Qual e a diferença entre a taxa de natalidade e taxa de fecundidade?

A taxa de fecundidade é um indicador demográfico que representa uma estimativa de quantos filhos uma mulher tem durante sua vida. Ela expressa as condições de reprodução em um determinado local.

Com esse indicador, é possível fazer análises da dinâmica demográfica. Isto é, previsões sobre o tamanho da população no futuro - se haverá aumento, diminuição ou até mesmo, estagnação populacional.

Essas informações são de extrema importância para o planejamento de políticas públicas nas áreas de saúde, educação, segurança, previdência e urbanização, por exemplo.

Apesar da taxa de fecundidade ser diferente entre as regiões do mundo, existe uma tendência de diminuição desse índice. Na década de 60 as mulheres tinham, em média, 4,92 filhos, hoje esse número é 2,45.

Como é calculada a taxa de fecundidade?

Existem dois tipos de taxa de fecundidade: a taxa de fecundidade total (TFT) e as taxas específicas de fecundidade (TEF).

As taxas específicas de fecundidade são taxas correspondentes aos diferentes grupos etários dentro da idade fértil - de 15 a 49 anos.

As faixas são: 15-19, 20-24, 25-29, 30-34, 35-39, 40-44, 45-49. Para calcular essa taxa, basta dividir o número de nascimentos em um grupo etário pelo número de mulheres nesse grupo.

A taxa de fecundidade total seria uma média de todas as taxas específicas de fecundidade, isto é, uma média do número de filhos que uma mulher tem ao final de seu período reprodutivo.

Por que a taxa de fecundidade está diminuindo?

A taxa de fecundidade no mundo sofreu uma redução de cerca de 5 para 2,5 entre os anos 1960 e 2010. Isso significa que o número de nascimentos se reduziu pela metade em cerca de 50 anos.

Essa redução é resultado de mudanças culturais, econômicas e políticas relacionadas à mulher. Alguns dos fatores que se destacam são:

  • Aumento da escolaridade das mulheres.
  • Maior participação das mulheres no mercado de trabalho.
  • Políticas de educação sexual e planejamento familiar.
  • Maior acesso a métodos contraceptivos.

Nas últimas décadas, as mulheres deixaram de ocupar espaços domésticos e passaram a se inserir cada vez mais no mercado de trabalho e a investir em sua educação.

Hoje, é comum que as mulheres primeiro finalizem seus estudos e alcancem determinados níveis em sua carreira profissional, antes de planejar ter filhos.

Muitos casais também optam por não ter filhos, uma decisão que muitas vezes está relacionada aos elevados custos para a criação.

Como as oportunidades de estudo, trabalho e o acesso à informação estão relacionadas à maior renda, é natural que as taxas de fecundidade sejam menores em países mais desenvolvidos ou em regiões mais desenvolvidas de um país.

Não obstante, mesmo em países em subdesenvolvimento, constata-se a redução no número de filhos por mulher.

Veja também: crescimento vegetativo.

Taxa de reposição populacional

A taxa de reposição populacional é a taxa de fecundidade necessária para equilibrar a quantidade de habitantes no mundo.

Essa taxa é de 2,1, que seriam dois filhos para substituir os pais e a fração 0,1 para compensar o número de pessoas que morrem antes de chegar à idade de reprodução.

Isso significa que, se por um longo período de tempo, um país tiver a taxa de fecundidade igual a 2,1, não terá crescimento populacional. Por outro lado, um país que tenha taxa de fecundidade inferior a 2,1, a longo prazo, terá sua população reduzida.

Entenda o que é população e população absoluta.

Taxa de fecundidade no Brasil

O Brasil é um país onde a taxa de fecundidade está abaixo da taxa de reposição populacional. A média de filhos que uma mulher possui ao longo de sua vida fértil é de 1,7 - índice semelhante ao de países desenvolvidos.

E esse índice continua diminuindo. Segundo o IBGE, no ano 2000 a taxa de fecundidade total era de 2,39 e em 2015 caiu para 1,69. Veja abaixo o gráfico desse período:

Qual e a diferença entre a taxa de natalidade e taxa de fecundidade?

Fonte: IBGE.

