Qual é a definição de Design Thinking?

O que passa na sua cabeça quando alguém fala em design thinking?

Mais um daqueles termos estrangeiros que empreendedores digitais e consultores adoram usar e que parecem sempre mais do mesmo?

Recomendamos que você comece a leitura deste texto abrindo a cabeça e sem pré-conceitos formados.

Vamos mostrar que o design thinking é uma abordagem que, apesar de moderna e inovadora, é bem mais simples e fácil de entender do que muita gente imagina.

Além disso, pode ser utilizada em vários contextos.

A metodologia é capaz de trazer bons resultados qualquer que seja o ramo no qual ela é aplicada.

Mas fique sabendo que, embora o modelo seja de fácil compreensão, isso não significa que a solução será simples.

É preciso se empenhar e, acima de tudo, colocar a cabeça para funcionar.

Afinal, a palavra thinking vem do verbo pensar em inglês.

Só que não para por aí, porque o design thinking também contempla a parte prática.

Para saber mais, prepare-se para ampliar a sua visão sobre processos de inovação e criatividade, acompanhando o artigo até o fim.

Confira quais são os tópicos que iremos abordar a partir de agora:

  • O que é design thinking?
  • Qual a origem do termo design thinking?
  • A metodologia do design thinking
  • Etapas do design thinking
  • Como implementar as práticas de design thinking na minha empresa?
  • Principais ferramentas utilizadas na metodologia do design thinking
  • Exemplos de aplicações do design thinking
  • Como aprender o design thinking?

Boa leitura!

O termo Design Thinking tem grande relação com a ideia de multidisciplinaridade

O que é Design Thinking?

Design thinking é uma metodologia usada para a criação de novos produtos, serviços, processos ou para a resolução de problemas.

Não é possível compreendê-la bem sem enxergar o design como algo que vai muito além da forma e da estética de produtos.

Antes, traduzimos thinking. Mas design, o que quer dizer?

A palavra da língua inglesa significa projetar, planejar, desenhar ou esboçar um projeto.

Assim, definir um novo formato, cores e desenhos para a embalagem de um produto é design tanto quanto pensar em um novo processo de controle de estoque, por exemplo.

O que acontece é que, em ambos os casos, se está criando algo novo e, para isso, é necessário planejar antes de executar.

Por isso, muitos pensam que design thinking é um termo redundante, porque todo trabalho de design envolve muita reflexão.

Mas a ideia aqui não é falar sobre o nome, e sim sobre a abordagem. Quais são os diferenciais do design thinking, afinal?

A metodologia valoriza a criatividade, experimentação e empatia para encontrar soluções inovadoras.

Uma de suas características mais fortes é a multidisciplinaridade, pois o processo deve reunir todos os envolvidos no desenvolvimento do produto ou serviço.

A partir daí, basta seguir as etapas (logo mais falaremos sobre elas) do design thinking para problematizar a questão, pensar em uma solução e testá-la.

Mas não pense que é uma receita de bolo, segundo a qual basta misturar os ingredientes corretos e seguir o modo de preparo para que o resultado seja garantido.

O design thinking é uma ferramenta que orienta, porém depende da dedicação de todos os envolvidos e, principalmente, da mente aberta dos gestores.

Qual a origem do termo Design Thinking?

Nos Estados Unidos, o termo design thinking já era utilizado desde os anos 1970, em áreas como ciência, engenharia, arquitetura, educação e pesquisa acadêmica.

No geral, era usado com o significado parecido ao que tem atualmente: uma abordagem criativa para a resolução de problemas.

A sistematização das ideias por trás do design thinking na metodologia que conhecemos hoje, voltada para a administração de empresas, credita-se a Tom e David Kelley e a Tim Brown.

Os irmãos Kelley fundaram em 1991 a IDEO, empresa de consultoria em design reconhecida mundialmente.

O britânico Tim Brown é o atual CEO e presidente da empresa. Também é o autor do livro Change by Design.

A obra que explica a abordagem foi lançada em 2009 e virou best seller entre empreendedores do mundo todo.

Brown é considerado como a principal voz do design thinking atualmente.

