Baixar livro aprendendo a gostar de si mesmo

Baixar livro aprendendo a gostar de si mesmo

5,0 de 5 estrelas Guia de aceitação e gratidão.
Avaliado no Brasil em 26 de fevereiro de 2019

Livro novo, veio sem defeito a entrega foi rápida, é um livro curto, mas com dicas importantes para treinar e aprender aceitação e perdão de nós mesmos. Incluí também um CD de meditação com os passos descritos no livro recomendo ouvir depois de terminar a leitura do livro,

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Avaliado no Brasil em 26 de fevereiro de 2019

Livro novo, veio sem defeito a entrega foi rápida, é um livro curto, mas com dicas importantes para treinar e aprender aceitação e perdão de nós mesmos. Incluí também um CD de meditação com os passos descritos no livro recomendo ouvir depois de terminar a leitura do livro,

Baixar livro aprendendo a gostar de si mesmo

5,0 de 5 estrelas Guia de aceitação e gratidão.
Por Walisson em 26 de fevereiro de 2019

Livro novo, veio sem defeito a entrega foi rápida, é um livro curto, mas com dicas importantes para treinar e aprender aceitação e perdão de nós mesmos. Incluí também um CD de meditação com os passos descritos no livro recomendo ouvir depois de terminar a leitura do livro,

Avaliado no Brasil em 9 de setembro de 2020

eu comecei a ler, mas particularmente acho um dos livros mais fraquinhos dela. gosto mais dos outros. talvez tentar resumir o que ela tem a dizer não seja tão suficiente assim quanto os livros em que ela discorre mais sobre os assuntos. prefiro os outros livros dela, mas amo essa autora!

Avaliado no Brasil em 29 de novembro de 2018

Esse livro é muito bom, tem dicas maravilhosas de como ser mais gentil consigo mesmo. Vem com um cd. Gostei bastante, comprei um pra mim e outro para presentear uma amiga.

Baixar livro aprendendo a gostar de si mesmo

5,0 de 5 estrelas Muito bom.
Por Jéssica Maia em 29 de novembro de 2018

Esse livro é muito bom, tem dicas maravilhosas de como ser mais gentil consigo mesmo. Vem com um cd. Gostei bastante, comprei um pra mim e outro para presentear uma amiga.

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Avaliado no Brasil em 6 de abril de 2018

Recomendo a todos a compra realizada. Chegou no prazo determinado de acordo com a descrição solicitada, material de qualidade e tudo ok.

Avaliado no Brasil em 22 de outubro de 2019

Avaliado no Brasil em 3 de novembro de 2018

Avaliado no Brasil em 29 de dezembro de 2021

Jesus nos disse uma vez que amassemos ao próximo como a nós mesmos... foi aí que empaquei a anos atrás, quando percebi que não estava me amando o suficiente (ou nunca tinha me amado o bastante). Segui a ordem da frase, amando aos outros primeiro, quando deveria ter estado atenta ao ensinamento - "como a ti mesmo", ou seja, Amar a si mesmo, vem primeiro, senão qual propósito tem em amar ao próximo? Louise nos faz entender isso, e nos ensina o autoamor de forma simples, mas não menos primorosa. Ame-se, para só então, estar certo de que está amando ao seu próximo corretamente. <3

