Quais são as causas e consequências das migrações

Dentre as muitas consequências dos movimentos migratórios, podem ser mencionadas as seguintes: contribuição no processo de miscigenação étnica e na ampliação e difusão cultural entre os povos; contribuição e influência no processo de crescimento econômico. Por exemplo: a Europa, contando com grande parcela de idosos, necessita repor sua mão de obra, o que ocorre, em grande medida, pelos grandes fluxos migratórios. Essas pessoas também podem contribuir com novas ideias e técnicas, como ocorre com grande parte dos recentes empreendimentos tecnológicos em Vale do Silício, na Califórnia (EUA), de iniciativa de imigrantes chineses e indianos.

Quando a emigração significa a perda de trabalhadores adultos qualificados, de técnicos e cientistas de alto nível, são grandes os prejuízos para o país emigratório, ao passo que, para os países imigratórios, as vantagens econômicas são enormes, pois estão recebendo indivíduos prontos para produzir sem que tenham arcado com os elevados custos de sua formação e desenvolvimento.

Vantagens econômicas para os países mais pobres que não têm condições de atender às necessidades básicas de sua população, tais como emprego, moradia, saúde e educação, constituem também uma consequência da migração. As remessas de dinheiro dos emigrantes para seus países de origem podem se constituir uma das maiores fontes de rendimento para alguns desses países.

Quais são as causas e consequências das migrações

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A imigração data desde há milhares de anos com génese nos séculos XIX e XX. O processo de descoberta de novos continentes e terras permitiu o homem tirar proveito de tais situações. Depois da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) e com o processo da Revolução Industrial conjugado com a necessidade de expansão económica dos sectores como a Agricultura e a Indústria, a mão-de-obra passou a ser um factor sine qua non.

Destarte, o processo de migração ganha contornos nunca antes visto, iniciando a transferência da mão-de-obra de um continente ou país para outro, na sua maioria, de forma obrigatória.

De acordo o Organização Internacional para as Migrações (OIM) considera-se migração o movimento de população para o território de um Estado ou dentro do mesmo que abrange todo movimento de pessoas, seja qual for o tamanho, sua composição ou causas; inclui a migração de refugiados, pessoas deslocadas, pessoas desarraigadas, migrantes económicos.

Tal como relata o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), “aproximadamente 195 milhões de pessoas moram fora de seus países de origem, o equivalente a 3% da população mundial, sendo que cerca de 60% desses imigrantes residem em países ricos e industrializados. No entanto, em decorrência da estagnação económica oriunda de alguns países desenvolvidos, estima-se que, 60% das migrações ocorram entre países em desenvolvimento”. 

O conflito e a insegurança que nos encontramos imbuídos ultimamente, têm originado uma onda de imigrantes sem precedentes para diversos países da Europa, concretamente: Espanha, França, Portugal, Itália e Grécia. Grande parte com origem em países em conflito, nomeadamente: Líbia, Síria, Nigéria, Somália, Eritreia, Bangladesh e Marrocos e outros países [1].

Causas da Migração:s

São várias as causas atribuídas a migração, com maior destaque para: políticas, económicas, religiosas, étnicas, naturais, socioculturais, turísticas e bélicas.

Políticas

O modelo político do país, a falta de liberdade de expressão, ausência de jornais privados e a coibição de alguns regimes políticos são factores que contribuem fortemente para a imigração de países aonde as liberdades fundamentais são mais eficazes e sobretudo respeitadas;

Económicas

O fraco crescimento das economias, acaba por se repercutir em diversos indicadores económicos como: taxas de inflação, taxas de juros e o desemprego, que corroboram para um débil desenvolvimento das economias.

Assistindo-se a uma elevada densidade populacional que conduz a má remuneração dos empregos, contribuindo para elevados fluxos migratórios;

Religiosas

O combate e a estigmatização de grupos religiosos, a não-aceitação de indivíduos que professam religiões distintas. Em grande parte dos países a intransigência religiosa tem originado muitas mortes, o exemplo prático são os considerados “extremistas religiosos”.

Étnicas

Geralmente são causadas por grupos ou comunidades com origens étnicas diferentes, que quando instalados numa determinada região ou área, acabam por expulsar os demais, que normalmente constituem a minoria.

Naturais

São normalmente, provocadas por secas, inundações, catástrofes, erupções vulcânicas ou outras intempéries de índole diversa. A população é obrigada a imigrar com o intuito de sobreviver.

Socioculturais

Acontece quando os cidadãos acabam imigrar para as grandes metrópoles por motivos de ordem cultural, aonde acabam por ficar pelo facto de favorecer o desenvolvimento da sua actividade: Estudantes, músicos, cientistas e artistas.

Turísticas

Acontecem quando os cidadãos viajam para um país como turistas, com o objectivo de passar as férias, ou conhecer novos locais, e acabam por permanecer e trabalhar.

