Quais são as etapas do processo de tradução

Referência : Moreira, C., (2015) Tradução, Rev. Ciência Elem., V3(1):066
Autor: Catarina Moreira
Editor: Élio Sucena
DOI: [http://doi.org/10.24927/rce2015.066]


Conversão da informação presente no mRNA numa sequência especifica de aminoácidos (cadeia polipetídica), mediada por ribossomas e tRNA, isto é, a síntese de polipeptidos dirigida pelo RNA.

A tradução do mRNA ocorre em três etapas: iniciação, alongamento e terminação. A informação presente no mRNA (transcrito anteriormente do DNA) e organizada em codões (sequência de 3 nucleótidos - tripleto), é reconhecida pelos anticodões (sequência de 3 nucleótidos no tRNA, complementar do codão do mRNA) presentes nos tRNA’s que transportam os resíduos de aminoácidos. As moléculas de tRNA estabelecem a ligação entre cada codão do mRNA e o respectivo aminoácido, permitindo assim, nos ribossomas, a tradução da informação codificada no mRNA em proteína.

A síntese proteica inicia-se, em geral, pelo codão AUG (""codão de iniciação"") que especifica o aminoácido metionina. Assim todas as proteínas recém-sintetizadas contêm metionina como primeiro aminoácido, que é frequentemente excluído da cadeia polipeptídica (clivado) pouco depois do fim do processo, pela enzima aminopeptidase.


Como decorre a tradução

Iniciação

A tradução inicia-se com a formação de um Complexo de iniciação:

- tRNA que transporta o primeiro aminoácido – a metionina;

- subunidade menor do ribossoma;

que se liga ao ponto de iniciação do mRNA, o codão de iniciação (AUG). O anticodão correspondente do tRNA é UAC que emparelha com o codão de iniciação cuja sequência é complementar. Após a formação do complexo de iniciação a subunidade maior do ribossoma liga-se a este complexo e começa a etapa de alongamento da cadeia peptídica. O ribossoma tem dois locais de reconhecimento do tRNA: o local A – à qual se liga o tRNA que transporta o aminoácido, e o local P – que transporta o tRNA já ligado à cadeia polipeptídica em crescimento e um terceiro local, o local E, correspondente ao local de saída do tRNA. Todo este mecanismo do mRNA, das duas subunidades do ribossoma e do tRNA com a metionina é auxiliado pela presença de proteínas – factores de iniciação – que utiliza a energia do GTP. A metionina transportada pelo tRNA ocupa o local P na fase de iniciação e o local A livre poderá receber o segundo tRNA com o segundo aminoácido.

Alongamento

O segundo tRNA liga-se ao local A. A proximidade dos dois aminoácidos permite o estabelecimento de uma ligação peptídica (entre aminoácidos), entre o grupo carboxilo (COOH) do aminoácido do local P e o grupo amina (NH2) do aminoácido do local A, catalizada por uma enzima, a peptidil-transferase. O segundo tRNA agora transporta o dipéptido, mudando-se para o local P do ribossoma que se desloca ao longo do mRNA mais um tripleto no sentido 5’ – 3’ da molécula de mRNA. Após transferir o aminoácido o tRNA passa para o local E e é libertado para o citoplasma onde se irá ligar a outro aminoácido que mais tarde fará parte da cadeia polipeptídica.

O processo continua com a ligação de outro tRNA que transporta um determinado aminoácido ao local A do ribossoma, o aminoácido forma uma ligação peptídica com o último aminoácido da cadeia já formada ligada ao tRNA no local P e por fim todo o complexo tRNA – cadeia polipeptídica desloca-se para o recém disponível local P.

Terminação

O processo pára quando no local A, surge um dos codões de terminação ou codão stop (UAA, UAG e UGA). Nenhum destes codões tem um aminoácido correspondente (ver código genético) nem se liga a um tRNA. O codão stop liga-se a uma proteína – factor de dissociação, que promove a ligação de uma molécula de água em vez de um aminoácido à cadeia polipeptídica, parando a síntese proteica. O último tRNA liberta-se do ribossoma, separando-se as duas subunidades (reutilizáveis) e a proteína recém - sintetizada é libertada, adquirindo a sua estrutura tridimensional.

Cada molécula de mRNA pode ser traduzida simultaneamente por vários ribossomas, produzindo muitas cópias da mesma proteína. Ao conjunto formado pela molécula de mRNA a ser traduzida, pelo vários ribossomas e pelas cadeias de péptidos em crescimento denomina-se polirribossoma ou polissoma.

Nos procariotas, como não há núcleo, o DNA encontra-se no citoplasma e não ocorre o processamento da molécula de mRNA formada na transcrição, dado que o DNA dos procariotas não possui intrões (regiões do DNA que não codificam informação). O mRNA transcrito está imediatamente acessível para ser traduzido pelos ribossomas e sintetizar proteínas. Os processos de transcrição e tradução nos procariotas são quase simultâneos.

As proteínas podem ser sintetizadas em locais diferentes, isto é, as proteínas que ficam solúveis na célula são sintetizadas em ribossomas livres no citoplasma (que não estão ligados ao retículo endoplasmático); as proteínas que farão parte das membranas, que serão exportadas para o exterior da célula ou que terminarão nos lisossomas ou peroxissomas, são produzidas nos ribossomas associados ao retículo endoplasmático rugoso.


Quais são as etapas do processo de tradução

Figura 1: Esquema da tradução


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Criada em 20 de Outubro de 2009
Revista em 15 de Setembro de 2010
Aceite pelo editor em 01 de Novembro de 2010

Quais são as etapas de tradução?

Este processo é dividido em três fases primárias: iniciação, alongamento e finalização. A tradução é catalisada por estruturas conhecidas como ribossomas, grandes complexos de proteínas e RNA ribossomal (rRNA).

Quais são as principais etapas do processo de tradução proteica?

Após a transcrição das informações genéticas do DNA em RNA mensageiro e seu deslocamento para a região na qual a proteína será produzida, todo o processo de síntese proteica acontece em três fases. São elas: iniciação da tradução, alongamento da cadeia polipeptídica e término da tradução.

Como ocorre o processo de tradução do DNA?

O processo de tradução gênica consiste em unir aminoácidos de acordo com o a sequência de códons do RNA mensageiro. Códon é uma trinca de bases nitrogenadas do mRNA, que tem sua trinca complementar (anticódon) no RNA transportador correspondente.

O que ocorre nas etapas de transcrição e tradução?

Na tradução, o RNA transcrito é lido para produzir um polipeptídeo. A transcrição usa uma das duas fitas de DNA expostas como molde; essa fita é chamada de fita molde. O produto de RNA é complementar à fita molde e é quase idêntico à outra fita de DNA, chamada de fita não molde (ou codificante).