Documento: pdf (67 páginas) 334.0 KB

Publicado em: 2018-04-03

Baixar livro aprendendo a gostar de si mesmo
AUTO-ESTIMA: Como aprender a gostar de si mesmo
Nathaniel Branden
Capítulo 1 – A importância da auto-estima
A forma como nos sentimos acerca de nós mesmos é algo que afeta crucialmente todos os aspectos da
nossa experiência, desde a maneira como agimos no trabalho, no amor e no sexo, até o modo como atuamos
como pais, e até aonde provavelmente subiremos na vida. Nossas reações aos acontecimentos do cotidiano são
determinadas por quem e pelo que pensamos que somos. Os dramas da nossa vida são reflexo das visões mais
íntimas que temos de nós mesmos. Assim, a auto-estima é a chave para o sucesso ou para o fracasso. É também
a chave para entendermos a nós mesmos e aos outros.
Além de problemas biológicos, não consigo pensar em uma única dificuldade psicológica – da ansiedade
e depressão ao medo da intimidade ou do sucesso, ao abuso de álcool ou drogas, às deficiências na escola ou no
trabalho, ao espancamento de companheiros e filhos, às disfunções sexuais ou à imaturidade emocional, ao
suicídio ou aos crimes violentos – que não esteja relacionada com uma auto-estima negativa. De todos os
julgamentos que fazemos, nenhum é tão importante quanto o que fazemos sobre nós mesmos. A auto-estima
positiva é requisito importante para uma vida satisfatória.
Vamos entender o que é auto-estima. Ela tem dois componentes: o sentimento de competência pessoal e
o sentimento de valor pessoal. Em outras palavras, a auto-estima é a soma da autoconfiança com o auto-
respeito. Ela reflete o julgamento implícito da nossa capacidade de lidar com os desafios da vida (entender e
dominar os problemas) e o direito de ser feliz (respeitar e defender os próprios interesses e necessidades).
Ter uma auto-estima elevada é sentir-se confiantemente adequado à vida, isto é, competente e
merecedor, no sentido que acabamos de citar. Ter uma auto-estima baixa é sentir-se inadequado à vida, errado,
não sobre este ou aquele assunto, mas ERRADO COMO PESSOA. Ter uma auto-estima média é flutuar entre
sentir-se adequado ou inadequado, certo ou errado como pessoa e manifestar essa inconsistência no
comportamento – às vezes agindo com sabedoria, às vezes como tolo – reforçando, portanto, a incerteza.
A capacidade de desenvolver uma autoconfiança e um auto-respeito saudáveis é inerente à nossa
natureza, pois a capacidade de pensar é a fone básica da nossa competência, e o fato de que estamos vivos é a
fonte básica do nosso direito de lutar pela felicidade. Idealmente falando, todos deveriam desfrutar um alto nível
de auto-estima, vivenciando tanto a autoconfiança intelectual como a forte sensação de que a felicidade é
adequada. Entetanto, infelizmente, uma grande quantidade de pessoas não se sente assim. Muitas sofrem de
sentimentos de inadequação, insegurança, dúvida, culpa e medo de uma participação plena na vida – um
sentimento vago de “eu não sou suficiente”. Esses sentimentos nem sempre são reconhecidos e confirmados de
imediato, mas eles existem.
No processo de crescimento e no processo de vivenciar esse crescimento, é muito fácil que nos alenemos
do autoconceito positivo (ou que nunca formemos um). Poderemos nunca chegar a uma visão feliz de nós
mesmos devido a informações negativas vindas dos outros, ou porque falhamos em nossa própria honestidade,
integridade, responsabilidade e auto-afirmação, ou porque julgamos nossas próprias ações com uma
compreensão e uma compaixão inadequadas.
Entretanto, a auto-estima é sempre uma questão de grau. Não conheço ninguém que seja totalmente
carente de auto-estima positiva, nem que seja incapaz de desenvolver auto-estima.
Desenvolver a auto-estima é desenvolver a convicção de que somos capazes de viver e somos
merecedores da felicidade e, portanto, capazes de enfrentar a vida com mais confiança, boa vontade e otimismo,
que nos ajudam a atingir nossas metas e a sentirmo-nos realizados. Desenvolver a auto-estima é expandir nossa
capacidade de ser feliz.