Bélicas

Estão relacionadas com os conflitos armados e guerras civis que acabam por degradar grande parte das infra-estruturas e o tecido produtivo do país, levando-o as ruinas. Ultimamente está tem sido uma das principais causas de grande parte dos principais fluxos migratórios.

Consequências

As consequências são inúmeras para os países geralmente para os países/localidades de origem e destino dos imigrantes.

No ponto de vista demográfico, assiste-se a redução da população, uma vez que o país de origem não possui os requisitos ou condições que proporcionem a comodidade dos seus cidadãos e a melhoria da qualidade de vida.

Nos últimos tempos, em função da nova vaga de imigrantes, aproximadamente 4.800 imigrantes foram salvos do mar mediterrâneo e levados aos portos da Itália e Grécia. A guarda costeira Italiana salvou perto de 3.700 imigrantes no canal da Sicília, enquanto as forças marítimas conseguiram salvar aproximadamente perto de 1.100 imigrantes (IOM).

Por outro lado da moeda, ultimamente muito imigrantes têm perdido a vida ao tentar imigrar para outros países ou continentes.

De acordo Organização Internacional para as Migrações (OIM), “mais de 1.900 imigrantes afogaram-se este ano ao tentar alcançar a Europa, e perto de 1.840 morreram ao tentar chegar a Itália”.

Total63.88470.354
País de Origem20142015
Eritreia 19.171 18.676
Nigéria 3.311 7.897
Somália 2.293 6.334
Síria 12.014 4.271
Gambia 3.562 3.593
Sudão 736 3.389
Senegal 1.861 2.839
Outros países 20.936 23.155

Fonte: OIM (Junho, 2015)

Durante o primeiro semestre do ano de 2015, registou-se um aumento de 10% do fluxo de imigrantes comparativamente ao período homólogo de 2014, grande parte atravessaram o mar mediterrâneo e chegaram a Europa em condições críticas.

A fuga de cérebro (brain drain), é uma outra consequência para as economias dos países de origem, a mão-de-obra especializada ou técnica, uma vez que, os quadros procuram paulatinamente países que ofereçam condições de vida aceitáveis e permita desenvolver as qualidades técnicas.

Para os países de destino, as consequências para além de serem económicas tendem a alagar-se para outros sectores, concretamente o social.

O mundo registou uma avalanche de imigrantes que dirigiram-se para os principais países da Europa, conforme abaixo descriminados:

Total158.832
País de destinoImigrantes
Itália 78.183
Malta 94
Grécia 79.338
Espanha 1.217

Fonte: OIM (Junho, 2015)

Apenas durante o primeiro semestre do ano em curso, perto de 158 mil imigrantes chegaram a Europa, o facto dos respectivos países de destino não contarem com o elevado fluxo migratório, e os seus planos orçamentais não oferecem cobertura para tais despesas sociais, acabam por criar constrangimentos inúmeros, tais como: pobreza e outros.

Conclusão

Embora a migração actualmente tenha uma perspectiva diferente da registada aos longos dos tempos, no processo de construção e reconstrução de muitas economias, urge a necessidade de se repensar no modelo de migração actual.

As assimetrias, o subdesenvolvimento e os conflitos constituem nos diais de hoje, as principais causas da migração. Os países devem preocupar-se em gradativamente melhorarem a qualidade de vida dos seus cidadãos, de modos a reduzir a tendência crescente da migração que ultimamente se regista.

O fechamento das fronteiras e o isolamento, bem como a redução das taxas para imigrantes não constituem a solução para o problema, num mundo cada vez mais globalizado e universal.

A migração deve ser encarada num prisma diferente, que proporcione o aumento da competitividade, competência entre os povos e populações, contudo, uns ganham porque recebem mão-de-obra especializada que de certa forma, acabam por agregar valor para as suas economias.


[1] Cf. http://www.iom.int

Quais as principais causas e consequências das migrações?

O processo de migração internacional pode ser desencadeado por diversos fatores: em consequência de desastres ambientais, guerras, perseguições políticas, étnicas ou culturais, causas relacionadas a estudos em busca de trabalho e melhores condições de vida, entre outros.

Quais são as consequências de migrações?

Dentre as muitas consequências dos movimentos migratórios, podem ser mencionadas as seguintes: contribuição no processo de miscigenação étnica e na ampliação e difusão cultural entre os povos; contribuição e influência no processo de crescimento econômico.

Quais são as causa das migrações?

Diversas causas podem estar associadas a esses deslocamentos, como a busca por trabalho, melhor colocação profissional e melhores condições de vida; desastres naturais e situações climáticas extremas; crises políticas e socioeconômicas; e perseguições étnicas e religiosas.

Quais são as causas e consequências da migração no Brasil?

Esse fenômeno pode ser desencadeado por uma série de fatores: religiosos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos e ambientais. No Brasil, os aspectos econômicos sempre impulsionaram as migrações internas.