Quais são as técnicas utilizadas para o aproveitamento das águas do Nilo?

Quais são as técnicas utilizadas para o aproveitamento das águas do Nilo?

09 dez Curiosidade: Ferramentas do Egito Antigo para bombear a água para irrigação

Posted at 10:03h in Sem categoria

A água é a base de uma sociedade agrícola. Uma das primeiras coisas que os seres humanos tinham que fazer quando começavam a cultivar lavouras era encontrar maneiras de controlar o fluxo de água. A Mesopotâmia e o Egito antigos foram as primeiras culturas que desenvolveram métodos de irrigação. Um dos métodos eram os canais, mas quando não funcionavam, os egípcios precisavam inventar ferramentas para bombear água do Nilo e de outras fontes.

Canais
Os egípcios antigos desenvolveram um sistema de canais. Os governantes egípcios colocaram uma enorme importância no sistema de canais do país e os governantes regionais foram responsáveis pela escavação e reparação das estruturas. Os canais usavam a água do Nilo quando o rio estava na época da cheia e inundava algumas terras. Criaram também pequenas bacias, cercadas por diques, para armazenar a água excedente. Contudo, os egípcios tinham dois problemas: quando o Nilo estava na cheia, destruía os diques, inundando vilarejos e matando muitas pessoas; e quando o Nilo estava na seca, não havia água suficiente para irrigar os campos e eles perdiam as lavouras. Então, os egípcios inventaram métodos para bombear água para irrigar a terra.

O Shaduf
A invenção do shaduf permitiu que os egípcios cultivassem as lavouras o ano todo. Com o sistema de canais, o crescimento da lavoura era restrito ao inverno, quando havia água suficiente no Nilo. O shaduf foi desenvolvido no período Amarna dos faraós Akhenaten e Tutancâmon, e era uma simples ferramenta operada por dois a quatro homens. Consistia em um longo mastro suspenso, ponderado em uma das extremidades e com um balde suspenso na outra. O shaduf potencialmente bombeava cerca de 100 m³ (100 mil litros) a cada 12 horas, o que era suficiente para irrigar cerca de um terço de um acre.

Nora
Durante o período do faraó Ptolomeu, os egípcios desenvolveram um moinho de água, chamada nora. Aconteceu em 325 a.C. O enorme moinho tinha jarros de cerâmica fixados em torno de sua circunferência. À medida que o moinho girava na água, os frascos levantavam quatro a seis metros cúbicos de água. Em um período de 12 horas, o moinho erguia 285 m³ (285 mil litros), o que era muito mais eficiente do que o shaduf. Os romanos desenvolveram o moinho de água depois que eles invadiram o Egito. O país foi uma importante fonte de alimento para o Império Romano.

Tanbour
O tanbour é mais conhecido como o parafuso de Arquimedes. O matemático grego inventou essa ferramenta de bombeamento de água durante a sua estada em Alexandria, uma das mais importantes cidades do Egito antigo, que ficava no mar Mediterrâneo. O tanbour consistia em um feixe oco e redondo de madeira que encaixava em outro pedaço de madeira, esculpida como um parafuso de hoje em dia. No topo, o tanbour tinha uma manivela. Os homens colocavam o tanbour na água e giravam a manivela. O movimento giratório levantava a água que subia pelo tubo, caindo no sistema de irrigação.

Fonte: Irrigacao.net

Com a descoberta da agricultura, criaram-se as condições para o surgimento dos primeiros aglomerados populacionais sedentários, localizados próximos de rios ou nascentes, afim de obterem água para as suas culturas agrícolas. A melhoria da alimentação, acompanhada da uma evolução de vários aspetos sociais (por exemplo, a sedentarização), conduziu a um grande aumento populacional, o qual teve como consequência imediata a necessidade de expandir os campos de cultivo, afastando-os para mais longe das fontes de água, para terrenos mais secos, nos quais o regime de precipitações era insuficiente para garantir a sobrevivência das plantas cultivadas. Este problema foi resolvido com o desenvolvimento de técnicas de irrigação, isto é, com o fornecimento artificial, através de processos de engenharia, de água aos campos agrícolas.
A irrigação provocou uma autêntica revolução na eficiência agrícola, aumentando não apenas a quantidade, mas também a qualidade dos produtos obtidos, permitindo ainda o cultivo de terrenos até aí não aproveitados, já que eram hidricamente pobres, conduzindo, deste modo, a uma enorme expansão humana.
As primeiras sociedades agrícolas surgiram próximas de rios com regimes de cheias (por exemplo, o Nilo, no Egito, e o Tigre e o Eufrates na Mesopotâmia), desenvolvendo um engenhoso sistema para irrigar os seus campos: paralela e perpendicularmente aos rios eram criadas redes de canais, com diques e comportas, os quais eram inundados na altura das cheias. Quando o nível do rio descia, os canais continuavam cheios, já que eram fechados os seus pontos de comunicação com os rios, permitindo assim manter um grande volume de água disponível para rega, mesmo nas alturas de seca. Este sistema é ainda usado nos dias de hoje, tendo sido, praticamente, o único sistema de irrigação usado no Egito até 1820, altura em que se iniciou a implantação de sistemas de irrigação mais modernos, com reservatórios e redes de canais mais desenvolvidas.

