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Breve revisão sobre microbiologia do pescado, focando apenas os peixes.
Breve revisão sobre microbiologia do pescado, focando apenas os peixes.
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- 1. Microbiologia do pescado UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAAGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS CAMPUS DE POMBAL – PB Discente: Anderson Formiga Cecylyana Leite César Carlos Disciplina: Tecnologia do pescado Docente: Sthelio Braga da Fonseca
- 2. Introdução O pescado é definido como todos os organismos aquáticos de origem fluvial, marinha ou estuarina, destinados a alimentação humana; É um componente extremamente importante na dieta humana; Apresentam uma excelente composição em aminoácidos, abundância em vitaminas e sais minerais; Por suas condições teciduais e maior teor de água, os pescados são mais susceptíveis às alterações enzimáticas, oxidativas e microbiológicas;
- 3. Introdução A atividade microbiana é a principal causa de deterioração do pescado; A extensão de sua vida de prateleira por meio da refrigeração é essencial para a redução na taxa de crescimento e atividade metabólica dos microrganismos responsáveis pela deterioração; Os produtos pesqueiros quando não obtidos e/ou armazenados em condições higiênicas adequadas podem ser disseminadores de agentes patogênicos como vírus, bactérias e biotoxinas.
- 4. Introdução A qualidade microbiológica do pescado depende dos procedimentos seguidos durante sua manipulação, processamento e armazenamento, a partir do momento em que é capturado até a chegada ao consumidor;
- 5. Desenvolvimento de Microrganismos Temperatura É um dos fatores que mais influenciam no crescimento de microrganismos; Temperatura ótima; Tipos Capacidade de desenvolvimento Faixa de Temp. ótima (°C) Psicrófilos Podem se desenvolver a 0°C 20 - 35 Mesófilos Não se desenvolvem a 0 e 55°C 25 - 45 Termófilos Podem se desenvolver a 55°C 40 - 60 Tabela 1 – Classificação de microrganismos com relação à temperatura.
- 6. Desenvolvimento de Microrganismos Oxigênio Dependendo da espécie, os microrganismos diferem quanto a demanda de O2 Grupos Capacidade de desenvolvimento Bactéria aeróbica Necessita de O2 para seu desenvolvimento Bactéria microaerofilica Necessita de O2, desenvolve-se melhor em baixa pressão Bactéria anaeróbica-facultativa Utiliza O2 , mas pode se desenvolver sem o mesmo Bactéria aerotolerante Não utiliza O2 , mas a presença do mesmo não prejudica Bactéria anaeróbica Morre na presença de O2 Tabela 2 – Classificação de microrganismos pela demanda de O2.
- 7. Desenvolvimento de Microrganismos Sal O desenvolvimento de microrganismos é influenciado pela concentração de sais em seu ambiente. Grupos Capacidade de desenvolvimento Bactéria não-halofílica Bactéria sensível ao sal Não se desenvolve em conc. > 2% Bactéria tolerante ao sal Se desenvolve em conc. > 2%, mas seu desenvolvimento é favorecido em conc. < 2% Bactéria halofílica Bactéria fracamente halofílica Concentração ótima para desenvolvimento é 2 a 5% Bactéria halofílica moderada Concentração ótima para desenvolvimento é 2 a 20% Bactéria halofílica extrema Concentração ótima para desenvolvimento é 20 a 30% Tabela 3 – Classificação de microrganismos dependentes da concentração de NaCl.
- 8. Desenvolvimento de Microrganismos Outros A concentração de íons de hidrogênio (pH) do ambiente influencia muito o desenvolvimento de microrganismos; pH ácido com limite de 4 a 5; pH ótimo entre 7 e 8; No caso de leveduras e fungos o limite é um pH em torno de 2 e pH ótimo entre 4 e 6.
- 9. Contaminação e deterioração A microbiota natural do peixe é relativamente uniforme e varia de acordo com o habitat da espécie, profundidade e grau de contaminação da água; Nos peixes os microrganismos estão restritos apenas ao muco superficial, guelras e trato gastrintestinal, encontrando-se ausente no tecido muscular; Peixes capturados em águas tropicais e subtropicais têm como microflora dominante as bactérias mesófilas Gram-positivas; Peixes oriundos de águas temperadas predomina a microbiota psicrotrófica Gram-negativa.
- 10. Contaminação e deterioração No pós-rigor há uma ação rápida dos microrganismos endógenos e exógenos; Produção de substâncias nitrogenadas voláteis e redutoras voláteis; Mudanças de odor, flavor e textura do peixe; Aumento do pH.
- 11. Contaminação e deterioração Com o processo de deterioração o peixe vai perdendo suas características sensoriais; Apresentam escamas opacas que se soltam facilmente; Olhos turvos com pupilas branco-leitosas; Brânquias pálidas ou escuras; Carne amolecida, cinzenta, sem brilho e sem elasticidade; Cheiro desagradável.
