Quem é o dono do banco central

Economia

Na esfera institucional, os rumos da economia brasileira são decididos por uma série de autarquias, de órgãos e de reguladores em diversos níveis. Porém, existe uma instituição muito importante em nossa economia, o Banco Central, conhecido por Bacen – que possui uma relevância bastante significativa no que diz respeito às políticas econômicas adotadas no Brasil.

Neste contexto, entender as principais funcionalidades e objetivos do Banco Central é um processo que pode ajudar muito no entendimento não só da macroeconomia do país, mas também do cotidiano de todos os brasileiros.

Quer saber os melhores investimentos para o ano de 2022? Confira o nosso tutorial completo sobre investimentos para 2022.

O que é o Banco Central do Brasil (Bacen)?

O Banco Central do Brasil, também conhecido como Bacen ou BCB, é uma autarquia federal (ou seja, uma entidade independente, mas que opera sob supervisão do governo) responsável pela autoridade monetária do Brasil, estando diretamente ligada ao Ministério da Economia, o antigo Ministério da Fazenda.

O Bacen foi criado em 1964 com a  função primordial de desempenhar um papel executivo em relação a tudo o que é discutido no Conselho Monetário Nacional (CMN). Em outras palavras, o Banco Central cumpre e também faz cumprir as disposições que lhe são atribuídas pela legislação e pelo CMN.

Por conta dessa responsabilidade, é comum que essa instituição seja referenciada como “o banco dos bancos”. É a atuação do Bacen que garante a viabilidade do Sistema Financeiro Nacional e estabilidade nas relações econômicas.

Dessa forma, qualquer instituição financeira com atuação no Brasil, por exemplo, depende da autorização do Banco Central para operar, e está diretamente sob supervisão da autarquia.

Essa atuação, de certa forma, limita o poder dos bancos, garantindo que os direitos dos cidadãos sejam e respeitados, além de possibilitar, entre as empresas do setor, a formação de um ambiente de concorrência mais justa.

A fiscalização do sistema financeiro feita pelo Bacen também garante, por exemplo, que alguns serviços como o cartão de débito e compensação de cheques sejam oferecidos sem custos para os cidadãos.

Outras instituições, como as corretoras de valores também precisam da autorização do Bacen para operar no Brasil e são constantemente supervisionadas. Por isso, as operações nessas instituições também são bastante seguras para os seus clientes.

A sede do Banco Central fica em Brasília, mas possui representantes em outras capitais do país.

O que é um Banco Central?

O conceito de banco central vem da ideia de criar uma entidade cuja função principal seja conduzir a política econômica de um determinado país ou grupo de países. Ou seja, o banco central seria o maior responsável por garantir a estabilidade e o poder de compra da moeda que controla.

Além disso, essas instituições também são responsáveis por determinar as políticas monetárias e regular o sistema financeiro dos países onde atuam.

Os bancos centrais podem ser independentes, quando atuam de maneira autônoma sem interferência do governo, ou podem ser dependentes, quando suas ações são controladas pelo Estado.

De qualquer maneira, os bancos centrais estão presentes no mundo inteiro, sendo que o primeiro a ser fundado foi o Banco da Inglaterra (BoE, sigla em inglês) em 1694. Pela história o Banco da Inglaterra é conhecido como “ The Old Lady”, em português, “ A Velha Senhora”.

Apesar de ser o mais antigo, o BoE não é o banco mais poderoso do mundo. Esse cargo fica para o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos.

Entre outros importantes bancos centrais estão:

  • Banco Central Europeu (BCE) – considerado o banco mais independente, o BCE é o responsável por executar as políticas monetárias dos 19 países da zona do euro.
  • Banco Central do Chile (BC) – considerado um exemplo de banco central independente na América Latina
  • Banco Reserva da Nova Zelândia (RBNZ) – o primeiro banco central independente

Missão do Banco Central do Brasil

O principal objetivo do Banco Central do Brasil, é assegurar o poder de compra da moeda nacional e garantir um Sistema Financeiro Nacional (SFN) sólido e eficiente.

