Qual a importância do carvão e do ferro na 1 Revolução Industrial

A Primeira Revolução Industrial corresponde à primeira fase da Revolução Industrial, período caracterizado pelo grande desenvolvimento tecnológico iniciado na Europa e que, posteriormente, espalhou-se pelo mundo, provocando inúmeras e profundas transformações econômicas e sociais. A Primeira Revolução Industrial iniciou-se por volta de 1760, marcando a transição de um sistema feudal para o sistema capitalista, e durou até meados de 1850, quando, então, iniciou-se a segunda fase da Revolução Industrial.

A Revolução Industrial foi dividida em três fases, baseadas nos avanços tecnológicos alcançados e suas consequentes transformações. São elas:

Primeira Revolução Industrial: de 1760 até meados de 1850;

Segunda Revolução Industrial: entre 1850 e meados de 1945;

Terceira Revolução Industrial: meados de 1950 até os dias atuais.

Para saber mais sobre a Revolução Industrial, como antecedentes históricos, o pioneirismo inglês, entre outras informações, clique aqui: Revolução Industrial.

A Primeira Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, em meados do século XVIII, significou um período de grandes mudanças. Essas mudanças, ao longo dessa fase, estavam limitadas ao domínio inglês. Contudo, ao longo do desenvolvimento de novas tecnologias e aprimoramentos de técnicas, essas transformações espalharam-se pelo mundo todo, sendo, portanto, fundamental para entender a atual configuração da sociedade.

A principal característica dessa fase é a mudança do processo produtivo. Anteriormente, o trabalho era feito por artesãos, mulheres, homens e crianças, que o desenvolvia em suas casas ou em oficinas. Com a Revolução Industrial, esse trabalho passou a ser desenvolvido em fábricas com a utilização de máquinas. Antes, a execução de trabalho que era feita manualmente demandava muito tempo, visto que os trabalhadores precisavam realizar todas as etapas do sistema produtivo.

Com o avanço tecnológico, foi possível desenvolver máquinas capazes de otimizar o tempo, possibilitar a produção em maior escala e, consequentemente, o aumento dos lucros. Nesse período, passa a existir o que conhecemos por “divisão do trabalho”. Cada trabalhador passa, então, a exercer apenas uma etapa da produção e não todas as etapas (da matéria-prima à comercialização), como era feito anteriormente.

Surge também o trabalho assalariado, ou seja, o trabalhador que antes controlava o processo produtivo, passa a ser um funcionário que recebe uma remuneração pela sua produção. Sendo assim, a mão de obra passa a ser vendida, significando o surgimento de novas relações de trabalho.

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Primeira Revolução Industrial na Inglaterra – Pioneirismo Inglês

A Inglaterra foi a pioneira da Revolução Industrial. Mas qual o motivo para isso? O país foi o pioneiro por diversos fatores. Primeiramente, é preciso mencionar o surgimento de uma classe social no território inglês: a burguesia, promovida pela Revolução Inglesa. Os burgueses detinham o capital necessário para investir e, portanto, passaram a financiar a indústria, adquirindo propriedades rurais, matéria-prima e possibilitando a modernização dos meios de produção.

Geograficamente, a Inglaterra era também privilegiada, sendo, dessa forma, um dos fatores mais decisivos para que o país progredisse nesse período. A Inglaterra possuía acesso ao comércio marítimo, facilitando a exploração de novos mercados e aumentando a zona de livre comércio. Ao tornar-se uma grande potência marítima, o país acabou acumulando capital que passou a ser investido nas fábricas.

Outros fatores que também fizeram com que a Revolução Industrial fosse iniciada na Inglaterra foram:

  • A abundância de recursos naturais, como o ferro, lã, carvão.

  • A política dos cercamentos, que mudou a configuração das áreas rurais, introduzindo cercas para a criação pecuária e para a produção de matéria-prima. Essa política provocou um intenso êxodo rural, visto que exigia dos pequenos proprietários títulos das propriedades. Muitos não possuíam e acabavam sendo expulsos de suas terras. A política de cercamentos foi responsável também pela grande disponibilidade de mão de obra e sua consequente desvalorização.

  • As políticas econômicas liberais adotadas passaram a possibilitar o progresso tecnológico e o aumento da produtividade.

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Indústrias da Primeira Revolução Industrial

A principal indústria no período da Primeira Revolução Industrial era têxtil. Nesse período, surgiram diversas indústrias de tecidos de algodão que utilizavam o tear mecanizado. A produção desses tecidos era destinada à exportação, sendo um dos maiores impulsionadores da economia inglesa.

O desenvolvimento tecnológico alcançado nesse momento possibilitou que novas técnicas e maquinários fossem introduzidos na produção têxtil. Assim, foram criadas máquinas, como Spinning Jenny, Spinning frame, Spinning mule e water frame, capazes de tecer fios e aumentar a produção que antes era feita manualmente.

