A palavra teocentrismo vem do grego theos, que significa Deus, e kentron, que significa centro.
A doutrina ou filosofia teocêntrica consideram Deus como o centro de todo Universo, responsável pela criação do mundo e de todas as coisas nele existentes. A filosofia teocêntrica foi a base da cultura e modo de vida medieval.
Na visão teocêntrica, o direito divino era considerado superior a qualquer tipo de crença ou racionalidade. Qualquer pensamento que não fosse baseado nos preceitos da Bíblia era considerado pecaminoso e incorreto. As ideias científicas e empiristas sofreram grandes críticas por membros da igreja e seguidores do teocentrismo.
Em oposição ao pensamento teocêntrico surgiu a corrente de pensamento antropocentrista, que dá foco ao ser humano, o considerando ser dotado de inteligência e capaz de fazer suas próprias escolhas e mudar o mundo ao seu redor.
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A filosofia teocêntrica apresenta as seguintes características:
- Poder total e absoluto exercido pela religião.
- Deus considerado como centro do universo, criador e responsável por todas as coisas existentes.
- Negação dos pensamentos científicos e da filosofia racional.
Durante a Idade Média, período que foi de 476 a 1492, a visão teocêntrica foi dominante em toda a Europa, pois os reis e monarcas tinham uma forte e direta ligação com a Igreja.
Os reis justificavam seus poderes e gastos como escolha divina, por isso deveriam ocupar posições de liderança e garantir a ordem entre os não escolhidos. A religião era frequentemente utilizada para justificar todo tipo de ação governamental.
Além de exercer influência sobre as monarquias, a Igreja ditava as regras referentes ao comportamento das pessoas, o que deveria ser lido, quais práticas eram consideradas corretas e aceitas.
Todos aqueles que se desviavam dos caminhos e doutrinas teocêntricas eram considerados subversivos, taxados de bruxos, hereges e pecadores.
A influência da Igreja na Idade Média, foi estremecida com o surgimento de pensamentos antropocêntricos e renascentistas. Deus e a Igreja perderam lugar de destaque, as monarquias se enfraqueceram, o direito divino foi questionado e o homem passou a ter destaque, como centros do pensamento, ciências e acontecimentos.
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Ao contrário do teocentrismo, no antropocentrismo, a centralidade está no ser humano. Todo universo passa a ser pensado, avaliado e reavaliado a partir da visão e percepção racional humana.
Boa parte dos cientistas da Idade Média desenvolvia pesquisas com a finalidade de derrubar os conceitos teocêntricos e a influência dessa doutrina nos demais aspectos da vida.
Uma das teorias antropocêntricas mais complexas é a do heliocentrismo de Copérnico, que refuta o modelo geocêntrico ao afirmar que o Sol encontra-se no centro do sistema solar e a Terra, gira em torno dele.
Além do heliocentrismo, no momento de crise e enfraquecimento da Idade Média e da igreja, muitos já nutriam desejos de mudança cultural e econômica. Nesse contexto, tiveram início as grandes navegações, desenvolvimento e fortalecimento do comércio e surgimento da burguesia.
A religião enfrentava a Reforma Protestante de Lutero, que questionava várias ações e comportamentos da Igreja Católica, como a venda de indulgências e títulos eclesiásticos.
Na cultura, a mudança de pensamento e atitude levou ao fortalecimento do renascimento cultural e do humanismo renascentista italiano.
O humanismo italiano surge no século XV, na Itália. O movimento intelectual tem como base o antropocentrismo, o homem no centro das questões científicas, filosóficas, artísticas e culturais.
Durante o renascimento o cientificismo enfrentou um fase de expansão. Cientistas como Copérnico, Galileu, Kepler e Newton formularam diversas teorias, principalmente físicas e matemáticas que confrontavam diretamente os dogmas da Igreja Católica.
As mudanças antropocêntricas e renascentistas, a valorização do homem causaram impactos tão profundos na história, filosofia e modo de vida que ainda hoje, seis séculos depois, características antropocêntricas e humanistas ainda influenciam a vida e convívio social.