Sistema de irrigação do solo

Ao longo dos tempos, foram criados diversos engenhos e instrumentos usados na irrigação. Alguns exemplos são a cegonha egípcia, formada por uma vara tendo um balde numa das pontas e um contra- peso na outra, para retirar água dos poços; a Roda Persa, constituída por um sistema de duas rodas perpendiculares articuladas, movidas por tração animal, para extrair água dos rios e lagos; o Parafuso de Arquimedes, inventado por este em Siracusa, e que permite transportar água para pontos a cotas mais elevadas que a de origem, usando apenas a força das correntes dos rios. A partir do séc. XIX, assiste-se a um enorme desenvolvimento dos sistemas de irrigação, devido à invenção, sucessiva, do motor a vapor, do motor elétrico e do de combustão interna Após a Segunda Guerra Mundial, generaliza-se a utilização de sistemas de irrigação feitos em tubo de alumínio, resistentes, leves e fáceis de deslocar.
De entre as sociedades baseadas num sistema de agricultura de irrigação, merecem destaque:
     - Egito: desenvolvendo-se nas margens do Nilo, desde o ano de 5000 a. C., os egípcios construíram uma enorme e desenvolvida rede de canais, que aproveitavam as cheias sazonais do rio (entre julho e outubro), para se abastecerem de água, sustentando assim uma agricultura extremamente fértil, num terreno inicialmente pouco propício (arenoso e seco). Datados de 2100 a. C., existem vestígios de elaborados sistemas de canais, um dos quais, com cerca de 19 km, transportava a água do Nilo até ao Lago Moeris.
     - Mesopotâmia: situada no coração do chamado "Crescente Fértil", na zona formada pelas bacias fluviais do Tigre e do Eufrates (ocupando parte do atual Iraque e ainda zonas da Síria e Irão), esta civilização constitui-se como o berço das atuais civilizações ocidentais. O seu enorme crescimento estava associado a um grande desenvolvimento agrícola, sustentado por elaboradas técnicas de irrigação.
Uma rede de canais, supervisionados por funcionários do governo, cobria todo o reino. Nesta época, é de destacar a ampla rede de canais e diques criados pelo rei Babilónio Hammurabi (1792 - 1750 a. C.), a construção do primeiro aqueduto, pelo Rei Assírio Sennacherib (705 - 681 a.C), os sistemas de irrigação, no Sul da Mesopotâmia, implantados pelos Sumérios, já em 2400 a. C., e aquela que constituirá a maior prova da complexidade dos sistemas de irrigação desenvolvidos nesta altura: a construção, pelo rei Nebuchadnezzar (605- 562 a.C), dos jardins suspensos da Babilónia, uma das sete maravilhas do mundo.
O declínio da civilização mesopotâmica ter-se-á dado devido às sucessivas invasões que, levando ao exílio das populações, deixou os canais abandonados, permitindo que os terrenos agrícolas se transformassem, de novo, em deserto.
     - China: a irrigação é uma técnica bastante antiga nesta zona da Ásia, existindo vestígios datados de 2200 a. C. O sistema de irrigação dos arrozais assemelha-se ao usado no Egito, recorrendo a canais e diques que aproveitam as inundações dos rios.
     - América Central e do Sul: várias descobertas arqueológicas apontam para a existência de práticas de irrigação, associadas sobretudo ás civilizações Zapoteca e Maia.
     - Império Romano: grande parte do êxito de Roma ter-se-á dado devido à perícia dos seus engenheiros, que desenvolveram complexos sistemas de transporte de água (aquedutos, fontanários, canalizações subterrâneas, etc.), quer para uso agrícola quer urbano, permitindo assim afastar ainda mais as culturas das fontes de água. Existem inúmeros vestígios destas construções pela Europa, Ásia e África, algumas delas ainda funcionais.
Em Portugal são vários os vestígios ancestrais da existência de irrigação agrícola, os quais denotam influências dos Árabes e Romanos que ocuparam a Península Ibérica, em diversas alturas. De destacar a construção, a partir do século XV, na Madeira, de sistemas de irrigação (as levadas), que permitiram tornar esta ilha produtiva do ponto de vista agrícola.
Uma das dificuldades associadas à irrigação, que afetou - e afeta - as sociedades baseadas neste tipo de agricultura, é a salinização dos solos, devido ao depósito de sais minerais aquando da evaporação e infiltração da água, inviabilizando-os para o cultivo.
Atualmente, a irrigação é uma técnica agrícola amplamente utilizada, sendo que, segundo a Food and Alimentation Organization (F.A.O.) das Nações Unidas, em todo o mundo, 520 000 000 acres são irrigados (dos quais cerca de 46 000 000 na China, seguida pela Índia, Paquistão e EUA, respetivamente, como os países com maiores áreas irrigadas). Estima-se que cerca de 1/6 de todas as terras agrícolas recorram a técnicas de irrigação.

Quais as técnicas de aproveitamento das águas do Nilo?

Diques e reservatórios no rio Nilo Assim, às margens do Nilo foram construídos diques e reservatórios, a fim de reter as águas que seriam utilizadas - por meio de canais de irrigação - no tempo de escassez das chuvas para a agricultura, a pecuária e o consumo humano.

Quais técnicas foram aplicadas pelos egípcios para?

Algumas das técnicas utilizadas pelos egípcios para aproveitar as águas do Nilo e controlar as inundações foi a construção de canais de irrigação e barragens que protegessem as moradias dessas inundações. Assim, elas atingiram somente as áreas desejadas, as de plantio.

Como os egípcios usavam as cheias do rio a seu favor?

Próximo ao rio, eles viviam da pesca e da agricultura (sobretudo cultivo de cereais) garantida pelas cheias do Nilo, que favoreciam a fertilização do solo.

Qual foi a influência do rio Nilo para a agricultura?

Ele favorecia a agricultura com seu regime de cheias, dessa forma, quando o nilo estava em cheia ele fertilizava a terra e quando baixava a terra estava propicia para a agricultura e extremamente fértil.