Nesse sentido, a autarquia deve administrar a liquidez da economia, incentivar a formação de poupança, formar reservas internacionais sólidas e a níveis saudáveis e promover a qualidade e aperfeiçoamento constante do Sistema Financeiro Nacional, e nesse cenário, infelizmente o mercado negro acaba fragilizando o poder do Bacen, por isso deve ser combatido.

Mas, para conservar o valor da moeda o Banco Central precisa monitorar o nível de inflação na economia. Isso é possível devido ao controle da quantidade de dinheiro em circulação na economia.

A lógica é simples: quanto mais dinheiro em circulação, maior o nível de consumo e menor o valor da moeda.

O aumento no consumo leva um aumento generalizado nos preços, já que o mercado busca mecanismos para equilibrar a oferta e a demanda, portanto, há perda de poder de compra da moeda.

Além disso, o aumento no preço da moeda estrangeira também pode ter impactos nos preços do mercado nacional, no que se refere aos produtos e insumos importados.

Nesse cenário, para fazer o controle da quantidade de moeda na economia, o Bacen usa a política monetária, que se refere às ações do BB com o intuito de interferir no custo do dinheiro (taxa de juros) e o montante de dinheiro em circulação na economia (liquidez).

Além de honrar sua missão principal, o Banco Central também atua de outras maneira no mercado.

O BC oferece, por meio de levantamentos feitos pela própria instituição, informações e dados sobre o mercado, como cotação de moedas estrangeiras, taxa de juros e tarifas bancárias praticadas pelos bancos e demais instituições financeiras.

No que se refere às taxas de Câmbio, o BC oferece serviços de conversão de moedas, cotações e boletins, tabela de moedas, entre outras coisas.

Já em relação a taxa de juros, o usuário pode fazer pesquisas sobre as práticas do mercado de crédito. Estão disponíveis para pessoas físicas dados envolvendo operações  de cartão de crédito, compra de bens e veículos, cheque especial, crédito pessoal, financiamentos, entre outras.

Por fim, quanto às tarifas dos bancos, o BC orienta sobre os serviços que devem ser oferecidos pelos Bancos considerando serviços gratuitos, valores mínimos, máximo e médio para tarifa bancária, dados sobre tarifas, entre outros.

Principais funções do Banco Central do Brasil

Como dito, o Banco Central tem como objetivos principais assegurar a estabilidade e poder de compra da moeda, além de garantir que o Sistema Financeiro Nacional funcione de maneira plena e eficaz.

O Papel da autarquia está ligado, portanto, às políticas monetárias, como controle da inflação e supervisão das instituições financeiras. Nesse sentido, as principais funções do Banco Central são:

1. Banqueiro do governo

É o Banco Central do Brasil quem guarda as contas mais importantes do governo e também quem mantém a reserva nacional de moedas estrangeiras.

Esse gerenciamento dos fundos, por parte do Bacen, é extremamente importante para o controle do orçamento público.

Nesse sentido, o BCB deve desempenhar as seguintes funções:

  • gerenciar as reservas de moedas estrangeiras;
  • controlar a movimentação do orçamento do governo;
  • representar o país internacionalmente;
  • realizar leilões de títulos públicos federais em nome do Tesouro Nacional.

Como banqueiro do governo, o Banco Central também deve conduzir o cumprimento orçamentário do Governo Federal, além de acompanhar as finanças dos estados, municípios, do setor públicos e das demais necessidades de financiamento, chamadas NFSP (Necessidades de Financiamento do Setor Público).

2. Gestor das reservas cambiais

É o Banco Central o responsável pela gestão das reservas cambiais onde se formam as taxas de câmbio. Nesse sentido, a autarquia faz manutenção dos ativos em moedas internacionais com o intuito de assegurar o poder de compra nacional e também garantir um bom desempenho nos que tange às transações internacionais.