Exercício de fixação
UEPA/2014
As crenças de navegadores portugueses e espanhóis dos séculos XV e XVI, inspiradas na teologia medieval, de que o Paraíso estava ao alcance dos homens, embora em lugar ainda desconhecido, estimularam as viagens de “descobertas” que incorporaram o Novo Mundo ao espaço geográfico das terras conhecidas pelos europeus. As pistas desta mentalidade estão em obras filosóficas e literárias da Antiguidade Greco-Romana e de autores humanistas, além de novelas de cavalaria. O conteúdo destas obras fazia parte do patrimônio intelectual europeu de fins da Idade Média e forneceu o quadro mental a partir do qual foram escritas as obras de viajantes europeus que vieram à América no século XVI. A busca do paraíso terrestre, quando da expansão marítima europeia voltada para a descoberta de novas rotas de comércio com o Oriente, significou:
A a ruptura entre a mentalidade medieval e aquela do Renascimento.
B a permanência de elementos da mentalidade medieval no período inicial do Renascimento.
C a confirmação dos relatos bíblicos, que podiam ser constatados com as navegações.
D a correspondência entre as crenças europeias e os mitos indígenas do Novo Mundo.
E o uso da justificativa religiosa para o financiamento das navegações pelas Coroas Ibéricas.
Teocentrismo é a doutrina que considera Deus o centro de todo o Universo e responsável pela criação de tudo o que há nele. Esta filosofia era amplamente defendida na Idade Média e baseada nos preceitos da Bíblia.
Para os teocentristas, o chamado "desejo divino" era considerado superior a qualquer vontade ou racionalidade humana. Desta forma, todo tipo de pensamento que não fosse considerado sagrado era pecaminoso, como o prazer humano, por exemplo.
O teocentrismo medieval considerava a Bíblia cristã e Deus como as únicas verdades de todo o universo. Qualquer tipo de ideia empirista ou científica era fortemente reprimida pela igreja na época, fazendo com que a mentalidade teocêntrica permanecesse forte na população por séculos.
Etimologicamente, teocentrismo é formado a partir do grego theos, que significa "Deus", e kentron, que quer dizer "centro".
Em oposição ao teocentrismo surgiu a doutrina antropocentrista, conceito que ressalta a importância e valor do ser humano no mundo, como um ser dotado de inteligência e capacidade de mudar o meio ao seu redor.
Características do teocentrismo
- A religião exercia um poder absoluto;
- Deus era considerado o centro do Universo e de tudo o que existe nele;
- Pensamentos empíricos e científicos eram reprimidos e tidos como heresias;
- Modelo geocêntrico - Terra como centro do sistema solar;
- Própria de religiões monoteístas - cristianismo, por exemplo.
Teocentrismo e Antropocentrismo
Como dito, durante a Idade Média o teocentrismo era a doutrina que dominava o mundo. A religião e a ideia de que Deus era o centro do Universo exercia uma grande influência na vida da população da época.
Mas, com o surgimento do humanismo renascentista e de outras transformações sociais, filosóficas e históricas que a Europa presenciou a partir do século XVI, nascia a ideia do antropocentrismo (anthropos "humano" e kentron "centro").
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Um dos principais marcos para o desenvolvimento do antropocentrismo foi o Heliocentrismo de Copérnico, que considerava a teoria de que a Terra girava ao redor do Sol, sendo este último o centro do sistema solar.
A teoria de Copérnico (1473 - 1543) se opunha totalmente ao modelo geocêntrico defendido pela Igreja naquele período, que considerava a Terra como o centro do sistema solar.
O heliocentrismo, aliado a crise da Idade Média, da Igreja e o início das grandes navegações marítimas foi muito importante para a mudança da mentalidade da população europeia. Aos poucos, como consequência disso, as pessoas começaram a se questionar mais sobre assuntos relacionados ao ser humano, desenvolvendo e fortalecendo aspectos filosóficos, culturais e artísticos.
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