Quais as principais atividades econômicas de Ouro Preto?

Durante os dois primeiros anos de colonização do Brasil, a principal atividade econômica era voltada ao cultivo de grandes latifúndios monocultores de cana de açúcar. Tal atividade era bastante viável no Brasil, devido às favoráveis condições naturais de clima e solo, além do conhecimento dos portugueses para agricultura. Porém, houve uma desvalorização do açúcar no mercado europeu e os portugueses tiveram que pensar em uma outra forma de gerar lucro em sua colônia. A partir daí a busca por metais preciosos foi vista como uma solução.

A história da busca por metais preciosos e posterior desenvolvimento da mineração no Brasil se deu a partir de expedições no interior da colônia chamadas de entradas e bandeiras, estas custeadas pela própria coroa portuguesa. No ano de 1696, uma dessas expedições localizou jazidas de ouro nas regiões montanhosas de Minas Gerais, onde teve início a ocupação do Vale do Ouro Preto.

O principal metal precioso encontrado na região foi o ouro, o qual era inicialmente visto na forma de aluvião às margens de rios, córregos e riachos. O ouro e pedras preciosas aluvionares eram retirados manualmente com pás, lançados em calhas, depois bateados e seus rejeitos eram lançados manualmente em locais próximos. Posteriormente, iniciou-se as explorações de rochas localizadas nas encostas das montanhas, para tal, utilizava-se uma técnica chamada grupiara, em que se construía canais de drenagem e sistemas de prospecção que levava-se água para o alto das encostas e assim, realizar a exploração.

Quais as principais atividades econômicas de Ouro Preto?
Figura 1: Homem bateando em busca de ouro. (Foto: Thinkstock/ Getty Images)

Em 1711, com a exaustão do ouro de aluvião, houve a necessidade da abertura de minas em busca dos veios de ouro. Logo pequenos arraiais se instalaram em volta dessas minas e surgiu a Vila Rica, nomeação concedida à um arraial que tinha alta importância para o reino de Portugal. Em 1721, tornou-se capital de Minas Gerais, permanecendo até 1897, quando a sede passou a ser Belo Horizonte. Posteriormente Vila Rica elevou-se a condição de cidade sendo nomeada Ouro Preto, devido a camada escura de óxido de ferro que envolvia o ouro encontrado na região.

Durante este momento da mineração, cerca de 30 a 50 mil pessoas foram em direção a Ouro Preto, em busca de enriquecimento, a qual chegou a ser a mais populosa cidade da américa latina. Juntamente a esta densa formação social da região, foram desenvolvidos pela Coroa Portuguesa, sistemas de fiscalização e capitação dos tributos minerários. Dentre eles estão os arrendamentos de datas, a cobrança do quinto, a finta, derrama, entre outras. Estima-se que durante este período fora enviado a Portugal, cerca de 800 toneladas de ouro.

Junto com o ciclo do ouro na região diversos conflitos surgiram, tendo em 1708 uma das mais marcantes, a Guerra dos Emboabas. Tal guerra iniciou-se após os bandeirantes paulistas terem seu pedido de monopólio do ouro encontrado na região negado pela Coroa Portuguesa. A partir daí os bandeirantes e demais aventureiros que chegaram ao local, disputavam o domínio da exploração das minas, travando a Guerra dos Emboabas que teve seu fim após a derrota dos paulistas.

Como resultados destes conflitos, houve a separação de alguns estados, a instauração de diversas formas de taxação do ouro e também a criação da Estrada Real, que surgiu com a necessidade de estabelecer uma rota menor para o trânsito das riquezas até a capital.

Atualmente, apesar da lembrança do ouro estar presente apenas na história, a região ainda tem uma considerável quantidade de minério, as empresas que trabalham com a exploração desse bem são responsáveis por 90% da arrecadação do município. Dessa forma muitos empregos são gerados de maneira direta e indireta e isso reflete positivamente no comércio local.

 Referências

GERMANY, Darcy José. A mineração no Brasil. Rio de Janeiro: Ctmineral, 2002.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013. p. 89.

