Muitos autores consideram john snow o pai da epidemiologia, pois o mesmo: escolha uma:

Saber quais são as doenças que mais acometem as pessoas, o que as causa, o que nos protege delas e de que maneira nossas ações podem influenciar o perfil de saúde da população é essencial para pensarmos nossas práticas na Estratégia Saúde da Família, correto? Para conseguir produzir todo esse conhecimento podemos utilizar as ferramentas da Epidemiologia.

Classicamente, a Epidemiologia é definida como a ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fators determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde (Rouquayrol MZ & Goldbaum M, 2002).

Semanticamente falando:

Início da Epidemiologia

Alguns autores indicam que a Epidemiologia nasceu com Hipócrates na Grécia antiga. Numa época em que se atribuía as doenças, as mortes e as curas a deuses e demônios, o médico grego se contrapôs a esse raciocínio e difundiu a idéia de que o modo como as pessoas viviam, onde moravam, o que comiam e bebiam, enfim, fatos materiais e terrenos eram os responsáveis pelas doenças. Foi uma proposta revolucionária de se pensar o processo saúde-doença.

Muitos autores consideram john snow o pai da epidemiologia, pois o mesmo: escolha uma:

John Snow

No entanto, a maior parte dos pesquisadores aponta o médico britânico John Snow como o pai da Epidemiologia. Durante boa parte do século XIX a teoria miasmática (que pensava que a origem das doenças se daria a partir da má qualidade do ar, oriunda da putrefação de corpos humanos e de animais e da decomposição de plantas) era a principal forma de explicação das doenças. No entanto, quando uma violenta epidemia de cólera atingiu Londres em 1854, Snow lançou mão de rigoroso método científico e fez uma ampla, inovadora e criteriosa pesquisa. Ao final, relatou que as feições clínicas da doença indicam que “o veneno da cólera entra no canal alimentar pela boca, e esse veneno seria um ser vivo, específico, oriundo das excreções de um paciente com cólera. [...] Assinalou, afinal, que o esgotamento insuficiente permitia que os perigosos refugos dos pacientes com cólera se infiltrassem no solo e poluíssem poços”.

Você sabe o que há de espetacular no raciocínio de Snow? Ele relatou a transmissão hídrica de microorganismos sem microscópio e 30 anos antes de Robert Koch isolar e cultivar o Vibrio cholarae!!! O uso da ciência e de ferramentas epidemiológicas salvou muitas vidas e ampliou a discussão sobre as causas das doenças.

Outros nomes importantes na história da epidemiologia foram o de John Graunt (1620-1674), pioneiro a quantificar os padrões de natalidade e mortalidade; Pierre Louis (1787-1872), utilizando o método epidemiológico em investigações clínicas de doenças; Louis Villermé (1782-1863), que investigou o impacto da pobreza e das condições de trabalho na saúde das pessoas; e William Farr (1807-1883), na produção de informações epidemiológicas sistemáticas para o planejamento de ações de saúde.  

A Epidemiologia congrega métodos e técnicas de três áreas principais de conhecimento: Estatística, Ciências da Saúde e Ciências Sociais. Sua área de atuação compreende ensino e pesquisa em saúde, avaliação de procedimentos e serviços de saúde, vigilância epidemiológica e diagnóstico e acompanhamento da situação de saúde das populações.

A Epidemiologia tem como premissa b�sica o entendimento de que os eventos relacionados � sa�de - como as doen�as, o que as determina e o uso de servi�os de sa�de - n�o se distribuem aleatoriamente, ao acaso, entre as pessoas.

Existem grupos populacionais que apresentam mais casos de certo agravo, por exemplo, e outros que morrem mais por determinada doen�a, correto? Tais diferen�as ocorrem porque os fatores que influenciam o estado de sa�de das pessoas se distribuem desigualmente na popula��o, acometendo mais alguns grupos do que outros.

Por meio da Epidemiologia é possível conhecer a situação de saúde da comunidade; conhecer os fatores causais determinantes do mecanismo de produção das enfermidades; identificar os grupos mais sujeitos a riscos e as áreas prioritárias de ação; orientar e colaborar no planejamento e na adoção de decisões; participar na avaliação do processo de controle das enfermidades; e gerar conhecimento, facilitando a compreensão de saúde como um todo e a do contexto no qual se geram e explicam seus fenômenos.

Basicamente, temos três grandes aplicações da Epidemiologia, que estudaremos abaixo.

Descrever as condi��es de sa�de da popula��o

Muitos autores consideram john snow o pai da epidemiologia, pois o mesmo: escolha uma:
Por exemplo, ao final do século XX e cerca de uma década após a implementação do SUS, o Ministério da Saúde investigou as estatísticas oficiais do Brasil e descreveu o perfil de morbimortalidade da população. O objetivo principal do Ministério foi conhecer de que adoeceu e de que morreu a população brasileira no ano 2000 e descrever a evolução desses dados durante a década de 1990. A título de ilustração, verificou-se que em 1999, no Brasil, morreram, em média, 34,6 crianças com menos de um ano de vida para cada 1.000 que nasceram vivas naquele ano, e tal valor variou de 53,0 óbitos por 1.000 nascidos vivos na região Nordeste até 20,7/1.000 na região Sul.