O Bacen pode adotar diferentes regimes de câmbio, a saber:

  • Câmbio fixo – nesse caso o preço da moeda internacional é fixado em um determinado valor. Portanto, o valor da moeda não depende das oscilações do mercado.
  • Câmbio flutuante (ou com interferência mínima) – nesse caso, as taxas de câmbio flutuam de acordo com as as movimentações do mercado. Ou seja, o preço da moeda estrangeira se ajusta de acordo com o mercado.

3. Supervisor do sistema financeiro

Essa parte do trabalho do Banco Central está ligada à estabilidade, desenvolvimento e capacidade do Sistema Financeiro Nacional. Para que esses pontos sejam alcançados, é preciso que as instituições financeiras sejam supervisionadas e fiscalizadas.

O BCB também é o responsável por elaborar as regras de funcionamento, com o intuito de tornar o SFN mais sólido. Esse é um ponto é muito importante, sobretudo visando o contexto internacional e aumento de transações.

Nesse sentido, o Bacen realiza algumas atividades, como:

  • Supervisão;
  • Prevenção de atividades cambiais e financeiras ilegais;
  • Emissão de resoluções e normas;

4. Emissor da moeda

o Banco Central do Brasil é o único responsável por emitir papel-moeda nas condições e limites autorizados e determinados pelo CMN.

O BCB deve conduzir os trabalhos que atendam a demanda das atividades econômico-financeira por dinheiro.

Apesar de supervisionar as atividade, o Banco Central não atua totalmente sozinho na parte de produção do dinheiro. Junto dele está a Casa da Moeda do Brasil (CMB). É ela quem fabrica o dinheiro brasileiro.

A parceria é efetivada em forma de contrato, o Bacen  possui contrato com a Casa da Moeda para emissão de cédulas.

Quando novas cédulas são lançadas no mercado, com as moedas comemorativas da Copa do Mundo, por exemplo, o Banco central se une à CMB e consideram os seguintes fatores:

  • Custos;
  • Demanda;
  • Segurança contra falsificação;
  • Valores.

5. Executor das políticas monetárias

Ser o executor de políticas monetárias é uma das funções mais importantes do Banco Central. De maneira simplificada, isso é adaptação dos meios de pagamento e administração do processo de criação da moeda e do crédito.

Nesse sentido, o Bacen pode organizar os pagamentos sem causar desajustes nos preços.

Para controlar a política monetária, o BC possui três instrumentos:

  1. Encaixe legal/compulsório;
  2. Redesconto;
  3. Mercado aberto.

1. Encaixe legal/compulsório

Quanto menor a reserva exigida pelo Banco Central, mais abundante será o dinheiro na economia. Pois, os bancos podem emprestar uma quantia maior. Assim, é realizada uma redução do compulsório na ocasião de políticas monetárias expansionistas.

As políticas monetárias expansionistas podem ter como consequência:

  • Redução do desemprego;
  • Aumento do consumo;
  • Alta da inflação;

Por outro lado, caso as autoridades desejem exercer uma política monetária contracionista, isto também é possível através do redesconto.

Imagine que o Banco Central elevou a taxa do compulsório, antes em 10%, para 20%, isto significa que agora dos seus R$ 100 depositados, R$ 20 deverão permanecer no Bacen, e o banco somente poderá emprestar R$ 80.

Antes estes valores eram, respectivamente, R$ 10 e R$ 90. Ou seja, agora o banco possui menos recursos para emprestar.

Considerando toda a economia brasileira, esta redução de empréstimos traz um grande impacto na quantidade de dinheiro disponível. Esta estratégia faz parte de uma política monetária contracionista.

A política monetária contracionista pode trazer como consequências os seguintes efeitos:

  • Redução da inflação;
  • Redução do consumo;
  • Baixa do PIB;

Esta política traz alguns efeitos não muito desejados no curto prazo, como a redução do PIB.

No entanto, muitas vezes é a única solução possível para vencer uma crise ou uma inflação desenfreada.

2. Redesconto

Um outro instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central é o redesconto.

O redesconto pode, de certa forma, ser encarado como o oposto do compulsório. Isto ocorre pois, enquanto o compulsório diz respeito a dinheiro dos bancos comerciais depositados no Bacen, o redesconto se trata de um empréstimo do Banco Central aos bancos comerciais.

Este empréstimo ocorre quando os bancos precisam de liquidez ou quando as autoridades desejam dar um estímulo na economia.

Ao elevar o redesconto, espera-se um choque com os mesmos efeitos de uma redução do depósito compulsório. Ainda, ou reduzir o redesconto, espera-se efeitos similares ao da elevação do depósito compulsório.

Sendo assim, este é mais um instrumento disponível para o Banco Central regular a oferta de moeda.

Ainda, estes empréstimos aos bancos comerciais podem ser utilizados de forma punitiva. Cobrando juros elevados pela utilização do redesconto, o Bacen faz com que os bancos sejam mais conservadores, e mantenham uma liquidez adequada.

Dessa forma, o sistema financeiro nacional se torna mais seguro e menos exposto a choques.

3. Mercado Aberto

Uma terceira forma que o Bacen pode exercer a sua política monetária é por meio da sua atuação no mercado aberto de títulos, o chamado Open Market.

Os títulos de renda fixa são instrumentos financeiros negociados no mercado.

O Banco Central pode comprar ou vender estes títulos, de acordo com os seus interesses para gerir a oferta de moeda.

Funciona da seguinte forma: Imagine que as autoridades monetárias desejam estimular a economia no curto prazo. Para isso, uma possibilidade adequada é aumentar a quantidade de moeda em circulação no mercado.

Assim, o Banco Central atua comprando títulos no mercado aberto. Ao comprar estes títulos, eles são incorporados ao balanço do Banco, enquanto que os que detinham os títulos recebem o pagamento em dinheiro em troca. Este dinheiro é, por definição, mais líquido que os títulos.

Por isso, a economia tende a ganhar um maior estímulo no curto prazo com esta ação. Da mesma forma, o governo pode se utilizar do mercado de títulos para diminuir a quantidade de moeda em circulação.

Para isso, basta realizar a ação oposta à citada anteriormente. Ou seja, vender títulos no mercado aberto. Ao vender os títulos, o Banco Central retira o dinheiro líquido da economia para incorporá-lo no seu balanço, enquanto os compradores dos títulos ficarão com estes ativos que são menos líquidos do que o dinheiro.

Assim, é esperada uma redução da quantidade de moeda em circulação na economia.

5. Executor das políticas cambiais

O Banco Central atua na manutenção do funcionamento do mercado de Câmbio, estabilidade consoante das taxas de câmbio e equilíbrio da balança de pagamento.

Nesse sentido, a autarquia pode, entre outras coisas:

  • Comprar e vender moedas estrangeiras e ouro;
  • Fazer operações de crédito fora do Brasil;
  • Gerir as reservas cambiais;
  • Promover a contratação de empréstimos;
  • Acompanhar e controlar os movimentos de dinheiro, incluindo capitais provenientes de acordos com entidades internacionais;
  • Fazer negócios, em nome do governo, com instituições e órgãos financeiros internacionais, como o Fundo Monetário Internacional – FMI.

6. Banco dos bancos

Você talvez se pergunte o motivo deste órgão ser chamado assim. A resposta é bastante intuitiva. Basta pensar em qual é o papel chave desempenhado pelos bancos.

Os bancos captam recursos em uma ponta, e emprestam recursos em outra. Pois bem, o Banco Central é conhecido como o “banco dos bancos” pois ele pode captar recursos dos bancos, da mesma forma que pode emprestar recursos a eles. Inclusive, isto pode ser utilizado como uma ferramenta de política monetária.

O compulsório funciona da seguinte forma. Ele é um percentual exigido pelo Banco Central que os bancos comuns mantenham como reserva depositado no Bacen.