- 12. Bactérias patogênicas em peixes O peixe pode ser veiculador de uma variedade de bactérias patogênicas; O despejo de esgotos nas águas de reservatórios, lagos, rios e no mar contamina o peixe, oferecendo riscos a quem o consome; Tipo de Captura Método de Conservação Condições higiênico sanitárias Captura Comercialização
- 13. Bactérias patogênicas em peixes Listeria monocytogenes; Vibrio parahaemolyticus; Vibrio cholerae; Escherichia coli; Salmonella ssp; Staphylococcus aureos; Clostridium perfringes; Bacillus cereus; Campylobacter jejuni; Yersinia enterocolitica. Maiores preocupações
- 14. Bactérias patogênicas em peixes Salmonella ssp. Pertencem a família Enterobacteriaceae; São bastonetes Gram negativos, mesófilos e não esporulados; Anaeróbios facultativos; pH ótimo próximo a 7,0. Doenças - Febre tifóide; - Febre entéricas; - Salmoneloses.
- 15. Bactérias patogênicas em peixes Salmonella ssp. Não faz parte da microbiota do peixe; A contaminação pode está associada a manipulação inadequada em qualquer das etapas da cadeia produtiva ou por contato com água contaminada.
- 16. Bactérias patogênicas em peixes
- 17. Bactérias patogênicas em peixes Staphylococcus aureos Pertence a família Micrococcaceae; São cocos Gram positivos, mesófilos, anaeróbios facultativos e não formadores de esporos; Toleram até 20% de NaCl; Crescem na faixa de pH de 4,0 a 9,8.
- 18. Bactérias patogênicas em peixes Staphylococcus aureos A intoxicação alimentar é causada devido à ingestão de enterotoxinas, produzidas e liberadas pela bactéria; Os sintomas incluem náuseas, vômitos, as vezes acompanhados por diarreias e dores abdominais; Não faz parte da microbiota natural do ambiente marinho e do peixe, sua presença é causada principalmente pelo manuseio ou do contato com superfícies higienizadas inadequadamente.
- 19. Bactérias patogênicas em peixes
- 20. Bactérias patogênicas em peixes Listeria ssp. É um bacilo Gram positivo, psicrotrófico, anaeróbio facultativo, não formador de cápsula e esporo; Faixa de crescimento de -0,4°C a 45°C; Gera preocupação na indústria de alimentos devido se proliferar sob refrigeração por longos períodos em condições adversas.
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- 22. Bactérias patogênicas em peixes Escherichia coli Pertencente a família Enterobacteriaceae; Microrganismo Gram negativo, não formador de esporos e anaeróbio facultativo; É habitante natural da flora microbiana do trato intestinal de humanos e da maioria dos animais de sangue quente;
- 23. Bactérias patogênicas em peixes
- 24. Padrões microbiológicos do pescado Cada país importador detém seus próprios padrões microbiológicos; A ANVISA, do Ministério da Saúde (MS), preconiza através da RDC n° 12, de 02 de janeiro de 2001; Microrganismos Tolerância para amostra indicativa Estafilococus coagulase + Salmonella sp. 103 UFC/g Ausência/25g Tabela 4 –Padrão microbiológico para pescado não congelado não consumido cru.
- 25. Qualidade microbiológica do gelo e da água Devem obedecer ao padrão microbiológico de potabilidade da água para o consumo humano; Tipos de gelos usados no Brasil: Gelo em cubos; Gelo em escamas. Microrganismos Valor máximo permitido Coliformes totais Escherichia coli ou coliformes termotolerantes Ausência em 100 mL Tabela 5 – Padrão microbiológico de potabilidade da água para o consumo humano
- 26. Processamento de pescado Filé A tilápia apresenta requisitos típicos dos peixes preferidos do consumidor, tais como carne branca de textura firme, sabor delicado e fácil filetagem; A coleta de amostras foi realizada em uma indústria de processamento de pescado localizada na região metropolitana de Curitiba - PR Foram realizadas as análises microbiológicas de Salmonella sp. e Estaphylococcus coagulase positiva para o pescado; As análises foram realizadas em cinco amostras de tilápia levadas inteiras até a análise.
- 27. Recepção Lavagem Filetagem Retirada da Pele Lavagem Acabamento Classificação Embalagem Armazenamento Coleta 1: Água de recepção dos peixes Coleta 2: Água de lavagem dos peixes Coleta 3: Filé após retirada da pele Coleta 4: Filé após retirada do espinho central Coleta 5: Filé após embalado
- 28. Processamento de pescado Etapas do processo Amostra de água (NMP/mL) Amostra de Filé (UFC/g) Staphylococcus coagulase (+) (UFC/g) Salmonel la sp. (25g) Psicrotró ficos (UFC/g) CT EC CT EC 1 >23 5,1 a >23 NA NA NA NA NA 2 >23 2,2 a 23 NA NA NA NA NA 3 NA NA 1,0x102 a 3,7x103 <10 a 4,5x101 - Presença em 1 amostra 4,3x106 a 3,4x107 4 NA NA 5,0x101 a 4,5x103 <10 a 3,0x102 - Presença em 3 amostras 6,9x106 a 2,2x107 5 NA NA 5,5x101 a 4,3x103 <10 a 6,0x101 1,0x102 Ausente 8,0x106 a 2,6x107 Tabela 7 – Valores médios obtidos para as contagens microbianas nas amostras de água e de filé de tilápia nas 4 diferentes datas de coleta (4 repetições).