Segundo dados do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), essa redução foi observada em todas as regiões do país e foi mais significativa nas camadas sociais mais pobres e menos escolarizadas.

No extrato das mulheres que têm entre zero e quatro anos de estudo, o índice caiu de 3,45 para 2,9, uma redução significativa se comparada às mulheres que têm mais de 12 anos de estudo, extrato em que houve uma redução de 1,56 para 1,18.

Essa redução é resultado de mais acesso à informação e de programas sociais de conscientização e planejamento familiar.

Apesar da taxa de fecundidade apresentar uma tendência de convergência no Brasil todo, ainda há diferenças regionais: em um extremo temos a região sul com 1,57 filhos por mulher e no norte 2,06.

Veja no gráfico abaixo a variação da taxa de fecundidade entre os anos 2000 e 2016, nas cinco regiões do Brasil.

Ano20002016
Brasil2,39 1,69
Norte3,18 2,06
Nordeste2,72 1,93
Sudeste2,11 1,58
Sul2,17 1,57
Centro-Oeste2,25 1,67

Fonte: dados do IBGE.

Taxa de fecundidade no mundo

A taxa de fecundidade no mundo está em queda. Nos últimos 50 anos, esse número se reduziu à metade se considerarmos a média mundial.

Alguns países chegam a registrar taxas próximas a 1 filho por mulher, como é o caso do Chipre e Taiwan. A longo prazo, essa taxa representa a diminuição e o envelhecimento da população desses países.

A baixa taxa de fecundidade é um fenômeno mais comum em países desenvolvidos, onde as mulheres têm mais oportunidade de estudo e trabalho e mais acesso à informação.

No entanto, ainda existem países onde a taxa de fecundidade é alta, como por exemplo, o Níger, onde a média de filhos por mulher é de 7,6. Isso acontece em países subdesenvolvidos e, em especial, na África.

Veja no gráfico abaixo quais são as condições de reprodução, nas diversas regiões do mundo. As regiões mais claras são os países onde a taxa de fecundidade é mais baixa e os países em vermelho escuro representam maiores números de filhos por mulher.

Qual e a diferença entre a taxa de natalidade e taxa de fecundidade?

Fonte: Our World in Data.

Tanto a insuficiência de nascimentos em países desenvolvidos, como o crescimento populacional decorrente de altas taxas de fecundidade em países pobres configuram desafios para os Estados e exigem políticas públicas para o equilíbrio das taxas demográficas.

Diferença entre taxa de fecundidade e taxa de fertilidade

A taxa de fertilidade está relacionada à capacidade fisiológica da mulher de ter filhos, isto é, o potencial reprodutivo das mulheres. Já a taxa de fecundidade é o resultado concreto da média de filhos que as mulheres têm em determinado local.

Em geral, a taxa de fecundidade será sempre menor do que a taxa de fertilidade, pois muitas mulheres que podem ter filhos, não os terão. Isso pode acontecer por preferências das mulheres em não ter filhos ou até mesmo devido a políticas de controle da natalidade.

Conheça também a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.

Qual a diferença entre a taxa de natalidade e fecundidade?

Natalidade é estudo que relaciona a ocorrência de crianças nascidas vivas com a população total. Fecundidade é estudo que relaciona a ocorrência de crianças nascidas vivas com a população feminina em idade reprodutiva (convencionou-se considerar como idade reprodutiva da mulher a faixa de 15 a 49 anos de idade).

Qual a diferença entre a taxa de natalidade e de mortalidade?

A taxa de natalidade representa o número de nascidos vivos, enquanto a taxa de mortalidade indica o número de óbitos de um determinado local. Os resultados obtidos auxiliam na compreensão da dinâmica populacional de um determinado lugar, demonstrando seu crescimento ou declínio.

Qual a diferença entre taxa de fecundidade?

Diferença entre taxa de fecundidade e taxa de fertilidade A taxa de fertilidade está relacionada à capacidade fisiológica da mulher de ter filhos, isto é, o potencial reprodutivo das mulheres. Já a taxa de fecundidade é o resultado concreto da média de filhos que as mulheres têm em determinado local.

Qual e a taxa de fecundidade?

No Brasil, a taxa de fecundidade é de 1,94 filho por mulher.