Se entendermos isso, poderemos compreender o fato de que para todos é vantajoso cultivar a auto-
estima. Não é necessário que nos odiemos antes de aprender a nos amar mais; não é preciso nos sentir
inferiores para que queiramos nos sentir mais confiantes. Não temos de nos sentir miseráveis para querer
expandir nossa capacidade de alegria.
Quanto maior a nossa auto-estima, mais bem equipados estaremos para lidar com as adversidades da
vida; quanto mais flexíveis formos, mais resistiremos à pressão de sucumbir ao desespero ou à derrota.
Quanto maior a nossa auto-estima, maior a probabilidade de sermos criativos em nosso trabalho, ou
seja, maior a probabilidade de obtermos sucesso.
Quanto maior a nossa auto-estima, mais ambiciosos tenderemos a ser, não necessariamente na carreira
ou em assuntos financeiros, mas em termos das experiências que esperamos vivenciar de maneira emocional,
criativa ou espiritual.
Quanto maior a nossa auto-estima, maiores serão as nossas possibilidades de manter relações saudáveis,
em vez de destrutivas, pois, assim como o amor atrai o amor, a saúde atrai a saúde, e a vitalidade e a
comunicabilidade atraem mais do que o vazio e o oportunismo.
Quanto maior a nossa auto-estima, mais inclinados estaremos a tratar os outros com respeito,
benevolência e boa vontade, pois não os vemos como ameaça, não nos sentimos como “estranhos e
amedrontados num mundo que nós jamais criamos” (citando um poema de A. E. Housman), uma vez que o
auto-respeito é o fundamento do respeito pelos outros.
Quanto maior a nossa auto-estima, mais alegria teremos pelo simples fato de ser, de despertar pela
manhã, de viver dentro dos nossos próprios corpos. São essas as recompensas que a nossa autoconfiança e o
nosso auto-respeito nos oferecem.
Vamos nos aprofundar mais no significado do conceito de auto-estima.
Auto-estima, seja qual for o nível, é uma experiência íntima; reside no cerne do nosso ser. É o que EU
penso e sinto sobre mim mesmo, não o que o outro pensa e sente sobre mim.
Quando crianças, nossa autoconfiança e nosso auto-respeito podem ser alimentados ou destruídos pelos
adultos – conforme tenhamos sido respeitados, amados, valorizados e encorajados a confiar em nós mesmos.
Mas, em nossos primeiros anos de vida, nossas escolhas e decisões são muito importantes para o
desenvolvimento futuro de nossa auto-estima. Estamos longe de ser meros receptáculos da visão que as outras
pessoas têm sobre nós. E de qualquer forma, seja qual tenha sido nossa educação, quando adultos o assunto
está em nossas próprias mãos.
Ninguém pode respirar por nós, ninguém pode pensar por nós, ninguém pode nos dar autoconfiança e
amor-próprio.
Posso ser amado por minha família, por meu companheiro ou companheira e por meus amigos e, mesmo
assim, não amar a mim mesmo. Posso ser admirado por meus colegas de trabalho e mesmo assim ver-me como
um inútil. Posso projetar uma imagem de segurança e uma postura que iludem virtualmente a todos e ainda
assim tremer secretamente ao sentir minha inadequação.
Posso preencher todas as expectativas dos outros e, no entanto, falhar em relação às minhas; posso
conquistar todas as honras e apesar disso sentir que não cheguei a nada; posso ser adorado por milhões e
despertar todas as manhãs com uma nauseante sensação de fraude e vazio.
Chegar ao “sucesso” sem conquistar uma auto-estima positiva é ser condenado a sentir-se um impostor
que aguarda intranquilo ser desmascarado.
Assim como a aclamação dos outros não cria a nossa auto-estima, também não o fazem os
conhecimentos, a competência, as posses materiais, o casamento, a paternidade, a dedicação à caridade, as
conquistas sexuais ou as cirurgias plásticas. Essas coisas PODEM às vezes fazer com que nos sintamos melhor
sobre nós mesmos temporariamente, ou mais confortáveis em situações particulares, mas conforto não é auto-
estima.
A tragédia é que existem muitas pessoas que procuram a autoconfiança e a auto-estima em todos os
lugares, menos dentro delas mesmas, e, assim, fracassam em sua busca. Veremos que a auto-estima positiva
