;
  • hemorragias;
  • Entre outros.

As gestantes, as crianças e as pessoas infectadas pela primeira vez estão sujeitas a maior gravidade da doença, principalmente por infecções pelo P. falciparum, que, se não tratadas adequadamente e em tempo hábil, podem ser letais.

Como é feito o diagnóstico da malária?

O diagnóstico correto da infecção malárica só é possível pela demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente, pelos métodos diagnósticos especificados a seguir:

  • Gota espessa

É o método oficialmente adotado no Brasil para o diagnóstico da malária. Mesmo após o avanço de técnicas diagnósticas, este exame continua sendo um método simples, eficaz, de baixo custo e de fácil realização. Quando executado adequadamente, é considerado padrão-ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Sua técnica baseia-se na visualização do parasito por meio de microscopia óptica, após coloração com corante vital (azul de metileno e Giemsa), permitindo a diferenciação específica dos parasitos, a partir da análise da sua morfologia, e dos seus estágios de desenvolvimento encontrados no sangue periférico. A determinação da densidade parasitária, útil para a avaliação prognóstica, deve ser realizada em todo paciente com malária, especialmente nos portadores de P. falciparum. O exame da gota espessa permite diferenciação das espécies de Plasmodium e do estágio de evolução do parasito circulante. Por meio desta técnica é possível detectar outros hemoparasitos, tais como Trypanosoma sp. e microfilárias.


  • Esfregaço delgado

Possui baixa sensibilidade (estima-se que a gota espessa é cerca de 30 vezes mais eficaz na detecção da infecção malárica). Porém, este método permite, com mais facilidade, a diferenciação específica dos parasitos a partir da análise de sua morfologia e das alterações provocadas no eritrócito infectado.


  • Testes de diagnóstico rápido (TDRs)

Testes rápidos para a detecção de componentes antigênicos de plasmódio – testes imunocromatográficos representam novos métodos de diagnóstico rápido de malária. São realizados em fitas de nitrocelulose contendo anticorpo monoclonal contra antígenos específicos do parasito. Em parasitemia superior a 100 parasitos/μl, pode apresentar sensibilidade de 95% ou mais quando comparados à gota espessa. Grande parte dos testes hoje disponíveis discrimina, especificamente, o Plasmodium falciparum das demais espécies. Por sua praticidade e facilidade de realização, são úteis para a confirmação diagnóstica. Os TDRs devem ser utilizados para ampliação da rede diagnóstica local e priorizado em situações onde não é possível a realização do exame da gota espessa por microscopista certificado e com monitoramento de desempenho, como áreas longínquas e de difícil acesso aos serviços de saúde e áreas de baixa incidência da doença. Estes testes não avaliam a densidade parasitária nem a presença de outros hemoparasitos e não devem ser usados para controle de cura, devido a possível persistência de partes do parasito, após o tratamento, levando a resultado falso positivo.

A qualidade diagnóstica de um teste de diagnóstico rápido (TDR) depende da experiência do examinador e dos cuidados com o qual ele é preparado e interpretado. A execução e a acurácia dos TDRs podem ser afetadas por vários fatores, tais como problemas na fabricação do teste, condições de armazenamento e transporte, competência e desempenho do manipulador.

Atualmente, o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM) utiliza para diagnóstico de malária o SD-BIOLINE MALARIA AG Pf/Pf/Pv, que é um teste combinado que trabalha com a HRP-II e pLDH de P. falciparum e pLDH de P. vivax. Oferece sensibilidade para P. falciparum HRP-II de 100%, P. falciparum pLDH de 99,7% e P. vivax de 98,2% e especificidade de 99,3%. Orientações acerca desse teste rápido para o diagnóstico de malária podem ser acessadas aqui.    

Para a utilização dos testes rápidos, alguns critérios devem ser atendidos:

  • Onde não exista e não seja viável a instalação de serviço de microscopia, especialmente em áreas rurais de difícil acesso, garimpos e áreas indígenas;
  • Onde não exista possibilidade de garantir diagnóstico em menos de 24 horas de outra forma;
  • Em determinadas localidades que ficam inacessíveis em alguns períodos do ano e somente seja possível disponibilizar o diagnóstico por meio de teste rápido;
  • No período em que a microscopia não esteja disponível no serviço, como plantões e finais de semana;
  • na região extra-Amazônica, em todas as unidades de referência para o diagnóstico de malária, para orientar imediatamente o tratamento, ainda que sem o resultado do exame por gota espessa.

Além disso, para o uso dos TDRs da malária, os seguintes requisitos devem ser atendidos:

1) somente usar em caso suspeito de malária que esteja apresentando algum sintoma;

2) não usar para lâmina de verificação de cura (LVC), devido à grande possibilidade de falsos positivos nessas situações;

3) para todo teste realizado deve ser preenchida uma ficha de notificação de caso do Sivep-Malária (na região Amazônica) ou do Sinan (na região extra-Amazônica);

4) os testes devem ser realizados por profissionais devidamente capacitados e devem ser seguidas as orientações do fabricante.


  • Técnicas moleculares

O diagnóstico molecular para malária começou a ser testado em meados dos anos 80 e tem mostrado grande progresso para aprimoramento e simplificação das técnicas de extração do DNA. As técnicas moleculares mais utilizadas para o diagnóstico da malária são o Nested PCR ou PCR convencional e o PCR em tempo real. No entanto, em virtude do custo elevado, da necessidade de infraestrutura e mão de obra especializada seu uso ainda é restrito a laboratórios de referência. Estudos têm demonstrado que técnicas de PCR são mais sensíveis e específicas quando comparadas às técnicas microscópicas e ao teste imunocromatográfico, portanto com capacidade de detecção do parasito em pacientes com baixa parasitemia.