- 29. Processamento de pescado O jundiá (Rhamdia quelen) é um peixe muito apreciado em países como Argentina, Brasil e Uruguai; Embora a defumação seja uma antiga técnica de conservação, tem sido utilizado atualmente como um artifício para melhorar a qualidade dos pescados e também sua vida de prateleira; O produto defumado é considerado nobre, porém, não há uma produção em escala industrial que possa competir com os pescados importados. Produtos defumados
- 30. Processamento de pescado A defumação de peixes pequenos é realizada com animais inteiros eviscerados, porém, os maiores, normalmente são defumados nas formas de filés, pedaços, espalmados, posta, tronco limpo, podendo ser com ou sem pele; Foram utilizados 22 jundiás, cultivados em viveiros escavados em uma propriedade de Toledo-PR; Os peixes foram previamente imersos em salmoura a 20%, na proporção 2:1 (volume da salmoura/peso). Produtos defumados
- 31. Processamento de pescado Os peixes foram levados ao defumador onde permaneceram em contato com fumaça por 4 horas e meia; A temperatura de 50ºC inicial e 80ºC final; Defumação a quente; Período de 21 dias de estocagem. Produtos defumados
- 32. Processamento de pescado Produtos defumados Microrganismos Tolerância para amostra indicativa Coliformes a 45 °C Estafilococus coagulase + Salmonella sp. 102 UFC/g 103 UFC/g Ausência/25g Tabela 8 – Padrão microbiológico para pescado defumado
- 33. Produtos defumados Microrganismos Peixe eviscerado in natura Peixe defumado inicial Peixe defumado 7 dias Peixe defumado 14 dias Peixe defumado 21 dias Mesófilos (UFC/g) 2,0x102 10,0x100 40 1,0x103 8,0x103 A. Psicrotróficos (UFC/g) < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 Bolores (UFC/g) 8,0x101 < 10 7,0x101 3,0x103 9,0x103 Leveduras (UFC/g) <10 10 1,0x101 6,6x103 8,0x103 Coliformes Totais (NMP/g) 1,1x101 < 3,0 < 3,0 < 3,0 < 3,0 Coliformes a 45°C (NMP/g) < 3,0 < 3,0 < 3,0 < 3,0 < 3,0 Salmonella sp Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Estafilococos C. (+) (UFC/g) < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 Clostridios sulfito redutores (UFC/g) Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Tabela 9 – Avaliação microbiológica da matéria-prima e do peixe inteiro eviscerado a quente e estocados por período de 21 dias.
- 34. Produtos defumados Microrganismos Filé in natura Filé defumado inicial Filé defumado 7 dias Filé defumado 14 dias Filé defumado 21 dias Mesófilos (UFC/g) 1,5x103 10,0 3,0x101 1,0x103 2,2x103 A. Psicrotróficos (UFC/g) < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 Bolores (UFC/g) 2,0x102 1,0x101 3,0x103 1,5x104 5,0x104 Leveduras (UFC/g) 7,0x101 10 2,0x101 6,6x103 8,0x104 Coliformes Totais (NMP/g) 2,4x102 < 3,0 < 3,0 < 3,0 < 3,0 Coliformes a 45°C (NMP/g) 1,0x101 < 3,0 < 3,0 < 3,0 < 3,0 Salmonella sp Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Estafilococos C. (+) (UFC/g) < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 Clostridios sulfito redutores (UFC/g) Ausente Ausente Ausente Ausente Ausente Tabela 10 – Avaliação microbiológica da matéria-prima e do filé defumado a quente e estocados por período de 21 dias.
- 35. Obrigado !!!
Quais os principais responsáveis pela deterioração do pescado?
O estado de deterioração do pescado é acelerado pelo desgaste físico antes de sua morte, por temperaturas elevadas e falta de oxigênio, por isso eles entram e saem do estado de rigor mortis mais rapidamente.
Quais são os microrganismos deteriorantes do pescado curado?
Entre os microrganismos deteriorantes de produtos cárneos destacam-se os Gram-negativos como Pseudomonas, Acinetobacter e Flavobacterium, que crescem na superfície do alimento e os Gram- positivos como Lactobacillus, que predominam no seu interior.
Quais são os principais microrganismos deteriorantes?
As bactérias, fungos e leveduras podem ser considerados microrganismos deteriorantes, pois geram alterações no leite ou seus derivados tornando-os impróprios para o consumo.
Quais são as principais bactérias contaminantes em pescado?
Vibrio parahaemolyticus, Salmonella spp, Pseudomonas spp., Flavobacterium spp., Escherichia coli e Sthaphylococcus aureus são alguns patógenos comuns e distribuídos nos mais diversos ambientes, e também, são isolados com grande frequência em águas de aquicultura, peixes, camarões, moluscos bivalves, caranguejos, sushis ...