Existem vários tipos de sangramento possíveis no início da gravidez
O que pode acontecer, Pâmela, é que algumas mulheres têm um sangramento quando o embrião se implanta no útero. Ele pode ser bem discreto ou vir em maior volume, sendo confundido com a menstruação.
Então, caso a pílula não tenha funcionado e você tenha engravidado, o sangue que desceu pode ter sido pela implantação. Existem também outros tipos de sangramento possíveis no início da gravidez.
Por isso, nem sempre o fato de ter sangrado é garantia de que a pílula funcionou. Só mesmo o exame para confirmar se há ou não uma gravidez. Procure um centro de saúde mais próximo de sua casa. Lá, você poderá conversar com um profissional que poderá te ajudar a entender melhor essas questões e providenciar para que faça os exames necessários.
Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde, Coren MG 159621.
Edição: Elis Almeida
“Doutor, a camisinha estourou e 30 minutos depois já tomei a pílula do dia seguinte. Desde ontem, estou tendo um sangramento meio marrom. Isso é um sinal de que a pílula pode ter funcionado?”
Sim, isso pode ser um indício da ação da pílula do dia seguinte. Esse tipo de medicamento tem uma dose elevada de hormônios e, quando a mulher toma, esses níveis aumentam e depois caem. Ao diminuírem, normalmente, eles provocam uma descamação do útero e, portanto, um sangramento.
Além disso, toda vez que acontecer um acidente de percurso como esse, vale ligar para o ginecologista e conversar sobre a necessidade real de utilizar a pílula do dia seguinte. Por exemplo, se a camisinha estourou e o homem não ejaculou ou a mulher estava fora do período fértil, não seria preciso tomá-la.
Quando e como tomar a pílula do dia seguinte?
Para evitar uma possível gravidez, a pílula do dia seguinte deve ser tomada o mais rápido possível (apesar do nome, não é preciso esperar o dia seguinte), pois a sua eficácia diminui de maneira progressiva com o passar do tempo.
Assim, o ideal é que a pílula do dia seguinte seja tomada nas primeiras 12 ou 24 horas após a relação sexual, período que garante maior eficácia, na ordem de 95%. Mas também é possível utilizá-la em até 72 horas (ou três dias) após a relação suspeita. Se tomada depois desse prazo, no quarto ou no quinto dia após a relação, a eficácia diminui bastante e a mulher deve ficar atenta para o risco de gravidez.
Alguns estudos indicam que as taxas de eficácia das pílulas do dia seguinte podem ser um pouco mais baixas para mulheres com sobrepeso ou obesidade.
Conclusão: mesmo quando tomada de forma correta, a pílula do dia seguinte apresenta uma margem de falha e não garante 100% de proteção. Portanto, é aquela velha história: melhor prevenir do que remediar.
Confira:
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De acordo com o Ministério da Saúde, as principais indicações para o uso da pílula do dia seguinte são:
- Deslocamento do diafragma;
- Rompimento do preservativo;
- Esquecimento prolongado do anticonceptivo oral ou atraso do injetável;
- Coito interrompido em que ocorre derrame do sêmen na vagina;
- Cálculo incorreto do período fértil, erro no período de abstinência ou interpretação equivocada da temperatura basal;
- Casos de violência sexual, quando a mulher é privada de escolha e submetida à gravidez indesejada;
- Relação sexual desprotegida sem uso de nenhum método contraceptivo e preservativos (masculino ou feminino).
Quais os outros efeitos colaterais?
A pílula do dia seguinte é um método conhecido por grande parte das mulheres para evitar uma gravidez indesejada. Entretanto, é um método de emergência e seu uso deve ser exceção e nunca a regra.
A pílula do dia seguinte tem de seis a 20 vezes a dose hormonal de uma pílula comum. Sendo assim, utilizá-la com frequência pode acarretar maiores problemas para além do sangramento, como irregularidade menstrual, dores de cabeça, náuseas, vômitos, desconforto no estômago e tonturas.
A recomendação, quando a mulher começa a repetir o uso da pílula do dia seguinte, é procurar um ginecologista que ofereça opções de métodos contraceptivos que deem maior segurança. As pílulas anticoncepcionais convencionais, por exemplo, contêm menores dosagens de hormônios, causam menos efeitos colaterais e são mais eficazes. Também há outras formas de administração, como adesivos, injeções ou implantes para quem costuma esquecer de tomar a pílula.