O PNCM, baseado em estudos realizados no Brasil e em vários países do mundo, considera que pacientes com PCR positivo para malária, mesmo assintomáticos, podem infectar mosquitos e /ou se tornar sintomáticos, sendo assim devem ser tratados quando o diagnóstico for realizado unicamente por essa técnica molecular. Para essa situação, o item 3 (técnicas moleculares) disponível no campo 43 (tipo de exame) da ficha de notificação do Sivep-Malária deve ser marcado.  Para mais informações, acesse o Guia de tratamento de malária no Brasil.


Todos os casos suspeitos de malária devem ser diagnosticados e todos os resultados positivos para malária devem ser tratados imediatamente e adequadamente. Para mais informações, consulte o Guia de tratamento de malária no Brasil e o folder Testes rápidos para o diagnóstico de malária – Pf/Pf/Pv. 

Atenção! A sorologia não deve ser realizada no caso de suspeita de malária. Seu resultado é relacionado a exposição prévia e é restrito a estudos científicos. Sua solicitação no contexto clínico leva a retardo diagnóstico e maior risco de complicações.  

Diagnóstico diferencial da malária

O diagnóstico diferencial da malária é feito com a febre tifoide, febre amarela, leptospirose, hepatite infecciosa, leishmaniose visceral, doença de Chagas aguda, febres hemorrágicas e outros processos febris. Na fase inicial, principalmente na criança, a malária confunde-se com outras doenças infecciosas dos tratos respiratório, urinário e digestivo, quer de etiologia viral ou bacteriana. No período de febre intermitente, as principais doenças que se confundem com a malária são as infecções urinárias, tuberculose miliar, salmoneloses septicêmicas, leishmaniose visceral, endocardite bacteriana e as leucoses. Todas apresentam febre e, em geral, esplenomegalia. Algumas delas apresentam anemia e hepatomegalia.

Desta maneira, a malária não pode ser diagnosticada pela sintomatologia. Apenas o diagnóstico laboratorial confirma ou descarta a malária. O tratamento é dispensado apenas para casos positivos por exame laboratorial.

Para mais informações, consulte o Manual de diagnóstico laboratorial da malária e o folder Testes rápidos para o diagnóstico de malária-Pf/Pf/Pv

Como é feito o tratamento da malária?

Após a confirmação da malária, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com comprimidos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.

O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade e o peso do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além da gravidade da doença.

IMPORTANTE: Quando realizado de maneira correta e em tempo oportuno, o tratamento garante a cura da doença.

Objetivos do tratamento contra a malária:

O diagnóstico oportuno seguido, imediatamente, de tratamento correto são os meios mais efetivos para interromper a cadeia de transmissão e reduzir a gravidade e a letalidade por malária. O tratamento da malária visa atingir ao parasito em pontos-chave de seu ciclo evolutivo, que podem ser didaticamente resumidos em:

a) interrupção da esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção;
b) destruição de formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos) das espécies P. vivax e P. ovale, evitando assim as recaídas tardias;
c) interrupção da transmissão do parasito, pelo uso de drogas que impedem o desenvolvimento de formas sexuadas dos parasitos (gametócitos).

Orientações para o tratamento

É da maior importância que todos os profissionais de saúde envolvidos no tratamento da malária, desde o agente comunitário de saúde até o médico, orientem os pacientes, adequadamente e com uma linguagem compreensível, quanto ao tipo de medicamento que está sendo oferecido, a forma de ingeri-lo e os respectivos horários e a importância de se completar o tratamento. Em diversos lugares, os responsáveis por distribuir e orientar o uso dos medicamentos utilizam envelopes de cores diferentes para cada medicamento.

Muitas vezes, os pacientes são pessoas que não dispõem nem mesmo de relógio para verificar as horas. O uso de expressões mais simples, como manhã, tarde e noite, para a indicação do momento da ingestão do remédio é recomendável. A expressão de 8 em 8 horas ou de 12 em 12 horas muitas vezes não ajuda o paciente a saber quando deve ingerir os medicamentos. Sempre que possível, deve-se orientar os acompanhantes ou responsáveis, além dos próprios pacientes, pois estes geralmente encontram-se desatentos, devido à febre, dor e mal-estar causados pela doença.

Os medicamentos devem ser ingeridos, preferencialmente após uma refeição, evitando assim vômitos. Em caso de vômitos até 60 minutos da tomada, repetir toda a medicação da dose e, se ocorrer após 60 minutos, não é necessário repetir a medicação.

No caso da combinação, artemeter + lumefantrina devem ser, preferencialmente, ingeridos com alimentos gordurosos. Caso surjam urina escura, icterícia (pele e olhos amarelos), tontura ou falta de ar, orientar o paciente a buscar urgentemente auxílio médico. Caso surja icterícia durante o tratamento, a primaquina deve ser suspensa imediatamente, antes de procurar o médico, pois é sintoma de hemólise e pode ser fatal.

Sempre que possível, deve-se optar pela supervisão das doses dos medicamentos para garantir uma melhor adesão ao tratamento.

O paciente deve completar o tratamento conforme a recomendação, mesmo que os sintomas desapareçam, pois a interrupção do tratamento pode levar a recidiva da doença ou agravamento do quadro, além de manter o ciclo de transmissão da doença, permitindo que outras pessoas também adoeçam por malária.

Esquemas de tratamento

Para otimizar o trabalho dos profissionais de saúde e garantir a padronização dos procedimentos necessários para o tratamento da malária, o Guia de Tratamento da Malária no Brasil apresenta tabelas e quadros com todas as orientações relevantes sobre a indicação e uso dos antimaláricos preconizados no Brasil de acordo com a espécie parasitária, o grupo etário e o peso dos pacientes.

Embora as dosagens constantes nas tabelas levem em consideração o grupo etário do paciente, é recomendável que, sempre que possível e para garantir boa eficácia e baixa toxicidade no tratamento da malária, as doses dos medicamentos sejam fundamentalmente ajustadas ao peso do paciente. Quando uma balança para verificação do peso não estiver disponível, recomenda-se a utilização da relação peso/idade apresentada nas tabelas.

Malária por P. vivax ou por P. ovale

Utiliza-se a cloroquina por 3 dias para o tratamento das formas sanguíneas em associação com a primaquina por 7 dias para o tratamento das formas hepáticas latentes. No caso de pacientes com mais de 120 kg, a dose da primaquina deve ser ajustada ao peso. Gestantes, puérperas com até um mês de aleitamento e crianças menores de 6 meses não podem usar a primaquina. Gestantes devem usar o tratamento convencional com cloroquina por três dias e cloroquina profilática (5 mg/kg/dose/semana) até o fim do primeiro mês de lactação, para prevenção de recaídas. O tratamento com ACT e primaquina por 14 dias está indicado para casos de recorrências de Plasmodium vivax.

Malária por P. malariae

O tratamento de P. malariae assemelha-se ao tratamento para malária vivax (apenas Cloroquina por três dias), porém sem a necessidade de uso da primaquina.

Malária por P. falciparum

Utiliza-se o tratamento com combinações fixas de derivados de artemisinina (ACT), artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina, por 3 dias para o tratamento clínico e a primaquina em dose única para eliminação dos gametócitos. Gestantes, puérperas com até um mês de lactação e crianças menos de 6 meses não podem usar primaquina e são tratadas apenas com ACT.

Malária mista (P. falciparum e P. vivax ou P. ovale)

Para pacientes com infecção mista por P. falciparum e P. vivax (ou P. ovale), o tratamento deve incluir artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina, que são drogas esquizonticidas sanguíneas eficazes para todas as espécies, associando-as à primaquina por sete dias (para o tratamento radical de P. vivax), nas doses especificadas nas tabelas do Guia de tratamento de malária no Brasil.

No caso de pacientes com mais de 120 kg a dose da primaquina deve ser ajustada ao peso. O tratamento com primaquina em 14 dias está indicado quando ocorre uma recaída após o tratamento em 7 dias com a dose adequada de primaquina. Gestantes não devem receber a primaquina; o tratamento deve ser feito com artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina conforme o Guia de tratamento da malária no Brasil. Crianças menores de 6 meses não devem receber a primaquina, portanto serão tratadas apenas com ACT.  

Caso o paciente apresente alguma parasitemia na gota espessa, seja de formas sexuadas ou assexuadas, e já tenha sido tratado para malária por P. falciparum há mais de 42 dias, tratar como se fosse caso novo, ainda que o paciente não apresente sintomas.

Malária grave e complicada por P. falciparum ou P. vivax

Embora a maioria dos casos de malária grave seja causada por infecções por P. falciparum, os casos provocados por P. vivax também podem acarretar doença grave e morte, seja por ruptura espontânea ou traumática do baço, complicações respiratórias ou anemia grave, especialmente em pacientes com doenças concomitantes, pacientes debilitados e desnutridos. Também não é raro que formas complicadas de malária vivax (com icterícia ou sangramento) estejam associadas a coinfecções, tais como a dengue.

A orientação da OMS é tratar adultos e crianças com malária grave (incluindo crianças menores/lactentes e gestantes em todos os trimestres de gestação e em período de amamentação) com artesunato intravenoso (IV) ou intramuscular (IM), um antimalárico potente e de ação rápida, por no mínimo 24 horas e até que possam tomar medicação oral (completar então o tratamento preconizado por espécie parasitária – respeitando as restrições de uso da primaquina) (Figura 3). Crianças com peso inferior a 20 kg devem receber maior dose parenteral de artesunato (3,0 mg/kg/dose) do que crianças com mais de 20 kg e adultos (2,4 mg/kg/dose) para garantir uma exposição equivalente ao medicamento.

Para mais informações, consulte o Guia de tratamento de malária no Brasil. 

Controle de cura

Recomenda-se o controle de cura, apenas por meio da lâmina de verificação de cura (LVC), para todos os casos de malária. O controle de cura tem como objetivo a observação da redução progressiva da parasitemia e da eficácia do tratamento e a identificação oportuna de recaídas. Recomenda-se a realização de LVC da seguinte forma:

 P. falciparum – em 3, 7, 14, 21, 28 e 42 dias após o início do tratamento.

P. vivax ou mista – em 3, 7, 14, 21, 28, 42 e 63 dias após o início do tratamento.

IMPORTANTE: O dia que se inicia o tratamento é considerado como dia zero (D0). Por exemplo, se o tratamento se iniciou no dia 2 de agosto, este dia é considerado D0, 3 dias após o início do tratamento será o dia 5 de agosto (D3).

Mais informações sobre o tratamento da malária estão disponíveis no Guia de tratamento de malária no Brasil.

Doação de sangue e a malária

As orientações vigentes estão disponíveis na Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017 no ANEXO IV, Título II, Seção II “Da Doação de Sangue”.

Em áreas endêmicas de malária, considera-se inapta a doar sangue a:

1) pessoa que tenha tido malária nos 12 meses que antecedem a doação;
2) pessoa com febre ou suspeita de malária nos últimos 30 dias;
3) pessoa que tenha se deslocado ou procedente de área de alto risco (IPA ≥50,0 casos/1.000 habitantes) há menos de 30 dias.

Se a pessoa teve malária por Plasmodium malariae, ela não poderá mais doar sangue. Já para as outras espécies, depende do tempo entre a doença e a doação de sangue. Os hemocentros sabem orientar o doador. 

Como a malária é transmitida?

A malária é transmitida através da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles infectada por uma ou mais espécies de protozoário do gênero Plasmodium.

O mosquito anofelino também é conhecido como carapanã, muriçoca, sovela, mosquito-prego e bicuda. Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, em menor quantidade. Apenas as fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles são capazes de transmitir a malária. A malária não pode ser transmitida pela água.

Os locais preferenciais escolhidos pelos mosquitos transmissores da malária para colocar seus ovos (criadouros) são coleções de água limpa, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia Brasileira. 

O ciclo se inicia quando o mosquito pica um indivíduo com malária sugando o sangue com parasitos (plasmódios). No mosquito, os plasmódios se desenvolvem e se multiplicam. O ciclo se completa quando estes mosquitos infectados picam um novo indivíduo levando os parasitos de uma pessoa para outra. Desta forma, o ciclo de transmissão envolve: o plasmódio (parasito), o anofelino (mosquito vetor) e o homem.

O período de incubação, ou seja, o intervalo entre a aquisição do parasito pela picada da fêmea do mosquito até o surgimento dos primeiros sintomas, varia de acordo com a espécie de plasmódio. Para Plamodium falciparum, mínimo de sete dias; P. vivax, de 10 a 30 dias e P. malariae, 18 a 30 dias.

A transmissão da malária também pode ocorrer em casos mais raros por transfusão sanguínea, uso de seringas contaminadas, acidentes de laboratório e transmissão congênita.

Como prevenir a malária?

Entre as principais medidas de prevenção individual da malária estão:

  • uso de mosquiteiros;
  • roupas que protejam pernas e braços;
  • telas em portas e janelas;
  • uso de repelentes.

Já as medidas de prevenção coletiva contra malária são:

  • borrifação intradomiciliar;
  • uso de mosquiteiros;
  • drenagem;
  • pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor;
  • aterro;
  • limpeza das margens dos criadouros;
  • modificação do fluxo da água;
  • controle da vegetação aquática;
  • melhoramento da moradia e das condições de trabalho;
  • uso racional da terra.

IMPORTANTE: Não existe vacina contra a malária no Brasil. A vacina disponível serve apenas para alguns países Africanos com alta transmissão de malária por Plasmodium falciparum e é exclusiva para crianças pequenas. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade para a malária estão sendo estudadas no Brasil e no mundo, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para implantação da vacinação como medida de prevenção da malária.  Vale ressaltar que no Brasil quase 90% da malária é causada pelo Plasmodium vivax e não há ainda previsão de alguma vacina eficaz para esta espécie.

Situação epidemiológica da malária

A malária é considerada um grave problema de saúde pública no mundo, sendo uma das doenças de maior impacto na morbidade e na mortalidade da população dos países situados nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 241 milhões de casos de malária foram registrados em 2020 em 85 países endêmicos (incluindo o território da Guiana Francesa), em 2019 eram 227 milhões de casos. A maioria deste aumento ocorreu em países da Região Africana da OMS. A proporção de casos por Plasmodium vivax reduziu cerca de 8% (18,5 milhões) em 2000 para 2% (4,5 milhões) em 2020. Os óbitos por malária reduziram no período 2000-2019, de 896.000 em 2000 para 562.000 em 2015 e para 558.000 em 2019. Em 2020, as mortes por malária aumentaram 12% em comparação ao ano de 2019, para um número estimado de 627.000; estima-se que 47.000 (68%) das 69.000 mortes adicionais foram devido a interrupções de serviço durante a pandemia de COVID-19.

A região Amazônica brasileira é considerada a área endêmica do país para malária com 99% dos casos autóctones, compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. Nas áreas fora da região amazônica mais de 80% dos casos registrados são importados dos estados pertencentes à área endêmica, outros países amazônicos, como os do continente africano, mas existe transmissão residual de malária em estados da região extra-Amazônica, principalmente em áreas de Mata Atlântica (SP, MG, RJ e ES).

Dados do Ministério da Saúde apontam uma queda na frequência de casos de malária a partir de 2010 até 2016. Porém, em 2017, foi registrado um aumento de aproximadamente 52,7% nos casos autóctones em relação ao ano de 2016, com 189.557 casos. Em 2018, houve redução de 1%. A partir de 2019 observa-se uma redução mais expressiva de 18,4%, sendo notificados 153.294 casos autóctones. Em 2020, foram cerca de 143.395 casos autóctones no país, uma redução de 6,5% em comparação ao ano anterior e em 2021 foram, de acordo com dados preliminares, 137.857 casos autóctones, representando uma redução de quase 4%. Do total de casos autóctones registrados no país em 2021, 17% foram de malária por P. falciparum e malária mista, sendo os outros 83% de malária por P. vivax e outras espécies.

O número de óbitos por malária no Brasil tende a uma constante redução desde 2005, com exceção dos anos de 2009, 2018 e 2020 que apresentaram aumento. Em 2021, de acordo com dados preliminares, foram registrados 49 óbitos por malária no Brasil. A letalidade por malária na região amazônica é baixa (3,27/10.000 habitantes) enquanto no restante do país a letalidade chegou a ser 107,4 vezes maior em 2021 (dados preliminares). O óbito nestas áreas ocorre, na maior parte, em pessoas que vêm infectadas de outros países ou de estados da região amazônica e não recebem o diagnóstico e tratamento oportunos e adequados devido à dificuldade na suspeição de uma doença relativamente rara nestas áreas e desinformação dos viajantes a respeito dos seus riscos.

A malária está fortemente associada à pobreza. A estimativa de mortalidade é maior em países com menor PIB per capita. Países com uma maior proporção de sua população vivendo na pobreza possuem as maiores taxas de mortalidade por malária. No Brasil, em 2021, 71% dos casos ocorreram em áreas rurais ou indígenas e outros 21% dos casos ocorreram em áreas de garimpo ou assentamentos, que são áreas prioritárias para malária por serem altamente receptivas. Do total de municípios prioritários devido ao baixo IDH (menor que 0,550) e baixa renda per capita, entre outros indicadores de pobreza, nos quatro estados com maior transmissão, 10% (24), são também prioritários para malária, ou seja, registraram IPA ≥ 10 em 2021, de acordo com dados preliminares.