pode ser entendida como um tipo de CONQUISTA ESPIRITUAL, isto é, uma vitória na evolução da consciência.
Quando começamos a entender a auto-estima dessa forma, como uma condição da consciência, entendemos
quanta tolice há em acreditar que, se pudermos causar uma boa impressão nos outros, teremos uma auto-
avaliação positiva. Pararemos de dizer a nós mesmos: “Se pelo menos eu tivesse mais uma promoção; se pelo
menos me tornasse esposa e mãe; se pelo menos fosse reconhecido como um bom provedor; se pelo menos
pudesse comprar um carro maior; se pelo menos pudesse escrever mais um livro, comprar mais uma empresa,
ter mais um amante, mais uma recompensa, mais um reconhecimento de minha generosidade – então,
REALMENTE me sentiria em paz comigo mesmo....”. Perceberíamos então que a busca é irracional, que o anseio
será sempre “por mais um”.
Se ter auto-estima é julgar que sou adequado à vida, à experiência da competência e do valor, se auto-
estima é a auto-afirmação da consciência, de uma mente que confia em si, então ninguém pode gerar essa
experiência a não ser eu mesmo.
Quando avaliamos a verdadeira natureza da auto-estima, vemos que ela não é competitiva ou
comparativa.
A verdadeira auto-estima não se expressa pela autoglorificação à custa dos outros, ou pelo ideal de se
tornar superior aos outros, ou de diminuir os outros para se elevar. A arrogância, a jactância e a superestima de
nossas capacidades são atitudes que refletem uma auto-estima inadequada, e não, como imaginam alguns,
excesso de auto-estima.
Uma das características mais significativas da auto-estima saudável é que ela é o ESTADO DA PESSOA
QUE NÃO ESTÁ EM GUERRA CONSIGO MESMA OU COM OS OUTROS.
A importância da auto-estima saudável está no fato de que ela é o fundamento da nossa capacidade de
reagir ativa e positivamente às oportunidades da vida – no trabalho, no amor e no lazer. A auto-estima saudável
é também o fundamento da serenidade de espírito que torna possível desfrutar a vida.
Capítulo 2 – O autoconceito como destino
Nosso AUTOCONCEITO é quem e o que consciente e inconscientemente achamos que somos – nossas
características físicas e psicológicas, nossos pontos positivos e negativos e, acima de tudo, nossa auto-estima. A
auto-estima é o componente AVALIADOR do autoconceito.
Nosso autoconceito determina nosso destino, isto é, a visão mais profunda de nós mesmos influencia
todas as nossas escolhas significativas e todas as nossas decisões e, portanto, determina o tipo de vida que
criamos para nós.
Os exemplos que se seguem serão úteis para esclarecer como nosso autoconceito afeta os nossos
sentimentos e o nosso comportamento. Leia as historias, tendo em mente essa perspectiva.
Jane, 34 anos, era vendedora numa grande loja de departamentos. Embora tivesse um relacionamento
com um homem e o considerasse “agradável”, nunca se casara. No nosso primeiro encontro, explicou que não
tinha queixas específicas de insatisfação de uma maneira geral, apenas um sentimento de que “a vida deve ser
melhor do que isso”. E acrescentou: “Eu gostaria de me entender melhor e de aprender a me impor mais”.
Pedi-lhe que fechasse os olhos e entrasse na seguinte fantasia:
“Imagine que você está na base de uma montanha, qualquer tipo de montanha que deseje criar. Há uma
trilha que leva ao alto, ao pico. Você começa a subir. Sente o esforço nas pernas, tentando escalar. Existem
árvores e flores nessa encosta da montanha?... Enquanto escala, você nota algo de interessante. Todas as
dúvidas e inseguranças da sua vida cotidiana parecem despencar, como um excesso de bagagem de que você
não precisa mais. Quanto mais escala, mais livre se sente. Aproximando-se do topo da montanha, você se sente
quase sem peso. Sua mente está clara. Você se sente mais forte, mais segura de si, mais do que em qualquer
outro momento de sua vida. Imagine esse estado de espírito e explore-o. Você gosta dele? E como o seu corpo
se sente quando você está tão autoconfiante e tão livre de dúvidas e medos?... Agora você está apenas a uns
