Qual o papel das cidades globais no processo de globalização?

1. Introdução

O surgimento, evolução e configuração das cidades globais (global cities) como fenômeno contemporâneo têm sido muito discutidos no campo da geografia econômica e nos estudos urbanos (Goerzen, Asmussen & Nielsen, 2013). Nos últimos anos, no entanto, a expressão cidade global tem aparecido na literatura de negócios internacionais ainda de maneira superficial em comparação com outras áreas de pesquisa (Nachum, 2003; Nachum & Wymbs, 2005; 2007). Embora ainda incipientes, os estudos têm apontado caminhos promissores no desenvolvimento de pesquisas, sobretudo no que se refere às decisões de localização do investimento direto estrangeiro em nível subnacional (Chadee, Qiu & Rose, 2003; Chan, Makino & Isobe, 2010; Chen, Li & Shapiro, 2012) e também no que concerne aos efeitos das características de regiões subnacionais sobre a performance de subsidiárias internacionais (Ma, Tong & Fitza, 2013; Nguyen, Le & Bryant, 2013).

Em outro sentido, a própria emergência em se buscar novos aportes teóricos, conforme diversos autores da área apontaram (Kostova, Roth & Dacin, 2008; Johanson & Vahlne, 2009; Contractor, 2007; Hennart, 2012; Cantwell, Dunning & Lundan, 2010), coloca as cidades globais como tema de vanguarda na produção acadêmica de negócios internacionais.

A conjuntura contemporânea econômica e social promove na academia a discussão sobre cidades globais também como tendência, despertando a atenção de pesquisadores das mais diferentes áreas sobre sua abrangência (Sassen, 1991), impacto social (Korf, 1987), estrutural (Santos, 2002), político (Friedmann, 1986), econômico (Shachar, 1983) e, principalmente, sobre os efeitos globalizantes gerados no mundo. Neste ínterim, as empresas passaram a se destacar na formação, desenvolvimento e sustentação das cidades, ao assumirem o papel de investidoras no espaço urbano, o que exigiu uma série de condições para as tornarem globalmente competitivas (Mcfarland & Mcconell, 2011). Em contrapartida, as cidades evoluíram, deixando de ser apenas uma representação geográfica, assumindo assim uma condição de polo centralizador e multifacetado, com atuações diversas (Clark, 1996).

Contudo, existem lacunas empíricas quando o foco de análise se dá ao nível de cidades, seja na literatura de negócios internacionais (Goerzen, Asmussen & Nielsen, 2013; Somers, Belderbos & Du, 2014; Nachum & Wymbs, 2007) seja no que se refere a uma potencial abordagem interdisciplinar entre essa e as áreas de estratégia e geografia econômica (Beugelsdijk, Mccann & Mudambi, 2010; Beugelsdijk, Mudambi, Anderson & Zaheer, 2013).

Mesmo presente em diferentes teorias de negócios internacionais, os estudos que consideram a “localização” como fator-chave da internacionalização (Dunning, 1998; Dunning & Pitelis, 2008; Rugmann, 2009; Buckley & Casson, 2009; Cantwell, 2009; Johanson & Vahlne, 2009) não dedicaram a devida atenção ao tema cidades como objeto de pesquisa e construção teórica, o que só ocorreu de maneira relevante a partir do ano de 2000 (Beugelsdijk & Mudambi, 2013; Blanc-Brude, Cookson, Piesse & Strange, 2014; Goerzen et. al., 2013; Nachum & Wymbs, 2007).

Embora não seja novo na área acadêmica, o termo cidades globais ganhou destaque na mídia mundial que relaciona o fenômeno a diversos assuntos (turismo, gastronomia, entretenimento, mobilidade, qualidade de vida, esportes, etc.), associando-o a características locais (mão de obra qualificada, recursos naturais, mercado consumidor, infraestrutura, etc.) e também em função de classificações anuais de cidades publicadas por empresas de consultoria de gestão e empresas de pesquisa (Kearney, 2012; Mastercard, 2008; Gawc 2012).

A formação das cidades globais é decorrente da transformação dos grandes centros urbanos em lugares de referência na rede de investimentos e comércio internacional (Friedmann, 1986; Sassen, 1991). A visão funcionalista adotada pelos estudos urbanos propõe a existência de uma hierarquia global de cidades que se estabeleceu com o desenvolvimento da economia pós-industrial e em função da capacidade dessas cidades de controlar o capital na nova divisão internacional do trabalho (Beaverstock, Taylor & Smith; 1999; Castells, 1999). Esses locais caracterizam-se pela forte presença de empresas multinacionais, investimento direto estrangeiro, serviços financeiros e outras corporações de serviços especializados (Abrahamson, 2004).

Diante disso, segue a questão que permeou este trabalho: de que forma o conceito de cidades globais tem sido utilizado nos estudos de negócios internacionais? O objetivo é compreender a evolução da pesquisa em cidades globais no âmbito da literatura de negócios internacionais. O estudo foi conduzido por meio de método bibliométrico e envolveu duas etapas. Na primeira, foram identificados os estudos seminais ao desenvolvimento do conceito e as áreas de conhecimento relacionadas.

Este levantamento permitiu mapear de forma mais ampla e consistente o campo intelectual disponível e identificar conteúdos pertinentes à questão de pesquisa. Em um segundo momento foram organizadas as abordagens específicas adotadas em negócios internacionais em periódicos de grande prestígio da área.

Os resultados indicaram que o tema cidade global, mesmo ocupando posição central em outras áreas, ainda tem recebido pouca atenção da pesquisa em negócios internacionais. Apesar disso, a análise apresenta o tema como importante tendência de estudos. Existe um interesse emergente, que suscita várias possibilidades de desenvolvimento empírico, entre as quais, podem ser citados: a análise dos modos de entrada das empresas multinacionais (EMNs) nas cidades globais, a presença e o papel das empresas produtoras de serviços avançados, o papel das redes nas cidades globais e as transferências de conhecimento entre sedes e subsidiárias, a relação entre a estratégia de localização nas cidades globais e a busca de inovação, entre outras perspectivas.

Este estudo contribui para o avanço do conhecimento em negócios internacionais das seguintes formas: primeiro, ao avaliar, por meio de indicadores de produção científica, a evolução do conceito de cidades globais como fenômeno relevante para a compreensão das estratégias contemporâneas de internacionalização de empresas multinacionais. Segundo, ao reforçar o potencial interdisciplinar existente entre as teorias e conhecimentos de negócios internacionais e as áreas de estudos urbanos e geografia econômica. Terceiro, ao evidenciar a necessidade de novos estudos cuja unidade de análise seja o nível subnacional e, em particular, o nível de cidades.

O artigo foi estruturado em quatro partes. Primeiro são apresentadas a evolução do conceito de cidades globais e suas diversas abordagens. Na segunda parte são descritos o método, o procedimento e a amostra da pesquisa. Na sequência, com base no levantamento dos principais autores de negócios internacionais que abordaram o conceito, são analisados os caminhos de pesquisa trilhados e as principais contribuições realizadas. Por último, são apresentadas as conclusões e a possibilidade de estudos futuros.

2. Cidades globais e seus múltiplos sentidos

A expressão cidade mundial ou cidade global, conforme as diferentes abordagens e autores, foi utilizada pela primeira vez por Patrick Geddes em 1915 e retomada por Peter Hall em 1966 com a obra "World Cities" (Ferreira, 2003; Gavinha, 2008). Para Geddes (1998), o conceito de cidades globais estava relacionado à capacidade de cidades tornarem-se megalópoles, centros políticos, econômicos e articuladoras de espaços. Em outro sentido, Hall (1966) buscou uma abordagem política, definindo cidades globais como lugares onde se encontram os mais poderosos governos nacionais e também autoridades internacionais. Nota-se que em seu trabalho a noção de “lugar”, aparece com destaque, além de ter sido o primeiro autor a enfatizar a condição econômica das cidades como aspecto relevante.

Em trabalho posterior, Shachar (1983) direciona o conceito de cidade global para uma perspectiva econômica. Para o autor, as cidades mundiais são regiões urbanizadas em grande escala, centros básicos de controle e acumulação do capital em dimensão internacional. Seu estudo influenciou o trabalho de pesquisadores posteriores, como foi o caso de Friedman (1986), que reforçou o conceito de cidade global ao reinterpretar o seu papel econômico nas transformações conhecidas como globalização. A partir disso, outros autores desenvolveram suas pesquisas sobre o tema (Cohen, 1981; Korff, 1987; Tabb, 1990; King, 1990) proporcionando-lhe diversos sentidos e várias linhas de pesquisa nas áreas de geografia (Phelps & Ozawa, 2003), sociologia (Alderson & Beckfield, 2004), antropologia (Low, 1996), relações internacionais (Brenner, 1998) e, mais recentemente, negócios internacionais.

No início dos anos 1990, Saskia Sassen revigorou o conceito de cidades globais a partir de sua obra “The global city: New York, London, Tokyo” ao incorporar as noções de dispersão espacial e integração global. Em sua essência, as cidades globais constituem centros de domínio e influência estratégicos em função do poder de comando econômico mundial, posição geográfica privilegiada, influência nacional e internacional, sediando grandes corporações transnacionais e empresas de serviços avançados (advanced producer services – APS) (Sassen, 1991; Taylor, Derudder, Faulconbridge, Hoyler & Ni, 2014).

Com isso, houve uma mudança de paradigma nas intervenções urbanas a partir da década de 90 (Nobre, 2000) tendo como estratégia a renovação do sentido da cidade que, além de um espaço urbano, é um local de negócios, atendendo as necessidades tecnológicas atuais e as novas condições de competitividade mundial. Sassen (1991) incorpora essa discussão em seu trabalho caracterizando a cidade global pela sua importância espacial, econômica, expressão política, cultural e como centro nodal competitivo em âmbito global. A questão de base proposta pela autora é que as estruturas fundamentais para a condução da atividade econômica mundial estão necessariamente localizadas nas cidades, ou seja, lugares específicos cujos espaços, dinâmicas internas e estrutura social importam globalmente.

Conforme Sassen (1991, p.3-4),

Além de sua longa história como centros de comércio e atividades bancárias internacionais, essas cidades agora funcionam em quatro novas formas: primeira, como pontos de comando altamente concentrados na organização da economia mundial; segunda, como localizações-chave para empresas financeiras e de serviços especializados que substituíram a manufatura como o setor econômico líder; terceira, como locais de produção, incluindo a produção de inovação nesses importantes setores; e quarta, como mercados para os produtos e as inovações produzidas.”

O destaque dado a este pensamento de Sassen, reproduz a essência do que será trabalhado em negócios internacionais. O conceito de cidade global, portanto, passa a incorporar as empresas multinacionais como agentes essenciais de sua constituição, agindo não apenas na esfera econômica, como também na social, ao assumir funções do Estado (Ferreira, 2007).

3. Metodologia

Para compreender a literatura existente, identificar a estrutura intelectual e fundamentar a revisão de literatura foi realizado um estudo exploratório, com abordagem quantitativa, por meio de levantamento bibliométrico definido como uma “técnica quantitativa e estatística de medição dos índices de produção e disseminação do conhecimento científico” (Araújo, 2006, p. 12). Para isso, foi utilizado o software Publish or Perish, do Google. Trata-se de um programa desenvolvido por Anne-Wil Harzing (2007) que utiliza o Google Acadêmico como base de dados científicos.

