O naturalista Lineu propôs um sistema de nomenclatura binomial com a finalidade de padronizar a forma de nomear espécies, facilitando a comunicação entre os cientistas.
O naturalista sueco Lineu foi, e ainda é, muito importante para a sistemática: parte da biologia que estuda a diversidade biológica. Foi ele quem propôs classificar os seres vivos em categorias taxonômicas, a partir da análise de semelhanças entre grupos de indivíduos. Assim, definiu espécie como o taxa mais específico, sendo procedido do gênero, família, ordem, classe, filo e reino.
Cada espécie possui um ou mais nomes vulgares, e que podem variar de cultura para cultura; e a um mesmo grupo de animais, pode ser atribuído um único nome. Por exemplo: mosquito, carapanã, pernilongo e muriçoca são nomes que se dão indivíduos de insetos Subordem Nematocera. Considerando este fator, Lineu propôs um sistema de nomenclatura biológica, com a finalidade de padronizar a forma de nomear espécies, facilitando a comunicação entre os cientistas e público interessado. Assim, cada espécie possui um nome científico específico, sendo este utilizado universalmente, em qualquer lugar do planeta.
Este sistema, denominado nomenclatura binomial, ou sistema lineano; sugere que:
- Todo nome científico deve possuir duas palavras;
- A primeira palavra do nome científico se refere ao gênero do indivíduo;
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- A segunda palavra do nome científico é o epíteto específico: um nome que caracteriza a espécie. Este pode ser alguma característica específica de seus indivíduos, ou mesmo uma homenagem, do cientista que registrou a espécie, a alguém ou a alguma coisa;
- A primeira letra da primeira palavra do nome científico deve estar em maiúsculo. As demais, em minúsculo, assim como o epíteto específico;
- O nome científico deve ser escrito em itálico. Em casos em que escrever assim, de forma legível, é inviável, deve ser utilizada a escrita a grifo;
- Se o mesmo nome for escrito mais de uma vez em um mesmo documento, a partir da segunda pode-se abreviar o gênero: Helicobacter pylori (...) H. pylori;
- Algumas espécies podem possuir três nomes, como é o nosso caso: Homo sapiens sapiens. O primeiro nome se refere ao gênero. O primeiro e o segundo, à espécie; e todos eles, à subespécie. Nestes casos, valem as mesmas regras.
Aproveite para conferir a nossa videoaula relacionada ao assunto:
Por Mariana Araguaia
A nomenclatura dos seres vivos, também chamada de nomenclatura binária, nomenclatura binomial ou nomenclatura científica, é um sistema universal de classificação dos organismos.
Visando facilitar a comunicação entre estudiosos oriundos de diferentes países, com diferentes línguas, o botânico sueco Carl von Linné, conhecido no Brasil como Lineu, propôs a classificação dos seres vivos através de um sistema de nomenclatura que fosse padronizado, universal e único.
Dentro de uma mesma língua, os nomes científicos contribuem também para a desambiguação de uma determinada espécie face aos diversos nomes comuns que pode apresentar, como aipim, macaxeira e mandioca.
Como escrever nomes científicos?
A escrita de nomes científicos segue as seguintes regras principais:
1. Os nomes científicos são escritos em latim, uma língua morta, não sujeita a alterações.
2. Devem ser escritos com algum tipo de destaque: itálico, sublinhado ou negrito.
3. São formados por duas palavras (nomenclatura binominal): a primeira palavra indica o gênero e a segunda palavra indica a espécie (epíteto específico).
4. Apenas a primeira letra da primeira palavra é escrita com letra maiúscula. As restantes letras são escritas com letra minúscula, inclusivamente a primeira letra da segunda palavra.
5. Não recebem acentuação gráfica.
Exemplos de nomes científicos de animais e plantas:
- Aptenodytes forsteri
- Panthera onca
- Ramphastus tucanus
- Bambusa vulgaris
- Theobroma cacao
- Capsicum annuum
Nomes comuns dos seres acima referidos:
- pinguim-imperador
- onça-pintada
- quero-quero
- bambu
- cacau
- pimentão
Como indicar subespécie e subgênero?
Alguns nomes científicos são compostos por três palavras (nomenclatura trinominal).
Quando a terceira palavra indica uma subespécie, é escrita a seguir à palavra indicativa da espécie, com letra inicial minúscula.
- Homo sapiens sapiens
- Canis lupus familiaris
- Oryctolagus cuniculus domesticus
Quando a terceira palavra indica um subgênero, é escrita em segundo lugar, entre parênteses, a seguir à palavra que indica o gênero. Deve ser escrita com letra inicial maiúscula.
- Thais (Stramonita) haemastoma
- Anopheles (Nyssorhinchus) darlingi
- Lecane (Monostyla) closterocerca
Como citar o autor que descreveu o organismo?
Em trabalhos científicos e acadêmicos é, muitas vezes, necessário citar o autor que primeiro descreveu determinado ser vivo, bem como o ano da sua publicação.
O nome do autor deverá ser escrito após o nome da espécie, sem qualquer tipo de separação. Contrariamente, contudo, ao nome científico do organismo, o nome do autor não deverá apresentar qualquer forma de destaque, como itálico ou sublinhado, sendo escrito com letras normais.
- Treponema pallidum Schaudinn & Hoffmann
- Apis mellifera Linnaeus
O ano da publicação deverá ser escrito após o nome do autor, separado por uma vírgula.
- Treponema pallidum Schaudinn & Hoffmann, 1905
- Apis mellifera Linnaeus, 1758
Como abreviar nomes científicos?
Os nomes científicos podem ser abreviados a partir da segunda vez que são mencionados no texto. Apenas pode ser abreviada a palavra que indica o gênero, nunca a palavra que indica a espécie. Para tal, deverá ser mantida a inicial maiúscula do gênero, seguida de um ponto indicativo de abreviação.
- Helicobacter pylori = H. pylori
- Sclerotium rolfsii = S. rolfsii
Outras classificações científicas
Os nomes científicos apenas indicam o gênero e a espécie dos organismos. Outras classificações mais amplas, como família, ordem, classe, filo e reino não se encontram referidas nos nomes científicos dos seres vivos. Quando mencionadas, estas deverão ser escritas com letra inicial maiúscula.
Nome comum: jiboia
Reino: Animalia
Filo:
Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Serpentes
Família: Boidae
Gênero: Boa
Espécie: Boa constrictor
Nome comum: couve
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem:
Brassicales
Família: Brassicaceae
Gênero: Brassica
Espécie: Brassica oleracea
Professora de português, revisora e lexicógrafa nascida no Rio de Janeiro e licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto, em Portugal (2005). Atua nas áreas da Didática e da Pedagogia.