Quais os cuidados de enfermagem são considerados prioritários ao paciente com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio?

6 de janeiro de 2022 por filipesoares

Quais os cuidados de enfermagem são considerados prioritários ao paciente com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio?
 Imprimir

Identifica o diagnóstico de Enfermagem prioritário no paciente pós-infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST.


Apesar dos avanços tecnológicos em saúde, as doenças cardiovasculares (DCVs) são reconhecidas como as principais causas de morte no mundo. Dentre as DCVs encontram-se as doenças isquêmicas do coração (DIC), que possuem altos índices de morbimortalidade. Entre as DICs, encontra-se o infarto do miocárdio (IM), caracterizado pela perda de função das células cardíacas em decorrência de um longo período de isquemia do músculo cardíaco que pode ser causada pela ruptura de uma placa aterosclerótica que pode levar a uma trombose nas artérias coronárias.

Quais os cuidados de enfermagem são considerados prioritários ao paciente com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio?

Diagnóstico de Enfermagem em Pacientes Com Infarto do Miocárdio. Foto: Divulgação.

O diagnóstico do IM pode ser feito por meio da avaliação de sinais e sintomas apresentados, como: arritmias, dispneia, sudorese, hipotensão arterial, agitação, ansiedade, vômito, edema de membros inferiores e, principalmente, dor torácica, que se apresenta de forma súbita, constante e constritiva, podendo ainda irradiar para outros locais do corpo, com duração maior que trinta minutos. O cateterismo cardíaco é rotineiramente utilizado como método diagnóstico, uma vez que proporciona informações sobre a anatomia coronariana, auxiliando no prognóstico e delineamento do melhor método de tratamento, assim como o ecocardiograma, que avalia função global cardíaca, fração de ejeção ventricular e dimensão das câmaras cardíacas, auxiliando no plano de cuidados e condutas com paciente infartado.

As altas taxas de mortalidade pós IM podem ser atribuídas a diversos fatores, tais como o aumento da atividade inflamatória sistêmica, hiperglicemia, aumento da trombogênese, aumento do tônus simpático, disfunção endotelial, idade avançada e hipertensão.

Diagnóstico de Enfermagem

Neste sentido, a assistência de enfermagem ao paciente pós IM é fundamental para redução de mortalidade e complicações, concentrando-se na agilidade ao assistir o paciente pós IM, com perspicácia clínica e habilidades específicas. A assistência de enfermagem deve ser realizada através de método científico de cuidado clínico, o qual deve ser realizado através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Tal processo baseia-se nas necessidades humanas básicas (NHB) e, especificamente, em condições como IM, as principais NHB a serem avaliadas estão relacionadas à circulação, respiração, nutrição, hidratação, eliminações, repouso e interação social pós IM. Dentre as etapas da SAE, encontram-se os Diagnósticos de Enfermagem (DE), que são julgamentos clínicos do enfermeiro após avaliação semiológica do cliente, que tem como objetivo conduzir o enfermeiro no processo de tomada de decisões para estabelecimento do plano de cuidados de enfermagem.

Neste contexto, é possível notar a grande importância de se realizar estudos relacionados aos DE’s e os impactos que os mesmos, quando realizado de forma coerente e com precisão, remetem a qualidade da assistência de enfermagem e a segurança do paciente. Identificar o DE prioritário do paciente no pós-IM com supradesnivelamento do segmento ST (IMCSST), apresenta grande relevância científica, uma vez que existe uma necessidade de intervenção de enfermagem focada especificamente em pacientes com esta condição clínica.

Assim, o objetivo deste estudo é identificar o DE prioritário do paciente no pós-IMCSST

Quais os cuidados de enfermagem são considerados prioritários ao paciente com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio?

Leila Santos

INTRODUÇÃO

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) se dá por uma oclusão da artéria coronária, através da formação de um coágulo ou placa de ateroma, diminuindo o fluxo sanguíneo e levando parte do miocárdio à um processo de necrose. A extensão da necrose depende de fatores como o calibre da artéria acometida, tempo de evolução da obstrução e desenvolvimento de circulação colateral.
Os fatores que predispõem o IAM estão relacionados à idade, colesterol alto, diabetes, tabagismo, obesidade e fatores hereditários.
Os sinais e sintomas mais frequentes são a dor torácica persistente, de início súbito e forte intensidade, localizada sobre a região esternal com irradiação para o braço esquerdo e mandíbula. Esta dor pode vir acompanhada de sudorese, náusea, vômito, palidez, podendo ocorrer uma síncope.
O diagnóstico é feito associando os sinais e sintomas, ECG e exames laboratoriais. O ECG nos informa possíveis alterações como o supradesnivelamento do segmento ST, indica a localização e extensão do infarto, além de outras complicações. No IAM, a consequente morte celular leva à perda da integridade do sarcolema ocasionando a liberação de algumas enzimas na corrente sanguínea. A passagem destas enzimas também nos fornece dados importantes sobre a extensão e evolução do infarto. A CK-MB é uma isoenzima encontrada em células cardíacas, portanto ela só estará aumentada quando houver a destruição destas células.