Por exemplo, suponha que você tenha realizado um depósito de R$ 100 no banco. Este dinheiro, na realidade, não é mantido no banco, mas sim utilizado para ele realizar suas operações, como os empréstimos.

Porém, o Banco Central não permite que o banco empreste todo o dinheiro depositado. Pois, se isto ocorresse, o banco ficaria com poucos recursos em caixa, e poderia sofrer problemas em caso de uma crise ou de uma maior demanda por saques.

Por isso, o Bacen exige que uma reserva seja mantida com ele, esta chamada de compulsório. Caso o compulsório seja de 10%, o banco irá precisar manter R$ 100 depositados no Banco Central.

Atividades de competência exclusiva do Bacen

Como vimos, o Banco Central exerce funções primordiais para o funcionamento da economia brasileira.

Essas funções garantem que o Sistema Financeiro Nacional funcione de maneira ordenada e competente. Elas também garantem que haja equilíbrio entre o mercado nacional e o internacional.

O Banco Central é a ponte entre a economia brasileira e os órgãos financeiros internacionais. Nesse sentido, além de cuidar da economia nacional, as decisões da autarquia também devem estar de acordo com as necessidades do Bancos Centrais de outro países.

Para que isso funcione de maneira ajusta, a atuação do Bacen deve ser exclusiva, e estar alinhada com parâmetros definidos pelo governo para a economia nacional.

Nesse sentido, algumas atividades são de exclusivamente competências do Banco Central, incluindo:

  • Operações de compra e venda de títulos públicos como instrumento de política monetária;
  • Coordenação de políticas monetárias, de crédito, orçamentária, fiscal e da dívida pública interna e externa;
  • Autorização e fiscalização das instituições financeiras no Brasil. Inclusive o Banco Central pode punir (quando necessário) essas instituições de acordo com penas previstas;
  • Execução dos serviços do meio circulante;
  • Emissão de moeda;
  • Recebimento de compulsórios do bancos comerciais e depósitos voluntários das empresas financeiras que operam em território nacional;
  • Controle de fluxo de capital estrangeiro;

Essa atividades são competência restritas do Banco Central, portanto nenhuma outra entidade está autorizada a exercer nenhuma delas.

Estrutura do Banco Central

A estrutura do Banco Central é composta por unidades centrais, regionais e especiais distribuídas no país. A gestão de todas essas unidades é de responsabilidade do presidente e dos diretores da autarquia.

Órgãos e áreas do Banco Central

Com diversas unidades regionais distribuídas pelo território nacional, o bom funcionamento do Banco Central exige que as atividades entre todas elas estejam alinhadas.

Nesse sentido, a autarquia conta com o apoio da Secretaria Executiva da Diretoria (SECRE). A SECRE fornece assessoria adequada para os diretores, garantindo eficiência nas  troca de informações entre eles, acelerando os processos de tomadas de decisões e transmitindo a comunicação de temas interessantes para o BC.

A SECRE é  formada pela Secretaria para Assuntos Administrativos, Secretaria para Assuntos da Diretoria e do Conselho Monetário Nacional, Secretaria para Assuntos Parlamentares e Secretaria de Relações Institucionais.

As unidades regionais (Delegacias Regionais) são representações do Banco Central do Brasil espalhadas por algumas capitais nacionais. Elas têm como objetivo assegurar maior agilidade e eficiência às decisões e atendimento ao público que procura o Bacen para tirar dúvidas.

Unidades do Banco Central

As unidades do Banco Central estão localizadas nas seguintes capitais:

  • Brasília (sede)
  • Belém
  • Belo Horizonte
  • Curitiba
  • Fortaleza
  • Porto Alegre
  • Recife
  • Salvador
  • São Paulo
  • Rio de Janeiro

Diretores do Banco Central

A diretoria do Bacen é um órgão de deliberação. Ela é composta pelo presidente e pelos diretores do Banco Central.