Também se pôde verificar que, entre 1995 e 1999, a mortalidade por AIDS no país caiu em 50%; que a principal causa de mortes entre os jovens na década de 1990 foram externas (acidentes de transporte, homicídios e afogamentos, sobretudo); e que os principais motivos de internações de idosos foram insuficiência cardíaca, bronquite/enfisema pulmonar e pneumonia. Com base nas informações levantadas, União, Estados e Municípios puderam definir ações estratégicas a serem implementadas de acordo com o perfil epidemiológico da população, potencialmente com maior efetividade.

Identificar quais s�o os fatores determinantes da situa��o de sa�de

Por exemplo, no período que se seguiu após a Segunda Guerra Mundial, chamou a atenção de profissionais da saúde o elevado número de pessoas com neoplasias. Nas unidades hospitalares, a quantidade de eventos oncológicos era surpreendente, havendo inúmeros casos de enfisema pulmonar e câncer de pulmão.  O conhecimento vigente na época associava tais ocorrências a, sobretudo, armas químicas, alimentação deficiente e poluição. Com base nesses conhecimentos, no entanto, políticas de saúde para diminuir a ocorrência do câncer de pulmão não mostravam resultados positivos.

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Richard Doll

Foi então que dois pesquisadores, Richard Doll e Austin Hill, ao visitarem nos hospitais pacientes com câncer de pulmão perceberam que quase todos relatavam o hábito de fumar. Posteriormente, eles acompanharam os hábitos de vida de mais de 40 mil médicos britânicos e perceberam que no grupo que fumava havia muito mais casos de câncer de pulmão quando comparado com o grupo de não fumantes. A partir daí, análises estatísticas mais sofisticadas, novos estudos epidemiológicos e investigações laboratoriais comprovaram o que hoje é muito claro para nós: fumar cigarro é uma importante causa do câncer de pulmão (e outros tumores). Milhões de pessoas foram salvas pela aplicação desse conhecimento.

Outros exemplos são as descobertas de associação entre: elevados níveis de colesterol sanguíneo/doença isquêmica do coração; adição de fluoretos aos sistemas de abastecimento público de águas/ redução dos níveis de cáries dentárias; sedentarismo/mortalidade cardiovascular e não amamentação materna/mortalidade infantil.

Avaliar o impacto das a��es e pol�ticas de sa�de

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Sabemos que um dos principais motivos de internação entre os idosos é a pneumonia. Outra razão importante é a gripe. Preocupado com essa realidade, há alguns anos o Ministério da Saúde vem oferecendo gratuitamente àqueles que têm 60 anos de idade ou mais a vacina contra influenza. Mas será que tantos esforços dos profissionais da saúde e o recurso investido apresentaram impacto na população? Ou seja, será que essa ação deve continuar a ser implementada? A Epidemiologia nos ajuda a responder a essas perguntas.

Um grupo de pesquisadores procurou respondê-las analisando a evolução da hospitalização de idosos por doenças respiratórias no Estado de São Paulo entre 1995 e 2002 http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v7n2/18.pdf. Foi observado que “houve diminuição dos picos sazonais da proporção de internações e das taxas por mil habitantes após a intervenção vacinal em ambos os sexos, sugerindo possível impacto das vacinas disponibilizadas pelo Programa de Vacinação do Idoso”. Certamente novas pesquisas devem e continuam sendo executadas e, com base nesses achados epidemiológicos, os gestores poderão basear suas decisões.

A Epidemiologia se diferencia da Clínica em importantes aspectos. Clique nas setas da animação a seguir e veja mais:

Saiba mais:

Você sabe qual a diferença entre pandemia, epidemia e endemia?

Epidemia é a elevação brusca, inesperada e temporária da incidência de determinada doença, ultrapassando os valores esperados para a população no período em questão. Pandemia é a ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial, atingindo várias nações. Endemia refere-se a uma doença habitualmente presente entre os membros de um determinado grupo, dentro dos limites esperados, em uma determinada área geográfica, por um período de tempo ilimitado (Medronho RA, 2005; Rouquayrol MZ & Almeida Filho N, 2003).

Sobre o assunto, assista ao vídeo disponibilizado pelo Ministério da Saúde sobre a Influenza A (H1N1). Acesse o site: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/wmv/influenza_geral.wmv

Encerra-se aqui este estudo sobre os conceitos b�sicos da Epidemiologia, a partir desta constru��o b�sica voc� estar� habilitado a avançar.

Faça a autoavaliação a seguir e verifique seu aprendizado; caso não tenha um desempenho satisfatório, refaça seus estudos.

Por que John Snow é considerado o pai da epidemiologia?

Considerado o pai da epidemiologia moderna, o médico britânico descobriu, em meados do século 19, como e por que aumentavam os casos de cólera em Londres, derrubando a teoria miasmática aceita até então.

Quem foi Snow na epidemiologia?

John Snow basicamente fundou a epidemiologia moderna, indo contra o pensamento corrente na época de que a cólera seria transmitida pelo mau cheiro (teoria do miasma), ao propor que alguma coisa contida nas fezes dos doentes transmitiria a doença quando ingerida junto da água.

Quem é o pai da epidemiologia?

Início da Epidemiologia Foi uma proposta revolucionária de se pensar o processo saúde-doença. No entanto, a maior parte dos pesquisadores aponta o médico britânico John Snow como o pai da Epidemiologia.

Pode

Adg2 - Saúde Coletiva 1)Texto base: Pode-se afirmar que muitos autores consideram esse teórico como percursor da Epidemiologia na Antiguidade. O nome dele é: Alternativas: a) Galeno.