poucos passos do pico da montanha. Você está no pico, olhando o mundo de cima. Como se sente? Qual é a
sensação em relação ao mundo agora? Como é ficar sem as velhas e familiares inseguranças? Aproveite alguns
minutos para examinar esse assunto... e agora volte-se e comece a descer a montanha. Seguindo o caminho de
volta, observe se está trazendo a sua nova força e liberdade, ou se abandonou esses sentimentos no pico da
montanha. Será que as velhas cargas retornam na medida em que você chega embaixo? E se voltar ao ponto de
partida, poderia olhar o mundo sob um novo ângulo? Como se sente? Que mudanças ocorreram? Você se sente
diferente?”.
Depois de alguns momentos, ela abriu os olhos. “Adorei lá em cima. Senti-me eu mesma, embora nunca
tenha sido assim. Eu estava solitária e assustada; ouvi a voz da minha mãe dizendo: ‘Esse não é o seu lugar’.
Quando estava descendo a montanha, senti voltar o peso de antes, mas não totalmente. Alguma coisa estava
diferente. E houve um momento lá em cima em que... em que eu estava livre. Realmente livre. Sabia que podia
fazer qualquer coisa. Sabia que nada me impedia, a não ser eu mesma. Realmente podia sentir isso, vivenciar,
não como um tipo de teoria, mas como algo real, algo que eu sentia no corpo e percebia com a totalidade da
mente. Quase como um momento de embriaguez, porém essa embriaguez não me cegava para a realidade. Era
mais como ganhar uma nova visão.”
“Mas...”, sugeri, “subir mais ainda poderia significar ir contra sua mãe? Contradizer a visão que ela tem
das coisas?”.
“Acho que... não ser mais sua filha.”
“E, visto assim, parece uma escolha difícil.”
“Posso ostar de mim mesma, ainda que minha mãe não goste?”
“Pode?”, atalhei.
“Não vejo por que não. E talvez ela aprenda. Talvez ela se adapte a mim, em vez de eu me adaptar a
ela.”
“Você já pensou no fato de que quase todas as versões de feitos heróicos começam com o herói
deixando o lar e livrando-se da atração gravitacional da família?”
O objetivo do meu trabalho com Jane era ensinar-lhe maior autoconsciência (consciência de sentimentos,
desejos, pensamentos e habilidades), auto-aceitação (aprender a não rejeitar sua experiência, ou a parar de ser
sua própria adversária) e auto-expressão nas ações (auto-afirmação), aspectos que se encontram entre os mais
importantes pilares da auto-estima. Jane utilizou a visão de embarcar numa jornada que a ajudaria a romper os
laços familiares, e isso deu-lhe uma nova perspectiva. Depois de alguns meses de terapia, ela disse que atingira
sua meta, e a terapia foi encerrada.
Seis meses depois, recebi uma carta muito alegre na qual ela relatava que, uma semana depois de deixar
a terapia, abandonara o emprego para iniciar seu próprio negócio de vendas a varejo, “algo que eu queria fazer
há anos, mas nunca tive coragem”, e que sua loja já estava prosperando. “Em nossa família acham que as
mulheres não têm cabeça para negócios, mas para mim já chega de tanta bobagem. O que lucrei com a terapia é
que, agora, a minha vida me pertence – isso não é básico para a auto-estima? E se existe algo que realmente
quero, por que não lutar por isso? Agora estou pronta para começar a pensar em relacionamentos.”
Quando Jane me consultou pela primeira vez, não lhe faltava auto-estima. Entretanto, uma certa parte
de sua auto-estima tinha sido investida em falsos valores: na crença de que era necessária a aprovação da sua
mãe para o seu bem-estar e auto-respeito. Quando aprendeu a recuperar seu investimento, a retomar a vida em
suas próprias mãos e a viver segundo seu próprio julgamento, ela aumentou sua auto-estima naturalmente e
abriu as portas às possibilidades que, antes, considerava além do seu alcance.
Algum aspecto da história de Jane relaciona-se com a sua experiência?
Charles, um banqueiro de grande sucesso, com 50 anos, fez uma consulta porque era muito infeliz em
suas relações pessoais e por causa de um temor profundamente arraigado, que se mascarava de uma aparência
calma e autoconfiante. “É tão fácil enganar as pessoas quanto à minha auto-confiança”, disse ele, “porque elas
