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A amamentação, especialmente com leite materno, é importante e recomendada pela Organização Mundial as Saúde (OMS)7, pelo menos nos seis primeiros meses de vida da criança. Protege contra infecções no aparelho respiratório e digestivo, além de ajudar no desenvolvimento da flora intestinal; ajuda no desenvolvimento psicomotor, do sistema nervoso central e a acuidade visual do bebê1, favorece a relação afetiva entre mãe e filho e beneficia também a mãe, com o aumento do intervalo entre as gestações e a diminuição da incidência de algumas doenças na mulher2.
O leite materno pode ser diretamente influenciado pelos hábitos alimentares e cuidados com a saúde da mãe. Seja durante a gestação ou após o parto, eventuais tratamentos médicos podem ser necessários. Antibióticos, podem ser recomendados, por exemplo, para tratar infecções do trato urinário ou mastites. E apesar das extensas e constantes pesquisas sobre o uso de drogas, ainda há desconhecimento sobre o efeito de certos medicamentos em bebês lactentes, especialmente relacionados a drogas que entraram mais recentemente no mercado2. O quanto da medicação é de fato absorvida pelo bebê e quais as consequências disso em seu organismo?
De acordo com a Academia Americana de Pediatria nem todas as drogas são excretadas em quantidades clinicamente significativas no leite humano. Além disso, a presença de um medicamento no leite humano pode não representar um risco para o bebê e a grande maioria dos medicamentos são seguros para mães e bebês. Para fornecer informações mais precisas para médicos e pacientes à respeito de risco e beneficio dos medicamentos, as bulas deverão conter uma seção sobre lactação incluindo os efeitos potenciais sobre o bebê em aleitamento6.
Nem todo bebê irá absorver ou reagir a um mesmo medicamento da mesma forma. Existem alguns fatores que interferem na absorção dos medicamentos: a forma com que ele foi administrado à mãe (via oral, por exemplo) e a concentração de droga no sangue materno. Isso irá afetar a composição do leite, e por consequência, o que o bebê pode vir a consumir2. Entre os riscos conhecidos no caso de antibióticos podemos citar a alteração da flora intestinal do bebê, com ocorrência de diarreia e má absorção de nutrientes2. O risco pode ser aumentado no caso de crianças prematuras, pelo não amadurecimento completo dos
Para ajudar médicos e profissionais da saúde em todo o país, o Ministério da Saúde elaborou uma cartilha com dicas que ajudam na avaliação do medicamento e do tratamento. Para os familiares, as principais dicas são:
- Verifique com seu médico e programe o horário de administração do medicamento para que não coincida com o horário das mamadas;
- Observe a criança e verifique possíveis efeitos colaterais (alteração do padrão alimentar, hábitos de sono e agitação, por exemplo);
- Caso seja necessário interromper temporariamente a amamentação, é possível retirar o leite e armazenar em congelador. Siga as orientações da Fundação Oswaldo Cruz e da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano para verificar como fazê-lo;
- Converse com seu médico sobre alternativas de medicamentos. Caso o tratamento permita, opte por drogas que são pouco excretadas pelo leite materno, evite drogas de ação prolongada e prefira medicamentos com aplicação local em vez de oral.
Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.