Qual a importância da pesquisa científica para o desenvolvimento da ciência?

A pesquisa científica é a capacidade de produzir conhecimento que nos leve à compreensão de determinada realidade, fenômeno ou relação social. Essa pesquisa tem como objetivo resolver problemas e esclarecer dúvidas através de um processo investigativo sistematizado que ao seu final retorna resultados amparados em evidências advindas de observação, experimentação e análise, deixando de lado respostas pré-concebidas ou superficiais.

Na nossa sociedade atual, altamente globalizada e tecnológica, a pesquisa científica é de suma importância, não só porque ela é a força por trás de boa parte da inovação e da modernização dessa mesma sociedade, mas porque ela afeta tantos aspectos de nossas vidas que sem reconhecer o que ela é, como ela funciona e seu modo crítico de raciocínio, seremos incapazes de tomar decisões no nosso dia a dia.

De acordo com o físico e professor da Universidade de Princeton Andrew Zwicker, o conhecimento científico é importante para a nossa sociedade diante de três aspectos principais: 

  • Empregos;
  • Tomada de decisões que afetam o nosso dia a dia; 
  • Tomada de decisões que afetam a nossa comunidade.

O primeiro aspecto, diz respeito à criação de empregos ligados direta ou indiretamente à ciência e à tecnologia que são responsáveis por muitas descobertas tecnológicas, seja na área da saúde, tecnologias da comunicação ou ambiental e que foram responsáveis pelo aparecimento de empregos que nem sonhávamos que existiriam há 50 anos atrás. Além disso, os empregos criados nessa área costumam ser mais rentáveis do que outros, proporcionando maior qualidade de vida aos que se dedicam a eles.

Segundo dados do relatório “O futuro do trabalho” produzido pelo Fórum Econômico Mundial (WEF) em 2018, 65% dos empregos em que crianças que estão nos primeiros anos da escola hoje irão trabalhar ainda não existem. Esses novos empregos serão criados a partir das tecnologias que serão desenvolvidas nos próximos anos.

O segundo aspecto diz respeito à presença dos avanços científicos que já chegaram até nós. Todos os dias temos que tomar decisões que podem ser melhor embasadas se tivermos a cultura do pensamento científico. Alguns exemplos são: devo vacinar meus filhos? O consumo de transgênicos é saudável? Qual a melhor maneira de manter uma dieta equilibrada?

O terceiro aspecto diz respeito ao nosso papel como cidadãos, nas sociedades democráticas, nós somos conclamados a opinar sobre assuntos que dizem respeito não só ao nosso dia a dia mas também ao futuro da nossa comunidade. Temos que decidir sobre medidas e políticas públicas a serem tomadas com relação ao aquecimento global, ao uso da edição do DNA na medicina humana, à regulação do uso de informações privadas na internet.

Todos os aspectos acima reforçam a importância de entender os processos pelos quais a pesquisa científica acontece e desenvolver um pensamento crítico e questionador para responder às mais diversas questões na nossa vida pessoal, profissional e em sociedade.

O interesse pela ciência e o mito do gênio

Em 2015, um estudo feito pelo Centro de Gestão em Estudos Estratégicos (CCGE) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), revelou que 61% dos brasileiros se demonstraram interessados por temas de ciência e tecnologia, porém, o mesmo estudo demonstrou uma falta de conhecimento sobre a ciência produzida no país e dificuldade em ver relação entre a ciência e cotidiano.

Esse resultado parece paradoxo mas tem muito a ver tanto com a falta de divulgação científica para a população em geral como pela forma como estamos ensinando ciências nas escolas.

A visão da ciência para a população ainda é a de um amontoado de fatos, conhecimentos e descobertas que apenas pessoas excepcionais são capazes de realizar. As pessoas não entendem o método científico pelo qual a ciência é produzida e por isso não a percebem pelo que ela de fato é: uma forma de raciocinar e de entender o mundo à nossa volta.

O que move a ciência é na realidade a curiosidade por entender como as coisas funcionam, mas o modo romantizado como grandes cientistas e grandes descobertas são apresentados para as crianças nas escolas e mesmo para a população, faz parecer que apenas pessoas iluminadas foram capazes de ter grandes ideias e transformá-las em invenções e tecnologia convertidas para o bem estar da sociedade, o mito do gênio.

Quando vamos estudar como grandes descobertas científicas aconteceram percebemos que a maioria dos cientistas que as fizeram, na verdade, apenas gastaram mais tempo tentando resolver um problema que se apresentou para eles ou encontraram algo que não funcionava bem para explicar algum fenômeno em teorias já aceitas, pensaram em um novo teste para aquela teoria e acabaram derrubando aquela explicação de “funcionamento de um fenômeno”.