também são inseguras”. Divorciado após quinze anos de casamento, nos últimos três ficara com uma mesma
mulher, com quem rompera e reatara algumas vezes. “A verdade é que ela não é muito importante para mim.
Mas ela me adora, é muito apegada a mim, quer estar comigo o tempo todo. É seguro e simples. Brigamos
porque não quero me casar. Eu a humilho, repreendo-a por casos passados. Ela grita que eu tenho medo de um
compromisso. Por que eu haveria de me comprometer com uma mulher que, no fundo, não me interessa? Mas,
então, por que estou com ela?”
O que vi quando olhei para o rosto daquele homem de meia-idade, com os cabelos ralos, foi um
garotinho assustado, desnorteado, angustiado e que parecia estar pedindo socorro das profundezas de algum
pesadelo do passado. Eu estava disposto a acreditar que não era assim que seus sócios o viam, mas me
perguntava como poderiam deixar de enxergar a verdade. E pensava que essa espécie de invisibilidade só
poderia estar aumentando o seu tormento.
Filho único de imigrantes russos empobrecidos, fora criado, segundo contou, sem amor, sem o menor
sinal de calor ou afeição e com uma boa dose de brutalidade física. “Mas eu sabia que era esperto e que podia
sobreviver. Sabia que podia ver coisas que as outras pessoas não vêem, como ganhar dinheiro, por exemplo. Aos
catorze, já estava realizando meu primeiro negócio de sucesso. Queria dinheiro para poder ser livre. Hoje ganho
muito dinheiro. Operar nos negócios é fácil para mim. Não sei por que, mas é. Os lances certos simplesmente me
parecem óbvios. Em termos de vida pessoal, tentei algumas vezes confiar minhas inseguranças a um de meus
sócios. Ele riu de mim, não quis acreditar, não quis nem mesmo ouvir falar no assunto. Vivo em um apartamento
de dois cômodos e não tenho interesse em amenidades. Sinto que não as mereço. Sinto que dificilmente mereço
alguma coisa... Você sabe do que eu gosto em você? Você vê o meu medo e a minha dor e acredita, você não
tem medo disso, não tenta mudar de assunto.”
“E falando nisso”, eu disse, “me pergunto como é ser um menino de 5 anos vivendo na sua casa.”
Seus olhos lacrimejaram, e ele contou-me como isso era de fato terrível. Enquanto falava, a criança que
ele fora emergia cada vez mais claramente em seu rosto.
O que se via era que Charles, quando criança, apesar de sua feroz vontade de sobreviver, formara um
autoconceito espantosamente negativo, que era responsável tanto por seu sentimento de não ser merecedor de
nada como por sua escolha de uma mulher pela qual tinha pouca consideração. Quem era ele para ter o amor de
uma mulher admirável? E, ao mesmo tempo que se permitia ganhar dinheiro, não se permitia desfrutá-lo.
Concluí que a criança – ou, mais precisamente, o eu-criança dentro do adulto – detinha a chave para a
recuperação da auto-estima de Charles. Uma vez que o conceito do eu-criança é importante e aparecerá
novamente neste livro, façamos uma pausa para entendê-lo.
Todos nós já fomos criança um dia e, embora possamos não perceber, ainda a trazemos dentro de nós,
como um aspecto de nós mesmos. Às vezes mudamos para o estado de consciência da criança que fomos
outrora e respondemos às situações de nossas vidas adultas como se, para todas as finalidades práticas, ainda
fôssemos aquela criança, com seus valores, suas emoções, suas perspectivas e maneiras características de
processar a experiência. Às vezes essa mudança é desejável, por exemplo, quando vivenciamos a
espontaneidade e a alegria infantil. É indesejável, entretanto, quando reativamos as inseguranças dessa criança,
sua dependência e limitada compreensão do mundo.
Podemos aprender a reconhecer essa criança, a fazer amizade com ela e a ouvir atentamente o que ela
tem a nos dizer, mesmo que seja doloroso. Com efeito, podemos fazer com que ela se sinta bem-vinda dentro de
nós, permitindo que o eu-criança se integre em nosso eu-adulto. Ou podemos rejeitá-la, por medo, dor ou
vergonha, ...

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