Consequências

A Primeira Revolução Industrial provocou intensas transformações no sistema produtivo. Surgiram as indústrias e um novo modo de produção: a manufatura deu lugar à maquinofatura. Houve aumento da mão de obra e sua consequente desvalorização. Novas relações de trabalho de surgiram mediante a existência de duas classes: a burguesia e o proletariado. Os trabalhadores passaram a exercer funções específicas. Os salários recebidos eram baixos e as cargas horárias extenuantes.

A Inglaterra industrializou-se em um primeiro momento e posteriormente outras nações. A máquina introduzida nas fábricas possibilitaram o aumento da produção em menos tempo, aumento dos lucros e o desenvolvimento da economia. Nessa fase, foram utilizadas as máquinas de fiar nas indústrias têxteis; o tear mecanizado para a produção de tecidos e a máquina a vapor utilizada nas indústrias têxteis, nas usinas de carvão e de ferro, nos meios de transporte, como o navio a vapor e a locomotiva.

Resumo

  • A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra por volta de 1760 até 1850, quando se iniciou a Segunda Revolução Industrial.

  • A Inglaterra foi a pioneira da Revolução Industrial por causa de fatores, como: posição geográfica, acúmulo de capital, política de cercamentos, entre outros.

  • A principal característica da Primeira Revolução Industrial é a substituição da manufatura pela maquinofatura.

  • Surgiram as indústrias, desenvolvendo-se especialmente a indústria têxtil cuja produtividade aumentou devido à inserção das máquinas de fiar, o tear mecânico e a máquina a vapor.

  • Novas relações de trabalho estabeleceram-se. Surge o trabalho assalariado e a divisão do trabalho.

*Crédito de imagem: Everett Historical / Shutterstock ​​​​​​​Por Rafaela Sousa

Graduada em Geografia

Eram galerias subterrâneas exploradas nos séculos 18 e 19 para abastecer a indústria inglesa que estava nascendo. Extraindo cerca de 100 milhões de toneladas de carvão por ano, a Inglaterra trocou o esforço humano por locomotivas, teares e máquinas de fiação, impulsionando a Revolução Industrial. As minas de carvão não são apenas consequência da Era das Máquinas mas também uma causa. Nas primeiras jazidas, usavam-se bombas de água para retirar a água que se acumulava. “Essa tecnologia rudimentar foi adaptada pelo escocês James Watt para os teares, criando seu motor a vapor, que desencadeou a revolução”, diz José Jobson de Andrade Arruda, especialista em história econômica, da Unicamp.

Qual a importância do carvão e do ferro na 1 Revolução Industrial

1) Força animal
Apesar de abastecer as máquinas da Revolução Industrial, as minas contavam com pouca tecnologia. Pôneis e mulas, animais baixos e resistentes, puxavam pequenos vagões cheios de carvão e moviam elevadores. Uma mina de tamanho médio tinha cerca de 50 animais trabalhando

2) Carga explosiva
Para abrir túneis e extrair o carvão da terra, os mineiros usavam dinamite – criada graças à invenção chinesa da pólvora, que chegou à Europa no século 16. Vigas de madeira sustentavam galerias com pouco mais de 1 m de altura. A profundidade total de uma mina chegava a 400 m

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3) Enterrados vivos
Umidade, calor e gases gerados pela queima de lampiões deixavam o ambiente insuportável, colocando a vida dos mineiros em risco. Além disso, erros na dosagem da dinamite ou problemas na estrutura que sustentava as paredes transformavam a mina, com frequência, em sepultura

4) O buraco é mais embaixo
O fosso pelo qual passavam o elevador e a mangueira da bomba que retirava o excesso de água servia como referência espacial. Para ele, convergiam as principais galerias, equipadas com trilhos para o transporte do carvão mineral extraído

5) Despertar violento
Assim como na maioria das fábricas do século 18, os castigos corporais eram frequentes. A função da chibata não era punir, mas manter o trabalhador acordado durante o extenso expediente, que chegava a 14 horas diárias

6) Sobrevivendo no inferno
Quanto mais os mineiros se aprofundavam na terra, mais o termômetro subia. A partir dos 300 m de profundidade, a temperatura subia 1o oC a cada 33 m. O ar intoxicado das galerias provocava uma inflamação nos pulmões que ficou conhecida como “doença negra”

7) Trabalho infantil
Túneis profundos eram mais difíceis de abrir. Nesse caso, fazia-se um pequeno buraco e colocava-se uma criança, de 5 a 7 anos, para escavá-lo. Para recolher o carvão extraído, o pequeno funcionário levava um carrinho amarrado ao pé