Ao realizar a pesquisa nesse programa, o pesquisador recupera uma lista das referências –informações científicas, artigos, periódicos, livros e eventos – pertinentes à expressão de busca e gera estatísticas de produtividade e de impacto de autores e periódicos tais como o número de citações e o índice-h, ou h-index (Mugnaini & Streh, 2008), um dos indicadores bibliométricos mais conhecidos na ciência da informação que possibilita verificar a visibilidade de autores e artigos científicos (Oliveira et. al., 2015). O h-index foi proposto pelo físico Jorge Hirsch em 2005 para mensurar ao mesmo tempo a produtividade e o impacto do trabalho de um pesquisador, com base em seus artigos mais citados. O h-index de um pesquisador é definido como o maior número "h" de artigos científicos desse pesquisador que têm pelo menos o mesmo número "h" de citações cada um. Dessa forma, um pesquisador com h-index 30 é aquele que publicou pelo menos 30 artigos científicos que foram citados em pelo menos 30 outros trabalhos (Marques, 2013).

O método adotado envolveu duas grandes etapas no que se refere aos procedimentos de seleção e filtragem.

Inicialmente, foi realizada a quantificação das publicações com a expressão-chave “global cities”, no período de 1972 a 2016. Esta primeira etapa objetivou compor uma amostra abrangente a fim de averiguar a evolução dos trabalhos desenvolvidos e a representatividade geral do tema em diferentes áreas.

A busca por uma literatura mais ampla possibilitou mapear de forma ampla o território intelectual disponível a fim de identificar conteúdos mais consistentes com a questão de pesquisa. Recentes estudos abordando o tema cidades globais mencionam um desenvolvimento mais profícuo em outras disciplinas, em especial, na geografia econômica e estudos urbanos (Goerzen et. al., 2013; Mccann, 2011; Nachum & Wymbs, 2007; Mehlsen, 2014).

Este levantamento inicial resultou em 34.200 registros de publicações em diversas áreas do conhecimento. A partir disso, foi feita a seleção dos documentos classificadas com índice-h, resultando em 168 publicações.

Verificada a grande dispersão de resultados em áreas de conhecimento distintas de negócios internacionais, foram escolhidas as palavras-chave que representaram os filtros para a seleção das obras mais direcionadas ao eixo de pesquisa dos negócios internacionais. Para isso, foram realizadas duas combinações de termos para filtrar a busca. Na primeira, combinando as expressões “global cities” com “international business”, o resultado gerado foi de 2.260 registros. Constatou-se, no entanto, o mesmo padrão observado no levantamento geral, ou seja, uma grande dispersão de resultados em áreas distintas de negócios internacionais. Assim, foi feita a segunda busca, combinando os termos global cities com multinational enterprise, no qual foram verificados 342 registros. Estes resultados se mostraram mais alinhados com o foco deste estudo e, a partir dele, foram feitas as seleções e recortes para a segunda etapa da análise bibliométrica, centrada na identificação das abordagens do assunto no contexto dos negócios internacionais.

Dos 342 registros encontrados, foram selecionados 9 artigos publicados em revistas científicas de forte prestígio das áreas de gestão (Strategic Management Journal, Journal of International Business e Asia Pacific Journal of Management), negócios internacionais e gestão internacional (Journal of International Business Studies e European Journal of International Management), geografia econômica (Economic Geography), informetria (Journal of Infometrics) e 2 artigos apresentados em conferências (Conference on location decisions of multinational enterprises: markets, cities or clusters?, Copenhagen e Druid Academic Conference), totalizando 11 trabalhos.

As duas etapas descritas possibilitaram, no conjunto, selecionar as obras mais relevantes para a elaboração da revisão bibliográfica apresentada neste artigo

4. Resultados

Tab 1

As 20 obras mais citadas

Ordem Citações Autores Título Ano
1 10568 Sassen, S. The global city: New York, London, Tokyo. Princeton, NJ: Princeton University Press. 1991
2 3832 Sassen, S. Cities in a world economy. Thousand Oaks, CA: Pine Forge/Sage. 1994
3 2664 Friedmann, J. The world city hypothesis. Development and Change, v. 17 1986
4 1940 Newman, P & Kenworthy, J. Sustainability and cities: overcoming automobile dependence. Island Press. 1999
5 1689 Scott, A. J. Global city-regions: Trends, theory, policy. Oxford: Oxford University Press. 2002
6 1448 Kearney, M. The local and the global: The anthropology of globalization and transnationalism. Annual review of anthropology. 1995
7 1443 Scott, A. J. The cultural economy of cities: essays on the geography of image-producing industries. Sage Publications. 2000
8 1424 Harvey, D. Spaces of global capitalism. Verso. 2006
9 1318 Smith, N. New globalism, new urbanism: gentrification as global urban strategy. Antipode. 2002
10 1301 Soja, E. The stimulus of a little confusion: a contemporary comparison of Amsterdam and Los Angeles. In: After Modernism - global restructuring and the Changing Boundaries of City Life 1992
11 1085 Brenner, N. Globalisation as reterritorialisation: the re-scaling of urban governance in the European Union. Urban Studies. 1999
12 1042 Cervero, R. The transit metropolis: a global inquiry. Island Press. 1998
13 1019 Beaverstock, J. V., Smith, R. V. & Taylor, P. J. A roster of world cities. Cities v. 16. 1999
14 960 Campbell, S. Green cities, growing cities, just cities?: Urban planning and the contradictions of sustainable development. Journal of the American Planning Association. v. 62. 1996
15 927 Knox, P. & Taylor, P. World cities in a world-system. Cambridge University Press. 1995
16 916 Dicken, P., Kelly, P. F., Olds, K. & Yeung, H. Chains and networks, territories and scales: towards a relational framework for analysing the global economy. Global networks. v. 2. 2001
17 890 Pacione, M. Urban geography: A global perspective. Routledge. 2009
18 883 Featherstone, M., Lash, S. & Robertson, R. Global modernities. Sage publications. 1995
19 869 Smith, M. P. & Guarnizo, L. E. The locations of transnationalism. In: Transnationalism from below. Sixth Printing. 1998
20 860 Steger, M. B. Globalization. The Encyclopedia of Political Thought. 2010

Fonte: Elaborado pelos autores.