Por ser uma autarquia, o Presidente da República indica os nomes que deverão ocupar os cargos de presidente e diretores do Banco Central, que deverão ser, posteriormente, aprovados pelo Senado Federal.

Esses diretores são os responsáveis pelas seguintes questões:

  • Administração;
  • Fiscalização;
  • Assuntos internacionais;
  • Normais e organização do Sistema Financeiro;
  • Política econômica;
  • Política monetária.

Servidores do Banco Central

Com exceção dos cargos especiais, indicados pelo Presidente, os demais servidores do Banco Central são selecionados com base em concursos públicos realizados pela autarquia.

A remuneração é uma das mais atraentes do mercado, portanto, passar em um concurso e trabalhar no Banco Central é o sonho de muita gente.

Os cargos no BC se dividem basicamente em três carreiras:

  • Técnico do Banco Central do Brasil;
  • Analista do Banco Central do Brasil;
  • Procurador do Banco Central do Brasil.

Já as remunerações iniciais variam entre um pouco mais de R$6 mil e R$ 19 mil.

Conselho monetário nacional (CMN) e o Banco Central

A diferença entre CMN e Bacen está na atuação. CMN é a sigla de Conselho Monetário Nacional. O CMN é um órgão responsável por criar e regulamentar as normas e diretrizes de funcionamento do Sistema Financeiro Nacional, atuando em conjunto com o Bacen e definindo as regras que todas as instituições financeiras do Brasil devem seguir.

Já o Bacen possui o objetivo de executar e fiscalizar essas regras, garantindo que as instituições financeiras atuem de acordo com o estabelecido.

História do Banco Central do Brasil

Até 1945 todas as funções de autoridade monetária eram desempenhadas pelo Banco Brasil. Como as funções do banco eram limitadas, não existia nenhuma instituição no Brasil que pudesse atuar efetivamente no controle da oferta de moeda na economia nacional.

Nesse cenário, surgiu em 2 de fevereiro de 1945, durante o Governo Vargas, a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc).

A Sumoc recebeu imediatamente as funções de controlar o agitado mercado financeiro, além de afastar a possibilidade de hiperinflação que ameaçava  a economia e preparar o campo para a criação de um Banco Central.

Inicialmente, a superintendência era responsável por diversas funções que hoje são do Banco Central. Era a Sumoc quem fixava os percentuais de reservas obrigatórias dos bancos, a taxa de redesconto e de assistência financeira de liquidez e também os juros sobre depósitos, bancários.

Além disso, a Sumoc também atuava na regulamentação e supervisão dos bancos, o que fazia da superintendência o “banco dos bancos”.

Também era responsabilidade da Sumoc orientar políticas cambiais e representar o Brasil diante de órgãos internacionais.

Porém, alguma das funções que hoje são do Banco Central, ainda continuavam sob responsabilidade do Banco do Brasil.

A instituição desenhava o papel papel de banqueiro do governo e controlava as operações no exterior, recebimento de depósitos compulsório e voluntário dos bancos.

Além disso, o Banco do Brasil também era responsável por executar operações de câmbio para empresas públicas e o Tesouro Nacional, seguindo normas estabelecidas pela Sumoc e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e Industrial.

A emissão de papel-moeda era responsabilidade do Tesouro Nacional.

Contudo, em 1964 foi criado o Banco Central. As atividades da autarquia começaram em 1965.

Em 1985 foi realizado o reordenamento financeiro do governo e  as atividades do Banco Central, do Banco do Brasil e do Tesouro Nacional foram separadas.

O processo de reordenamento durou três anos, se entendendo até 1988. Nesse período as funções de autoridade monetária foram, progressivamente, sendo transferidas do Banco do Brasil para o Bacen.

Enquanto isso, as atividades atípicas que antes eram exercidas pelo BC, como administração da dívida pública, foram transferidas para o Tesouro Nacional.

