A expressao popular beleza nao se põe na mesa

Beleza não se põe na mesa, mas ninguém come no chão! Sempre dou risada sozinha quando me lembro da frase da minha amiga de faculdade Priscila. Quando ouvi o casal de brasileiros conversando sobre beleza no trem na Alemanha, não pude deixar de lembrar a frase e, consequentemente, dar uma risadinha. “Ah! Meu pai diz que a mulher brasileira é a mais bonita do mundo… Mentira!!! As alemãs são bem mais bonitas”, dizia a brasileira ao seu companheiro em tom de verdade absoluta. Lembrei da frase, e ri. Mas também porque alguns dias antes já havia escutado exatamente o inverso, que sim as brasileiras eram as mais bonitas. “Ah, você pode dizer Gisele Bundchen como exemplo de brasileira, mas é a descendência alemã”, afirmava com veemência a brasileira.

Mais tarde, durante o jantar com mais algumas brasileiras de origem japonesa e uma garota de Cingapura começamos a comentar sobre a beleza dos alemães e os diferentes tipos em cada país e, não tem jeito, é uma questão de gosto. De gosto e de contraste. Acho que muitas vezes temos tendência a gostar do “exótico”, que nada mais é do que diferente. Aí a noção do que é diferente muda completamente dependendo do referencial. Na Dinamarca, por exemplo, conheci muita gente que acha morenos mais bonitos. Há aqueles que preferem os loiros e assim por diante. Como dizia minha mãe, o que seria do azul se todos gostassem do amarelo?

O mais interessante é que muitas vezes essas conversas sobre beleza são em inglês. Inevitavelmente comecei a notar a diferença da expressão usada neste idioma: “He or she is good looking”. Adorei! Pensa bem, quando você afirma que alguém é “bom de olhar” está falando do que você gosta e não do que o outro é. “Eu gosto de olhar” é diferente de “é bonito ou feio”. Não importa o que é, mas o que eu gosto. Mais uma expressão que eu gosto em inglês! 😉 Claro, há casos inegáveis, como a Gisele Bundchen, quem vai ter coragem de dizer que ela não é bonita? Ou melhor, linda? Mas se colocar no cotidiano, não importa se é feio ou bonito, mas se eu gosto de olhar, o que me atrai.

Beleza também é diferente de charme. Realmente, um se olha e o outro se sente. Charme independe de beleza, mas de estado de espírito e, normalmente, de abertura ao outro. Não sei, mas eu acho charmoso quem te escuta de verdade e tem olhos de atenção e carinho. Pessoas arrogantes demais dificilmente são charmosas, porque o charme está na troca, no olhar e no sorriso, não no egocentrismo. Em minha opinião, essa abertura também está diretamente relacionada à tão aclamada auto-estima. Se alguém tem razoável confiança em quem é e se gosta, não há porque temer se abrir ao outro de verdade, nem tem necessidade de se afirmar o tempo todo e convencer ninguém de suas qualidades. Se somar à consciência de que é impossível agradar a todos, melhor ainda. Estar aberto é diferente de querer agradar sempre.

Felicidade também é um ingrediente infalível para compor o charme. Deve ser daí que vem a noção da beleza dos brasileiros comentada e percebida ao redor do mundo. Como país e como povo, somos realmente felizes, sorridentes e espontâneos, e essa felicidade é admirada. É lindo ver o sorriso que quase todo mundo abre, acompanhada da frase “wow, Brazil, that’s nice!” ou algo do tipo (pelo menos foi o que eu percebi) quando alguém diz que é brasileiro(a). Com a percepção a respeito do crescimento econômico na atualidade, então, podemos aprimorar essa imagem de felicidade com trabalho e resultados, isso será bom! Meu sonho pelo menos.

Beleza não se põe na mesa, mas ninguém come no chão! Agora, se essa mesa é azul ou amarela, grande ou pequena, quadrada ou redonda… ah, aí é uma questão de gosto. Eu vi muita gente bonita por aí! De todos os tipos e de todos os lugares! Nem teria como responder qual o povo mais bonito. De fato, acho que a pergunta realmente não faz sentido. Prefiro pensar em pessoas bonitas e charmosas, independente da nacionalidade. De qualquer forma, nesse ramo, definitivamente não há mesmo verdade absoluta.