RAMOS, Jefferson Evandro Machado. Extração do ouro no Brasil Colonial. USP, maio 2005.

HIGA, Carlos César. "Guerra dos Emboabas"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/guerra-dos-emboabas.htm

MARIANO, Raul. “Ouro Preto ostenta riqueza que vem da cultura e do minério”; Hoje em Dia.: 31/08/2014.

Quais as principais atividades econômicas de Ouro Preto?

Por Wendell Soares

Números apontam para um crescimento tímido, porém contrário às quedas dos anos anteriores

A Federação do Comércio de bens, serviços e turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio - MG), divulgou na semana passada a nova pesquisa sobre o Perfil socioeconômico de Ouro Preto, referente ao ano de 2018. Em conjunto com o Sesc, Senac e os sindicatos da capital e do interior, o Sistema Fecomércio MG - criado em 1938 -  levantou os dados que analisam a cidade de Ouro Preto, sob a ótica social, econômica, populacional, tributária e produtiva. A pesquisa inseriu Ouro Preto dentro da microrregião que abrange ainda Diogo de Vasconcelos, Itabirito e Mariana.

Entre os dados sobre população e eleitorado, é relevante considerar que Ouro Preto teve uma leve queda de 0,9% considerando o ano anterior, com uma população estimada em 2018 de 73.994 habitantes, destes, 82,4% aptos a votar no município. Com índice de desenvolvimento humano (IDH) avaliado em 0,741, a cidade se apresenta acima da média nacional, que é de 0,727 e de Minas Gerais com 0,731. 

Quais as principais atividades econômicas de Ouro Preto?

Arrecadação e transferências constitucionais têm oscilações em 2018

Das principais transferências arrecadadas pela União e repassadas aos municípios, Ouro Preto teve uma pequeno aumento nos valores, ao considerar o ano anterior. O Fundo de Participação dos Municípios (FPM) oscilou positivamente em 6,6%, contudo, o Fundeb (Para manutenção da educação básica) teve queda de 25,4%, o que gerou cerca de 6 milhões a menos no repasse realizado para a cidade.

No geral, a arrecadação ouro-pretana em 2018 teve um aumento de apenas 5,8% em relação a 2017, ultrapassando pela primeira vez em 9 anos, o patamar de 200 milhões de reais/ano. Para 2019, a previsão é de que a arrecadação municipal tenha uma melhora significativa, na casa dos 240 milhões

Importante frisar que a arrecadação tributária abrange o ICMS além de multas, juros de mora e dívida ativa com a cidade.

Dentro do setores econômicos do município, o comércio (varejista e atacadista) que teve queda nos últimos três anos, permaneceu estabilizado, correspondendo a 9,6% da participação na arrecadação de Ouro Preto. Entretanto, é notável a redução da dependência de Ouro Preto com a indústria, que teve queda de 10 pontos percentuais, enquanto o setor de serviços atingiu seu melhor patamar de participação dos últimos 12 anos, subindo para 36,4%.

O presidente da Aceop, Paulo Ferreira, considera que “os números apontam para a tão buscada diversificação da economia na cidade. O setor de serviços tem se aprimorado, e com a retomada do turismo na cidade, aliado à realização de vários eventos, poderá conduzir a economia ouro-pretana a dias mais prósperos”. Já Genilda Golia, proprietária da Contabilidade Contgeo e membro do CRC/MG e Conselho de Contribuintes do Município, afirma “não ter visto de forma efetiva esta migração de setores”. Entretanto, ela afirma que há uma percepção do aumento do setor de serviços, que atualmente, está atuando não apenas com o consumidor mas também como auxiliar do comércio. Para Genilda “os serviços voltados ao setor de tecnologia, como a obrigatoriedade do uso da nota fiscal eletrônica ou mesmo a divulgação por meios virtuais, podem aquecer o comércio, considerando as particularidades de uma cidade histórica mas apontando para o futuro”.

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PIB de Ouro Preto tem queda de 20% em relação à última pesquisa

    Pelo segundo ano consecutivo e considerando todo o Estado de Minas Gerais, o município de Ouro Preto perdeu mais 8 posições quando é verificado o produto interno bruto (a soma de todos os bens e serviços produzidos na cidade), com uma nova redução per capita, desta vez, caindo de pouco mais de R$52 mil (em 2015) para R$39 mil em 2016, o que gera 30% negativo.

    Como o cálculo tem uma defasagem de três anos em relação ao período pesquisado, é importante salientar que ele reflete justamente o período posterior à tragédia da barragem de Mariana ( e suas implicações na economia de Ouro Preto), podendo ser mensurado mas sem afetar diretamente nos demais números da pesquisa. “Estes dados mostram podem ser analisados como cenário de um período difícil que enfrentamos e servem de comparação para percebermos que a recuperação econômica da cidade já é uma realidade”, explica Paulo.

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Mercado estagnado apenas troca os postos de trabalho entre setores

Segundo dados do Ministério do Trabalho, Ouro Preto teve em 2018 uma queda de pouco mais de 3% no número de postos de trabalhos, passando de 18.901 para 17.525 os empregos formais na cidade. Mesmo com esta queda, o número de estabelecimentos ativos na cidade subiu de 3.047 para 3.063, revertendo o quadro decrescente do ano anterior, quando foram fechadas 32 empresas.

Segundo a proprietária da Hering Store, Graziela Santos, uma explicação para estes números são que, com a crise, econômica, as empresas começaram a produzir o mesmo, com menos funcionários, dinamizando os processos ou terceirizando serviços que não têm ligação direto ao segmento. Ela exemplifica como sua franquia tem agido no atual cenário, “trabalhando com uma equipe menor, porém com motivação e empenho”. 

Os setores de comércio e serviços, que tiveram quedas na pesquisa anterior, estabilizaram sua participação na geração de empregos, tendo relativamente a mesma proporção de vagas abertas e encerradas, em torno de 150. Paulo Ferreira sugere que “com a redução do potencial comercial, várias vagas foram migradas para o setor de serviços”.

Enquanto a administração pública reduziu 158 vagas, a indústria começou a retomar seu patamar de 2012 e subiu 5%, com 1377 postos de trabalhos abertos e mais 7 empresas em Ouro Preto.

Quais as principais atividades econômicas de Ouro Preto?

Na composição do comércio varejista, não houve mudanças significativas na participação dos estabelecimentos de pequeno e médio porte.

Enquanto o grau de instrução dos trabalhadores teve uma ligeira redução em relação aos que possuem, pelo menos, o ensino médio completo (caiu 2%), o salário médio das micro empresas foi o único que teve aumento acima da inflação, atingindo mais de 10% e chegando a R$1216,00

A presente pesquisa, assim como as dos anos de 2017 e 2018 podem ser conferidas, na íntegra, CLICANDO AQUI.

Quais são as principais atividades econômicas de Ouro Preto?

Apesar de atualmente a economia de Ouro Preto depender muito do turismo, há também importantes indústrias metalúrgicas e de mineração no município. As principais atividades econômicas são o turismo, a indústria de transformação e as reservas minerais do seu subsolo, tais como ferro, bauxita, manganês, talco e mármore.

Qual é a principal função de Ouro Preto na atualidade?

Um dos destinos mais visitados por turistas em Minas Gerais, além da arquitetura antiga, que gera lindas fotos, e da comida tradicional, o município mineiro oferece ao visitante a possibilidade de conhecer de perto o cenário de momentos históricos importantes para a construção da identidade nacional.

Qual a economia de Ouro Preto do Oeste?

O PIB da cidade é de cerca de R$ 834,2 milhões de, sendo que 40,9% do valor adicionado advém dos serviços, na sequência aparecem as participações da administração pública (31,2%), da agropecuária (31,2%) e da indústria (10,1%).

Quais são as principais características da cidade de Ouro Preto?

Cidade que conta com o maior conjunto homogêneo de arquitetura barroca do Brasil, Ouro Preto é uma joia encravada nas montanhas de Minas. No auge do Ciclo do Ouro, foi construída por artistas e escravos, inspirados nos modelos europeus, criando um estilo nacional diferenciado.