Vulcao que esta em alerta

Moradores e autoridades da ilha espanhola de La Palma, no arquipélago das Canárias, estão em alerta para o avanço da lava do vulcão Cumbre Vieja.

A intensidade e a direção dos ventos podem levar a fumaça para o interior da ilha, afetando mais moradores e provocando mais destruição.

Seis mil pessoas continuam fora de casa e mais de 800 construções foram consumidas pela erupção, além de estradas e plantações.

A superfície da ilha está se expandido à medida que a lava derretida entra em contato com a água do mar e se solidifica. Imagens de satélite mostram que a geografia da ilha, que tem cerca de 500 metros de largura em forma de semicírculo, já está sedo afetada.

Vulcao que esta em alerta
/ Divulgação/Nasa

A lava do vulcão está a cerca de 1.000 °C e a água do mar a 22 °C. Esse choque térmico gera grandes nuvens de fumaça no ar, além de reações químicas que ocorrem na atmosfera, podendo provocar irritações na pele, nos olhos e problemas respiratórios.

Autoridades espanholas alertaram para que as pessoas respeitem a zona de exclusão de cerca de dois quilômetros em que a fumaça está mais intensa e pediram ainda para que os moradores mantenham as portas e janelas fechadas.

(Publicado por Marina Motomura)

O governo das Ilhas Canárias, arquipélago localizado no noroeste do continente africano, manteve nesta sexta-feira (17) o nível amarelo de alerta para atividades sísmicas no vulcão Cumbre Vieja, localizado na ilha de La Palma.

Segundo o comitê científico do Plano Especial de Proteção Civil e Atenção às Emergências de Risco Vulcânico das Ilhas Canárias (Pevolca), houve uma diminuição na atividade nas últimas horas, mas o cenário pode ser “transitório”.

Por sua localização, possíveis atividades sísmicas mais intensas poderiam, em tese, causar tsunamis ao longo da costa banhada pelo Atlântico – todo o litoral brasileiro e, no caso, em especial o Nordeste.

Segundo o governo das Canárias, o comitê de monitoramento deve permanecer no nível amarelo devido a atividades registradas em pontos com 6 e 8 quilômetros de profundidade, além de tremores mais superficiais.

O governo das Ilhas Canárias não descarta que a população sinta tremores de maiores intensidades em solo, mas essa ainda não é uma realidade.

O nível amarelo é o segundo na escala de quatro estágios de atenção: o verde indica normalidade e estabilidade; o amarelo requer uma atenção às comunicações oficiais de monitoramento.

Já o laranja indica o início de uma evacuação preventiva na região, e o vermelho é o nível máximo de urgência, com evacuação imediata da área.

El comité científico del #PEVOLCA mantiene la alerta pese al descenso de la actividad en Cumbre Vieja, en #LAPALMA

➡️Los expertos insisten en que este escenario puede ser transitorio y no implica una paralización de la reactivación volcánicahttps://t.co/JUUvtGDSM8 pic.twitter.com/vBV5IeCbFp

— 1-1-2 Canarias (@112canarias) September 17, 2021

Porém, a ocorrência de tsunamis causados pelos vulcões das Canárias seria um evento considerado extremamente raro.

Estudos compilados pelo portal meteorológico MetSul apontam, de um lado, que há uma “superestimações dos efeitos” dos tremores que comumente ocorrem em áreas de vulcões.

Em outra análise, feita pelo geólogo brasileiro Mauro Gustavo Reese Filho, o governo brasileiro deveria, por precaução, criar protocolos de evacuação e alerta caso os temores de um tsunami decorrente dos vulcões sejam concretizados algum dia.

Um temido vulcão no Atlântico e que especialistas dizem poderia provocar um grande tsunami do Brasil aos Estados Unidos em caso de colapso numa grande erupção passou a chamar atenção dos cientistas nos últimos dias por um aumento da atividade sísmica. O Plano Especial de Proteção Civil e Atenção às Emergências de Risco Vulcânico das Ilhas Canárias (Pevolca) elevou o nível de alerta de verde para amarelo, o que implica uma ação preventiva diante de um risco moderado de atividade vulcânica em Cumbre Vieja, em Las Palmas.

Vulcao que esta em alerta

Pevolca/Divulgação

O nível amarelo é o segundo dos quatro existentes e quando acionado a população é orientada para que fique atenta a uma mudança na situação, além de se intensificar a vigilância e monitoramento da atividade vulcânica e sísmica.

El Gobierno activa el #PEVOLCA en la zona de Cumbre Vieja #LAPALMA para el seguimiento de la actividad sísmica

Más información ⬇️https://t.co/8jgi7awR4s pic.twitter.com/EBQOdrEKDz

— 1-1-2 Canarias (@112canarias) September 13, 2021

No nível laranja, no terceiro nível, é decretado o alerta máximo para fenômenos que precedem uma erupção iminente para, no vermelho, notificar-se uma emergência de que há uma erupção em andamento.