 "Imagem 1"

TRATAMENTO

Após a confirmação do diagnóstico de IAM, o tempo desde o início dos sintomas até a instituição do tratamento é de extrema importância na recanalização da artéria acometida para uma possível recuperação do músculo cardíaco.
Os antiplaquetários são de suma importância no tratamento do IAM, contribuindo para a recanalização da artéria obstruída. Entre eles, o Ácido acetilsalicílico (AAS) e o clopidogrel que são mantidos por tempo indeterminado.
Pacientes com quadro de IAM exibem hiperatividade do Sistema Nervoso Simpático. Essa descarga adrenérgica incrementa a necessidade de oxigênio pelo miocárdio, justificando a indicação de analgésicos que possam aliviar tanto a dor quanto a ansiedade. O analgésico de escolha é o sulfato de morfina. È importante saber que quando se trata de infarto de parede inferior, não deve ser feita analgesia com morfina, pelo grande potencial de ocasionar hipotensão arterial.
A recanalização da artéria responsável pelo infarto pode ser feita através de agentes químicos (fibrinolíticos) e mecânicos (intervenção percutânea com ou sem implante de stent). A escolha do tratamento depende do quadro clínico, alterações eletrocardiográficas e da disponibilidade de um serviço de hemodinâmica.

INTERVENÇÃO CORONÀRIA PERCUTÂNEA E ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Logo que confirmado o diagnóstico e escolhido a forma de tratamento mecânica é importante que o paciente seja submetido a uma intervenção coronariana com o menor tempo de dor possível, para que o mesmo tenha maior benefício no tratamento e reperfusão coronariana para maior possibilidade de recuperação do músculo cardíaco.
A intervenção coronária percutânea no IAM é realizada em um laboratório de hemodinâmica. Se iniciada em até 90 minutos após a dor, torna-se a melhor opção em tratamento para obtenção da reperfusão coronária.
O paciente é encaminhado para o serviço de hemodinâmica, onde é devidamente monitorizado, checado sinais vitais, história de alergias e cateterismo cardíaco prévio.
A cinecoronariografia é realizada à partir de uma anestesia local podendo ser por via radial ou femoral, através de punção arterial. Em seguida é introduzido um cateter e realizado o diagnóstico. Se houver oclusão coronariana, o paciente deverá ser submetido a uma angioplastia com ou sem implante de stent. O stent não poderá ser implantado nas seguintes evidências:

• Estenose em ramo secundário;
• Alto risco de fenômeno no reflow em vasos com grande quantidade de trombo;
• Tortuosidades e calcificações que impeçam a progressão da prótese.

 "Imagem 2"

A assistência de enfermagem no IAM é de grande importância, devendo o enfermeiro estar atento:

• As alterações eletrocardiográficas;
• Pressão arterial;
• Frequência cardíaca e queixas de dor precordial;
• Deve-se manter no paciente a oxigênioterapia e um acesso venoso calibroso.

Assistência de enfermagem durante a angioplastia:

• Durante a angioplastia o enfermeiro deverá retirar próteses dentária;
• Investigar história de alergias;
• Preparar a via de acesso, realizar a assepsia, dispor os campos cirúrgicos e preparar o instrumental cirúrgico;
• Normalmente o procedimento é realizado por via Radial ou Femoral;
• Cabe ao enfermeiro fornecer todo material necessário durante o procedimento.
• Checar e administrar anticoagulante quando solicitado;
• Estar atento às intercorrências que podem acontecer, tais como, taquicardia ventricular, parada cardiorespiratória, bradicardia, hipotensão entre outros.

Assistência de enfermagem após angioplastia

• Orientar o paciente quanto ao repouso, cuidados com o curativo e dieta;
• Quando o procedimento for realizado pela via radial deve-se retirar o introdutor assim que finalizado o procedimento e realizar curativo compressivo mantendo-o por duas horas. Em seguida desapertá-lo e verificar perfusão e pulso;
• Quando o procedimento for realizado por via femoral, o introdutor será retirado após cinco horas, o paciente deve ser orintado quanto ao repouso e manter restrição do membro durante esse período;
• Após cinco horas, retirar o introdutor e manter compressão manual por aproximadamente vinte minutos para hemostasia, logo após, realizar curativo compressivo em regiao inguinal, orientando o paciente à retirá-lo no dia seguinte.


A assistência de enfermagem no atendimento ao paciente com infarto agudo do miocárdio requer atenção e principalmente ter conhecimento para lidar com os diversos tipos de situações que poderá enfrentar, para que o paciente seja bem assistido e que isso contribua para sua recuperação.

Quais os cuidados de enfermagem no infarto agudo do miocárdio?

Cabe ao enfermeiro fornecer todo material necessário durante o procedimento. Checar e administrar anticoagulante quando solicitado; Estar atento às intercorrências que podem acontecer, tais como, taquicardia ventricular, parada cardiorespiratória, bradicardia, hipotensão entre outros.

Quais são as medidas iniciais para o tratamento do paciente com infarto agudo do miocárdio?

Temos basicamente 3 opções no protocolo IAM: enoxaparina, heparina não-fracionada e fondaparinux. Na prática, a principal medicação é a enoxaparina, uma vez que,na vida real, dificilmente temos acesso ao fondaparinux.

O que fazer em caso de infarto agudo do miocárdio?

Tratamento. O mais importante no tratamento do infarto é a desobstrução da artéria entupida. Existem duas formas de realizar esta desobstrução: angioplastia coronária (desobstrução mecânica) ou fibrinolíticos (desobstrução com medicamentos).