Quais foram as três principais correntes que contribuíram para que o Serviço Social se afirmasse na sociedade?

Este artigo discute política social e Serviço Social e os desafios que esta relação apresenta para a intervenção profissional. Enfatiza o florescimento e o aprofundamento desse debate ao longo das duas últimas décadas do século 20, e a sua consolidação no início do século 21, que se expressam através da consistente produção de conhecimento e da inserção peculiar dos órgãos representativos da categoria profissional no processo de luta pela institucionalização das políticas públicas compatíveis com os valores contidos no Código de Ética Profissional dos assistentes sociais. O enfoque maior recai sobre a questão da intervenção dos assistentes sociais, no campo da política social, ao implementar o projeto profissional, comprometido com a defesa dos direitos sociais de caráter universal. Nessa perspectiva, trata a política social como um campo contraditório, permeado por interesses e projetos societários antagônicos, no qual se reatualizam questões diretamente articuladas à especificidade e à autonomia profissional.

Serviço Social; Intervenção profissional; Política social


This article discusses social policy and Social Work and the challenges that their relationship presents for professional intervention. It emphasizes the flourishing and deepening of the debate about this issue in the past two decades of the 20th century, and its consolidation in the early 21st century, which is expressed through the constant production of knowledge and the peculiar insertion of agencies that represent the professional category in the struggle for the institutionalization of public policies compatible with the values found in the Code of Professional Ethics for social workers. The strongest focus is on the issues of the intervention of social workers in the field of social policy, through implementation of the professional project, committed to defending social rights of a universal character. From this perspective, it involves social policy as a contradictory field that is permeated by antagonistic social interests and projects, in which questions directly related to specificity and professional autonomy are revised.

Social Work; Professional intervention; Social policy


ESPAÇO TEMÁTICO SERVIÇO SOCIAL, HISTÓRIA E DESAFIOS

Política Social e Serviço Social: os desafios da intervenção profissional

Regina Celia Tamaso MiotoI; Vera Maria Ribeiro NogueiraII

IUniversidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

IIUniversidade Católica de Pelotas (Ucpel)

RESUMO

Este artigo discute política social e Serviço Social e os desafios que esta relação apresenta para a intervenção profissional. Enfatiza o florescimento e o aprofundamento desse debate ao longo das duas últimas décadas do século 20, e a sua consolidação no início do século 21, que se expressam através da consistente produção de conhecimento e da inserção peculiar dos órgãos representativos da categoria profissional no processo de luta pela institucionalização das políticas públicas compatíveis com os valores contidos no Código de Ética Profissional dos assistentes sociais. O enfoque maior recai sobre a questão da intervenção dos assistentes sociais, no campo da política social, ao implementar o projeto profissional, comprometido com a defesa dos direitos sociais de caráter universal. Nessa perspectiva, trata a política social como um campo contraditório, permeado por interesses e projetos societários antagônicos, no qual se reatualizam questões diretamente articuladas à especificidade e à autonomia profissional.

Palavras-chave: Serviço Social. Intervenção profissional. Política social.

Introdução

O movimento ocorrido no âmbito do Serviço Social latino-americano, a partir da década de 1970, mudou decisivamente os rumos da profissão no continente. Esse processo, denominado Movimento de Reconceituação, desloca o debate da profissão do "metodologismo" até então reinante, para o debate das relações sociais nos marcos do capitalismo, e com ele passa a dar ampla visibilidade à política social como espaço de luta para a garantia dos direitos sociais (FALEIROS, 1990).

Nesse contexto, segundo Campos (1988, p. 13), a política social alçou um estatuto teórico, no âmbito do Serviço Social, que lhe permitiu realizar a articulação entre a perspectiva analítica de sociedade e de profissão. No Brasil, ao final da década de 1970, os assistentes sociais já se posicionavam fortemente em relação à "formulação das políticas sociais enquanto intervenção estatal". Essa trajetória lhes possibilitou o diálogo com uma argumentação mais consistente junto aos defensores do "produtivismo econômico" da tecnocracia brasileira.

Isso foi possível, por um lado, em razão da gênese da profissão vincular-se ao contexto de enfrentamento da questão social através das políticas sociais, assegurando as condições necessárias para a expansão do capitalismo monopolista (CARVALHO; IAMAMOTO, 1982; NETTO, 1992; MONTAÑO, 1998). Por outro lado, há o reconhecimento de que a política social reveste-se de um caráter contraditório, pois, ao mesmo tempo em que atende aos interesses do capital, atende também às necessidades da classe trabalhadora. Portanto, a sua expansão é marcada pela luta dos trabalhadores na perspectiva da conquista e da consolidação dos direitos sociais (IAMAMOTO, 2003; YAZBEK, 2000; PEREIRA, 2008)1 1 Em todo o texto, a abordagem é feita reconhecendo as contradições no campo das políticas sociais. 2 Sobre o processo de apropriação da teoria social crítica no Brasil, são emblemáticos os livros de Iamamoto e Carvalho (1982) e Netto (1991, 1992). 3 Legião Brasileira de Assistência, Previdência Social. 4 Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). 5 Caritas Diocesana, Santas Casas de Misericórdia. 6 Secretarias, como, de Desenvolvimento Social, Bem-Estar Social e Promoção Social. 7 Atualização. 8 Destaca-se, neste período, a perspectiva formulada por professores da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Belo Horizonte, a qual ficou conhecida como Método BH e considerada por Netto (1991) como sendo realmente uma intenção de ruptura com o Serviço Social tradicional. 9 Um aprofundamento desta questão pode ser localizado em Netto (1996). 10 Essa situação é analisada por autores como Harvey (1993), Netto (1993, 1996), Mota (1995) e Iamamoto (1982), entre outros. 11 Sobre essas questões, consultar Santos (2010) e Forti e Guerra (2010). 12 Sobre essa questão, consultar Simionatto e Luza (2011). 13 As atribuições e competências compõem o texto da Lei de Regulamentação da Profissão (CFESS, 1993).

Quais foram as três vertentes teóricas que emergiram no movimento de reconceituação?

Assim, a partir do Movimento de Reconceituação, segundo Netto (2001), é desenvolvida uma disputa entre projetos políticos que divergem no interior da profissão. Tal disputa é polarizada por três vertentes teórico-metodológicas denominadas: Modernizadora, Reatualização do Conservadorismo e Intenção de Ruptura.

Quais as principais correntes teórico

Diante desse cenário de pauperismo podemos destacar dois entendimentos teórico-metodológicos que emergiriam para a compreensão da Questão Social: 1) resignação, baseado no pensamento de Auguste Comte (1798 – 1857) - positivismo, e 2) a perspectiva supressão da ordem burguesa, baseado no pensamento de Marx e Engels.

São correntes que influenciaram e pautaram a profissão de Serviço Social?

Respondido em 06/04/2020 20:33:49 Explicação: As correntes que influenciaram e pautaram o Serviço Social: Positivista, Funcionalista, Marxista e Fenomenológica 5a Questão O Serviço Social como profissão inserida na divisão sócio-técnica do trabalho emergiu no século XIX, nos EUA.

Qual corrente teórica se baseava o Serviço Social em 1940?

Nos anos 1940 e 1950, o Serviço Social brasileiro recebe influência norteamericana. Marcado pelo tecnicismo, bebe na fonte da psicanálise, bem como da sociologia de base positivista e funcionalista/sistêmica. Sua ênfase está na ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial.