Qual a importância da biomassa para a produção de energia?

A importância da biomassa para geração de energia elétrica

Qual a importância da biomassa para a produção de energia?

Alunos: Mauro Obladen, Roberto Kondo, Matheus Teles, Victor Soares Nogueira (Disciplina TE078, Departamento de Engenharia Elétrica – UFPR, Prof. André Bellin Mariano)

Um dos grandes problemas da humanidade é a demanda energética. Atender a esta demanda de maneira renovável é um dos maiores desafios da ciência. Na disciplina de Tópicos Especiais em Engenharia Elétrica, ministrada pelo professor André B. Mariano, aprendemos um pouco sobre a importância dos renováveis na matriz energética brasileira, o potencial desta forma de energia no Paraná e o trabalho desenvolvido pelo Npdeas - Soluções em Escala de Engenharia em nossa universidade. Para saber mais, leia o texto abaixo!

A importância da biomassa para geração de energia no Brasil, oportunidades no Paraná e pesquisas na área no ambiente da Universidade Federal do Paraná O processo de industrialização e desenvolvimento das nações ao longo dos anos ocasionou um aumento na demanda energética e, consequentemente, requereu maior geração de energia. Dessa forma, a humanidade recorreu às formas de energia mais rentáveis, não importando o impacto que isso poderia gerar. Contudo, os impactos causados ao meio ambiente propiciaram a gênese do discurso de sustentabilidade e utilização de fontes renováveis (não-esgotáveis) de energia. É nesse contexto que se insere a biomassa – matéria orgânica que pode ser aproveitada energeticamente – como alternativa limpa de obtenção de energia.

Como citado anteriormente, a biomassa é uma das principais alternativas para sair da dependência de combustíveis fósseis e por isso também, é uma das fontes para energia com maior potencial de crescimento nos próximos anos. A biomassa é caracteriza como qualquer matéria orgânica que possa ser transformada em energia mecânica, elétrica ou térmica, podendo ter como sua origem florestal, agrícola e rejeitos urbanos e industriais, cada uma com sua respectiva contribuição e potencial energético no Brasil.

A utilização de biomassa vem crescendo no Brasil, principalmente como fonte de energia elétrica nos setores de indústria e serviços. Ela possui também um papel fundamental na energia térmica já que em 2008 existiam cerca de trezentas e duas indústrias térmicas movidas a biomassa no país. No mesmo ano, foi feito uma análise de participação dos diversos meios internos de fontes de energia e a biomassa ficou com a segunda maior participação de acordo com o Ministério de Minas e Energia.  

A cana de açúcar é umas das fontes principais da biomassa para produção de energia elétrica do país, utilizando o bagaço de cana e a palha. A cana de açúcar não possui relevância apenas na diversificação na matriz enérgica, outro papel fundamental dela é que a safra está no período de estiagem nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, assim ela supre a demanda de energia que essas regiões deixam de fornecer essa época, já que nessas regiões existe concentração de maior potência de energia hidroelétrica do Brasil. Ou seja, a eletricidade fornecida ajuda a preservação dos níveis de reservatório das Usinas Hidroelétricas. Os motivos da expansão da cana de açúcar são diversos, um deles é o aumento de consumo de etanol principalmente no setor de transporte já que não causa tantos impactos ambientais como a gasolina. A participação nesse setor acaba sendo aproximadamente 18,4% , próximo do uso de gasolina que chega a 27,7%.

De acordo com a Única (União da Indústria de Cana de Açúcar de São Paulo), em 2020 a eletricidade do setor poderá corresponder a 15% da matriz brasileira, passando a ser um tipo de energia indispensável e de enorme contribuição para o setor energético do Brasil, cada vez mais tirando a dependência da Hidroelétrica. De acordo com o Plano Nacional de Energia 2030, os estados que mais produzem são São Paulo, Paraná e Minas Gerais, com um potencial de produção de São Paulo de aproximadamente 10 vezes maior que Minas Gerais e Paraná.

Em suma, no cenário brasileiro, a matriz energética possui grande contribuição de recursos renováveis: segundo dados de 2016 do Ministério de Minas e Energia, 43,9% da energia provêm de fontes não esgotáveis; 8,83% do total nacional são devidos ao aproveitamento da biomassa, sendo a segunda fonte renovável mais utilizada, ficando atrás somente da hidráulica. Vale ressaltar que um dos fatores que colabora para que a biomassa tenha um importante papel na forma de se obter energia é o fato de as principais fontes, como exemplo a cana de açúcar – vegetal que responde por 80% da biomassa utilizada no país – serem bastante cultivados no território nacional.

No cenário paranaense, destaca-se a Companhia Paranaense de Energia (Copel), por integrar o conselho estadual de Energia como órgão executor do planejamento e realizar o balanço energético do Paraná, desde 1980 até a última versão, publicada em 2009. De Acordo com o último balanço energético, a produção de energia no estado atingiu 14.674 mil toneladas equivalentes de petróleo, das quais 98,4% foram produzidas por energias renováveis (energia hidráulica, produtos de cana, lenha, resíduos de madeira e outras fontes) e apenas 1,6% por energias não renováveis.

Com relação ao potencial energético a partir da biomassa, o Paraná se destaca por ser o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil e no ano de 2004, foi o segundo maior produtor de silvicultura, correspondente a 16,4% do volume produzido no país. O pinus e o eucalipto têm alto índice de produtividade e poder calorífico. Estima-se que no ano de 2005 o conteúdo energético produzido pelo eucalipto chegou a torno de 9,8.106 GJ/ano. O estado também apresenta elevado número de fecularias, frigoríficos e laticínios que são fontes potenciais para produção do biogás. Destaca-se também o desenvolvimento de pesquisas na área de energias alternativas por meio de microalgas, dejetos de animais e humanos, óleo de grão e oleaginosas. Tratando-se agora do potencial fotovoltaico, o Paraná se encontra numa média de produção equivalente à média obtida no Brasil, tendo 12 estados com médias inferiores e 14 com médias superiores. A menor produção anual ocorre em Matinhos e a maior, em Prado Velho. Isto se deve por conta do índice de nebulosidade ser maior na região da serra do mar, dificultando o potencial fotovoltaico.

O potencial hidráulico do Paraná é um dos maiores do Brasil. Segundo o balanço energético realizado pela Copel em 2009, 21% da produção de energia hidráulica do Brasil eram provenientes do Paraná, destacando-se a bacia do Iguaçu, com maior potencial registrado pela ANEEL e maior disponibilidade hídrica superficial (25% da totalidade do estado). Enquanto isso, a biomassa representava 10,1%, o carvão mineral 2,4% e outras 1,6%. A participação total do estado na produção de energia nacional é de 6,1%, um valor aumentado da década de 1980 que se encontrava na faixa de 5%. Em síntese, denota uma significativa importância do Paraná como contribuinte na produção de energias renováveis no cenário brasileiro, dando ênfase a sua capacidade de ter 98,4% da sua matriz de produção energética por energias renováveis.

A nível local, na Universidade Federal do Paraná, o NPDEAS (Núcleo de Pesquisas em Desenvolvimento Autossustentável) é um dos grandes impulsionadores da pesquisa em biocombustíveis a partir da biomassa. O foco principal é o desenvolvimento de biocombustível (biodiesel) a partir de microalgas. O NPDEAS possui pesquisadores das áreas de Engenharia Mecânica, Bioquímica, Engenharia Elétrica, dentre outras áreas, pois existe a necessidade de um estudo sobre toda a cadeia produtiva de energia das microalgas: desde estudos genéticos para que as algas produzam óleo em maior quantidade, estudos estes da área de biologia, até a construção dos reatores que fazem o processo de transformação do óleo em biodiesel (a cargo da Engenharia Química e Mecânica), estudos dos processos químicos necessários, pelos pesquisadores de bioquímica, até o aproveitamento do biodiesel na geração de energia elétrica, feito por engenheiros eletricistas. Para isto, o Núcleo possui as Unidades de Biotecnologia, de Engenharia e de Biodiesel.

Além disso, o núcleo possui iniciativas para levar esta pesquisa e este conhecimento para a sociedade, tendo em uma oportunidade levado o conhecimento sobre a biomassa a partir das microalgas para alunos do programa Paraná Alfabetizado em Ibaiti (PR), que possui em sua maioria idosos que não tiveram a oportunidade de estudar. Além disso, possui bolsas de pesquisas para estudantes, em parceria com alguns programas de pós-graduação da UFPR, além de financiamento dos projetos pelo CNPq, Nilko Metalurgia e PSA Peugeot-Citröen. 

Como podemos observar, a alta tecnologia dos biocombustíveis não está distante de nós. Muito pelo contrário, em universidades como a UFPR e muitas outras, existem pesquisadores dedicados e que desenvolvem tecnologias que um dia poderão ser viáveis em larga escala e contribuir para a solução dos problemas energéticos do mundo.  

REFERÊNCIAS

https://ben.epe.gov.br/…/S%c3%adntese%20do%20Relat%c3%b3rio…  http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas_par2_cap4.pdf http://www.mme.gov.br/…/matriz-energetica-de-2016-tera-maio… https://www.novacana.com/…/biomassa-representa-8-8-matriz-…/  http://www.smartenergy.org.br/…/10%20Gera%C3%A7%C3%A3o%20de… http://www.copel.com/hpcopel/root/nivel2.jsp… www.npdeas.ufpr.br

Qual a importância da biomassa como fonte de energia?

A biomassa tem como grande vantagem o fato de que é uma fonte renovável de energia, ou seja, emprega elementos naturais orgânicos com capacidade de regeneração. Sendo assim, ela produz impactos ambientais em menor escala do que as fontes de energia tradicionais, como as fósseis.

Como podemos utilizar a biomassa para a produção de energia?

Apresentamos neste conteúdo as 5 maneiras de transformar a biomassa em energia, sendo elas a pirólise, gaseificação, combustão, co-combustão e fermentação.

O que é a produção de energia a partir da biomassa?

É a energia que vem da matéria orgânica por meio de sua queima direta ou a partir da queima dos gases capturados em sua decomposição. A biomassa é um recurso renovável e seu processo de conversão em energia é muito menos nocivo ao meio ambiente, podendo em alguns casos resultar em captura de carbono.

Por que o uso de energia de biomassa é bom para o meio ambiente?

Apesar de liberar dióxido de carbono (CO2), a quantidade é mínima comparada com os combustíveis fósseis. Além disso, como a biomassa vem de matéria orgânica e viva, sua fonte "cresce naturalmente", absorvendo o CO2 da atmosfera no processo. Por isso, é uma energia abundante e inesgotável!