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Você sabe quando deve usar as palavras “há”, “a” ou “à”? Na Língua Portuguesa, as três estão corretas, mas devem ser usadas em situações diferentes. “Há” é a forma conjugada do verbo haver na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo. “À” é a contração da preposição “a” com o artigo definido feminino “a” (a+a=à). Já “a” é apenas uma preposição. Veja:
Há
Quando o verbo haver tem o significado de existir, torna-se
verbo impessoal, devendo ser conjugado apenas na 3ª pessoa do singular.
– Há um restaurante delicioso naquela praça.
– Há pessoas demais naquela fila.
Quando falamos do passado, no sentido de tem ou faz.
– Eu me formei há 10 anos e ainda estou aqui.
– Há meia hora que estou te esperando.
À
Usamos “à” quando estamos nos referindo ao lugar.
– Irei à faculdade hoje pois tenho prova.
– Todos os trabalhadores foram à reunião após o
expediente.
Quando nos referimos ao objeto indireto ou complemento nominal.
– Eu disse à supervisora que não saberia fazer o serviço.
– Ele não chegará à sua casa à hora marcada.
Vale lembrar que a contração “à” antecede sempre uma palavra feminina. A junção da preposição “a” ao artigo “o”, torna-se “ao” (a+o=ao).
– Vou chegar ao trabalho atrasada hoje.
A
Sempre que indicamos tempo futuro, usamos a preposição “a” sem contração com o artigo definido feminino
“a”, ou seja, sem crase.
– Daqui a 10 minutos chego aí.
– Vou te encontrar na sede daqui a pouco.
Texto: Mayara Castro/Jornalista na Netshare Marketing Criativo
Entre todos aqueles assuntos relacionados à gramática dos quais já temos conhecimento, há também um de fundamental importância, que aparece sempre no momento em que escrevemos. Já adivinhou?
É da crase que estamos falando, representada por aquele sinalzinho que se parece com o acento agudo, mas só que ao contrário, lembra-se?
Agora que você já descobriu, é bom que saiba que esse sinal recebe um nome – é chamado de acento grave, e faz parte daquele conjunto de acentos gráficos, como, por exemplo, o til, o acento circunflexo, agudo, entre outros. Dessa forma, nunca confunda acento grave com a crase, pois a crase é a fusão, o encontro de duas vogais idênticas, e o que determina a existência dela é exatamente o acento. Esse encontro pode se dar entre a preposição “a” e o artigo definido “a”, que forma “à”, como também pode ocorrer entre o artigo definido “a” e alguns pronomes demonstrativos, tais como:
a + aquele = àquele – Eu irei àquele bosque.
a + aquela = àquela – Ontem, fomos àquela praça para tomarmos um delicioso sorvete.
a + aquilo = àquilo – Preste atenção àquilo, parece um objeto estranho.
Mas, afinal, quando devemos utilizar a crase? Ou será que em determinadas situações seu uso não é recomendável? Saiba que existem, sim, casos específicos que exigem o uso da crase, e outros em que não podemos utilizá-la.
Sendo assim, para que possamos ficar bem informados sobre esse assunto, e principalmente para sabermos utilizar a crase de forma correta, vão aí algumas dicas sensacionais:
Casos em que devemos utilizá-la:
* Em situações nas quais houver um termo que exigir dois elementos básicos: a preposição “a” + o artigo feminino “a”. Perceba os exemplos:
Refiro-me à professora querida.
Quando fazemos referência, fazemos a alguém, e professora é uma palavra feminina. Compreendeu agora?
Mas será que existem outras formas para descobrirmos se a crase existe ou não? Preste atenção, pois essa dica também é infalível:
É só substituirmos a palavra
feminina por uma masculina. Caso ocorra nessa substituição a combinação do artigo “a” + o artigo “a”, que forma “ao”, pronto! Já desvendou o mistério: a crase existe!
Observe:
A homenagem foi feita à professora.
A homenagem foi feita ao professor.
* Antes de nomes geográficos. Constate alguns exemplos:
Iremos à Bahia.
Nesse caso, uma boa dica é você substituir o verbo da frase por “voltar”. Caso o resultado seja “voltar da”, a crase é necessária. Veja:
Voltamos da Bahia. Agora veja este outro caso:
Viajaremos a Roma.
Voltaremos de Roma. Se o resultado for “voltar de”, não use a crase.
* Este outro caso assemelha-se ao primeiro, ou seja, diante dos pronomes demonstrativos em que houve necessidade do emprego da preposição, a crase também estará lá. Vamos a alguns exemplos?
Oferecemos ajuda àquelas pessoas idosas.
Sempre quando oferecemos ajuda, oferecemos a alguém, por isso o uso da preposição é necessário.
Entregamos os brinquedos àquelas crianças da creche.
* Antes de locuções femininas, como estas aqui representadas:
às vezes, à noite, à tarde, às pressas, à procura de, à medida que, à espera de, entre outras. Perceba alguns exemplos:
Estou à espera das próximas férias, pois farei uma viagem inesquecível.
À tarde faremos um passeio maravilhoso.
Casos em que não devemos utilizar a crase:
* Antes de palavras masculinas. Perceba:
Na fazenda, nossa melhor diversão é andar a cavalo.
Espere, não vá a pé, pois é muito longe.
* Antes de verbos que estão no infinitivo, ou seja, na sua forma original. Verifique:
De repente, começou a chover.
Quando chegamos, papai estava a cantar com seus amigos.
* Antes de palavras escritas no plural. Veja:
Costumo ir a festas de aniversário dos meus amigos.
* Antes de numeral:
O número de convidados para a festa já chega a duzentos.
Mas atenção! Se o número indicar horas, temos uma locução adverbial. Nesse caso, devemos utilizar a crase. Perceba o exemplo:
A surpresa que preparamos para mamãe será às vinte horas.
* Antes da palavra “casa”:
Meus amigos retornaram a casa ontem.
Aqui, não temos ideia de qual casa seja, por isso não se utiliza a crase. Caso a palavra casa estiver determinada, a crase está confirmada. Veja:
Em breve, voltaremos à casa de meus avós. A casa agora está determinada (de meus avós).
* Antes de pronomes que exigem o uso do artigo:
Todos os presentes foram entregues a mim.
Daremos a notícia a ela.
Vovô é pessoa a quem dedico essa homenagem.
Aproveite para conferir as nossas videoaulas relacionadas ao assunto: