A conquista de Ceuta correspondeu às expectativas iniciais dos portugueses

Depois da desgastante guerra com Castela no final da primeira dinastia, D. João I pretendia afirmar a dinastia de Avis perante o Papa e os reis de Castela.

A conquista de Ceuta correspondeu às expectativas iniciais dos portugueses

A conquista de Ceuta era importante para consolidar a presença portuguesa no algarve, que até aí era atacado frequentemente por corsários, e ganhar controlo da passagem para o mediterrâneo.

Ceuta era também importante para isolar o reino de Granada, nessa altura na posse dos Mouros. Esse era um trunfo a ser exibido perante Castela, forçando a cooperação entre ambos os reinos.

A frota foi reunida nas cidades do Porto e Lisboa no ano de 1415. Foi nesta data que, a propósito do esforço pedido aos portuenses, surgiu o prato distintivo da cidade do Porto: as tripas à moda do Porto. A dedicação de ambas cidade à causa da dinastia de Avis foi determinante para reconquista a independência durante crise de 1385. E mais uma vez, o Portugal burguês, habitante das cidades, tinha o destino da Nação nas mãos.

Assim começava a expansão portuguesa em Marrocos, presença que se viria a sentir naquele território até 1769 com a posse da cidade de Marzagão, hoje El-Jadida, e que atingiu o seu auge na primeira metade do século XVI, época dourada do império português.

Parte do sucesso da expedição está no secretismo com que foi preparada. Apanhados de surpresa, os Mouros não conseguiram conter os cerca de 19.000 portugueses que partiram nesta empresa.

A viagem de volta foi mais complicada de planear. Dado que o Rei, todos os Infantes, e a maioria da Nobreza, tinham partido para Ceuta, um desastre marítimo, ou um ataque, seriam de evitar a todo custo. Assim se explica que  a viagem de regresso tenha demorado cerca de um ano a realizar-se.

A dinastia Merínida, a casa regente de Marrocos na altura, atravessava um período de acentuado declínio, e por essa razão a reação ao ataque português não foi imediata; Nos anos seguintes, reforçaram-se as defesas da cidade e a guarnição portuguesa habituou-se à guerra em África, com entradas profundas em Marrocos, e à actividade de corso a partir do porto de Ceuta.

Em 1418, numa tentativa de chegar a Ceuta, uma embarcação portuguesa, vítima de tempestade marítimas, descobriu porto santo, dando início à expansão Atlântica.

Ceuta haveria de ficar em posse Portuguesa, até à restauração da independência, em 1640, altura em que ficou em posse de Espanha.

Ainda hoje é possível encontrar vestígios da ocupação portuguesa em Ceuta, como tão bem é explicado no detalhado e entuasiasmante blog de Frederico Mendes Paula

A conquista de Ceuta: um dia de combate

Uma armada com 212 navios saiu de Faro a 7 de agosto de 1415. D. João I, determinado a conquistar Ceuta, comandava uma expedição militar com mais de 20 mil homens. Apanhados de surpresa, os mouros não resistiram e a cidade foi facilmente tomada.

Há muito que os portugueses olhavam para as praças do norte de África como uma saída para os seus problemas económicos e sociais. Abrir caminho para as rotas do ouro africano, expandir a fé cristã e dominar o comércio além-mar, foram as principais motivações para esta expedição que começou com uma vitória.

No dia 21 de Agosto de 1415,  D. João I entrava em Ceuta e, sem resistência, tomava a “pérola do mediterrâneo”. Dizem os relatos que morreram milhares de mouros e que, do lado dos portugueses, apenas caíram oito homens, apedrejados na praia onde aportaram.

O rei ganhava assim uma cidade comercial importante, ao mesmo tempo que conquistava a admiração dos outros monarcas europeus e da própria Igreja, que apoiava a luta contra os infiéis do Islão.

No regresso da expedição, os navios vieram carregados com os despojos de Ceuta, mas a praça revelou-se um sorvedouro para os cofres do reino, que mais gastava com a sua manutenção do que de lá tirava: quase todo o comércio tinha sido desviado pelos muçulmanos. Apesar de não ter correspondido às expetativas, a conquista de Ceuta marca o início dos descobrimentos, um dos períodos mais importantes da história de Portugal.

Tópicos

  • Ceuta
  • Cruzadas
  • D. João I
  • Descobrimentos
  • Infante D. Henrique
  • Norte de África

Ficha Técnica

  • Título: Horizontes da Memória - A tomada de Ceuta
  • Tipologia: Extrato de Programa
  • Autoria: José Hermano Saraiva
  • Produção: Videofono / RTP
  • Ano: 2002

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Por que motivos partiram os portugueses para Ceuta?

Os historiadores consideram que o ponto de partida da expansão marítima dos portugueses foi a conquista de Ceuta, no norte da África, em 1415. Isso aconteceu porque os portugueses queriam ter acesso ao ouro árabe e queriam encontrar o mítico reino de João Preste, para juntarem-se a ele na luta contra os muçulmanos.

O que se deu com a conquista de Ceuta pelos portugueses?

A conquista de Ceuta, cidade atualmente administrada pela Espanha, marcou o começo das grandes expedições marítimas promovidas pela Coroa Portuguesa. Em agosto de 1415, esse importante ponto comercial no norte da África foi dominado em prol da resolução dos problemas econômicos do país e expansão da fé cristã além-mar.

Qual foi o primeiro lugar a ser conquistado pelos portugueses?

O primeiro local conquistado foi Ceuta, em 1415.

Onde fica Ceuta conquistada pelos portugueses?

Ceuta (em árabe: سبت; romaniz.: Sebta) é uma cidade autónoma da Espanha situada na margem africana da desembocadura oriental do estreito de Gibraltar, na pequena península de Almina, em frente a Algeciras e ao território britânico de Gibraltar, situadas no lado oposto do estreito.