Para conhecer um pouco do que ele tem a dizer, vale conferir a sua apresentação no TED Talk em 2009.

A ideia do Design Thinking se sustenta em pilares que analisaremos abaixo

A metodologia do Design Thinking

Há alguns pilares muito importantes por trás da metodologia do design thinking. Um deles é o da inspiração.

O processo sempre começa com uma fase que contempla o entendimento do problema ou da oportunidade e de estudo das possibilidades, da concorrência e do comportamento do público-alvo.

Ou seja, inspiração aqui não é aquela fagulha divina que irriga o cérebro com uma grande ideia. Estamos falando de reunir materiais, objetivos ou não, para inspirar.

Outro pilar é o da empatia, que significa se colocar no lugar do outro e entender as suas necessidades.

Veja bem, a empatia do design thinking não diz respeito apenas aos consumidores, mas também ao público interno da empresa.

Como já destacado antes, trata-se de uma metodologia multidisciplinar, portanto, colaboradores de todas as áreas devem ser ouvidos.

A empatia entra para derrubar as barreiras comuns entre setores e hierarquias, para que seja possível obter a visão mais completa possível sobre o problema e as possíveis alternativas.

O design thinking também tem o pilar da criatividade, que podemos definir como a capacidade de fazer conexões.

Isso é fundamental, porque de nada adianta colher dados e opiniões distintas sobre determinado assunto sem que haja esforço para encontrar um denominador comum entre elas.

Está percebendo como a abordagem do design thinking exige que pensemos muito?

Mas há também a parte de colocar as ideias em prática o mais rápido possível para obter feedbacks.

Afinal, o próprio mantra da IDEO, empresa chefiada por Tim Brown, é “failure sucks but instructs”, o que significa “falhar é uma droga, mas ensina”.

O design thinking, portanto, também orienta a aprender com os erros, já que eles são inevitáveis.

Se tudo isso ainda parece muito abstrato para você, não se preocupe.

A seguir, falaremos sobre as etapas do design thinking e ficará mais fácil entender como os pilares que acabamos de apresentar se manifestam na prática.

Conhecendo as etapas do Design Thinking tudo ficará mais claro

Etapas do Design Thinking

As etapas que vamos apresentar abaixo são uma espécie de roteiro a ser seguido para aplicar o design thinking.

Mas lembre-se do que falamos antes: não é uma receita de bolo.

Essa é uma maneira de organizar o trabalho para potencializar as possibilidades criativas da empresa.

Para tanto, é preciso avaliar o que se tem em mãos para definir quais as melhores ferramentas a serem usadas em cada etapa para atingir o objetivo proposto.

Imersão

É a fase de entendimento.

Começa por entender a si mesmo, com ferramentas como a análise SWOT, que estuda as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças da empresa que impactam no projeto.

Antes disso, é discutido em detalhes qual é o problema enfrentado e é definido o escopo e os limites do projeto.

A imersão é uma fase em que muito material de estudo é gerado.

Nela, são considerados diversos pontos de vista e perspectivas. Também há muita pesquisa exploratória e de referência.

Depois dessa parte preliminar, tem início a imersão profunda, com entrevistas e trabalhos de campo, o que gera insights que serão usados depois.

Todo o material produzido nessa fase serve como insumo para as posteriores. Ou melhor, nem todo, como veremos a seguir.

Análise e Síntese

Como acabamos de ressaltar, a fase de imersão dá origem a uma enorme quantidade de material. Mas nem tudo pode ser aproveitado.

É feita uma análise e organização lógica e racional dos insights gerados na etapa anterior, identificando padrões e categorizando as ideias.

A própria observação desses padrões ajuda a enxergar melhor a questão e, quem sabe, encontrar novas respostas.

A representação gráfica de todo esse material (com diagramas e mapas conceituais) ajuda a visualizar melhor o problema.

A partir daí, os insights são filtrados e o projeto começa a ganhar corpo, com a definição de público-alvo e de uma linha de trabalho.

Escolher um caminho a seguir é um desafio aqui, pois estamos lidando com uma equipe multidisciplinar.