Actualización actividad volcánica La Palma. El IGN @IGNSpain @IGN_Sismologia ha generado esta imagen de la deformación del suelo. Se ha elevado 6cm en algunas zonas del Suroeste de la isla. Este proceso ya se vivió en El Hierro. Es normal en un proceso de reactivación volcánica. pic.twitter.com/hKr0rShtpG

— Volcanes de Canarias (@VolcansCanarias) September 15, 2021

La Palma experimentou um aumento significativo nos movimentos sísmicos desde sábado, acompanhando a tendência de alta desde 2017 e ganhou maior força desde 2020. Nos últimos dias, além de aumentar o volume de movimentos sísmicos, sua intensidade aumentou com abalos que tiveram magnitude superior a 3. A profundidade dos epicentros também diminuiu,  em média, de 30 para 12 quilômetros. Só ontem foram mais de 100 tremores e um teve profundidade de apenas 4 quilômetros.

A atividade registrada desde sábado é mais intensa. O Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, Involcán, descreveu o movimento como “uma mudança significativa” no vulcão Cumbre Vieja, ligada ao fenômeno conhecido como intrusão magmática, um processo que ocorre dentro da crosta terrestre em que o magma se aproxima da superfície. Os dados de emissão de hélio-3, que determinam a atividade magmática, têm “o maior valor observado nos últimos 30 anos”, de acordo com a avaliação do comitê Pevolca para o monitoramento geoquímico de gases vulcânicos.

Cumbre Vieja divide pesquisadores sobre riscos de tsunami

Um dos cenários hipotéticos em caso de grande erupção e colapso do vulcão Cumbre Vieja é um grande tsunami que afetaria todas as áreas costeiras banhadas pelo Oceano Atlântico, o que inclui todo o litoral do Brasil, do Rio Grande do Sul ao Amapá. Por isso, pesquisadores prestam muita atenção no vulcão de Las Palmas.

Em trabalho publicado pela Universidade Federal do Paraná, Mauro Gustavo Reese Filho observa que o Oceano Atlântico não é famoso pela sua capacidade de gerar tsunamis, mas que o vulcão ativo Cumbre Vieja poderia ser o agente responsável por um evento desta natureza na região. Segundo o pesquisador, a estimativa é que uma próxima erupção poderia desestabilizar a encosta da ilha e gerar um tsunami que percorreria distâncias transatlânticas e que atingiria o praticamente todos os países banhados pelo Oceano Atlântico.

Recuperamos este amplio reportaje de 2018 que recoge posible evolución y escenarios esperables de la actividad en #LaPalma https://t.co/VC2gecqroD

— Volcanes de Canarias (@VolcansCanarias) September 13, 2021

“A partir da modelagem de tal evento, obteve-se a informação que toda a costa brasileira será afetada. A possibilidade de ocorrência deste evento por si só deveria ser razão para a prevenção de todo os tipos de danos na costa brasileira, porém até o momento nada foi feito. A falta de informação é a principal causadora deste problema, pois inclusive no meio geológico muitas pessoas não sabem sobre tal fato”, pondera o autor.

“Toda a população costeira deve ser conscientizada, em especial do Norte e Nordeste do Brasil, pois seriam os principais afetados, e assim evitaríamos danos pessoais. Estudos mais recentes dizem que as chances de ocorrência são remotas e longínquas, no entanto, o estabelecimento de sistemas de alarme que possibilitam a evacuação de áreas é justificável quando se trata de vidas humanas”, advertiu Resse em seu trabalho.

Um outro estudo, este publicado no exterior, afirma que não se deve ter preocupação maior com o vulcão Cumbre Vieja. O trabalho sustenta que colapsos maciços de estratovulcões insulares são fenômenos ”extremamente raros e nenhum ocorreu na história registrada”. O autor afirna que “estudos de modelagem numérica recentes, prevendo a geração de tsunamis a partir do Cumbre Vieja,em La Palma, e o Kilauea, no Havaí, foram baseados em suposições incorretas”. Conforme George Pararas-Carayannis, autor do trabalho, há uma “superestimações dos efeitos” e uma “atenção inadequada da mídia a esses resultados probabilísticos que criaram uma ansiedade desnecessária de que tsunamis podem ser iminentes e podem devastar litorais densamente povoados em locais distantes da fonte nos oceanos Atlântico e Pacífico”.

Qual é o vulcão mais próximo do Brasil?

Vulcão de Nova Iguaçu.

Quais vulcões entraram em erupção recentemente?

O vulcão Wolf, santuário das iguanas-rosadas de Galápagos, localizado na Ilha Isabela, entrou em erupção pela segunda vez em sete anos, informaram autoridades do parque nacional do arquipélago equatoriano nesta sexta-feira (7).

Qual foi o último vulcão que entrou em erupção no mundo?

Um dos remanescentes do mortífero vulcão Krakatoa entrou em erupção na Indonésia neste domingo, lançando uma nuvem de cinzas vulcânicas a mais de 3.000 metros no céu.

Qual o nome do vulcão entra em erupção?

Na Indonésia, o vulcão Semeru, localizado na ilha de Java, entrou em erupção neste sábado (4). A atividade vulcânica intensa matou pelo menos 14 pessoas e feriu outras 56, disseram as autoridades. Cerca de 1.300 residentes foram evacuados dos locais atingidos pela fumaça provocada pela atividade vulcânica.