Observação: pequena dúvida… como é o ditado? Beleza não se põe na mesa ou Beleza não põe mesa?

Por: Raimundo Borges 25 de Agosto de 2015

No Brasil há um velho adágio popular que diz: «Beleza não põe a mesa». É como se quisesse simplificar outro provérbio de significado mais evidente: «Beleza e formosura não dão pão nem fartura». Seja como for, a beleza não põe a mesa, mas abre o apetite. E foi com apetite implícito e voraz que a jovem, bela, pobre, simples e corajosa Lidiane Rocha aceitou, em 2012, disputar a Prefeitura de Bom Jardim uma semana antes da eleição, no lugar do namorado ricaço, pilhado pela Lei da Ficha Limpa.

Ao contrário do provérbio acima, que nos ensina a não confundir beleza como valores primordiais, Lidiane preferiu usar as vantagens do cargo de prefeita para extravasar. Esqueceu sua origem humilde de vendedora de leite in natura em canjerão para, ironicamente, desviar os recursos federais do leite da merenda escolar e do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica. Ela traiu a confiança do povo e, desgraçadamente, desqualificou o seu voto democrático, certamente dado por impulso, em nome de um ex-candidato ficha suja.

Lidiane até ontem era uma foragida. Enquanto a Câmara de Vereadores de Bom Jardim tenta derrubar uma ordem liminar em que não pode cassar a prefeita, que virou notícia nacional, cujo caso vale como enredo de novela. Uma mulher que se deslumbrou com a dinheirama da prefeitura, criou a própria imagem da ingenuidade e da estupidez. Acha que mexer com o dinheiro público é colocá-lo a serviço de suas ambições, deslumbres e enriquecimento. Desonrou o voto popular, debochou do eleitor e ganhou fama nas redes sociais pelo exibicionismo e ostentação.

Explorou o estilo sex, solta e loira fatal. Perdeu a compostura e o decoro e pode ganhar uma tornozeleira eletrônica. É a prefeita mais procurada do Brasil. Não pelo eleitorado, mas por ser um dos casos emblemáticos da política municipal mal resolvida, que quase sempre acaba em caso de polícia. Enquanto isso, o namorado Beto Rocha, que a ingressou na política para continuar mandando na prefeitura, está preso pelo mesmo crime da “cria” amada. Agora, a Lidiane, celebridade nas redes sociais, é também famosa pelo jeito de driblar a polícia, enquanto busca uma ordem judicial que a livre da cadeia.

Não é fácil, mas também não é impossível a tarefa de os parlamentares e prefeitos do PT maranhense transformarem o partido, de um ninho de cobras a uma confraria de apaziguados. Mesmo sem uma definição encaminhada sobre as eleições de 2016, os petistas, pelo menos, já conseguem escamotear suas divergências e caminhar ruma à união, nunca antes alcançada.

Na dor, a culpa cede lugar ao perdão. Não resta dúvida de que o PT maranhense nunca em sua história precisou tanto de entendimento. Por isso, o vereador Honorato Fernandes, os deputados estaduais Francisca Primo, Zé Inácio e Zé Carlos (federal), Raimundo Monteiro e Fernando Magalhães estão dialogando e buscando fortalecer a legenda, único caminho para impedir o desmanche total.

Com a prefeita Lidiane Rocha fugitiva da polícia (até ontem, pois ela pode ser apresentada a qualquer hora por seus advogados), a administração de Bom Jardim está acéfala. Há suspeita de desvio de R$ 15 milhões na Educação, mas só a polícia e o Tribunal de Contas da União poderão dar o valor exato.