A sazonalidade da malária é diferente em cada estado da região Amazônica e está relacionada com precipitação, temperatura e nível da água que são fatores que afetam a proliferação de mosquitos nos criadouros. De forma geral, há um pico sazonal de casos de malária no período de transição entre as estações úmida e seca. A malária é uma doença com alto potencial epidêmico, sofrendo variações bruscas de acordo com variações climáticas e socioambientais, mas principalmente, variações na qualidade e quantidade de intervenções de controle.

Dados, boletins e mapas interativos

Regiões amazônica e extra-amazônica

Malária nas fronteiras e importada de outros países

Dados para o cidadão


Mapa de risco

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2007

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2008

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2009

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2010

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2011

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2012

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2013

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2014

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2015

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2016

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2017

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2018

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2019

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2020

Mapa de risco por município de infecção, Brasil, 2021



Outros indicadores

Óbitos por malária

Internações por malária

 Lista de municípios pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para malária

Monitoramento de indicadores

Sala de Apoio à Gestão Estratégica - Dados - Malária

Fichas de qualificação de indicadores

Informes sobre a situação epidemiológica da malária no Brasil estão disponíveis em Publicações na área Boletins Eletrônicos.

Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM) e histórico  

Em 2003, a Fundação Nacional de Saúde implantou o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM), sendo que em junho desse mesmo ano foi transferido para a competência da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

O Programa tem como principais objetivos reduzir a morbimortalidade da doença e a gravidade dos casos, estimulando a interrupção da transmissão, a fim de eliminar a malária e mantê-la eliminada em localidades que alcançaram esse objetivo.

O PNCM é alicerçado nos componentes abaixo, que correspondem às estratégias de intervenção a serem implantadas ou fortalecidas de forma integrada, de acordo com as características da malária em cada área. Os dois últimos componentes se referem a importantes elementos para sustentação do controle da doença:

  • apoio à estruturação dos serviços locais de saúde;
  • diagnóstico e tratamento;
  • fortalecimento da vigilância da malária;
  • capacitação de recursos humanos;
  • educação em saúde, comunicação e mobilização social;
  • controle seletivo de vetores;
  • pesquisa;
  • monitoramento do PNCM;
  • sustentabilidade política.

Apesar das últimas reorganizações do PNCM na estrutura do Ministério da Saúde, atualmente inserido como Grupo Técnico da Malária na Coordenação Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial – CGZV/DEIDT/SVS/MS, o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária continua instituído, conforme vigente no Capítulo XI da  Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de novembro de 2017.

Monitoramento de indicadores do PNCM

Alguns indicadores são usados na rotina do PNCM para acompanhar a execução das ações e outros indicadores para acompanhamento dos resultados ou impacto na redução do número de casos, internações e óbitos por malária.

Indicadores de processo

Percentual dos casos de malária por Plasmodium falciparum 

Proporção de casos de malária que iniciaram tratamento em tempo oportuno

Proporção de casos de malária registrados no Sivep-malária em tempo oportuno

Indicadores de resultado

Número de casos autóctones de malária

Número de casos autóctones de malária falciparum

Incidência Parasitária Anual (IPA) de malária

Incidência de falciparum Anual (IFA)

Número de óbitos por malária

Para ter acesso aos dados de alguns indicadores do Programa acesse a seção Dados, boletins e mapas interativos

Licenciamento ambiental

Considerando a necessidade de fortalecer a governança do setor saúde nas condicionantes que potencializam a transmissão da malária em projetos de assentamento de reforma agrária e outros empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental em áreas de risco ou endêmica para malária, a SVS publicou a Portaria nº 1, de 13 de janeiro de 2014, que em seu escopo estabelece diretrizes, procedimentos, fluxos e competência para obtenção do Laudo de Avaliação do Potencial Malarígeno (LAPM) (ANEXO II), referente a fase de Licença Prévia, e do Atestado de Condição Sanitária (ATCS) (ANEXO IV), referente a fase de Licença de Instalação. 

Todos os empreendimentos em área endêmica ou de risco para malária (conforme descritos na Lista de municípios pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para malária) devem protocolar no órgão de saúde competente do processo de licenciamento ambiental a Avaliação do Potencial Malarígeno para a emissão do LAPM. No documento devem constar informações sobre identificação das características da atividade ou do empreendimento que podem potencializar a transmissão de malária.

Para a obtenção do LAPM deve ser apresentada a Avaliação do Potencial Malarígeno (APM) (ANEXO I), que além dos dados epidemiológicos que podem ser obtidos por meio do “Dados para o cidadão” deve ser realizado o levantamento entomológico, seguindo a metodologia proposta na Nota Técnica nº 012 – CGPNCM/DIGES/SVS/MS, para coletas larvais, e no “Guia para o Planejamento das Ações de Captura de Anofelinos pela Técnica de Atração por Humano Protegido (TAHP) e Acompanhamento dos Riscos à Saúde do Profissional Capturador”, para captura de anofelinos adultos. Outras metodologias de coletas podem ser utilizadas de forma adicional a estas.

Durante a fase da Licença de Instalação, o empreendedor deverá apresentar o Plano de Ação para o Controle de Malária (PACM) (Anexo III). O PACM deve ser planejado e elaborado a partir das informações contidas na APM e deve levar em consideração o aumento populacional e a população residente nas áreas de influência direta e indireta da atividade ou empreendimento. Tem como principal objetivo mitigar o impacto na transmissão de malária para que se previna o aumento da doença. Um aspecto importante a ser considerado na elaboração do PACM são as orientações da Nota Técnica nº 65/2021-CGZV/DEIDT/SVS/MS que informa sobre as metodologias para diagnóstico laboratorial de malária preconizadas pelo Ministério da Saúde do Brasil à rede privada de saúde.