A busca inicial pela expressão “Global Cities” na base de dados do Google Acadêmico, resultou em 34.200 obras. Observa-se pela amostra representada na tabela 1, que as duas obras mais citadas pertencem à mesma autora: Sassen (1991), com 10.568 citações e Sassen (1994), com 3.832 citações. A terceira obra mais citada é a de Friedmann (1986), com 2.664 citações. Tratam-se de autores e respectivas obras considerados seminais, que evoluíram da tradição funcional dos estudos urbanos. Esta abordagem enfatizou a interconectividade e o papel econômico das cidades globais como parte de um sistema maior, dos processos contemporâneos de globalização, diferentemente da tradição demográfica, mais focada nas implicações humanas e ecológicas de grandes concentrações populacionais, atualmente representada pelo estudo das megacidades (Beaverstock, Taylor & Smith, 1999; Goerzen et al., 2013).

Das 168 publicações com produtividade e impacto realizou-se a contagem de revistas que mais publicaram artigos referenciando a expressão global cities em qualquer parte de seu conteúdo. Observa-se pela tabela 2 que 16 revistas publicaram no mínimo dois artigos no período considerado, destacando-se a Urban Studies, uma das principais revistas internacionais na área de estudos urbanos e planejamento, com 16 artigos publicados. Todas as demais revistas publicaram 1 artigo cada uma.

Tab. 2

Revistas que publicaram no mínimo dois artigos (com índice H)

Ordem Revista Publicações Grupo de áreas do conhecimento
1 Urban Studies 16 Estudos urbanos e planejamento
2 International Journal of Urban and Regional Research 4 Economia regional e urbana
3 Progress in Human Geography 4 Geografia
4 Annual Review of Anthropology 3 Antropologia e Demografia
5 Journal of Ethnic and Migration Studies 3 Antropologia e Demografia
6 World cities in a World System 3 Geografia econômica
7 American Behavioral Scientist 2 Ciências sociais
8 Cities 2 Estudos urbanos e planejamento
9 Environment and Urbanization 3 Estudos urbanos e planejamento
10 Geoforum 2 Geografia
11 Global Environmental Politics 2 Estudos ambientais
12 Journal of the American Planning Association 2 Estudos urbanos e planejamento
13 Public Culture 2 Estudos culturais
14 Regional Studies 2 Economia regional e urbana
15 Review of International Political Economy 2 Economia política internacional
16 Transactions of the Institute of British Geographers 2 Geografia

Fonte: Elaborado pelos autores.

Das 168 publicações com h-index, 113 referem-se exclusivamente a artigos e 55 a livros e outras informações científicas. Conforme pode se constatar pela tabela 3, a produção de artigos apresenta-se intensamente concentrada nos grupos de estudos urbanos, economia regional e planejamento (47%), geografia e geografia econômica (22%), seguida por estudos ambientais (7%) e antropologia e demografia (7%). A área de gestão estratégica (strategic management) cujo corpo de conhecimentos se situa mais proximamente ao campo de estudos de negócios internacionais possui apenas 1 produção (1%).

Tab. 3

Publicações de artigos por grupo de áreas de conhecimento

Grupo de áreas do conhecimento F %
Estudos urbanos, economia regional e planej. 53 47
Geografia e geografia econômica 25 22
Estudos ambientais 8 7
Antropologia e Demografia 8 7
Sociologia 6 5
Inovação tecnologia e pesquisa 3 3
Estudos interdisciplinares 3 3
Estudos culturais 2 2
Economia política internacional 2 2
Ciências sociais 2 2
Gestão estratégica 1 1
Total 113 100

Elaborado pelos autores.

4.1 Abordagens de cidades globais no contexto de negócios internacionais

Os resultados da busca possibilitaram ratificar a preocupação existente na literatura quanto à produção ainda incipiente de estudos em negócios internacionais tendo por contexto as cidades globais. Por outro lado, os documentos identificados, embora ainda pouco representativos em termos quantitativos, permitiram delinear as principais abordagens de cidades globais e sua relação com as teorias utilizadas na literatura de negócios internacionais e possíveis caminhos para pesquisas futuras.

Observa-se pela tabela 4 que, dentre os 11 artigos sobre cidades globais relacionados a negócios internacionais, o estudo de Nachum foi o mais citado, com 170 citações, seguido pelo artigo de Yeung, com 96 citações. Os autores Nachum, Goerzen e Belderbos possuem mais de um artigo abordando o tema no contexto de negócios internacionais. O artigo de Goerzen et al. (2013) recebeu 28 citações. Todos os artigos foram publicados a partir de 2002, evidenciando que somente nos últimos 13 anos, o tema cidades globais tem despertado interesse mais concreto por parte dos estudiosos de negócios internacionais.