Por isso, certamente, há vários pontos de vista diferentes envolvidos.

Ideação ou Ideation

Essa é a etapa na qual a equipe de trabalho começa a pensar em uma solução para o problema apresentado.

Aqui, é preciso entender que nenhuma solução é ideal.

Vão surgir inúmeras ideias, sempre tendo como base as necessidades identificadas nas fases anteriores.

Devem ser usados métodos para explorar ao máximo a criatividade dos colaboradores, que estimulem o pensamento fora da caixa.

Para que eles se sintam à vontade para apresentar até as ideias mais ousadas, não pode haver julgamentos de valores.

A equipe precisa ter a liberdade para experimentar e errar. Sim, errar, pois o medo da falha ou da crítica é o principal agente inibidor da criatividade e inovação.

Não se trata de incentivar o erro, mas sim a geração de possibilidades.

Nas etapas seguintes, você vai entender melhor esse modo de pensar.

Prototipação ou Prototipagem

Várias pesquisas no Brasil e no mundo já mostraram que a maior parte das empresas, dos produtos e dos serviços que são lançados no mercado falham.

Nem sempre isso acontece por conta de uma negligência boba do empreendedor.

É que são tantas as variáveis envolvidas que, às vezes, só é possível conferir o resultado de uma ideia na prática.

Quem adota o design thinking não tem medo de assumir esse risco. Pelo contrário: o utiliza a favor do seu projeto.

A ideia do protótipo consiste em produzir um Mínimo Produto Viável, conhecido pela sigla MVP.

A partir das ideias geradas na etapa anterior, é criada uma versão simples do produto, que pode ser produzida rapidamente, sem gastar muitos recursos, em um período de testes.

O protótipo serve para sentir como a solução se comporta na prática.

Ela realmente atende às necessidades do consumidor final?

Temos aí uma oportunidade de responder a essa e outras perguntas.

O segredo é fazer um acompanhamento muito próximo de como se comporta o produto ou serviço criado, colhendo insights sobre o que funcionou e o que deve ser corrigido.

Implementação Final

A intenção do MVP é alcançar a essência da solução.

Se ele não teve boa resposta, eis um aprendizado que custaria muito mais caso o produto fosse lançado em sua forma final.

Mas no caso de a solução ser validada, aí sim, partimos para a etapa final, de implementação.

São feitos os ajustes necessários para lançar o produto ou serviço para o consumidor final.

Na realidade, o trabalho não termina exatamente aí, pois uma empresa consciente deve sempre manter um processo de aperfeiçoamento contínuo, mapeando as fraquezas e oportunidades de cada projeto.

O Design Thinking é muito versátil e pode ser aplicado em qualquer contexto

Como implementar as práticas de Design Thinking na minha empresa?

É difícil responder objetivamente, porque cada ramo de atuação tem suas particularidades e cada empresa sua cultura organizacional e idiossincrasias.

Por mais que tenha sido difícil visualizar as etapas anteriores sendo implementadas na sua empresa, acredite, o design thinking pode ser aplicado em qualquer contexto.

E é possível adaptar as fases à realidade da organização.

Dependendo das características do mercado, o MVP pode ser lançado direto ao consumidor final, por exemplo.

Cabe aos gestores enxergarem qual a melhor maneira de aproveitar os conceitos da metodologia.

Seja qual for o formato adotado, os pilares devem ser sempre lembrados, em especial o da empatia.

Leve em conta que o principal objetivo do design thinking é resolver o problema do público, seja ele interno ou externo, deixando-o plenamente satisfeito.

Sem esquecer também da multidisciplinaridade, que permite enxergar a situação por diversos ângulos, o que facilita a inovação.

No tópico a seguir, vamos apresentar ferramentas utilizadas no design thinking que podem ajudar a entender melhor como implementar a metodologia.

Há uma série de ferramentas que podem ser usadas para aplicar o conceito de Design Thinking

Principais ferramentas utilizadas na metodologia do Design Thinking

Como ressaltamos antes, é tarefa do gestor encontrar as melhores ferramentas para levar a cabo cada etapa do design thinking.