O certo é que, enquanto a prefeita Lidiane corre da polícia, Bom Jardim pena duplamente. A vice-prefeita Maurinete Gralhado não pode assumir porque a titular não foi cassada ou afastada do cargo. Ela pode ficar até 15 dias fora do cargo. O episódio mostra que Lidiane é dura na queda. Por três vezes foi afastada pela Justiça e sempre retornou ao cargo. A loira é bela e fera!

Carina Rabelo Fotos Marcos Magaldi

19/11/08 - 10h00

O que importa é a beleza interior." "Quem ama o feio, bonito lhe parece." "A beleza está nos olhos de quem vê." Bordões como esses tratam a aparência física como algo pessoal, subjetivo e até desnecessário. Mesmo com a intenção de relativizar a importância do belo, o feio é um tabu, até quando se fala da feiúra. É como se a palavra não existisse. No cinema e na tevê, os heróis e mocinhos são atraentes. Nos anúncios, a beleza é fundamental – o feio não vende. Mas se o belo soa como algo abstrato, a feiúra tem contornos muito concretos.

Uma pesquisa divulgada pela publicação American Economic Review intitulada Beauty and the Labour Market (Beleza e Mercado de Trabalho) estima que as pessoas pouco atraentes têm salário de 5% a 10% menor e se casam com quem tem menos dinheiro do que elas. Segundo o estudo, Why Beauty Matters? (Por que a beleza importa?), que analisa o impacto da feiúra na vida das pessoas, os belos têm mais chances de desenvolver habilidades de comunicação e autoestima porque recebem mais atenção desde a infância.

Se antigamente os feios só poderiam lamentar a falta de sorte, hoje, eles têm a lei ao seu lado se forem discriminados. Apesar de não haver uma menção clara na legislação brasileira – apenas em relação à cor, condição social, sexo ou religião -, a Justiça entende que punir uma pessoa pela feiúra pode gerar constrangimento e humilhação. Dois meses atrás, uma loja da C&A em Curitiba (PR) foi condenada a pagar R$ 30 mil de indenização por danos morais a uma funcionária demitida com a justificativa de que "era bonita do pescoço para cima e feia do pescoço para baixo". Também, aos 38 anos, estaria velha para o cargo. O chefe ainda dizia que a atendente deveria se espelhar na outra funcionária, uma "menina novinha e bela".

Afinal, o que é a feiúra? Para a psicóloga Joana de Vilhena Novaes, autora do livro O intolerável peso da feiúra sobre as mulheres e seus corpos (Editora PUC Rio), no Brasil, a ausência de beleza está relacionada ao excesso de peso, principalmente no grupo feminino. "O gordo sempre tem de compensar sendo engraçado, amigo, estudioso e é associado à falta de agilidade e competência", afirma. Outra razão da intolerância à feiúra é a ampla oferta de tratamentos estéticos e cirurgias plásticas para corrigir imperfeições. "É como se as pessoas fossem feias por opção. Seriam desleixadas, indisciplinadas e incapazes de fazer sacrifícios para se tornarem belas", avalia a psicóloga.

Em 2006, estreou nos EUA a série de tevê Ugly Betty (Betty, a Feia), adaptada de um programa homônimo na Colômbia. A série, que aborda o tema da feiúra, suscitou no mesmo ano a campanha Be Ugly (Seja Feio), promovida pela rede de tevê ABC, que estimulava as pessoas a não se preocuparem com a beleza. Não adiantou. "O seriado não mudou a rejeição contra a feiúra porque o tema é retratado como um reforço ao conceito do belo.

A atriz que interpreta a personagem é bonita. A feiúra é apenas na ficção, não na realidade", disse à ISTOÉ o sociólogo canadense Anthony Synnott, autor da pesquisa Ugliness – Visibility and The Invisible Prejudice"(Feiúra – Visibilidade e o Preconceito Invisível), publicada neste mês no Glimpse Journal. Segundo Synnott, os feios estão à margem porque não estão inseridos num grupo, ao contrário dos belos, que se unem numa casta. O curioso é que, historicamente, o feio é o comum e o belo, a raridade. A situação se inverteu. Hoje, a beleza é mais do que um bom dote. É uma exigência, um objetivo a ser conquistado por todos.



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