Esse principio de objetividade na sociologia foi estabelecido e sistematizado

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Publicado em: 2020-10-27

Esse principio de objetividade na sociologia foi estabelecido e sistematizado
E.E. PROFESSOR GASTÃO RAMOS
SOCIOLOGIA - PROFESSOR MAURO - 1ª SÉRIE EM
Leitura e análise de texto.
O conceito de fato social e a explicação da relação entre indivíduo e
sociedade.
A procura pelo agente principal dos fenômenos sociais (a
sociedade ou o indivíduo) é, na verdade, o movimento da ciência
sociológica em busca de seu objeto de estudo. Toda ciência se ocupa
de realidades e, portanto, necessita de um objeto próprio e
independente para descrever e interpretar (nas Ciências da Natureza,
por exemplo , a Física tem por objeto a matéria e os fenômenos
relativos a ela no tempo e o espaço, enquanto a Biologia estuda a vida
e os organismos vivos).
Esse princípio de objetividade na Sociologia foi estabelecido e
sistematizado em um primeiro momento pelo sociológico francês
Émile Durkheim. Ele reconheceu a sociedade um conjunto de
fenômenos que poderiam ser compreendidos separadamente das
consciências dos indivíduos nos quais se manifestavam e por meio dos
quais eram representados. Durkheim chamou esses fenômenos de
fatos sociais. [...] Por fatos sociais entende-se o conjunto de normas e
regras coletivas que orientam e condicionam a ação individual. Os
fatos sociais identificados por três características principais: são
exteriores aos indivíduos (existem independentemente de sua
vontade ou reflexão), coercitivos (impõem penalidades àqueles que
não cumprem suas normas) e gerais (estão presentes no conjunto de
dada sociedade).
ROTEIRO: Leia e releia com atenção o texto acima, e, copie somente
as questões no caderno e responda.
QUESTÕES: 1) Qual a origem do sociólogo Émile Durkheim?
2) Dê um exemplo de uma regra que você tem que
cumprir independentemente de sua vontade. Seja no ambiente
escolar, familiar, religioso ou social.
DATA LIMITE DE ENTREGA ATÉ : 29/09/2020.

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Comentários para: ATIVIDADE 2 - SOCIOLOGIA - 1ª SÉRIE EM

Sociologia é, grosso modo, a ciência que estuda a sociedade. Com o auxílio da economia, da ciência política, da antropologia e da psicologia, a sociologia busca compreender, de maneira estritamente científica, como os agrupamentos sociais humanos desenvolveram-se e como é possível intervir nesse desenvolvimento. Assim, diversas outras áreas do conhecimento utilizam dos conhecimentos sociológicos para promoverem ações que estejam diretamente ligadas à intervenção nas sociedades.

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Surgimento da sociologia

Esse principio de objetividade na sociologia foi estabelecido e sistematizado
A diversidade de culturas, opiniões e etnias enriquece o trabalho sociológico, que tenta estabelecer uma teoria que se encaixe em processos diferentes.

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No início do século XIX, o filósofo francês Auguste Comte formulou o positivismo, uma doutrina filosófica que visa o progresso social por meio da ordem social, do progresso científico e da disciplina individual. O pilar do positivismo é a lei dos três estados, que reconhecia na humanidade a insurgência de três distintos estágios de desenvolvimento: o estado teológico, o estado metafísico e o estado positivo.

No primeiro estado, as explicações acerca da natureza baseavam-se em especulações de cunho religioso baseadas em divindades e seres sobrenaturais, porque o ser humano, na verdade, não conseguia explicar os fenômenos naturais. No segundo estado, o ser humano havia evoluído intelectualmente e criado a filosofia como maneira de promover uma especulação racional acerca do ordenamento do mundo, mas ainda não era capaz de criar e utilizar a ciência para promover tais explicações.

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O terceiro e mais avançado estado deu-se com o desenvolvimento da ciência. A partir de então, houve o reconhecimento de que as explicações sobre a natureza encontram-se na própria natureza e de que a organização natural do mundo requer um processo de observação e desbravamento do mundo para uma posterior elaboração de teorias.

