Como o final da Segunda Guerra Mundial no contexto da Guerra Fria impulsionou o processo de luta pela independência e descolonização?

Como o final da Segunda Guerra Mundial no contexto da Guerra Fria impulsionou o processo de luta pela independência e descolonização?
Ex-primeiro-ministro britânico, Winston Churchill Pinterest/Reprodução

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Em 1946, há exatos 75 anos, a expressão “Cortina de Ferro” foi utilizada pela primeira vez. Ela apareceu em um discurso de Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico. O termo refere-se à divisão da Europa entre territórios capitalista e socialista, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Uma região era controlada pelos Estados Unidos e a outra ficava sob influência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Segundo Felipe Mello, professor de história da Oficina do Estudante, Churchill tentou alertar o mundo sobre o início da Guerra Fria. “O objetivo era chamar atenção para o aumento do controle soviético nos países que tinham acabado de sair do domínio nazifascista”, comenta.   

Como o final da Segunda Guerra Mundial no contexto da Guerra Fria impulsionou o processo de luta pela independência e descolonização?
Mapa da Cortina de Ferro. Pinterest/Reprodução

Discurso de Churchill

“De Estetino, no [mar] Báltico, até Trieste, no [mar] Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente. Atrás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa Central e Oriental. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sófia; todas essas cidades famosas e as populações em torno delas estão no que devo chamar de esfera soviética, e todas estão sujeitas, de uma forma ou de outra, não somente à influência soviética, mas também a fortes, e em certos casos crescentes, medidas de controle emitidas de Moscou”. 

Na época, como a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) havia acabado recentemente, existia uma tensão crescente entre os governos da União Soviética e as potências Aliadas, capitalistas. 

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Ao expulsar as tropas nazistas na Batalha de Stalingrado (1942-1943) e libertar países do Leste Europeu do domínio de Hitler, o exército soviético conseguiu aumentar o seu poder de influência sob outros territórios. Como consequência, essa região passou a ser comandada por diversos governos satélites da URSS. 

As falas de Churchill tinham como objetivo unir os esforços de governos capitalistas, por meio de ajuda militar e econômica, para tentar impedir o avanço soviético. Isso aconteceu, por exemplo, durante a guerra civil na Grécia (1946-1949), quando os britânicos intervieram militarmente para derrotar os grupos comunistas que tentavam assumir o controle do país. O episódio ficou marcado como a primeira interferência ocidental na política interna de uma nação no pós-guerra. 

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Em resposta a Churchill, Stalin disse que a Europa deveria agradecer aos soldados soviéticos por terem expulsado o nazifascismo da região.

Até então, “cortina de ferro” estava relacionada apenas a uma fronteira ideológica. Porém, pouco tempo depois ela se tornou física, com a construção de uma barreira na Hungria, em 1949. Em seguida, outros países comunistas também decidiram adotar a mesma ideia. 

Muro de Berlim

Em 1952, na Alemanha Oriental, território ocupado pelos soviéticos, foi autorizada a construção de uma zona de 10 metros de largura, com postos de vigilância e arames farpados, na fronteira com a Alemanha Ocidental, dominada pelo bloco aliado.

Mas, em 1961, o regime comunista ganhou a aprovação de Moscou, capital da URSS, para levantar um muro em Berlim que dividia os dois territórios. A construção tinha aproximadamente 155 km de extensão, com mais de 300 torres de observação, patrulhadas por soldados armados o dia inteiro. Qualquer pessoa que ousasse atravessá-lo corria o risco de ser morta. 

O Muro de Berlim foi derrubado em 1989, com a crise que resultou no fim do bloco socialista no Leste Europeu. Isso permitiu a unificação dos territórios da Alemanha Oriental e Ocidental.

Consultoria: Felipe Mello, professor de história do Colégio Oficina do Estudante.

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Como o final da Segunda Guerra Mundial no contexto da Guerra Fria impulsionou o processo de luta pela independência e descolonização?

O enfraquecimento da França e da Inglaterra, bem como a derrota da Itália, da Alemanha e do Japão foram dois fatores que inviabilizaram a capacidade desses países de se manterem como potências colonialistas. Assim, o final da Segunda Guerra deu início a um amplo processo de descolonização na África e na Ásia.

Como a Guerra Fria influenciou esse processo de descolonização?

Outro motivo é que a nova lógica dos pós-guerra, que é a lógica da Guerra Fria, é marcada pela luta por áreas de influência. Estados Unidos e União Soviética passam a estimular a descolonização afro-asiática, buscando ampliar seus domínios. Além disso, há o desenvolvimento do sentimento nacionalista nas colônias.

Como a Segunda Guerra Mundial influenciou o processo de descolonização?

Com o enfraquecimento dos países que participaram da segunda guerra, os recursos para manter suas colônias tornaram-se insuficientes. Mas outro motivo também teve grande importância para a descolonização destes continentes: a desobediência civil na Índia, liderada pelo líder pacifista Mahatma Gandhi.

Como foi o final da Segunda Guerra Mundial no contexto da Guerra Fria?

Em 25 de dezembro de 1991, Gorbachev renunciou, e a União Soviética foi dissolvida. No seu lugar, quinze nações conquistaram sua independência, e o bloco socialista deixou de existir no leste europeu. Esses acontecimentos marcaram o fim da Guerra Fria.