A tabela 5 apresenta as principais abordagens teóricas utilizadas na literatura de negócios internacionais. Dentre elas, destaca-se fortemente a teoria das vantagens de localização, a mais frequente nos estudos de empresas multinacionais envolvendo

Tab. 4

Publicações com abordagens do tema cidades globais em negócios internacionais

Rank Cit. Autores Título do artigo / trabalho Ano Publicação
1 96 Yeung, H. Entrepreneurship in international business: An institutional perspective 2002 Asia Pacific Journal of Management
2 30 Nachum, L.. e Wimbs, C. Firm-specific attributes and MNE location choices: financial and professional service FDI to New York and London 2002 ESRC Centre for Business Research
3 170 Nachum, L.. Liability of foreignness in global competition? Financial service affiliates in the city of London. 2003 Strategic Management Journal
4 56 Nachum, L. e Wymbs, C. Product differentiation, external economies and MNE location choices: M&As in global cities 2005 Journal of International Business Studies
5 28 Goerzen, A.; Asmussen, C. e Nielsen, B. Global cities and multinational enterprise location strategy 2013 Journal of International Business Studies
6 5 Taylor, P.; Derudder, J.; Faulconbridge, J.; Hoyler, M. e Ni, P. Advanced producer service firms as strategic networks, global cities as strategic places 2014 Economic Geography
7 1 Belderbos, R.; Du, S.; e Somers, D. Global Cities as Innovation Hubs: The Location of R&D investments by Multinational Firms 2015 DRUID Academy Conference
8 0 Belderbos, R.; Du, H.; e Goerzen, A. Global city connectivity and the establishment of MNC regional headquarters 2015 Conference: Location Decisions of Multinational Enterprises: Market, Cities or Clusters?
9 2 Csomós, G.; Tóth, G. Exploring the position of cities in global corporate research and development: a bibliometric analysis by two different geographical approaches. 2016 Journal of Informetrics
10 1 Blevins, D. P., Moschieri, C., Pinkham, B. C. e Ragozzino, R. Institutional changes within the European Union: How global cities and regional integration affect MNE entry decisions 2016 Journal of World Business
11 0 Mehlsen, K.; Wernicke, G. Global Cities and the Liability of Foreignness 2016 European Journal of International Management.

Fonte: Elaborado pelos autores.

cidades globais. Essa base teórica pode ser verificada nos estudos que relacionam as decisões de localização com as vantagens específicas da firma, no artigo de Nachum e Wymbs (2002); com o modo de entrada, no artigo de Nachum e Wymbs (2005); com as desvantagens de operar em mercados estrangeiros (liability of foreigness), nos artigos de Goerzen et al., (2013) e de Mehlsen e Wernicke (2016); com os investimentos de P&D, no artigo de Belderbos, Du e Somers (2015); com as redes de conectividade entre cidades, no artigo de Beldebos, Du e Goerzen (2015).

Com efeito, o conceito de localização é uma área-chave tanto para os estudos de negócios internacionais quanto para a pesquisa em geografia econômica (Goerzen et al., 2013). Na literatura tradicional de negócios internacionais, as vantagens de localização do investimento direto estrangeiro são consideradas vantagens específicas do país (country-specific advantages) que podem se originar tanto de instituições locais formais ou informais, quanto de recursos, capacidades e características de mercados locais (Dunning & Lundan, 2008). O paradigma eclético ou modelo OLI (Dunning & Lundan, 2008) postula que as empresas buscam se internacionalizar em função de três tipos de vantagens conjuntas: vantagens de posse ou propriedade (ownership), que são específicas da firma (firm specific advantages - FSA), vantagens de localização (location), que são específicas do país (country specific advantages location) e internalização (internalisation).

Percebe-se que, embora fatores determinantes das escolhas de localização do investimento direto estrangeiro ocupem lugar central nos estudos de negócios internacionais (Beugelsdijk & Mudambi, 2013; Dunning, 1998; Eden & Lenway, 2001; Flores & Aguilera, 2007), ao elegerem o nível país como foco de análise, esses estudos carecem de uma diferenciação mais precisa das nuances de características locais como explicação da distribuição da atividade econômica de multinacionais. Esta abordagem em nível subnacional e, especificamente no nível das cidades globais, é mais frequente em estudos de geografia econômica e de economia regional (Beugelsdijk et al., 2010; Crescenzi et al., 2015; Mccann & Mudambi, 2005).

Ainda fundamentado no escopo teórico das vantagens competitivas, verifica-se pela tabela 5 a utilização do importante conceito de desvantagem de ser estrangeiro, ou seja, os custos adicionais e dificuldades de operar em mercados fora de seu país de origem (liability of foreignnes -LOF) que a empresa multinacional enfrenta diante das empresas locais do país estrangeiro (Zaheer, 1995).