Somente após a aprovação do PACM é que o órgão de saúde competente emite o ATCS, sendo sua manutenção condicionada ao envio de relatórios de execução do PACM pelo empreendedor, além da realização de vistoria pela SVS/MS ou outro órgão competente, com modelo de relatório específico (Anexo V).

A elaboração da Avaliação do Potencial Malarígeno (APM) e do Plano de Ação para o Controle de Malária (PACM) deverá ser realizada pelo empreendedor e orientada pelo órgão de saúde competente no processo de licenciamento ambiental.

As informações são descritas na Portaria nº 1, de 13 de janeiro de 2014 são corroboradas pela Portaria Interministerial nº 60 de 24 de março de 2015, ANEXO II-A 

Projeto Apoiadores municipais para Prevenção, Controle e Eliminação de Malária

 O Projeto Apoiadores municipais para Prevenção, Controle e Eliminação de Malária é uma estratégia desenvolvida pelo Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM) em parceria com as coordenações estaduais e municipais da região amazônica, que iniciou no ano de 2012 a partir de um compromisso internacional assumido pelo Brasil na Assembleia Mundial de Saúde, a operacionalização se dá por meio de cooperação técnica entre o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

 O projeto tem como principal objetivo apoiar e fortalecer a gestão local em municípios prioritários para malária na região amazônica, com enfoque no aperfeiçoamento das ações de prevenção, controle e eliminação da doença, conforme as diretrizes estabelecidas pelo PNCM. A equipe é formada por profissionais com expertise e experiência em saúde pública e análise epidemiológica de dados, atuando na capacitação das equipes locais, e apoiando no desenvolvimento de ações adaptadas ao contexto do município de forma a fortalecer a gestão local nas ações de prevenção, controle e eliminação da malária 

 Destacamos ainda que a estratégia, além de fornecer inteligência epidemiológica aos municípios prioritários para doença no Brasil, visa primordialmente fomentar o desenvolvimento sustentável das ações de prevenção, controle e eliminação da malária, visando deixar um legado de boas práticas e mitigar assim o sofrimento da população vulnerável da região Norte do país.  

Publicações sobre a malária

Publicações

Elimina Malária Brasil: Plano Nacional de Eliminação da Malária

Guia do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária

Guia de Supervisão Local dos Postos de Diagnóstico e Tratamento de Malária

Ficha de Supervisão dos Postos de Diagnóstico e Tratamento de Malária

Diagnóstico

Guia para Gestão Local do Controle da Malária - Diagnóstico e Tratamento 

Manual de Diagnóstico Laboratorial da Malária - 2ª edição 

Sistema de Controle de Qualidade do Diagnóstico Laboratorial da Malária para a Região Amazônica 

Folder testes rápidos para o diagnóstico de malária - AG Pf/Pf/Pv

Tratamento

Guia de tratamento de malária no Brasil.

Esquemas recomendados para o tratamento da malária não complicada no Brasil

Aplicativo Malariatrat - Ferramenta desenvolvida pela Empresa de Processamento de Dados do Amazonas (Prodam), em parceria com a Fundação de Vigilância de Saúde (FVS), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (Susam), para facilitar o trabalho dos profissionais de saúde das áreas endêmicas e garantir a padronização dos procedimentos para o tratamento da malária.

Vigilância Entomológica e Controle Vetorial

Calendário de lavagem do mosquiteiro/cortinado - 2022  

Calendário de lavagem do mosquiteiro/cortinado - 2023 

Guia para o Planejamento das Ações de Captura de Anofelinos pela Técnica de Atração por Humano Protegido (TAHP) e Acompanhamento dos Riscos à Saúde do Profissional Capturador

Guia para Gestão Local do Controle da Malária - Controle Vetorial

Manual para borrifação de inseticida de efeito residual para controle de vetores

Vigilância Epidemiológica

Guia de Vigilância em Saúde

Folder - Orientações para o preenchimento do Sivep-Malária

Descrição metodológica sobre análise espacial de dados epidemiológicos de zoonoses com uso do software QGIS

Educação em Saúde e Mobilização Social

Campanha Nacional Elimina Malária Brasil 

Álbum Seriado da Malária 2021

Folder: conheça a malária

Boletins Eletrônicos

Boletim Epidemiológico Vol.53 Nº17 - Panorama epidemiológico da malária em 2021: buscando o caminho para a eliminação da malária no Brasil; Monitoramento dos casos de arboviroses até a semana epidemiológica 17 de 2022.

Boletim Epidemiológico Especial: Situação epidemiológica das zoonoses e doenças de transmissão vetorial em áreas indígenas

Boletim Epidemiológico - Número Especial, nov. 2021 - Malária

Boletim Epidemiológico - Volume 52 - nº 15 - Dia Mundial de Luta contra a Malária, 2021

Boletim Especial: Malária, 2020 

Boletim Epidemiológico - Volume 51 nº 26 - Controle vetorial das Leishmanioses, doença de Chagas e malária e a distribuição de insumos no território nacional     

Boletim Epidemiológico - Volume 51 - nº 17 - 2020: Dia Mundial da Malária

Boletim Epidemiológico - Volume 50 - nº 35 - 2019 Vigilância Epidemiológica da Malária no Brasil, 2017 a 2019

Boletim Epidemiológico - Volume 50 - nº 40 - 2019 Fortalecimento das ações de prevenção, controle e eliminação da malária e ações de vigilância da leishmaniose visceral e doença de Chagas

Boletim Epidemiológico - Volume 50 - nº 12 - 2019 - Descrição do Processo de Monitoramento dos Testes de Diagnóstico Rápido de Malária, Brasil, 2014 a 2016