Para Comte, esse último estágio era o que o século XIX vivia, mas, para completá-lo, era necessário o desenvolvimento de uma nova ciência capaz de estudar a sociedade por meio dos mesmos mecanismos que as ciências da natureza usavam em relação à natureza.

A sociedade europeia vivia os reflexos de duas grandes revoluções e de mudanças sociais que aconteciam desde o Renascimento. Em primeiro lugar, a burguesia começou a fortalecer-se, junto ao nascente capitalismo, durante o período renascentista, pois a ampliação do comércio proporcionada pelo capitalismo mercantilista (aquele baseado na ampliação do comércio ultramarino e na busca por uma maior quantidade de exportação e importação de itens, como seda, ouro e especiarias) permitiu aos burgueses uma grande ascensão econômica.

O crescimento da burguesia e o surgimento do capitalismo no século XV levaram os europeus a procurarem novas rotas comerciais, o que fez os espanhóis e os portugueses atracarem seus navios em um novo continente, até então desconhecido pelos europeus, asiáticos e africanos: a América.

O contato com povos diferentes fez com que os exploradores europeus desenvolvessem os primeiros estudos sobre a cultura e o desenvolvimento das sociedades que eles chamavam preconceituosamente de “primitivas”. Surgem aí os primeiros escritos que, de maneira etnocêntrica, estavam classificando e ordenando as pessoas de etnias diferentes. Essas são as primeiras bases para o desenvolvimento de uma área dos estudos sociais que fará parte da sociologia: a antropologia.

O contexto europeu do século XIX era de caos e instabilidade social, devido a mudanças sociais ocorridas pela Revolução Francesae pela Revolução Industrial. Esta marcou o início de uma nova fase do capitalismo, o capitalismo industrial. A produção em massa das indústrias, comandadas pela burguesia, que havia enriquecido com o comércio, agitou os grandes centros urbanos, primeiramente situados na Inglaterra, como Londres. Houve, por conta disso, um intenso e repentino êxodo rural, o que ocasionou desemprego (pois não havia trabalho disponível para todo mundo) e suas consequências: violência, miséria, epidemias e instabilidade social. Já aquela deixou a França em um longo período de instabilidade política desde o fim do século XVIII.

Esses fatores fizeram com que Auguste Comte apostasse na criação de uma nova ciência como maneira de entender e reorganizar a sociedade. Essa ciência foi chamada primeiro de física social, mais tarde, o próprio Augusto Comte batizou-a de sociologia, o que fez com que ficasse conhecido como o “pai da sociologia”.

Apesar de ter formulado a ideia inicial dessa área, Comte não criou um método próprio para a sociologia e nem desenvolveu estudos estritamente científicos no ramo, o que fez com que o filósofo, escritor e psicólogo francês Émile Durkheim criticasse a sua obra e dedicasse-se a tornar a sociologia uma ciência.

Durkheim cria um método baseado na análise dos fatos sociais, que são, segundo o pensador, estruturas que tendem a repetir-se em todas as sociedades e garantem ao sociólogo um trabalho mais cientificamente preciso. Durkheim também introduziu a sociologia como disciplina de estudo no Ensino Superior. Pela formulação do método e por seu trabalho de pesquisa sociológico, o pensador francês é considerado o primeiro sociólogo.

Esse principio de objetividade na sociologia foi estabelecido e sistematizado
Émile Durkheim, o primeiro sociólogo.

Além de Durkheim, Karl Marx e Max Weber também criaram importantes métodos para a análise sociológica. Segundo Marx, para entender a sociedade, é necessário reconhecer as estruturas de dominação das classes sociais e atentar-se para a produção material que cada sociedade legou. Tal constatação culminou no método chamado “materialismo histórico dialético”.

Para Weber, o sociólogo deveria observar o comportamento individual de cada pessoa e compará-lo a modelos, construídos pela sociologia, chamados de “tipos ideais”, fazendo surgir o método baseado na ação social. Durkheim, Weber e Marx são os três pensadores da sociologia clássica por formularem as primeiras teorias sociológicas bem fundamentadas.