Tab. 5

Abordagens teóricas e abordagens de cidades globais

Autores Título do artigo / trabalho Abordagens Teóricas Abordagens de cidades globais Palavras-chave
Yeung, H. (2002) Entrepreneurship in international business: An institutional perspective. Asia Pacific Journal of Management. v. 19, 2002. Institucionalismo. Empreendedores internacionais precisam de recursos financeiros de fora dos seus países e/ou regiões de origem. É importante garantir o consentimento e reconhecimento por financistas globais, constituídos por banqueiros, gestores de fundos e corretoras. As principais cidades globais abrigam os financistas globais. Transnational entrepreneurship; Institutional perspective; Actor networks; Business systems; International business.
Nachum, L. & Wimbs, C. (2002) Firm-specific attributes and MNE location choices: financial and professional service FDI to New York and London. ESRC Centre for Business Research. University of Cambridge. Working Paper n. 223, 2002. Vantagens de localização de MNEs. Características específicas de cidades globais afetam a decisão de localização de MNES. As subsidiárias precisam ser capazes de adquirir conhecimento do mercado em primeira mão, o que explica a localização em clusters centrais nessas cidades. Foreign Acquisitions, Location Advantages, Clusters, Global Cities, Financial and professional service industries
Nachum, L. (2003) Liability of foreignness in global competition? Financial service affiliates in the city of London. Strategic Management Journal. v. 24, 2003. Liability of Foreigness - LOF e Vantagem competitiva de MNEs (Firm Specific Advantage - FSA) As características distintivas das cidades globais pode originar fontes de vantagens competitivas, afetando de maneira diferente a existência e a força da responsabilidade de ser estrangeiro - LOF. Empresas de serviços financeiros estrangeiros que operam na cidade de Londres não sofrem a LOF na medida sugerida pela teoria. Financial services; City of London; Liability of foreigness; global competition.
Nachum, L. & Wymbs, C. (2005) Product differentiation, external economies and MNE location choices: M&As in global cities. Journal of International Business Studies. v. 36, 2005. Vantagens de localização e modo de entrada via Investimento Direto Estrangeiro - FDI. A diferenciação do produto combinada à vantagens de localização são estratégicas para a MNE. Escolhas de localização não são determinadas por vantagens de localizações mas por fatores específicos da firma. Fusões e aquisições em cidades globais podem ter características próprias. Product differentiation; Location decisions; Global cities; Foreign acquisitions; Financial and professional service industries.
Goerzen, A.; Asmussen, C. & Nielsen, B. (2013) Global cities and multinational enterprise location strategy. Journal of International Business Studies. v. 44, 2013. Vantagens de localização, paradigma eclético - OLI e Liability of Foreigness - LOF. As características distintivas das cidades globais - interconexão global, cosmopolitismo, e abundância de serviços avançados - APS ajudam as empresas multinacionais a superar custos de LOF. As empresas multinacionais têm forte propensão a se localizarem dentro de cidades globais. Global cities; Liability of foreignness; Foreign direct investment; Alliances and Joint ventures; Location strategy; Internationalization
Taylor, P.; Derudder, J.; Faulconbridge, J.; Hoyler, M. & NI, P. (2014) Advanced producer service firms as strategic networks, global cities as strategic places. Economic Geography. v. 90, 2014. Redes de relacionamento e cidades como centro de empresas de serviços avançados - APS. Cidades globais são lugares estratégicos para empresas de serviços avançados - APS. Por sua vez, as APS são empresas chave que funcionam como redes estratégicas das quais as cidades globais precisam ser parte. Advanced producer services; Global cities; London, New York; Strategic places; World city network.
Belderbos, R.; Du, S. & Somers, D. (2015) Global Cities as Innovation Hubs: The Location of R&D investments by Multinational Firms. DRUID Academy Conference. Jan., 15-17, 2014. Vantagens de localização de Investimento em P&D, redes de inovação e clusters tecnológicos. Cidades globais são redes (hub) de inovação tecnológica que favorecem a localização de investimentos em P&D de MNEs. Multinational Firms, R&D investment, global cities, connectivity.
Belderbos, R.; Du, H. & Goerzen, A. (2015) Global city connectivity and the establishment of MNC regional headquarters. Conference: Location Decisions of Multinational Enterprises: Market, Cities or Clusters? May, 12, 2015 Conectividade de cidades, redes corporativas e vantagens de localização. A posição da cidade dentro de redes globais (a força da conectividade) tornam a MNE mais propensa a localizar suas sedes regionais (RHQs) nessas cidades globais e essa relação é mais pronunciada nas indústrias intensivas em conhecimento. Global cities; Regional headquarters; Networks; Location choice.
Mehlsen, K. & Wernicke, G. (2016). Global cities and liability of foreignness. European Journal of International Management. 2016. Vantagens de localização, liability of foreigness - LOF e distância institucional. Empresas multinacionais têm forte propensão para se localizar nas cidades globais inlfuenciadas pela distância institucional (LOF) e características industriais de P&D. Cidades globais apresentam capacidade para reduzir a LOF sofrida por MNEs. Global cities; liability of foreignness; multinational enterprises; institutional distance; location choices.
Blevins, D. P.; Moshchieri, C.; Pinkham, B. C. & Ragozzino, R. (2016) Institutional changes within the European Union: How global cities and regional integration affect MNE entry decisions. Journal of World Business. 2016 Mudanças institucionais como determinante de modo de entrada. Cidades globais impactam decisões de modo de entrada. As mudanças institucionais na Europa, a adesão à UE e as cidades globais configuram as opções de governança das MNEs. Institutional distance; location choices.
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Fonte: Elaborado pelos autores.

A relação entre cidades globais e a liability of foreigness foi inicialmente sugerida por Nachum (2003) ao propor que características distintivas das cidades globais originam fontes de vantagens competitivas capazes de afetar diretamente a existência e a força da desvantagem de ser estrangeiro. Suas conclusões mostraram que, no contexto particular da cidade global de Londres, as empresas estrangeiras superaram os custos adicionais associados à sua operação estrangeira, apresentando vantagens e desempenho superiores às empresas locais.

Posteriormente, Goerzen et. al. (2013), verificaram que as empresas multinacionais são atraídas por cidades globais que fornecem vantagens locacionais especificas que ajudam a abrandar os efeitos negativos da LOF. A conexão internacional, a aglomeração de empresas de serviços avançados e o ambiente cosmopolita servem para aliviar os custos associados à incerteza, discriminação e complexidade de fazer negócios em um ambiente estrangeiro. A atratividade das cidades globais decorre desses seus atributos únicos e não do seu tamanho populacional. Também demonstraram que as empresas multinacionais exploradoras de competência e criadoras de competências (Cantwell & Mudambi, 2005) seguem padrões espaciais bastante distintos em suas atividades: enquanto as primeiras tendem a se aglomerar em cidades globais, as últimas, mais valiosas para o desenvolvimento econômico local, tendem a se concentrar em regiões metropolitanas ou periféricas menos centrais (Goerzen et. al., 2013).

De maneira similar, Mehlsen e Wernicke (2016) verificaram que as empresas multinacionais têm maior propensão a se localizar em cidades globais do que em áreas metropolitanas ou periféricas. Essas escolhas de localização são afetadas pela distância institucional e pelas características industriais. Seus resultados também suportam empiricamente o argumento de que a localização em uma cidade global reduz a LOF sofrida pelas empresas multinacionais, além de que essas cidades desempenham um papel central no processo de globalização.

Outra abordagem observada em artigo constante da tabela 5 focaliza o modo de entrada do investimento direto estrangeiro por meio de fusões e aquisições em cidades globais. Segundo as teorias de internacionalização, as decisões de modo de entrada envolvem a escolha do nível de propriedade do capital (joint venture ou subsidária integral), a forma de estabelecimento da subsidiária (aquisição ou criação de uma nova empresa – investimento greenfield) e o tipo de atividade (produção ou distribuição) (Dias, Rocha & Silva; 2014). O artigo de Nachum e Wymbs (2005) mostra que as fusões e aquisições em cidades globais podem ter características próprias, sobretudo, em se tratando de empresas de serviços financeiros que experimentaram grande expansão, especialmente em razão da internacionalização da propriedade do capital. Conclusões acerca de particularidades do investimento direto estrangeiro em cidades globais não podem ser generalizadas para diferentes áreas geográficas. Além disso, eles identificaram que, muitas vezes nas cidades globais, operam sedes internacionais de empresas locais e também sedes nacionais de empresas estrangeiras. Ou seja, as aquisições nas cidades globais implicam mais do que apenas ter a presença do escritório local, uma vez que o transbordamento de conhecimento (knowldege spillovers) proporciona às multinacionais acesso a centros de controle e conhecimento (Nachum & Wymbs, 2005).

Yeung (2002) utiliza a perspectiva institucional para analisar o empreendedorismo internacional, um campo que, juntamente com a área da estratégia e de outras relacionadas a negócios vem ampliando seu interesse nas questões de localização e geografia econômica (Beugelsdijk, Mccann & Mudambi, 2010; Mccann & Mudambi, 2005). Em negócios internacionais, os estudos sobre efeitos de aspectos institucionais focam dois pontos de vista: “o impacto do ambiente institucional do país de origem sobre as decisões de modo de entrada e o impacto do ambiente institucional do país hospedeiro sobre essas decisões” (Rocha & Ávila, 2015). As diferenças entre o ambiente institucional do país de origem e o do país hospedeiro foram explicadas pelo conceito de distância institucional (Kostova, 1999). Segundo esse conceito, o sucesso de transferências das práticas de uma empresa para suas subsidiárias será afetado pelo grau de semelhança ou diferença entre o ambiente institucional dos países de origem e acolhimento (Kostova & Zaeer, 1999).

Para Yeung (2002) as relações institucionais que se estabelecem entre países de origem e acolhimento podem ser definidas pelas redes sociais e de negócios que incorporam empresários, estruturas político-econômicas e práticas organizacionais e culturais dominantes nos países de origem e de acolhimento. Empreendedores internacionais precisam de recursos financeiros de fora dos seus países e/ou regiões de origem. As relações institucionais são importantes para garantir o consentimento e reconhecimento por financiadores globais, constituídos por bancos, gestores de fundos e corretoras que possuem suas bases operacionais nas principais cidades globais que servem como centros de comando de seus investimentos globais (Yeung, 2002; Sassen, 1991).

O artigo de Blevins, Moschieri, Pinkham e Ragozzino (2016), por sua vez, focaliza as mudanças institucionais ocorridas durante o período de integração regional na União Europeia, que resultou em um ambiente empresarial unificado, e as vantagens locacionais de cidades globais como determinantes do modo de entrada de empresas multinacionais. Seus resultados apontaram que mudanças institucionais na Europa tais como a adoção de uma moeda comum, diretrizes mais claras, um ambiente jurídico mais integrado, entre outros benefícios, parece modificar as preferências de modo de entrada – de aliança estratégica para aquisições –, embora esse efeito tenda a diminuir ao longo do tempo. Multinacionais têm padrões de aquisição significativamente diferentes quando investem dentro da União Europeia ao invés de empresas-alvo situadas fora da União Europeia e fora de uma cidade global. As cidades globais se tornaram menos atraentes para a entrada das multinacionais à medida que a integração institucional progrediu, reduzindo a incerteza em locais da União Europeia menos cosmopolitas do que as cidades globais. Além disso, as cidades globais possuem instituições que, historicamente, facilitaram o intercâmbio e atraíram o investimento estrangeiro, sendo consideradas centros únicos de estabilidade institucional tornando-as acessíveis e atraentes ao investimento direto estrangeiro (Blevins et. al. 2016; Goerzen et al., 2013).

Outra abordagem importante para cidades globais é a de redes. Taylor et al. (2014), explora a noção de que as cidades globais são lugares estratégicos para empresas de serviços avançados, tais como serviços financeiros, publicitários, de arquitetura e jurídicos que, por sua vez, funcionam como redes estratégicas em função de suas atividades de prestação de serviços para grandes corporações transnacionais. Assim, da perspectiva das cidades, estas empresas operam como redes estratégicas, das quais as cidades precisam fazer parte, mas, da mesma forma, da perspectiva das empresas, estas cidades são consideradas lugares estratégicos, onde as empresas precisar estar (Taylor et al., 2014). Seu estudo mostra que as cidades de Nova York e Londres têm diferentes níveis de capacidade estratégica e isso está relacionado com a capacidade de inovação da primeira e o papel de consumidora global de serviços da segunda.

Belderbos, Du e Somers (2015) propõem que a posição de centros nodais ocupada pelas cidades globais dentro de redes internacionais de investimento fortalece a interconectividade corporativa tornando a empresa mais propensa a localizar suas sedes regionais nesses locais. Essa relação é mais pronunciada nas indústrias intensivas em conhecimento. As cidades globais também funcionam como centros de inovação em redes internacionais de P&D atraindo esse tipo de investimento por parte das Multinacionais (Belderbos et al, 2015).

