Qual a importância do quilombo dos Palmares para a resistência negra à escravidão?

O Brasil contou com a formação de centenas de quilombos de norte a sul, e o mais importante é o Quilombo dos Palmares – a maior resistência negra à escravidão. A luta dos negros contra a escravidão contou com mais de 500 mil negros e 38 insurreições negras em 300 anos. Os quilombos eram espaços de resistência e negação do trabalho escravo, mas foram apontados como locais de marginais perigosos. Em 1740, a Coroa Portuguesa definia Quilombo como “toda a habitação de negros fugidos que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados nem se achem pilões neles”.

Durante séculos, essa definição distorceu a memória da resistência negra. O resultado foi que a população negra não queria se associar aos quilombos por acreditar que eram espaços de bandidos em fuga. As fugas representavam um duro golpe na estrutura escravista, além de ser uma das primeiras manifestações de resistência à exploração do trabalhador brasileiro, negando o escravismo, na base da acumulação de capital, e as relações de produção profundamente violentas. Isso é o que explica a imensa repressão que sofreram os quilombos.

Palmares: símbolo de luta por uma sociedade igualitária

Desde o início da colonização do Brasil, os africanos procuraram meios de resistir à escravização de seus corpos e de suas mentes. E os quilombos foram uns dos principias instrumentos da luta negra. A palavra kilombo vem da língua banto umbundo e se refere a uma instituição militar da África Central (Congo e Angola) dos povos jagas ou imbangala. O quilombo brasileiro é, sem dúvida, uma cópia do quilombo africano reconstruído pelos escravizados para se opor a uma estrutura escravocrata pela implantação de outra estrutura política, na qual se encontraram todos os oprimidos.

A partir de 1597, a floresta e as montanhas na fronteira dos estados de Pernambuco e Alagoas serviram de palco para a formação do Quilombo dos Palmares. Formado por uma associação de comunidades negras, os mocambos, Palmares teve importantes lideranças, como Acotirene, Aqualtune, João Tapuia, Gaspar, Ambrósio, Ganga Zumba e Zumbi.

Zumbi, entre tantos feitos, tornou-se reconhecido por ter se colocado contra o acordo com os escravocratas e o governo de Pernambuco, um acordo que garantiria a liberdade aos palmarinos, mas, em troca, exigia a renúncia à luta contra a escravidão. Além disso, o acordo tinha por objetivo ganhar tempo, devido ao enfraquecimento das forças militares europeias, e dividir os palmarinos. O governo europeu só propôs o acordo depois de dezenas de fracassos dos seus exércitos.

Esse acordo, que foi aceito por Ganga Zumba, propunha a libertação aos pretos nascidos em Palmares; entrega de terras (que se mostraram improdutivas); legalização do comércio dos pretos palmarinos; aceitação, por parte dos palmarinos, de que seriam súditos da Coroa portuguesa, ou seja, aceitariam a ordem estabelecida da escravidão. Quanto aos negros e negras fugidos para Palmares por conta própria, seriam reescravizados.

Zumbi dos Palmares

Zumbi e outros líderes não aceitaram esse acordo de conciliação, pois sua luta não era apenas pela liberdade dos palmarinos: era contra a estrutura escravista. Não bastava emancipar os palmarinos, era preciso emancipar toda a população negra. Emancipar a população negra era o mesmo que emancipar toda a população trabalhadora brasileira, pois a sociedade escravista foi estruturada sobre a exploração e a opressão de negros e negras.

Palmares foi a negação do sistema escravista. Representava outra forma de organização social, política, econômica e cultural. Uma nova forma de sociabilidade e de produção e reprodução da vida, levada à frente por mais de 30 mil pessoas de diferentes grupos étnico-raciais dirigidos por lideranças negras. Fazer uma aliança com os poderosos oligarcas era negar esse projeto, negar outra forma de produzir a existência humana baseada em princípios de produção e repartição igualitários.

Sem rendição

Zumbi e Palmares são um exemplo de quem não se rendeu. Zumbi só confirmava a tradição da história de Palmares, que teve inicio na dominação holandesa sobre Pernambuco e terminou na dominação portuguesa. Nesse confronto entre holandeses e espanhóis (Portugal estava sob domínio da Espanha), muitos negros tiveram de optar por um dos lados. Nessa disputa entre o ruim e o pior, Palmares não tomou lado. O lado de Palmares era o da população negra em sua luta por liberdade e condições de existência.

Classe dominante quer eliminar Palmares

Foram dezenas de expedições holandesas e portuguesas contra o quilombo nordestino. Até o assassinato de Zumbi dos Palmares, em 20 de novembro de 1695. Sua memória é símbolo de liberdade e emancipação da população negra.

Em 14 de março de 1696, o governador de Pernambuco, Caetano de Melo de Castro, escreveu ao rei de Portugal, João V: “Determinei que pusessem sua cabeça num poste, no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal.”

Essa ideia do governador de Pernambuco e do Império português fracassou. Zumbi está vivo entre os brasileiros. O Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, resgata sua importância e a luta constante por direitos e contra a exploração do trabalhador brasileiro.

Com informação do Rosenverck Estrela Santos – jornal Opinião Socialista

Qual a importância dos quilombos para a resistência à escravidão?

Os quilombos, de maneira geral, funcionavam como válvula de escape para a intensa violência da escravidão nas senzalas. Além disso, eram considerados pontos centrais de oposição ao modelo escravagista, os quais resistiram a diversos confrontos com aqueles que se afirmavam superiores, os senhores de engenho.

Qual é a importância histórica do Quilombo dos Palmares para a memória da resistência à escravidão no Brasil?

Foi o principal representante da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos dos engenhos, índios e brancos pobres expulsos das fazendas.

Qual a importância do Quilombo dos Palmares?

O Quilombo dos Palmares foi um dos muitos quilombos da era colonial brasileira e sua origem remonta a 1580. Palmares era o refúgio dos escravos fugitivos de engenhos das Capitanias de Pernambuco e da Bahia.

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