Inglaterra contra a escravidão no Brasil - motivos
Motivos da Inglaterra ser contra a escravidão no Brasil Imperial, resumo
Pergunta e resposta sobre a posição da Inglaterra contra a escravidão
Pergunta:
Por que a Inglaterra era contra a escravidão no Brasil do século XIX?
Resposta:
Na segunda metade do século XIX, o papel da Inglaterra no fim do tráfico negreiro foi de extrema importância. Os ingleses também tinham como objetivo acabar com a escravidão no Brasil pelos seguintes motivos:
- Após a Revolução Industrial, a Inglaterra passou a buscar novos mercados consumidores para os seus produtos industrializados. Logo, o rico país europeu passou a combater a escravidão, pois como sabemos os escravos não tem renda e, portanto, não podem consumir. Na cabeça dos ingleses, era de fundamental importância libertar os escravos para que estes se transformassem em trabalhadores livres e pudessem, com seus salários, comprar produtos ingleses.
- Havia também o interesse dos ingleses em afastar traficantes de escravos portugueses da costa ocidental da África, pois estes prejudicavam o comércio britânico na região.
- Havia também pressões de grupos humanitários, que pressionavam o Parlamento Inglês para que este decretasse o fim do comércio de escravos.
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Pergunta respondida por:
Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).
* a pergunta foi enviada pelo estudante Jaime da Silva Júnior em maio de 2019.
Fontes de Pesquisa e Bibliografia Indicada
Bibliografia indicada sobre o tema:
- VIANA, Hélio. História do Brasil: período colonial, monarquia e república. São Paulo: Melhoramentos, 1994.
- PINSKY, Jaime. A escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 1988.
A proclamação da independência brasileira, ocorrida em 1822, se desenvolveu em um momento marcado por complicadas questões internas e externas. No Brasil, Dom Pedro I teve que enfrentar a dura oposição das províncias que resistiram ao fim da ingerência portuguesa no território. Já no cenário político internacional, temos a reorganização de uma Europa atingida pelos efeitos das guerras napoleônicas e, ao mesmo tempo, interessada em reafirmar a autoridade absolutista.
Visando fortalecer a sua presença no cenário político americano, os Estados Unidos foram a primeira nação a reconhecer a autonomia política brasileira, em maio de 1824. Nesse período, a chamada “Doutrina Monroe” era empregada na política externa estadunidense como meio de se repudiar qualquer tentativa de recolonização pelas antigas monarquias absolutistas. Em março de 1825, as autoridades mexicanas fortaleceram o coro de países que legitimavam o Brasil Independente.
A Inglaterra, como grande fornecedora de produtos manufaturados ao país, tinha grande interesse em reconhecer a independência do Brasil. Entretanto, a ação política e diplomática britânica temia que tal posição viesse a estabelecer uma crise nas relações entre Portugal e Inglaterra. De tal modo, os britânicos se organizaram a fim de intermediar um acordo de reconhecimento entre autoridades portuguesas e brasileiras.
No dia 29 de agosto de 1825, portugueses e brasileiros assinaram o Tratado de Paz e Amizade. Segundo o acordo firmado, o governo português reconhecia a independência do Brasil a partir do pagamento de uma indenização no valor de dois milhões de libras esterlinas. Além disso, Dom Pedro I se comprometeu a ceder o título honorário de imperador do Brasil a Dom João VI e não tomar nenhuma iniciativa a fim de anexar algumas das colônias portuguesas ao seu território.
Com a resolução, a Inglaterra e outras nações do mundo tomaram frente no reconhecimento da independência do Brasil. Para os britânicos, a intermediação nesse acordo acabou garantindo as taxas alfandegárias já praticadas pelos tratados de 1810. Além disso, os britânicos exigiram que o Brasil se comprometesse a acabar com a escravidão até o ano de 1830. Tal medida acabou não sendo cumprida, já que tal ação prejudicava o interesse das elites nacionais.
Por: Rainer Sousa
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