A seguir, conheça algumas sugestões que podem ser usadas em uma ou mais fases da metodologia.

Se você achou uma delas interessante, busque mais informações a respeito para entender melhor como aplicá-la.

Pesquisa desk

Usada na fase de imersão, a pesquisa desk consiste na criação de uma árvore de temas relacionados ao problema, que vão se desdobrando enquanto são obtidas informações de fontes diversas (portais de notícias, jornais e revistas, por exemplo).

Mapa da empatia

A partir de entrevistas com clientes, o mapa da empatia é a estruturação do conhecimento obtido para responder às seguintes perguntas: o que o cliente fala, o que ele vê, o que ele escuta e o que ele sente.

Brainstorming

É uma reunião (de preferência feita com uma equipe multidisciplinar) na qual o único objetivo é pensar em ideias, apresentá-las e discuti-las.

A premissa é que seja um ambiente para ousadia completa, sem nenhum tipo de crítica ou julgamento.

A filtragem das ideias será feita em outro momento.

World Café

É um método de incentivo ao diálogo entre funcionários de diferentes setores e hierarquias, no qual um grande grupo é dividido em várias mesas (como em um café) e, de tempo em tempo, um membro é trocado.

A conversa – sobre um problema determinado previamente – continua de onde parou, com um novo integrante na mesa.

Gamificação

Consiste em tornar uma atividade lúdica, trazendo à sua execução a dinâmica e o prazer dos jogos.

Esse recurso apresenta excelentes resultados e pode ser utilizado em qualquer etapa do design thinking.

Cocriação com o cliente

Dependendo do produto ou serviço a ser desenvolvido, convidar clientes para participarem da sua criação (nas fases de ideação e prototipagem) pode ser uma grande ideia, pois vai gerar insights bastante precisos.

É possível buscar conhecimento e as técnicas para aplicar o conceito de Design Thinking em sua empresa

Como aprender com o Design Thinking?

Buscar o conhecimento básico sobre o design thinking e como ele pode ser útil para a empresa é o primeiro passo, que você acabou de dar.

Para maximizar os resultados dessa abordagem, porém, o ideal é buscar uma formação que apresente um bom repertório de métodos e ferramentas para implementar o modelo.

E a sua melhor opção é a Fundação Instituto de Administração (FIA), uma escola de negócios criada em 1980 que é referência na área.

Uma das instituições mais bem avaliadas em rankings nacionais e internacionais de educação, a FIA tem um catálogo completo com cursos de Graduação, Pós-Graduação, Mestrado, MBA e Extensão.

Há opções de formação mais ampla e outras focadas em áreas específicas da administração de empresas. Navegue pelo site e conheça.

O Design Thinking pode ser um grande diferencial para seu produto

Conclusão

O mundo está cada vez mais volátil.

Transformações culturais, demográficas, financeiras e tecnológicas acontecem cada vez mais rápido.

E é claro que tudo isso se reflete no mercado.

Para gerir um negócio nos dias de hoje, é necessário ter uma grande capacidade de adaptação. E saber inovar.

É muito difícil encontrar um segmento no qual não exista grande concorrência.

Então, por que não criar um nicho de mercado novo?

Não há como fazer isso sem inovação, e o design thinking é uma metodologia que contribui de modo decisivo nesse processo.

Porque não é possível inovar sem colocar a cabeça para funcionar, concorda?

E é muito mais provável que uma iniciativa dê certo quando um grupo diverso, de várias áreas e posições hierárquicas, ajudou a concebê-la.

Esse conceito de multidisciplinaridade, assim como as demais ideias sobre as quais falamos neste artigo, como empatia e criatividade, trazem grandes benefícios quando aplicadas diariamente em uma organização.

Em vez de apenas pensar nisso ao propor um novo produto e aplicar o design thinking, reflita diariamente.

Para isso, os conceitos precisam fazer parte da cultura organizacional da empresa.

É uma transformação essencial para encarar o mercado dinâmico de hoje.

Ficou com alguma dúvida sobre design thinking ou qualquer outra questão que abordamos aqui?

Entre em contato conosco ou deixe um comentário abaixo.

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