Para alguns leigos no assunto, o processo de desenvolvimento dos primeiros núcleos urbanos no Brasil somente aconteceu com a anterior ocupação do espaço rural brasileiro. Contudo, apesar de sermos marcados por uma economia agroexportadora, percebemos historicamente que a formação dos núcleos urbanos foi o primeiro modelo de ocupação do espaço colonial.
Essa característica tem muito a ver com a função que as cidades tinham para o projeto de dominação colonial implantado pelos lusitanos. A cidade servia, fundamentalmente, como um centro irradiador da cultura europeia. Ao mesmo tempo, deveria oferecer o suporte necessário para que as instituições políticas e militares portuguesas pudessem melhor orientar o controle dos territórios explorados.
Tomada essa primeira característica, notamos que os primeiros núcleos de ocupação urbana se concentraram nas regiões litorâneas. Essa escolha visava facilitar o escoamento dos produtos e riquezas que eram exportadas para o Velho Mundo. Com o passar do tempo, graças à ação dos jesuítas e a descoberta de metais preciosos, notamos que outras cidades passaram também a se estabelecer pelo interior.
Ao contrário dos espanhóis, que se preocupavam em reproduzir os meios de ocupação do espaço da metrópole na colônia, os portugueses optaram por um processo de urbanização de pouca intervenção. Com isso, percebemos que várias cidades coloniais obedecem ao relevo natural, provocando um traçado desordenado que se estendia de acordo com as necessidades imediatas de uso do espaço.
Contrastando com a imagem desalinhada, devemos destacar que as cidades desse período aglomeravam as instituições que deveriam garantir o estabelecimento dos interesses metropolitanos. As igrejas, as fortificações, os centros administrativos e os redutos militares ocupavam uma posição de destaque, pois reafirmavam a presença e o domínio lusitano.
No século XVIII, conforme anteriormente citado, vemos que o espaço colonial brasileiro já contava com algumas cidades detentoras de um grande número de habitantes. Pelos fins desse período, cidades como Salvador e Rio de Janeiro já abrigavam populações superiores à faixa dos 40.000 habitantes. Na região nordeste, locais como São Luis e Recife ultrapassavam a marca dos 20.000 moradores.
A desordem que caracteriza os núcleos urbanos coloniais explica muito das péssimas condições de higiene da época e tem relação com outros problemas urbanos da atualidade. Somente no século XIX, percebemos que outros modelos de ocupação e ordenamento das cidades viriam a modernizar este quadro. Atualmente, muitas dessas cidades coloniais integram o patrimônio histórico e cultural da nossa nação.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
As áreas de grande concentração populacional são ditas ecúmenas. São áreas de atração, seja por um fator físico (calor, solo rico) ou econômico (área urbana industrializada e com setor terciário desenvolvido). As áreas consideradas anecúmenas são aquelas pouco ocupadas, de difícil sobrevivência, onde predomina o fator físico (frio demasiado, regiões desérticas, florestas, montanhas, entre outras). São também conhecidas como
vazios demográficos.
Nova York - exemplo de área ecúmena
Deserto do Saara - exemplo de área anecúmena
O planeta Terra não é bem distribuído em termos de população. O litoral dos países são regiões de grande concentração populacional, salvo alguma exceção. A região mais populosa do mundo é o sudeste asiático, com mais de um terço da população total do planeta.
Praia chinesa - evidência de superpopulação
No entanto, é na Europa Ocidental que estão as grandes densidades demográficas.
População absoluta
Países mais populosos | Países menos populosos |
CHINA: 1,357 bilhão (2013) | KUWAIT: 3,369 milhão (2013) |
ÍNDIA: 1,252 bilhão (2013) | ESTÔNIA: 1,325 milhão (2013) |
EUA: 318,9 milhão (2014) | ILHAS MAURÍCIO: 1,296 milhão (2013) |
INDONESIA: 249,9 milhão (2013) | BELIZE: 331.900 (2013) |
BRASIL: 200,4 milhão (2013) | POLINÉSIA: 276.831 (2013) |
78% da população mundial vive em países subdesenvolvidos; 22% da população mundial vive em países ricos.
Crescimento da população mundial
Concentração populacional no Brasil e no mundo
No mundo
1º Extremo oriente – sudeste asiático
2ª Europa centro-ocidental
3º Leste
dos EUA
Na América
- No continente americano, os mais populosos são: EUA, Brasil, México.
- Na América Latina, os mais populosos são: Brasil, México, Argentina.
- Na América do Sul, os mais populosos são: Brasil, Argentina, Colômbia
No Brasil
A população brasileira está distribuída de maneira irregular pelo território. O Brasil é um país populoso, pouco povoado, cuja população concentra-se numa faixa que vai do litoral (leste) a 700 km em direção oeste (interior). Isto se deve a questões históricas de colonização europeia.
Estados mais populosos: SP e MG
Estados menos populosos: RR e AP
Estados mais povoados: RJ e SP
Estados menos povoados: RR e TO
Crescimento populacional
A população de um país pode crescer de duas maneiras: através do crescimento vegetativo e através do fluxo migratório.
- Crescimento vegetativo ou natural é a diferença entre taxa de natalidade e taxa de mortalidade.
Exemplo crescimento vegetativo no Brasil
- Fluxo migratório é uma referência genérica ao movimento de entrada (imigração) e saída de pessoas (emigração).
Mapa de fluxo migratório no Brasil a partir de 1950
Como referenciar: "Concentração populacional" em Só Geografia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2007-2022. Consultado em 16/08/2022 às 05:36. Disponível na Internet em //www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaHumana/Populacao/populacao1.php