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A finalidade da sociologia

A sociologia, enquanto ciência, tem como finalidade entender as estruturas sociais e fornecer ferramentas teóricas para que haja alguma modificação nessa estruturação. O trabalho da sociologia, nesse sentido, consiste em identificar, classificar e analisar as estruturas sociais em geral, com o auxílio de outras ciências sociais, como a antropologia, a fim de fornecer ferramentas para diversas ciências de diversas áreas (como a psicologia, o direito, as comunicações sociais, as teorias administrativas, a medicina etc.).

Objeto de estudo da sociologia

O trabalho do sociólogo consiste em analisar a sociedade em sua organização geral. Como os laços sociais acontecem e permanecem e como ocorre a interação social, a influência de elementos como o capitalismo, a globalização, o consumo nas sociedades, as guerras e a produção é tema recorrente de análise sociológica. Enquanto a sociologia foca no todo dessas relações sociais, ela também se utiliza de outras ciências para fazer recortes mais precisos dos elementos de uma sociedade.

A psicologia fornece uma ferramenta de análise dos indivíduos para a compreensão dos seus papéis individuais no todo e para fim de comparação entre a ação de um indivíduo sozinho e de um indivíduo inserido na sociedade. A economia e a ciência política fornecem estudos sobre as estruturas econômicas e políticas das sociedades, que consistem em importantes elementos para entender-se o todo da organização social.

A antropologia, por sua vez, fornece um estudo mais acurado sobre o ser humano por meio do entendimento de suas origens e de suas diversas culturas, que podem ocasionar vários processos de desenvolvimento social diferentes.

Relação entre sociologia e filosofia

Apesar de o senso comum pensar a sociologia e a filosofia como áreas idênticas ou, ao menos, bastante parecidas, elas são completamente diferentes entre si. A filosofia surgiu no século VI a.C. e consiste num exercício do pensamento sobre si mesmo e sobre as coisas do mundo. A filosofia, nesse sentido, não é considerada uma ciência, por não partir de um método preciso de análise de um objeto em si com uma finalidade específica que está fora de si mesma.

A atividade do filósofo é contemplar o pensamento e o conhecimento para que este se desenvolva, o que difere a atividade filosófica da atividade sociológica. O sociólogo pode, muitas vezes, colher elementos na filosofia para aprimorar a sua análise. A filosofia pode fazer uma problematização crítica da sociologia ou com base em teorias sociológicas, mas as duas áreas, que muitas vezes completam-se, são diferentes.

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Relação entre sociologia e psicologia

Esse principio de objetividade na sociologia foi estabelecido e sistematizado
A letra psi, do alfabeto grego, representa a psicologia.

Há uma íntima relação de complementaridade entre essas duas áreas do saber: enquanto a sociologia tenta compreender as estruturas sociais que provocam padrões de comportamento em vários indivíduos, a psicologia tenta compreender as estruturas individuais que provocam certos comportamentos no indivíduo. Muitas vezes, os elementos buscados pela psicologia estão na sociedade, o que obriga o psicólogo a buscar na sociologia dados para o seu trabalho.

Publicado por Francisco Porfírio

Qual o princípio de objetividade na sociologia?

A objetividade metodológica permitiria as ciências sociais uma apreensão concreta da realidade social. Com outras palavras, através dela o pesquisador poderia compreender de modo reflexivo as múltiplas facetas de acontecimentos sociais, culturais, políticos e outros.

Qual foi o sociologo que estabeleceu e sistematizou esse princípio de objetividade na sociologia?

Émile Durkheim (1858-1917) nasceu na Alsácia, território francês.

Quais são as características do fato social para Durkheim?

Fatos sociais No entanto, nem tudo o que uma pessoa faz pode ser considerado um fato social, pois, para ser identificado como tal, tem de atender a três características: generalidade, exterioridade e coercitividade.

O que é o conceito de fato social?

Fato social é um conceito sociológico desenvolvido por Émile Durkheim, um sociólogo, antropólogo e cientista político francês. De acordo com Durkheim, o fato social diz respeito aos modos de agir e interagir dos indivíduos de um determinado grupo ou sociedade em geral.