Quando o assunto é uma doença, é importante explicar sua forma de transmissão, citando seu agente etiológico e, quando houver, o vetor. Muitas pessoas confundem esses termos, usando-os como sinônimos, apesar de terem significados bastante distintos.
→ O que é vetor?
Quando falamos em vetor, referimo-nos a organismos que servem de veículo para a transmissão de algum causador de doença. Esse organismo pode ser, por exemplo, um artrópode, como mosquitos ou moluscos.
Os vetores podem ser classificados em dois tipos de acordo com a Sociedade Brasileira de Parasitologia: vetor biológico e vetor mecânico. O vetor biológico é aquele que serve de local para a multiplicação de um agente causador de doenças. Já o vetor mecânico é aquele em que o agente causador da doença não se multiplica e não se desenvolve nesse local, sendo o vetor apenas uma forma de transporte.
No caso das doenças transmitidas por vetores, é impossível a transmissão de uma pessoa para outra. No caso da dengue, por exemplo, o vírus não é transmitido pelo contato com o doente, sendo necessária a picada de um mosquito Aedes aegyptiinfectado para que a transmissão ocorra. Nesse caso, o mosquito é o vetor. Além da dengue, a malária, a doença de chagas, febre amarela, zika, chikungunya e leishmaniose são exemplos de doenças que são transmitidas por vetores.
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→ O que é agente etiológico?
O agente etiológico é o agente causador da doença, aquele que desencadeia os sinais e sintomas de determinada enfermidade. O termo agente etiológico pode ser usado em substituição a patógeno.
Vírus, bactérias, protozoários, fungos, platelmintos e nematelmintos são alguns exemplos de agentes etiológicos. No caso da dengue, por exemplo, o agente etiológico é o vírus da dengue, um arbovírus da família Flaviviridae.
→ Diferença entre vetor e agente etiológico
A diferença entre vetor e agente etiológico é que esse último causa a doença, mas o vetor transporta o agente etiológico. A malária, por exemplo, é provocada por protozoários do gênero Plasmodium (agente etiológico), que são transmitidos pela picada do mosquito (vetor) do gênero Anopheles infectado.
Indique a alternativa que lista somente doen�as que t�m artr�podes como transmissores ou hospedeiros intermedi�rios do agente causador:
a) amarel�o, doen�a de Chagas, esquistossomose e ten�ase.
b) dengue, esquistossomose, febre amarela e mal�ria.
c) amarel�o, doen�a de Chagas, filariose e mal�ria.
d) dengue, febre amarela, filariose e mal�ria.
e) dengue, febre amarela, filariose e ten�ase.
Mestre em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas (FIOCRUZ, 2011)
Graduada em Biologia (UGF-RJ, 1993)
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Hospedeiro é um organismo que abriga um parasita em seu corpo. O parasita pode ou não causar doença no hospedeiro. O parasita possui dependência metabólica em relação ao hospedeiro, utilizando recursos para a sua sobrevivência. O hospedeiro também constitui o habitat do parasita. Normalmente os parasitos são específicos dos hospedeiros, mas existem espécies de parasitas que conseguem se instalar em duas ou mais espécies de hospedeiros durante o seu ciclo de vida. Como exemplo, a Taenia solium que causa a teníase e vive no intestino humano na fase adulta, parasita o porco na sua fase larval.
Chamamos de endoparasita ou parasita interno aquele parasita que se aloja no interior do hospedeiro. Exemplo: lombriga (Ascaris lumbricoides). E ectoparasita ou parasita externo é aquele parasita que se abriga sobre a pele ou couro cabeludo do hospedeiro. Exemplo: piolho (Pediculus humanus capitis). Podemos encontrar três tipos de hospedeiros:
- Hospedeiro definitivo – que é o que apresenta o parasita em sua fase de maturidade ou na sua forma sexuada. Exemplo: Schistosoma mansoni (que causa a esquistossomose) e o Trypanosoma cruzi (que causa a Doença de Chagas), tem no homem o seu hospedeiro definitivo, pois a sua fase sexuada ocorre no ser humano.
- Hospedeiro intermediário – é o que apresenta o parasita e sua fase larvária ou assexuada. Como exemplo, o caramujo é o hospedeiro intermediário do Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose.
- Hospedeiro paratênico ou de transporte – é um ser vivo que serve de refúgio temporário e de veículo até que o parasita atinja o hospedeiro definitivo. O parasita não evolui neste hospedeiro. Esse hospedeiro não é imprescindível para completar o ciclo vital. Exemplo: peixes maiores, que ingerem peixes menores contaminados com larvas de Diphyllobothrium transportam essas larvas até o ser humano ingerir o peixe maior, geralmente cru.
A interação parasita-hospedeiro ocorre por infecção ou infestação. Na infecção, ocorre a invasão e colonização do organismo hospedeiro por parasitas internos, como helmintos (Taenia saginata) e protozoários (Giárdia, Tripanossomo). Na infestação ocorre ataque ao organismo hospedeiro por parasitas externos, como os artrópodes (piolho, carrapato).
Bibliografia:
Glossário. Sociedade Brasileira de Parasitologia. Disponível em: //www.parasitologia.org.br/estudos_glossario_H.php
Hospedeiro. Disponível em: //knoow.net/ciencterravida/biologia/hospedeiro/
Diphyllobothrium latum. Disponível em: //www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Diphyllobothrium%20latum.htm
Parasitologia. Disponível em: //docente.ifsc.edu.br/felipe.seixas/MaterialDidatico/Parasitologia/aula%20introdução%20de%20%20PARASITOLOGIA.pdf
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Texto originalmente publicado em //www.infoescola.com/biologia/hospedeiro/