Boletim Epidemiológico - Volume 46 - nº 43 - 2015

Boletim Epidemiológico - Volume 46 - nº 25 - 2015

Malária: Monitoramento dos casos no Brasil em 2014

Situação epidemiológica da malária no Brasil, 2012 e 2013

Vol. 44 - Nº 01 - 2013 - Situação epidemiológica da malária no Brasil, 2000 a 2011

Vol. 43 - Nº 2 - 2012 - Surto de malária no assentamento Três Pontões, município de Nova Venécia, estado do Espírito Santo,2012

Situação epidemiológica da malária no Brasil, 2000 a 2011

Vol. 10 - Nº 5 - 2010 - Surto de malária no Distrito de Jaci-Paraná, municípios de Porto Velho - RO, em 2009

Vol. 10 - Nº 4 - 2010 - Investigação do surto de malária em Anajás– Pará

Situação Epidemiológica da Malária no Brasil, 2008

Situação Epidemiológica da Malária no Brasil, 2007

Situação Epidemiológica da Malária no Brasil, 2006

Vol. 6 - Nº 9 - 2006 - Surto de malária autóctone por Plasmodium vivax no Distrito Federal - Maio de 2005

Viajantes e a Malária

Os riscos de adoecimento durante uma viagem são variáveis e dependem das características do indivíduo, da viagem e do local de destino e as orientações a serem feitas se baseiam nestas informações. Recomenda-se que os viajantes recebam uma avaliação e orientação criteriosa realizada por profissionais especializados em saúde do viajante antes da viagem. Uma lista das unidades de atendimento ao viajante é divulgada pelo Ministério da Saúde.

 Ao ser identificado potencial risco de adquirir malária devem ser orientadas as medidas de prevenção contra picada de mosquitos:

 Uso de mosquiteiros ou cortinados, preferencialmente impregnado com inseticida (piretróides), em camas e redes;

Uso de telas nas portas e janelas;

Uso de camisas com manga longa e calças compridas, cobrindo áreas do corpo em que o mosquito possa picar;

Usar repelentes nas áreas de pele expostas, seguindo as orientações do fabricante do produto quanto à faixa etária e frequência de aplicação;

Evitar se possível, locais próximos a criadouros naturais dos mosquitos vetores (beira de rios e lagos, áreas alagadas ou coleções hídricas, região de mata nativa), principalmente nos horários da manhã e ao entardecer, por ser neste horário a maior atividade dos mosquitos vetores da malária;

É recomendado o uso de ar condicionado ou ventiladores em ambientes fechados.

 Outra informação importante é a orientação para busca ao diagnóstico e tratamento imediatamente após o início dos sintomas, uma vez que o atraso no tratamento está associado ao um maior risco de gravidade e óbito, principalmente em viajantes que, em geral, são não imunes

Recomendações sobre a quimioprofilaxia de malária 

A área endêmica de malária no Brasil abrange a chamada Amazônia Legal, composta por 9 estados (AC, AM, AP, PA, RO, RR  e parte do MA, TO e MT). No país temos principalmente três parasitos responsáveis pela doença – Plasmodium falcipoarum, Plasmodium vivax e Plasmodium malariae. O P. vivax é responsável por cerca de 85% ou mais dos casos no país.

Na África praticamente todos os casos são causados pelo P. falciparum. Na Ásia temos a presença dos dois parasitos na maioria dos países.

Atualmente, os medicamentos destinados à quimioprofilaxia da malária servem apenas para o P. falciparum de forma geral.

Assim, em alguns países do mundo é possível utilizar medicamento para evitar parcial e temporariamente um dos tipos de malária. A quimioprofilaxia (QPX), uso de antimaláricos em pequenas doses durante o período de exposição, deve ser reservada para situações específicas, nas quais o risco de adoecer de malária grave por Plasmodium falciparum for superior ao risco de eventos adversos graves, relacionados ao uso das drogas quimioprofiláticas.  

  No Brasil, onde a malária tem baixa incidência e há predomínio de P. vivax em toda a área endêmica, deve-se lembrar de que a eficácia da profilaxia para essa espécie de Plasmodium é baixa. Assim, pela ampla distribuição da rede de diagnóstico e tratamento para malária, não se indica a QPX para viajantes em território nacional. Entretanto, a QPX poderá ser, excepcionalmente, recomendada para viajantes que visitarão regiões de alto risco de transmissão de P. falciparum na região amazônica que permanecerão na região por tempo maior que o período de incubação da doença (e com duração inferior a 6 meses) em locais cujo acesso ao diagnóstico e tratamento de malária estejam distantes mais de 24 horas.  

É importante frisar que o viajante que se desloca para áreas de transmissão de malária deve procurar orientação de prevenção antes da viagem e acessar o serviço de saúde, caso apresente sintomas de doença dentro de 6 meses após retornar de uma área de risco de transmissão, mesmo que tenha realizado quimioprofilaxia.   

É essencial usar medidas de proteção como repelentes e mosquiteiros e buscar atendimento médico aos primeiros sintomas. Referir sempre ao profissional de saúde se houve viagens/visitas às áreas endêmicas no Brasil ou em outros países nos últimos meses.

Não há medicamentos para uso em quimioprofilaxia de malária disponíveis na lista de medicamentos do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária no Brasil.

Para conhecer as unidades de referência do país, acesse a seção “Centros para diagnóstico e tratamento”.

Eventos de massa

Para os eventos de massa, que são caracterizados por um elevado fluxo de pessoas em determinado local, por exemplo, Copa do Mundo, é importante estar consciente e alerta em relação ao risco de exposição à malária. Os profissionais de saúde devem esclarecer aos viajantes sobre as principais manifestações da doença, medidas de proteção contra picadas de mosquitos, e orientar a procura imediata pela assistência ao apresentar qualquer sinal ou sintoma.