Para pensar cientificamente são necessárias basicamente duas características: curiosidade de saber como o mundo funciona e questionamento daquilo que se apresenta como uma ideia pronta. Isso demonstra que qualquer um pode ser um cientista, basta o treinamento adequado dentro do método que a ciência usa para chegar às descobertas de como as coisas funcionam.

Mas mais importante do que treinar novos cientistas, é treinar os cidadãos da sociedade contemporânea para que eles possam desenvolver o pensamento crítico de avaliar problemas que se apresentam a eles diariamente com um olhar mais científico, questionar em que evidências notícias, fenômenos, medicamentos oferecidos na medicina estão se baseando.

A pesquisa científica na escola

O entendimento de que estamos ensinando ciência da maneira errada nas escolas não é novo. A maioria dos educadores e pesquisadores hoje concordam que as aulas de ciências precisam ser mais dinâmicas, práticas e promover o pensamento crítico.

Segundo a pesquisadora Natália Pasternak, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), a ciência é dada na escola como algo pronto, apresenta-se ali para os estudantes tudo o que já foi feito e não há espaço para questionamento. Este modelo não funciona para os objetivos de formação de cidadãos e profissionais para o século XXI.

Porém, muitas vezes, mesmo com aulas práticas, os professores falham na dinâmica de ensino que deve ser adotada para o desenvolvimento do pensamento crítico. Usar uma experiência para apenas ter um resultado “legal” e esperar uma resposta pronta dos alunos é, ainda assim, usar o ensino tradicional nas aulas de ciências.

Para ensinar o processo pelo qual a ciência acontece, as atividades práticas devem ser propostas de modo a instigar a curiosidade dos alunos e devem oferecer autonomia suficiente para que eles possam pesquisar sobre o problema proposto, formular hipóteses e explicações sobre ele. Além disso, fazer caminhos ou adotar raciocínios diferentes daqueles que se espera, mesmo que “errem” a resposta ou a forma de solucionar o problema é importante, o aluno deve entender que não existe apenas uma forma de pensar e muitas vezes também não existe apenas uma solução para um problema.

A curiosidade, a criatividade e o pensamento crítico não podem ser desestimulados, ao contrário, o papel do professor deve ser promover o debate entre os estudantes, a vontade de fazer perguntas e mesmo quando confrontado sobre algo, o professor deve trabalhar para promover o pensamento crítico, deve levar o aluno a pensar porque ele chegou àquele questionamento ou àquela conclusão, em que ele se baseia para assumir um dado posicionamento, se ele confrontar aquilo com a realidade ou testar aquela hipótese ela continua fazendo sentido?

Embora as aulas de ciências sejam importantes no desenvolvimento do pensamento crítico, essa mesma essência pode ser utilizada em outras disciplinas. Na verdade, aulas que trabalhem temas de forma interdisciplinar são preferíveis pois se queremos aproximar a ciência do dia a dia dos estudantes é importante que entendam que contextos históricos, geográficos, matemáticos, podem interferir ou ajudar a explicar um fenômeno cotidiano. 

Em resumo, as aulas de ciências devem ser ministradas de forma a priorizar o ensino do método científico, que é como a ciência funciona e não descobertas, que são o seu fim, além de estimular o pensamento crítico e a vontade de questionar do aluno.

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Qual a importância da pesquisa científica para o desenvolvimento da ciência?

Juliana Novo é formada em biologia com doutorado em biodiversidade e saúde pela fundação Oswaldo Cruz. É especialista do TEC em biotecnologia e uma das autoras dos livros da marca.

Qual a importância da pesquisa científica para a ciência?

A pesquisa científica proporciona a resolução de problemáticas relevantes para a sociedade. Ou seja, os resultados de um estudo, publicados em artigos ou apresentados em congressos, têm o mesmo objetivo: melhorar algum processo.

Qual a importância do método científico para desenvolvimento da ciência?

Qual a importância do método científico para a evolução da ciência? O método científico dá o valor e a confiabilidade científica à pesquisa. Ou seja, protege a pesquisa da subjetividade do pesquisador e direciona à produção de conhecimentos válidos.

Qual a importância da pesquisa científica para o avanço da ciência é da tecnologia?

Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável por tudo que a humanidade construiu até aqui.

Qual a importância da pesquisa científica para o desenvolvimento do seu curso?

A pesquisa científica é uma parte importantíssima no desenvolvimento de um aluno. Através dela você pode aprender um contexto mais amplo da área, acrescentar pontos que não conseguem ser explicados numa sala de aula convencional, dá mais riqueza e versatilidades aos temas já conhecidos. Ou seja, pesquisa é top.