A constituição de 1988, definiu regras importantes para o Banco Central, incluindo o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e vedação e veto ao Banco Central no que tange a concessão de empréstimos ao Tesouro Nacional, de maneira indireta ou indireta.

Além disso, a constituição de 1988 exige aprovação prévia do Senado Federal dos nomes indicados pelo Presidente para compor os cargos de presidente e diretores o BC.

Esses pontos nos fazem questionar sobre a independência do Banco Central.

O Banco Central e o Comitê de Políticas Monetárias (COPOM)

O Banco Central é muito conhecido também pela reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). O Copom é o responsável por definir a taxa meta da Selic, que serve como referência para os financiamentos em todo o país.

A meta Selic possui uma grande influência nos rumos de uma economia. A taxa de juros, na prática, define o custo de um financiamento, ou quanto rende uma determinada aplicação.

A importância da taxa de juros

Por exemplo, suponha que a taxa de juros seja de 10% ao ano, isto significa que R$ 100 aplicados renderão, ao final de um ano, R$ 110.

Da mesma forma, se uma empresa deseja captar um empréstimo para viabilizar um projeto ela também precisa avaliar a taxa de juros.

Suponha que a empresa precise captar um total de R$ 1 milhão para construir uma nova fábrica. E, para isso, ela vai obter um financiamento na taxa 10% ao ano durante 4 anos. Ao final destes 4 anos, a empresa estará devendo um saldo de R$ 1,46 milhão.

Portanto, esta nova fábrica tem que ter um retorno financeiro superior a este valor para ser um projeto viável.

Agora suponha que a taxa a qual a empresa vá captar os seus empréstimos seja de apenas 5%, nesse caso o valor total devido no vencimento seria reduzido para 1,21 milhão.

E se a taxa fosse de 20% ao ano, qual seria o valor devido? Seria um total de 2,07 milhões.

Portanto, fica claro como a taxa de juros afeta diretamente os custos financeiros de uma empresa. Quanto menor a taxa, mais barato fica captar recursos, sendo assim, mais projetos e empregos podem ser criados.

Por outro lado, uma taxa de juros muito baixa, em uma economia subdesenvolvida, pode causar inflação.

Este é o dilema que o Copom se depara ao determinar a taxa Selic meta. O seu objetivo é propiciar o desenvolvimento do país sem causar uma inflação que possa prejudicar a economia nacional.

Compreender os vieses e saber prever a taxa Selicfutura ajuda um investidor a obter sucesso na sua estratégia de investimentos.

Obviamente, esta não é uma tarefa trivial, e exige um conhecimento acima da média e um acompanhamento de perto do mercado.

Para investir com maior conhecimento sobre o futuro da taxa de juros, você pode contar com a ajuda da Suno Research. Através da assinatura premium você tem direito a relatórios exclusivos e a carteiras recomendadas de ações e também de fundos imobiliários.

Bacen nos investimentos: qual o seu papel?

O Banco Central tem o papel de fiscalizar as instituições financeiras para que elas atuem de acordo com as normas vigentes e garantir que todas as pessoas que se relacionam com ela estejam lhe dando com instituições que estão cumprindo essas regras.

Além disso, em relação ao investimento ele mostra as diretrizes que serão tomadas pelo Brasil para a manutenção da sua moeda e do poder de compra da população, oferecendo o boletim Focus, que é um relatório mostrando projeções de mercado.

Dessa forma, boa parte do mercado financeiro se baseia nas premissas desse boletim e toma suas decisões a partir dele, impactando diretamente na taxa de juros, na maneira que as instituições se posicionam, no crédito e em vários outros aspectos do sistema financeiro

Importância do Banco Central para a economia brasileira

O Banco Central tem autonomia para supervisionar e punir as Instituições Financeiras no Brasil, além de autorizar, com isso, o funcionamento das mesmas no território nacional.

Além disso, o Banco Central estabelece, também, as condições para o exercício de qualquer cargo de direção nas Instituições Financeiras.