Diante da complexidade que envolve as preparações para um evento de massa, é essencial que as esferas do governo atuem em conjunto para garantir:

  • Insumos adequados para diagnóstico e tratamento;
  • Funcionamento apropriado dos centros de referência para diagnóstico e tratamento de malária;
  • Comunicação clara e objetiva aos profissionais de saúde sobre a suspeição de malária e a localização dos centros de referência;
  • Tratamento imediato dos casos de malária diagnosticados e medidas de bloqueio (busca ativa) em áreas receptivas, para evitar a ocorrência de surtos ou reintrodução de malária em áreas não endêmicas. 

Notificação da malária

Notificação consiste na comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita à autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção das medidas de intervenção pertinentes. A notificação deve ser constantemente aperfeiçoada, incorporando-se os avanços científicos e tecnológicos, para que haja eficiência e efetividade da vigilância epidemiológica e constitui-se um dos instrumentos mais utilizados na vigilância epidemiológica.

A malária é uma doença de notificação compulsória e, portanto, todos os casos suspeitos ou confirmados devem ser, obrigatoriamente, notificados às autoridades de saúde, utilizando-se as fichas de notificação e investigação. A notificação deverá ser feita tanto na rede pública como na rede privada conforme estabelecido no decreto 78.231, de 12 de agosto de 1976.

  • Região Amazônica: a malária é uma doença de notificação compulsória regular e todo caso suspeito de malária deve ser notificado em até sete dias às autoridades de saúde por meio da ficha de notificação do Sivep-Malária,  sendo que as informações coletadas deverão ser registradas no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica - Malária (Sivep-Malária). Todos os exames de controle de cura devem também ser notificados. Orientações para o preenchimento da ficha de notificação do Sivep-Malária estão disponíveis no folder “Orientações para o preenchimento do Sivep-Malária”.

  • Região Extra-Amazônica: a malária é uma doença de notificação compulsória imediata, portanto, todo caso suspeito deve ser notificado às autoridades de saúde em até 24 (vinte e quatro) horas, pelo meio mais rápido disponível, tais como telefone, fax, e-mail e no Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) por meio da ficha de notificação e investigação do SINAN, com posterior “encerramento” do registro da notificação completa no sistema no prazo máximo de 30 dias. Todos os exames de verificação de cura (positivos e negativos) devem ser notificados.

A identificação dos casos suspeitos pode ocorrer por detecção passiva, quando o paciente procurar a unidade de saúde notificante para atendimento; ou detecção ativa, quando o profissional de saúde se desloca aos locais de residência, trabalho ou lazer dos indivíduos oferecendo atendimento.

Na impossibilidade de comunicação à SMS e à SES, a notificação deverá ser realizada à SVS/MS por um dos seguintes meios de comunicação:

  • disque notifica (0800-644-6645);
  • notificação eletrônica pelo e-mail: ;

Preenchimento das fichas de notificação: Uma vez que cada um dos dados registrados nas fichas de notificação e, posteriormente, digitados, é essencial para o entendimento da situação epidemiológica o cálculo de indicadores para subsidiar o direcionamento das atividades de prevenção, controle e eliminação da malária. É importante reforçar aos profissionais responsáveis pela notificação dos casos que todos os campos da ficha devem ser criteriosamente preenchidos e digitados. Portanto, devem ser evitados campos em branco, duplicidades de registros e dados inconsistentes. Para garantir uma boa qualidade na informação é necessária uma avaliação sistemática dos dados coletados e digitados em todos os níveis do sistema. 

Centros para diagnóstico e tratamento 

 Unidades de atendimento para diagnóstico e tratamento de malária 

É fundamental que os profissionais de saúde fiquem atentos aos pacientes procedentes das áreas de transmissão da malária que apresentam sintomatologia clínica sugestiva da doença. Muitas vezes, esses pacientes sofrem com diagnóstico tardio pela não suspeita inicial de malária, o que pode ocasionar o agravamento do quadro ou óbito. 

Apoio do Laboratório de Pesquisa em Malária na Fundação Oswaldo Cruz – Malária Fone

A Fiocruz disponibiliza um telefone para fornecimento de informações, das 8h às 18h, sobre a malária e os locais para o seu diagnóstico: +55 21 9988-0113. Ele pode ser acionado 24h por dia em caso de emergência (paciente febril com suspeita da doença).

ACRE (AC) ALAGOAS (AL) AMAPÁ (AP)
AMAZONAS (AM) BAHIA (BA) CEARÁ (CE)
DISTRITO FEDERAL (DF) ESPÍRITO SANTO (ES) GOIÁS (GO)
MARANHÃO (MA) MATO GROSSO (MT) MATO GROSSO DO SUL (MS)
MINAS GERAIS (MG) PARÁ (PA) PARAÍBA (PB)
PARANÁ (PR) PERNAMBUCO (PE) PIAUÍ (PI)
RIO GRANDE DO NORTE (RN) RIO GRANDE DO SUL (RS) RIO DE JANEIRO (RJ)
RONDÔNIA (RO) RORAIMA (RR) SANTA CATARINA (SC)
SÃO PAULO (SP) SERGIPE (SE) TOCANTINS (TO)

Qualquer dúvida ou informação adicional, favor entrar em contato: 

E-mail: 

O usuário também pode buscar mais informações sobre malária ligando para o Disque Saúde 136. O serviço funciona 24 horas e a ligação é gratuita.

Qual é o mosquito que transmite a malária?

O que é? Malária é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium. Qual o microrganismo envolvido? Protozoários do gênero Plasmodium.

Tem malária na Amazônia?

A maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), área endêmica para a doença.

Em que regiões do planeta a incidência de malária é maior?

A malária atinge cerca de 40% da população do planeta, porém com incidência maior nas regiões tropicais e subtropicais.

Qual é o vetor e qual é o agente causador da malária?

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do tipo Plasmodium, transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles, também conhecido como “mosquito prego”.