Esta constatação é corroborada por Csomós e Tóth (2016) que, por meio de estudo bibliométrico, demonstraram que as cidades de Tóquio, Nova York, Londres e Paris situam-se no topo da hierarquia de cidades globais, tanto pela localização de centros decisórios das mais poderosas multinacionais no mundo comandando as atividades globais de P&D (abordagem da cidade de origem) quanto pela localização de subsidiárias orientadas por atividades de P&D e de centros corporativos de pesquisa, para onde são conduzidas as atividades de pesquisa (abordagem da cidade de destino), além da presença de startups atuantes nas indústrias que mais rapidamente crescem tais como nanotecnologia, biotecnologia e tecnologia de informação.

5. Considerações Finais

Este trabalho mapeou o perfil e a evolução dos temas relacionados às cidades globais nos últimos 40 anos em diferentes áreas e com ênfase nos estudos de negócios internacionais. Desta forma, o tema cidades, de forma geral e, mais especificamente, cidades globais, mesmo ocupando posição central na pesquisa de áreas distintas como a geografia econômica e estudos urbanos, é bem recente e ainda têm recebido pouca atenção na literatura de negócios internacionais. Esta produção incipiente decorre, em grande parte, do tradicional enfoque dado ao nível nacional de análise da gestão estratégica, das operações e das próprias teorias de internacionalização.

Mesmo assim, a análise conduzida apresenta o tema como uma importante tendência de pesquisa, tanto pela importância das abordagens crescentemente adotadas nos estudos empíricos de negócios internacionais quanto pela relevância do assunto na pesquisa em geografia econômica e estudos urbanos e economia regional. O nível de desagregação geográfica e a concepção mais sofisticada de lugar e espaço (Mccan & Mudambi, 2005) tradicionalmente adotados nesses estudos passam a ser considerados importantes e mais precisos para a compreensão das estratégias e operações de empresas multinacionais. Por outro lado, a literatura analisada denota um interesse emergente, suscitando diferentes possibilidades de abordagens em negócios internacionais ao considerar o nível subnacional. Este estudo, portanto, reforça a noção de que o potencial para ampliar a força de análise nas pesquisas sobre cidades globais reside na combinação entre as perspectivas da geografia econômica e de negócios internacionais. Embora a importância desta concepção interdisciplinar tenha sido demonstrada anteriormente (Buckley, Ghauri, 2004; Mccann & Mudambi, 2005; Mccann, 2011), parece ser um caminho ainda mais promissor quando se trata da temática das cidades globais no contexto dos negócios internacionais, oferecendo um terreno amplo e bastante frutífero para o desenvolvimento de novas pesquisas.

Os recortes temáticos mais promissores tendo por contexto as especificidades das cidades globais dentre uma diversidade de direções possíveis incluem: a escolha de modos de entrada, a importância das empresas de serviços avançados (APS – Advanced producer services) no processo de internacionalização e nas decisões de localização, o papel das redes e as transferências de conhecimento entre sedes e subsidiárias, estratégias de inovação e conhecimento, o processo co-evolucionário entre a EMN e o desenvolvimento econômico de cidades, os efeitos do ambiente institucional sobre as estratégias de internacionalização.

Uma limitação do estudo diz respeito ao reduzido número de artigos abordando diretamente as cidades globais sob a perspectiva de negócios internacionais. Essa condição trouxe dificuldades para gerar um entendimento profundo sobre as implicações das especificidades do contexto de cidades globais sobre as teorias de negócios internacionais. O que parece ficar evidente pelas análises é que há uma compreensão crescente da importância dos trabalhos de geografia econômica para um melhor desenvolvimento da teoria de localização e do impacto das cidades e de variáveis espaciais sobre a estratégia e o desempenho de multinacionais sob a lente de negócios internacionais.

Este estudo contribui para a literatura ao avaliar, por meio de indicadores de produção científica, a evolução do conceito de cidades globais enquanto fenômeno relevante para a compreensão das estratégias contemporâneas de internacionalização de empresas multinacionais. Além disso, esta investigação reforça o potencial interdisciplinar existente entre as teorias de negócios internacionais e de geografia econômica, além de evidenciar a importância de produzir novos estudos tendo o nível de cidades como unidade de análise.

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Qual a importância das cidades globais para o contexto da globalização?

As cidades globais são, desse modo, os principais pontos ou “nós” que formam a rede mundial que configura as dinâmicas da globalização. Elas centralizam em torno de si as principais decisões burocráticas, além de sedes das principais empresas e instituições internacionais públicas e privadas.

O que são as cidades globais e qual a sua importância?

Cidades globais é um termo criado pela socióloga e escritora Saskia Sassen para identificar aquelas cidades com importância e renome internacional com um fluxo econômico de bens, serviços e de capital que impactam na economia mundial. São cidades palcos de grandes transformações sociais, políticas e culturais.

Qual é o papel das cidades globais no atual momento da expansão do capitalismo?

As “cidades globais” concentram as matrizes de empresas bancárias, industriais e de serviços que operam em diversos países, constituindo-se, assim, centros de comando e poder econômico. As “cidades globais” são centros dinâmicos do sistema financeiro internacional e abrigam as principais bolsas de valores mundiais.

Quais são as principais características das cidades globais?

Nessas cidades, há grande concentração e movimentação financeira, sedes de grandes empresas ou escritórios filiais de transnacionais, importantes centros de pesquisas, presença de escritórios das principais empresas mundiais em consultoria, contabilidade, publicidade, bancos e advocacia, além das principais ...

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