Não bastasse, ele também monitora todo o mercado de crédito do Brasil, processo esse que engloba as taxas de juros praticadas e as condições e prazos dos financiamentos, por exemplo.

Ainda, o Banco Central do Brasil é o responsável, também, por emitir papel-moeda nas condições e limites autorizados e determinados pelo CMN.

Não poderia deixar de ser mencionado que, por intermédio do Comitê de Política Monetária (Copom), essa instituição determina, também, a meta da taxa de juros para as operações de um dia com títulos públicos interbancários.

Não bastasse, ele executa, também dentro de suas atribuições, as políticas monetárias e cambiais.

Por isso, o Bacen é tão importante para a economia brasileira, afinal de contas todas essas atribuições são cruciais para o funcionamento de qualquer economia.

Sem o BC não haveria controle do fluxo de dinheiro na economia, o que causaria grande impacto direto no consumo e produção nacional.

Além disso, sem atuação do Banco Central, poderia haver desequilíbrio nos preços da moedas estrangeiras, gerando impactos no poder de compra da população brasileira e desajustes no balanço comercial.

Por fim, mas não menos importante, sem a presença do BC, que atua como “banco dos bancos”, Sistema Financeiro ficaria comprometido. Afinal, é o Banco Central, que autoriza, regula e fiscaliza a atuação dos bancos e demais instituições financeiras, proporcionando um sistema eficiente e equilibrado.

A atuação do banco nesse sentido, também garante um ambiente de concorrência mais justo.

Por conta disso, todo cidadão deveria conhecer a acompanhar a atuação do Banco Central. E todo investidor ou pessoa que se interesse pelo mercado financeiro e de capitais deveria se atentar de maneira representativa ao Bacen.

Perguntas Frequentes sobre Banco Central

O que é o SCR do Banco Central?

O SCR, Sistema de Informações de Crédito do Bacen, é um canal de registro e consulta de informação sobre operações de crédito, avais, limites de crédito e fianças concedidas por instituições financeiras.

Qual o telefone do Banco Central?

O telefone do Banco do Central do Brasil é o 145. Você pode ligar para esse número para tratar questões relacionadas ao órgão, o custo da ligação é o mesmo de ligação local.

Como falar com o Bacen?

Para falar com o banco Central você pode ligar para o telefone 145, com o custo de uma ligação local, ou acessar a página “Fale Conosco” da autarquia. Além disso, você também pode procurar atendimento presencial em unidade regional mais próxima de você ou baixar o aplicativo BC +  Perto disponível na App Store e Google Play Store.

Quem é o presidente do Banco Central?

Atualmente o Presidente do Banco Central é o economista Roberto Campos Neto, que tomou posse do cargo em 28/02/2019.

Bibliografia

//www.bcb.gov.br/

//www.bcb.gov.br/controleinflacao/copom

Quem controla o Banco Central do Brasil?

O Banco Central do Brasil (BCB) é uma autarquia federal vinculada, mas não subordinada, ao Ministério da Economia.

Quem são os donos dos bancos centrais?

O Banco Central no Brasil é uma autarquia do governo federal que detém o monopólio da emissão de moeda. Na maioria dos países desenvolvidos o Banco Central é de propriedade privada. Mas, no Brasil e em outros países com desenvolvimento tardio o Banco Central é público.

Quem criou o Banco Central?

Naquele ano, o governo do presidente Getúlio Vargas cria, em 2 de fevereiro, por meio do Decreto nº 7.293, a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), que recebeu as funções imediatas de exercer o controle sobre o conturbado mercado financeiro e de combater a inflação que ameaçava o país, bem como preparar o ...

Quem define presidente Banco Central?

A Lei nº 6.045, de 15/5/1974, altera a composição da Diretoria para 6 membros (1 presidente e 5 diretores) e os diretores do Banco Central passam a ser nomeados pelo Presidente da República; além disto, deixam de ser membros do Conselho Monetário Nacional, participando das reuniões do CMN sem direito a voto. II.

Toplist

Última postagem

Tag