Durante os anos de 1500 à 1530 o Brasil viveu o período pré-colonial, onde Portugal demonstrava pouco interesse por essas terras recém descobertas.
Com a posse das terras do Brasil, Portugal encerrou seu processo de expansão marítima e deu prosseguimento à ampliação de suas atividades mercantilistas. Ao contrário do que podemos imaginar, o Brasil, tão bem descrito nos relatos de Pero Vaz de Caminha, não foi alvo imediato dos interesses da Coroa.
Antes do século XVI, e durante toda a Baixa Idade Média, o interesse comercial da nascente burguesia européia focava-se no contato comercial com os povos do Oriente. Além disso, as novas possessões coloniais de Portugal não atendiam à principal demanda da Coroa: a exploração de metais preciosos. Dessa forma, nas primeiras décadas de 1500, o Brasil foi uma região de pouco interesse para os portugueses.
No período que vai de 1500 e 1530, Portugal limitou-se a realizar atividades extrativistas e construir pequenos entrepostos destinados ao reconhecimento da região. O pau-brasil era o principal produto explorado. Sua tinta vermelha, usada no tingimento de tecidos, e a boa qualidade de sua madeira tinham boa receptividade no mercado europeu.
Os índios eram a mão-de-obra usada na extração das toras de madeira. Em troca do serviço realizado, recebiam pequenos utensílios e algumas mercadorias. Outro tipo de relação de trabalho ou atividade exploratória não se fazia presente em terras brasileiras. A visível negligência portuguesa, logo foi alvo do interesse de outras nações que buscavam ampliar seu comércio através da exploração colonial.
Corsários vindos da França, Inglaterra e Holanda tinham interesse em buscar outras fontes de riqueza nas terras. Nesse meio tempo, desenvolveram suas embarcações e dominaram a rota que fazia conexão entre o Brasil e a Europa. A presença estrangeira tornou-se uma ameaça ao controle da região exploratória lusitana nas Américas. Como se não bastassem tais infortúnios, a Coroa Portuguesa não consolidou no Oriente as esperadas e lucrativas transações comerciais.
Somente em 1530, Portugal enviou o capitão-mor Martim Afonso ao Brasil. Com a missão de desenvolver as primeiras atividades coloniais na região, Martim trouxe consigo animais domésticos, homens, párocos, sementes e plantas. Alem disso, fez viagens à região sul do território colonial, próximo ao Rio da Prata, para consolidar a dominação lusa na região e expulsar alguns piratas franceses.
Com o início das atividades coloniais, Portugal efetivou seu primeiro empreendimento exploratório: a empresa açucareira. Dominando as técnicas de seu plantio e contando com a procura do mercado europeu, os portugueses iniciaram seu efetivo projeto de colonização no Brasil.
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O ciclo do pau-brasil ocorreu durante a fase pré-colonial (1500-1530) do Brasil. Foi o primeiro produto a ser explorado pelos portugueses durante a época da colonização.
O pau-brasil é uma árvore nativa da Mata Atlântica que já era utilizada pelos índios para o tingimento de tecidos. Assim, quando os portugueses notaram seu uso, começaram a explorar o pau-brasil e enviar para a Europa, onde já era muito apreciada, na medida que os árabes já comercializam uma planta tingidora que vinha da Índia.
A tinta do pau-brasil é de coloração vermelha e era encontrada sobretudo nas regiões costeiras, o que facilitou ainda mais sua exploração. Desde o início do século XVI, a Coroa Portuguesa recebia valores altos para a exploração do pau-brasil.
Foram necessárias três expedições para realizar a extração do pau-brasil: primeira expedição (1502), segunda expedição (1503) e terceira expedição (1504).
No entanto, durante anos de exploração, o pau-brasil chegou em processo de extinção. Isso dificultou a economia da metrópole, que rapidamente desenvolveu outras formas de enriquecer, por exemplo, com a produção da cana-de-açúcar, que já era cultivada em colônias portuguesas.
Para tanto, no início do século XVI os portugueses utilizaram o processo de trocas com os índios para conseguirem o pau-brasil.
Mais tarde, eles começaram a escravizar os índios, obrigando-os a cortarem as árvores, uma vez que os escravos africanos eram muito caros.
Essa imposição foi bem difícil para os portugueses, na medida que os índios fugiam e conheciam melhor o território. Além disso, eles contraíram diversas doenças do homem branco, o que levou a mortandade de milhares de indígenas.
Foi em 1570 que a escravidão indígena foi proibida pela primeira vez, no entanto, ela permaneceu até o final do século XVIII. Aos poucos, os índios foram substituídos pelos escravos africanos.
Ainda que a maior parte da exploração da madeira tenha sido realizada na primeira década, ela permaneceu até o século seguinte, quando perdeu sua importância no mercado consumidor. Isso porque o transporte era dispendioso e outro produto começava a ser comercializado: o açúcar.
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- Escravidão Indígena no Brasil Colonial
Curiosidade: Você sabia?
Atualmente, o pau-brasil é utilizado por diversos grupos musicais na confecção de Instrumentos. A madeira possui uma densidade ideal que proporciona uma perfeição do timbre dos instrumentos fabricados por ela, principalmente violinos e violoncelos.
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