Ouça este artigo: Hans Christian Gram, um bacteriologista dinamarquês, estudou e definiu a técnica para corar bactérias, a coloração Gram, em 1884. Nesta ocasião,
experimentalmente, corou lâminas com esfregaços (uma espécie de “raspa”, grosseiramente falando, de um determinado lugar do corpo ou de uma cultura que se queira fazer a pesquisa) com violeta de genciana e percebeu que se as bactérias existentes nestes esfregaços uma vez coradas não desbotavam com álcool, se previamente fossem tratadas com
iodo. Avançando e aprimorando o método, adicionou ainda outros corantes denominados “contra-corantes”, tais como safranina e fucsina básica. As bactérias contidas no esfregaço podem ser classificadas como Gram-positivas (aproximadamente de cor roxa) ou Gram-negativas (aproximadamente de cor vermelha), isto dependerá da parede celular da
bactéria. Se for estruturalmente simples a coloração será positiva, se for estruturalmente complexa a coloração será então negativa. Existe um protocolo que se segue para fazer a coração de um esfregaço, com etapas bem definidas e com misturas de substâncias (solução de cristal violeta; solução de lugol (iodeto de potássio - KI); solução de safranina e
solução de álcool) que resultarão na coloração positiva ou negativa, como nas figuras abaixo:
Bactérias gram-positivas e gram-negativas. Fotos: Y_tambe / Wikimedia Commons ([1][2]) [CC-BY-SA 3.0]
Estas bactérias de diferentes colorações tem também graus diferentes de virulência. As Gram-negativas, por exemplo, são constituídas por uma endotoxina denominada LPS(lipopolissacarídeo), que é causadora da patogenicidade. Já as Gram-positivas possuem a exotoxina rica em ácido lipoprotéico que confere aderência à bactéria.
Bactérias Gram-negativas
As proteobactérias compôem a maior parte das bactérias gram negativas. As principais são:
- Escherichia coli
- Salmonella
- Shigella
Enterobacteriaceae:
- Pseudomonas
- Moraxella
- Helicobacter
- Stenotrophomonas
- Bdellovibrio
- Legionella
Entre outras, como Chlorobi, Chloroflexi, Cianobactérias, Espiroquetas, etc.
Bactérias Gram-positivas
- Filo Firmicutes (Bacilos, Estreptococos, Estafilococos, Enterococos, Actinobacteria, Listeria, etc).
Bibliografia:
//www.ufrgs.br/agrofitossan/fit35/carolineGram.pdf
//web.archive.org/web/20100304180113///www.medicinageriatrica.com.br:80/2008/07/06/saude-geriatria/bacterias-gram-positivas-e-gram-negativas/
//www.forp.usp.br/restauradora/calcio/citolog.htm
//pt.wikipedia.org/wiki/Técnica_de_Gram
Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/microbiologia/bacterias-gram-positivas-e-gram-negativas/
A parede celular, parede celulósica ou membrana esquelética celulósica, é uma estrutura de celulose resistente e flexível que delimita as organelas celulares numa célula vegetal.
Lembre-se que as células vegetais formam os tecidos das plantas. Por sua vez, as células animais não possuem parede celular, cloroplastos e vacúolos.
Funções
As principais funções da parede celular é proporcionar sustentação, resistência e proteção contra patógenos externos. Sendo assim, ela colabora com a absorção, transporte e secreção de substâncias.
Além disso, a parede celular funciona como um filtro das células vegetais, já que permite a troca de substâncias entre outras células vizinhas.
Ela também protege contra a entrada excessiva de água, evitando assim, a lise osmótica, ou seja, a ruptura da célula. Outra importante função é que a parede celular confere forma as diversas células vegetais.
Leia mais sobre Osmose.
Estrutura
A parede celular é uma estrutura muito resistente composta por microfibrilas do polissacarídeo chamado celulose.
Ela envolve a membrana plasmática e em sua estrutura possui poros que funcionam como filtros em relação ao meio externo.
Classificação
A parede celular pode ser primária e secundária:
- Parede Celular Primária: são formadas basicamente de celulose, hemicelulose e pectinas. Apesar de fina, ela é resistente e flexível, permitindo assim, o crescimento celular. Possui um teor de água elevado, com cerca de 70%. Nas paredes primárias, as pontes de hidrogênio proporcionam maior elasticidade à estrutura.
- Parede Celular Secundária: são formadas basicamente de celulose e hemicelulose. Nem todos os organismos vegetais apresentam esse tipo de estrutura. Ela é mais espessa que a primária, além de ser bem resistente uma vez que é composta de lignina. Possui um teor de água menor que a primária, ou seja, de 20%. As paredes secundárias limitam o espaço e conferem maior rigidez.
Além da parede primária e secundária, a lamela média é uma camada fina exterior as paredes que tem como função ligar a célula com outras que estão próximas.
Tipos
A parede celular está presente nas plantas, algas, fungos e algumas bactérias. Assim, eles diferem um pouco em relação a sua estrutura e composição.
- Parede Celular das Plantas: formada por microfibrilas de celulose, a parede celular das plantas possui geralmente uma parede primária e outra secundária.
- Parede Celular das Algas: formada por diferentes tipos de celulose como as paredes de glicoproteínas e polissacarídeos.
- Parede Celular dos Fungos: formada por quitina, e nalguns casos, por celulose, a parede celular dos fungos protege esses organizamos contra os invasores.
- Parede Celular Bacteriana: formada por peptidoglicano (açúcares ligados a aminoácidos), a parede celular bacteriana é classificada em Gram Positiva e Gram Negativa.
Saiba mais sobre o tema com a leitura dos artigos:
- Célula Vegetal
- Célula Animal
- Organelas Celulares