Os fungos são organismos heterotróficos, eucarióticos e uni ou multicelulares que estão agrupados no Reino Fungi.
Os fungos constituem o Reino Fungi, no qual se enquadram espécies como os cogumelos, bolores, orelhas-de-pau e leveduras. Apesar de sua forma séssil e sua aparência com algumas plantas, esses seres diferem-se bastante do Reino Vegetal. Todos os fungos são heterotróficos, ou seja, diferentemente das plantas, não são capazes de produzir seu próprio alimento, nutrindo-se por absorção.
Além de heterotróficos, os fungos são seres eucarióticos e podem ser unicelulares, como no caso das leveduras, ou multicelulares,como os cogumelos. Esses últimos formam filamentos que recebem a denominação de hifas. O conjunto de hifas forma o micélio, que pode crescer até um quilômetro em 24 horas. Em algumas espécies, as hifas podem formar estruturas especiais chamadas de corpos de frutificação. Esses corpos podem ser vistos nos cogumelos e nas orelhas-de-pau.
As hifas podem ser cenocíticas ou septadas. As hifas cenocíticas são filamentos contínuos repletos de material citoplasmático e com uma porção de núcleos. As hifas septadas, como o próprio nome sugere, possuem septos que formam compartimentos que contêm de um a dois núcleos. Na porção mediana do septo, é encontrada uma abertura que permite a comunicação citoplasmática.
A parede celular das células dos fungos é formada por quitina, uma substância encontrada também no exoesqueleto dos artrópodes. Suas células, na grande maioria dos grupos, caracterizam-se pela ausência de cílios e flagelos, sendo, portanto, imóveis. A movimentação de esporos, principal forma da reprodução, é feita apenas por vento, água ou por seres vivos.
Os fungos podem ser classificados em quatro divisões principais: Chytridiomycota, Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota. A divisão Chytridiomycota possui representantes com células que possuem flagelos em pelo menos um estágio do ciclo de vida. A divisão Zygomycota apresenta, na maioria dos seus representantes, hifas cenocíticas. A divisão Ascomycota é o maior grupo de fungos, possui hifas septadas e forma uma estrutura chamada asco onde se formam os esporos. Já a divisão Basidiomycota apresenta como representantes a maioria dos fungos macroscópicos — como cogumelos — e destaca-se pela produção do basídio, estrutura produtora de esporos, além de possuir hifas septadas.
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Os fungos possuem um papel ecológico muito importante também desempenhado por algumas bactérias: a decomposição. Apesar de sua importância na ciclagem de nutrientes, essa característica afeta diretamente os interesses econômicos do homem, que acabam sofrendo com o apodrecimento de vários produtos, principalmente alimentos. As espécies que se nutrem de restos de outros seres vivos recebem o nome de espécies sapróbias.
Além de decompositores, os fungos destacam-se por suas associações mutualísticas na formação de líquens e micorrizas. Os líquens são formados pela associação, principalmente, de ascomicetos com algas verdes ou cianobactérias. Nessa associação ambos são beneficiados, uma vez que o fungo protege a alga ou cianobactéria contra ressecamento e estas lhe oferecem matéria orgânica. Já as micorrizas são associações entre fungos e raízes de plantas. Nesses casos, os fungos ajudam a planta a obter nutrientes, tais como o fósforo, e as plantas, por sua vez, fornecem carbono orgânico para os fungos.
Economicamente, os fungos são usados para as mais variadas funções. As leveduras, por exemplo, são utilizadas na fabricação de pão, vinhos e cerveja em face de capacidade de fermentação. Existem também fungos comestíveis, como é o caso do champignon. Alguns fungos são usados ainda na fabricação de antibióticos, como é o caso do Penicillium utilizado na produção de penicilina, e como repositores da flora intestinal.
Alguns fungos são parasitas e podem causar doenças, que genericamente são chamadas de micoses. Entre as principais micoses, podemos citar a pitiríase versicolor, pé de atleta e a candidíase.
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Por Vanessa Sardinha dos Santos
Foto: educadores
Os fungos desempenham o papel de decompositores na natureza, com cadáveres e resíduos de seres vivos. Uma parte dos sais resultantes é destinada para a sua nutrição, a fim de absorver somente uma parte para a sua nutrição, a outra fica no ambiente. É dessa forma que os fungos colaboram para a renovação e reciclagem de materiais no solo e na água, exercendo um papel bastante importante para o desenvolvimento sustentável.
Presentes em rochas, seres vivos, materiais em processo de decomposição, papelão, parede, sapatos e roupas, os fungos desempenham um papel importante na economia. O interesse comercial nesses organismos vem aumentando consideravelmente nos últimos tempos.
Com os estudos cada vez mais avançados, empresas e investidores enxergam no fungo uma forma de aumentar a sua renda. Isso porque, eles são utilizados em diversos setores, do gastronômico ao farmacêutico. Estima-se que cerca de duzentos tipos de cogumelos são usados na alimentação humana. Como exemplo, temos o champignon, utilizado em strogonoffs, e o shitake, proveniente da cultura oriental.
As receitas que envolvem fungos, no entanto, não param por aí. Alguns outros pratos também são feitos com espécies de cogumelos. Depois de passarem por um processo de secagem e limpeza, eles se tornam iguarias importantes em pratos de renomados restaurantes, como o “pappardelle ao ragu de cogumelos”.
O levedo proveniente dos fungos é bastante utilizado na produção de bebidas alcoólicas e de pães. Esse levedo na massa elimina gás carbônico que contribui para tornar o pão leve e macio. Já no caso das bebidas alcoólicas, é utilizado para obtenção de energia e álcool etílico.
Os fungos presentes em alguns queijos são, talvez, os mais comuns e conhecidos. Responsáveis pelo sabor característico de queijos como roquefort e camembert, os fungos são utilizados no processo de fabricação.
Indústria Farmacêutica
Sua utilização não para por aí. Alguns fungos produzem toxinas poderosas, que vêm sendo objeto da pesquisa farmacêutica. O mercado já conta com alguns antibióticos e medicamentos produzidos com fungos.
Foto: cienciahojeFoi em 1920 que os cientistas descobriram as propriedades farmacêuticas de alguns tipos de fungo. Uma das substâncias mais conhecidas está concentrada no fungo chamado Penicillium, que deu o nome a um dos primeiros antibióticos conhecidos.